quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Wishing you a Merry Little Christmas



Este ano não te escrevi, Pai Natal. Acho que mereces uma folga, que bem farto deves andar de distribuir PS3s e plasmas e empanturrares-te com os biscoitos que as poucas crianças que ainda acreditam em ti te vão deixando na chaminé. Pessoalmente acho que fazes mal em comer essas porcarias, mas hey, os triglicéridos são teus!

Por isso, Pai Natal, este ano não quero nada. Tenho tudo o que preciso. O meu Mégane ainda só me deixou na mão uma vez por causa do nevoeiro, e hoje consegui aparafusar a porta para não me ficar o puxador na mão, portanto, por mim, o Mazda não precisa vir já já.

O Jon Bongiovi, vi-o recentemente e achei-o acabadinho, andou ali botox de certeza, de modos que também não sei se o quero no sapatinho after all.

Roupinha tenho com fartura graças a Deus, e descobri agora uns sucedaneos de perfume que cheiram como o original, mas têm um frasco mais foleirinho, e olhem que ralada que eu estou com isso!! De modos que de fragrâncias para andar cheirosa, também ando servida.

Livros é para esquecer, aliás agradecia à Bertrand que não me desse mais vales para desconto em futuras compras, porque é um círculo vicioso e eu não me consigo controlar. Já agora, se por acaso a minha irmã te tiver dito que eu gosto de livros indianos ou sagas de pobres moças chinesas com os pés enfaixados, é mentira! Mesmo que tenham ganho o Book Award não sei quê, Pai Natal, não me deixes livros indianos nem chineses que não tenho mesma pachorra nenhuma para culturas que ninguém entende!

Ah, e Pai Natal, não precisas mesmo de te estar a chatear a enfiar-me mais um conjunto de paninhos de tabuleiro ou o set para refeições, ou o sapatinho de lã, ou algum dos presentes da categoria 'prendas tipicamente inúteis e ainda por cima foleiras', que alguma tia se encarregará disso de certezinha absoluta.

Portanto, não quero mesmo nada.

Acho que este é mesmo o Natal em que me estou mais completamente nas tintas para os presentes. Talvez porque tenho recebido presentes a sério ao longo do ano, daqueles bons, não tangíveis nem etiquetáveis, que não vêm no embrulhinho pipi, que não se trocam porque são o que de facto gostamos e queremos, e que nos fazem felizes porque sim. Tenho sido afortunada este ano, tenho sim.

Por isso, Pai Natal, se quiseres parar na minha chaminé estás à vontade. Pago-te um copo e dou-te um abraço, e até te dou água às renas, mas não precisas deixar-me mais nada em troca.


FELIZ NATAL PARA TODOS!!!!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sou pela tradição...

...e parece que está na altura de fazer a árvore de Natal e o presépio.



OH JOY!!!! Aqui está uma ocupação que adoro...


Enfeitar o pinheiro de Natal deve ser uma coisa gira à brava de se fazer quando as luzes não estão todas embaraçadas, os enfeites combinam e não temos três coisas peludas aos pulos a puxar as fitas de um lado enquanto as tentamos puxar para o outro. E isto já é a parte menos divertida, porque gira, gira, é a fase de montar a estúpida árvore. Gosto muito do sistema de árvore aos módulos e com pecinhas em acessório. Gostei especialmente de ter perdido meia hora à procura da base onde encaixar os pézinhos...(nota mental: lembrar-me para o ano que a base já vem acoplada ao tronco...).

Para não variar, o meu espírito natalício anda na zona do menos vinte e três. Tenho nada contra o Natal, só me irritam os histerismos do Natal. Ainda não comprei presentes, não pensei sequer no que vou comprar, a ideia de me enfiar em lojas dá-me urticária e estou-me assim a modos que um bocado nas tintas para as Seasons Greetings ciente de que há gente a morrer de fome e eu vou estar a empanturrar-me e depois a gastar dinheiro em ginásio para abater o rabo. E sei que não posso fazer muito contra o facto de existirem pessoas com menos sorte do que eu, mas posso evitar andar histérica com o Natal. É o que faço, pronto. E também ando a modos que ocupada com coisas mais pertinentes, e até porque assim de repente só tenho mais 324 coisas interessantes para fazer no feriado, resolvi perder parte desse tempo precioso a enfeitar o canto natalício (da lareira para lá) e 'amandar' uns pais natal e uns bonecos de neve e velas de ursinhos com gorros vermelhos por cima dos móveis e colocar uma meia na chaminé e essas coisas, ciente de que o meu Mazda 3 vai lá caber e tudo...
E pronto, da minha falta de pachorra generalizada nasceu isto:




E sim, eu sei que a foto está uma porcaria, mas também não me apetece tirar outra.

A ideia não é original, eu sei. Também temos pena, mas não tenho bonecos novos. Sim, José e Maria e o menino Jesus são os mesmos do ano passado, embora com roupagem mais Woodstock, mas notarão com certeza o esforço em colocar a bicheza que aquecia o menino no estábulo. Claro que a vaca é aqui uma ovelha, o burro fez um upgrade para cavalo empalhado e acrescentei um porco porque não tinha mais nada dado que os gatos me deram cabo dos reis magos do ano passado. Não há mirra, nem incenso, nem ouro nem coisa nenhuma este ano, menino Jesus felino. 'Tá crise. Lamentamos.

Chamo ainda a atenção para o Pai Natal I-am-king-of-the-world que atei ao topo da árvore como se da proa do Titanic se tratasse. Não sei se é uma ideia inteligente andar a ridicularizar o Pai Natal antes de lhe escrever a minha carta, mas pronto, agora que fiz as pazes com o Grande Galo Universal ando a esticar a corda até ver...

Banda Sonora: Do they know it's Christmas time - Band Aid

(carinhosamente dedicada a todas as pessoas que acham esta canção extremamente irritante)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

É a chamada ideia cretina...

Dona, eu sei que estou gordinha e preciso de exercício, mas não achas que podias evitar levar-me a pé para o Castelo porque 'ainda não está a chover e deve dar tempo'? Olha, que abraces o Galo Universal eu até acho bem, mas que aches que lhe podes ganhar... Da próxima vez que o quiseres abraçar, não me queres deixar em casa, não?

E não é que não ache que te fique a matar o cabelo a escorrer e colado à cara, e o teu ar globalmente miserável, mas se calhar tinhas levado um guarda chuva, ou pelo menos um impermeável. Ficavas com um ar menos tótó do que com o cachecol enrolado à taliban, mas hey, sou só um cão! What do I know...
Enfim, dona, eu gosto muito de ti, mas quando me dizes 'Anda lá, Sasha, é só chuva molha parvos'...errrr...pois...I rest my case!

domingo, 29 de novembro de 2009

Galo, I love you!



Entrei aqui para debitar sobre o Grande Galo Universal, desta vez traduzido no facto de Nádia Sophia estar de novo com uma otite e ter ácaros no ouvido interno. A minha gata tem ácaros nos ouvidos...Ca nojo! Nada que uma aplicação de Advocate de 15 em 15 dias não trate, mas dispensavamos a ideia de saber que há bichinhos nojentos a boiar na cera auricular de um animal que passa a vida ao meu colo.



E entretanto parei.

E comecei a pensar em todos os 'galos' que assinalei ao longo deste tempo e todos os 'não galos' ou coisas muito boas que me aconteceram e que guardei só para mim. Seguramente um galo anunciado torna-se mais forte do que um 'não galo' silenciado. É muito mais fácil lembrarmo-nos do stress que passamos quando o radiador do nosso carro morreu ao regressar de um casamento e ficamos parados a 20kms de casa, noite escura, na mais completa solidão. Se calhar lembramo--nos menos da sorte em ter alguém que se levante da cama para nos ir buscar, e que volte no dia seguinte connosco e com um mecânico para ressuscitar a alma.

E se calhar fazemos mal. Fazemos mesmo muito mal.


Se calhar, daqui a uns tempos não me vou lembrar que a Isabel me enviou um sms que dizia apenas 'SIC Radical'. E que quando ligo para a Sic Radical está o Jon Bon Jovi no Tonight Show do Conan O'Brien. Um sms simples, com um nome de uma estação, que não diz nada e que diz tudo. Como é que se mede a intensidade do bom que é saber que alguém nos conhece tão bem e se lembra de nós ao 'zappar' pela TV? E nos arranca um sorriso inesperado num dia que se calhar não nos correu de feição? Ah pois é...



E este é apenas um dos exemplos de coisas muito boas que me acontecem diariamente e que eu não enfatizo como deveria. Acontecem-me merdices inacreditáveis, sim, coisas que não lembram a ninguém, pequenos aborrecimentos ou espectaculares ironias do destino, mas a verdade é que faz parte. 'Shit happens', pronto. Não porque Deus me odeie, como eu também gosto de dizer umas 25 vezes por dia - quase sempre a brincar, porque, no fundo, mesmo na miséria depressiva continuo palhacinha porque é essa a minha essência -, mas porque as pequenas contrariedades também são um tempero da vida. Daquele que se polvilha em pequenas quantidades, só para fazer sobressair o tempero base.

Se eu podia viver sem o meu Galo Universal? Podia. Mas não era a mesma coisa! :)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

2012


Fui ontem ver...
Sugiro duas novas categorias para Oscar:

Oscar para ‘Tá bem, abelha’ ( sub categoria ‘claro que consegues pilotar um Antonov com brevet de monoplano’) e
Oscar para ‘És o maior' (subcategoria'Melhor evasão de carro, avião, e roulotte em cidade a desmoronar-se’ )

Ok...não é tão mau como ‘O dia depois de amanhã’ e rejubilem os que, como eu, reviraram os olhos na cena dos lobos famintos, que escaparam do zoo, e foram logo refugiar-se num cargueiro russo arrastado pelo Hudson enfurecido, e depois congelado algures em Manhattan, porque imaginaram que poderiam devorar os pobres moços que lá foram procurar penicilina (porque tiveram uma premonição, claro) para não sei quem que estava pré sepsis, quase a morrer, (e depois ressuscitou, claro). Em 2012, não há lobos, nem gente quase a morrer. Ali morre-se logo, não se faz de conta...Tem-se tempo para ligar aos entes queridos (que sorte as antenas de telemóvel continuarem a passar o sinal depois de serem englutidas pela terra), mas morre-se. Há outras coisas, que não posso contar para não estragar o suspense, e que são a modos que um nadinha bizarras, mas pronto, não se pode esperar muito de um filme americano sobre o apocalipse...

Mas enfim, holliwoodismos à parte...o fim está próximo. À cautela, já encomendei um bote... :)
(não posso mudar a música que o chefe tá na sala...Lamentamos!)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O mais recente inquilino


Eis Napoleone, em toda a sua magnificência.


Ou pelo menos na magnificência possível com a qualidade duvidosa da camera do meu estúpido telemóvel.
Napoleone é um betta splendens, também chamado de Combatente devido à sua agressividade para com outros peixinhos da mesma raça. Ouço dizer que podem conviver com peixes mais dóceis, mas acho que não vou arriscar elevar mais a taxa de mortalidade que por aqui impera neste campo.
Têm a particularidade de poder absorver oxigénio do ar atmosférico graças a órgãos chamados labirintos, que permitem a não sei bem quê, não sei bem como, que esta parte já não retive da explicação do mestre piscícola. Têm um ciclo reprodutivo engraçado, pois procriam em ninhos de bolhas de ar e é o macho que toma conta da prole. Claro que também costuma comer a prole, pelo que é conveniente ficar de olho. Donde se conclui que no reino animal, como em todo o lado, não se pode confiar nos gajos!


Espero que tenha mais longevidade do que Sansão, Dalila, Ken (don't ask) e what's his name (que, doente que vinha, só durou um dia e levou Ken com ele para o paraíso dos peixinhos vermelhos. Estúpido what's his name!).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

She had a farm in Africa...

Eu não tenho, mas hei-de ter.

Hoje é só para ouvir. (Provavelmente) a mais bela Banda Sonora de sempre...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Experiência contra anónimos

Ando um bocado farta de ficar com os olhinhos em bico por causa dos anónimos orientais, pelo que, embora lamentando profundamente o trabalho adicional que vou impor a quem ainda me vem visitando, e isto apesar do marasmo em que anda a cair este espaço lúdico, não tenho outra alternativa senão instituir a verificação de palavras, a ver se os atrasados mentais me desamparam a loja.

E como sou boazinha, até lhes digo 'temos pena' de forma a que percebam.





E uma musiquinha irritante para acompanhar. Estou mesmo generosa para os chinesinhos hoje...



Banda sonora: Conan, o rapaz do futuro
(não sei quem canta e estou-me francamente nas tintas)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma noite no museu




"Assim fomos abrindo aqueles mares,
Que geração alguma não abriu,
As novas ilhas vendo e os novos ares,
Que o generoso Henrique descobriu;
De Mauritânia os montes e lugares,
Terra que Anteu num tempo possuiu,
Deixando à mão esquerda; que à direita
Não há certeza doutra, mas suspeita.''


Os Lusíadas, Canto V



Fui ontem jantar ao Museu Nacional de Arte Antiga para retemperar forças antes da visita guiada à exposição 'Encompassing the Globe. Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII'.
Aproveitando a trégua que S. Pedro nos deu, a minha excelente comitiva e eu instalámo-nos no jardim com os nossos tabuleiros fornecidos de polvo à lagareiro ou costeletas de borrego. Em ambiente intimista (muito por culpa da deficiente iluminação), degustámos os nossos manjares que incluiram ainda, para os mais afortunados, uma tarte de maçã ou um bolo de chocolate. Para outros, a quem a balança dita prudência e a roupa já grita misericórdia, apenas um café.

Às 21:30 já o átrio se encontrava cheio de ávidos curiosos, ansiando, tal como nós, pela subida ao primeiro piso e entrada na máquina do tempo que nos levaria em rotação à volta do globo em 180 minutos, seguindo os passos dos antepassados descobridores e admirando os vestígios da sua passagem pelo mundo através dos artefactos ali reunidos.


Conduzida por um carismático investigador do museu, cheio de humor e profundo conhecedor da matéria, a visita foi tudo o que imaginei e mais ainda. Aprendi imensas coisas, nomeadamente o que eram as calhandreiras*. Uma coisa é certa, nunca mais me ouvirão dizer que estou na calhandrice!


Vale muito a pena visitar, as peças são fabulosas. Eu adorei o saleiro-pimenteiro da foto (que não é minha, mas que tive a sorte de encontrar aqui)



*mulheres cuja missão era despejar os baldes de dejectos das casas mais abastadas. Teorizavam depois, umas com as outras, sobre os ocasionais desarranjos intestinais e demais maleitas inferíveis da observação do conteúdo dos seus baldes. Chiça!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fartinha, fartinha que estou de gente anormal


Sexta feira.
Consigo entrar no metro apinhado, mas não graças à velha coruja que me crava os cotovelos nas costelas para me passar à frente. A mula posta-se de imediato no recanto da porta, obrigando-me a um exercício brutal de contorção para me conseguir encaixar - a mim, à mala (ou carteira, para quem preferir), ao saco de viagem e ao saquinho da merenda – entre ela e um outro senhor. A custo, consigo extrair do saco o meu livro, e seguro-o com a mão livre que me resta, tentando (debalde) concentrar-me no pungente drama da pequena Anna, geneticamente concebida como armazém de recauchutagem para a irmã mais velha, que padece de leucemia aguda. (O livro - ‘Para a minha irmã’- merece um post exclusivo, pelo que não me alongarei sobre ele agora.).

Estou placidamente a aguardar a paragem seguinte para virar a página quando uma mão sapuda começa a gesticular perto do meu nariz. Leiga que sou na linguagem gestual, especialmente quando gesticulada em hindu, limito-me a percorrer com o olhar o braço que ostenta aquela mão, para tentar perceber se o senhor está a ter algum tipo de ataque epiléptico ou mesmo só a chamar a minha atenção de forma extremamente parva. A carruagem pára. O gesticular intensifica-se e finalmente encontro o olhar do seu dono. Era o senhor que me viu encaixar a minha pessoa, e os sacos todos, mesmo ao seu lado. Na circunstância, até tinha o pézinho encostado ao meu saco de viagem. Rosnou-me um ‘com licença’ pretendendo que eu, já espalmada contra o banco, voltasse a pegar na tralha toda para lhe criar uma passagem pela minha frente. Assim mais ou menos como se a criatura fosse Moisés, e o resto dos passageiros amebas no Mar Vermelho...

E eu até sou uma moça pacífica, mas não me lixem!

Primeiros: abanar os dedinhos a dois cm do meu nariz como se estivesse a afastar moscas não me faz ficar num mood Madre Teresa.

Segundos: Somos bonzinhos, mas não somos capachos: havia muito por onde passar, se o senhor fizesse o imenso sacrifício de dar dois passos para a esquerda e passar por trás de mim, como aliás manda a boa educação.

Terceiros: sem mais argumentos, estou muito farta de gente parva!

Assim, olhei para ele e disse-lhe: 'como vê, tenho aqui um saco e não pode passar. É melhor passar por trás'. E não arredei pé, que era o que mais me faltava.

E ele rosnou, mas amochou. Pelos vistos conseguiu sair e foi à vida dele, o estupor.

E é isto que eu tenho de aturar. Para quando a minha beatificação???

Bloggers contra a pobreza


Manifestamos que:

1. A pobreza e a exclusão social não são uma fatalidade, mas antes o resultado de um mundo injusto e desigual e não se resolvem apenas com sobras ou gestos de generosidade esporádica. As causas da pobreza e da exclusão social só podem ser eliminadas modificando os factores económicos, sociais e culturais que geram e perpetuam as condições favoráveis a elas. A pobreza é um atentado aos Direitos Humanos, que deve ser erradicada em todos os países;

2. A campanha Pobreza Zero luta contra as causas estruturais determinantes da pobreza e da exclusão social, e desafia as instituições e os processos que perpetuam a pobreza e a desigualdade no mundo. Trabalhamos pela defesa dos direitos humanos, pela equidade de género e pela justiça social;

3. O mundo em que vivemos é um mundo de abundância e nunca como hoje foi tão possível erradicar a pobreza – nunca houve tantos recursos financeiros e tecnológicos disponíveis que permitam erradicar para sempre a pobreza extrema do nosso planeta. Deve também reconhecer-se que a pobreza em Portugal, tal como a nível mundial, não é devida à falta de recursos. O problema reside no facto de a pobreza continuar a ser vista como uma questão periférica, pretensamente resolúvel por políticas e medidas periféricas e residuais;

4. Na nossa acção queremos pressionar os governos para que erradiquem a pobreza, diminuam drasticamente as desigualdades e alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Pedimos:

* Prestação pública de contas, governação justa e o respeito pelos direitos humanos;* Justiça no comércio global;

* Aumento substancial na quantidade e na qualidade de ajuda (0,7% do RNB até 2015) e no financiamento para o desenvolvimento;* O cancelamento de dívidas dos países mais pobres e de rendimento médio;

* A tomada de medidas politicas que visem a mitigação das alterações climáticas, de forma a que os países poluidores paguem os danos causados no meio ambiente;

* O apoio internacional à concretização de medidas de adaptação às alterações climáticas, nos países e comunidades mais vulneráveis, com recursos adicionais aos da ajuda pública ao desenvolvimento;

* O fim dos bloqueios culturais e comportamentais que a pobreza persistente gera nos pobres, comprometendo a sua capacidade de vencer a situação e de utilizar os meios postos ao seu dispor;

* Integrar, nas diferentes políticas públicas, objectivos, estratégias e instrumentos que visem a remoção das causas estruturais da pobreza e da exclusão;* Promover a mudança de mentalidade dos não-pobres, superando preconceitos acerca da pobreza e suas causas e estimulando comportamentos mais solidários;

* Que a equidade de género seja reconhecida como elemento central na erradicação da pobreza.

Por isso agimos, mobilizando a sociedade civil, para que, unida nesta luta, pressione o governo português e as instituições poderosas para que:

» Incluam nas suas agendas o objectivo da erradicação da pobreza no mais curto período de tempo;

» Adoptem níveis salariais, pensões e prestações sociais mínimas que não fiquem aquém do limiar da pobreza e aumentem a eficácia e eficiência das transferências sociais e demais políticas sociais;

» Reduzam drasticamente as emissões de gases de efeito de estufa e proporcionem recursos adicionais (para além dos 0,7% do RNB) para o apoio a países em desenvolvimento;

» Acabem com os conflitos armados, ocupações, guerras e as violações sistemáticas dos direitos humanos que as acompanham, e trabalhem com vista à desmilitarização de modo a assegurar a paz e a segurança humana;

» Todos os governos prestem contas aos seus povos e tenham transparência no uso dos recursos públicos, desenvolvam estratégias anti-corrupção pró-activas e consistentes com as convenções internacionais;

» Protejam jurídica, física, social e economicamente os direitos das crianças, incluindo as crianças afectadas por conflitos e/ou catástrofes e carentes de acesso a serviços públicos de qualidade;

» Garantam o direito à informação e à liberdade de expressão, incluindo a liberdade de imprensa e de livre associação;

» Assegurem a participação da sociedade civil nos processos de orçamentação;

» Assegurem serviços públicos universais e de qualidade para todos (saúde, educação – incluindo a alfabetização de adultos – água e outros);

» Promovam regras de comércio internacional e políticas nacionais de comércio que assegurem modos de vida sustentáveis, os direitos das mulheres, crianças e povos indígenas, conduzindo à erradicação da pobreza;

» Garantam um aumento substancial na qualidade e na quantidade de recursos necessários para a erradicação da pobreza, a promoção da justiça social, a realização dos ODM, a equidade de género e a garantia dos direitos das crianças e dos jovens;

» Revertam a fuga de capitais dos países pobres para os países ricos, identifiquem e repatriem os activos roubados, por meio de acções contra paraísos fiscais, instituições financeiras, multinacionais e outros actores que facilitem esse processo.Pretendemos mobilizar o máximo de pessoas possível, de modo a mostrar o poder da sociedade civil unida na luta por uma causa global e solidária.

É preciso pôr um fim à pobreza.
Juntos somos capazes de acabar com a pobreza!
Junta-te a nós!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Absurdo

É o que me ocorre dizer quando olho para a pilha de livros que tenho para ler. Esta é só uma amostra, a pilha do 'à partida xaropada', tirando uns dois ou três que deviam estar noutra pilha e que vieram parar a esta por acidente.


É por isso minha firme convicção que a idade mínima de reforma devia passar dos 65 para os 40, porque assim estaria muito mais perto de não me descabelar à espera de ter tempo para ler isto tudo! Para não falar do facto de o envelhecimento dos neurónios obrigar a ler três vezes a mesma linha antes de perceber alguma coisa! E a memória??? Hum? Não quero ler um livro duas vezes porque me esqueci que já o li na semana anterior, caramba!


E agradecia às superfícies livreiras desta cidade de Lisboa o especial favor de não me fazerem mais promoções 'na compra de um, oferta de outro' ou '3 por 10€', porque a malta não é de ferro, é mesmo muito fraca, e já tem sarna que chegue para se coçar. E ao Metro de Lisboa, já paravam com a barraquinha dos livros a 1,5€ em Sete Rios. É verdade que não são grande coisa, mas ainda assim, parem de me tentar, obreiros de Satã!


PS: hum...mas pronto, se alguém me quiser oferecer livros, sintam-se completamente à vontade, claro :)
PPS: depois de escrever este post, que mantive em rascunho durante alguns dias, já comprei mais dois livros. Não há uma associação tipo AA para casos de bookulismo? Não confundir com bucolismo, que para esse sei que não tenho salvação possível...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sinto-me algo insultada quando leio (Sábado, de ontem) que Júlia Pinheiro ganha 25.000€ por mês e Luciana Abreu, esse ícone absoluto do talento e da fina inteligência, também leva para casa 12.500€. Ora, embora tenha imenso respeito pela capacidade de projecção vocal da primeira e esteja bastante impressionada com o sangue azul da outra (percebe-se agora porque é que a Monarquia acabou), é com algum pesar que vejo que neste país se continua a premiar (estupidamente) quem mais consegue manter a boçalidade do povo.

É o que temos...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Decidi combater a crise...


...passando a ser produtora independente.


Resta-me apenas contornar algumas questões relativamente às minhas produções e aos seus resultados, a saber:



  1. Cumpri miseravelmente a minha quota de produção de tomate. Só me saiu isto de uma dezena de pés que plantei e cuidei com amor e carinho, com as varas e os fiozinhos e o tra la la todo. Tanto trabalho para quase ter de ir buscar uma lupa para os ver. Tudo bem... pronto, são mirradinhos mas são de graça!(a foto tem o zoom no máximo...)


  2. A nespereira não dá sinais de querer dar fruto. Bem sei que não estamos na época, mas tenho esta coisa há uns três anos, e só me dá folhas... Estou em crer que me está a escapar alguma coisa.


  3. O limoeiro, essa besta que se vê no fundo da foto acima, teve flor duas vezes, e por duas vezes vieram os pássaros e comeram-nas. Digo eu que foram pássaros. Detestaria imaginar que existem insectos suficientemente grandes para me levar as flores do limoeiro na minha varanda. O senhor que mo vendeu disse que ele tinha de ficar exposto ao luar. Mas não me disse de que galáxia, porque o da nossa não me parece estar a fazer muito por ele. Again, só folhas, e muito mal organizadas, aquilo cresce sem rei nem roque. Se eu soubesse podar era capaz de ajudar, penso eu. Lamentavelmente, não sei!
  4. O morangueiro dá morangos o ano todo. E quase do tamanho dos tomates lá de cima. Mas só tenho dois pés, o que me dá uma média de cinco ou seis morangos de dois em dois meses... e, pronto, não são muitos doces. Mas são bonitos. Não se pode ter tudo...


  5. My pride and joy, o mangericão. Este já é de segunda geração, sementinhas recolhidas das flores da sementeira anterior. Aconselho vivamente todas as pessoas frustradas porque matam plantas a semear mangericão num vaso. Isto cresce como se não houvesse amanhã e dá-se em todo o lado. E podem esquecer-se de regar durante dias, até ficar a folha murcha, um bom banho e a coisa revive. Adoro o mangericão! E cheira que é um mimo, também. E sabe ainda melhor com a bela massinha ou na salada de tomate. Eu não coloquei nos tomates lá de cima: achei que se iam sentir mal por serem mais pequenos que uma folha de mangericão. Sou uma agricultora preocupada com os sentimentos das leguminosas. Embora tecnicamente o tomate seja um fruto, claro.


  6. E por fim, a minha mais recente aquisição: a alface. O meu grande investimento do mês: cinquenta cêntimos em pézinhos de alface. Deu para seis!!Fingers crossed, irão vingar. Ok, ok, vão ser ser alfaces minorcas, mas pronto, eu só tenho vasos, não sou latifundiária! Em contrapartida preocupo-me com o bem estar das minhas sementeiras: quantos pés de alface se podem gabar de estar semeados com vista para o Atlântico?(foi só mesmo para meter nojo com a vista...)

E pronto, assim se encerra o devaneio sobre a minha hortinha suspensa ao pé do mar. Um dia hei-de ter uma a sério, com tudo bem aradinho, árvores de fruto e um espantalho. Quem sabe, até posso levar alguém do escritório...

Batem leve, levemente

Cheguei a casa ontem (por acaso foi hoje, mas vou postar isto mais tarde) e encontrei este espécime pespegado na porta do prédio.
Devido a uma distracção cósmica do Grande Galo Universal (certamente ocupado a infernizar outra alma que não a minha) por sorte tinha a máquina fotográfica comigo. Não que me adiante de muito: a minha máquina pré jurássica não está equipada com o zoom adequado para fotografar esta fauna. Ainda assim registei o raro momento. Não me lembro de alguma vez ter tido um encontro tão imediato com uma bicheza destas e fiquei, como fico sempre, fascinada, mesmo se a criatura é intrínsecamente feiota...



É claro que os louva a deus mais giros são verdinhos mas, tendo em conta a presente época do Sporting, acredito que esta criatura perdeu a cor. Já viste, Paulinho?! Até os artrópodes andam low profile... Tu faz alguma coisa, homem!!

Sunday morning

Como ontem tive preguiça de acender o pc e passei a tarde num dos meus hobbies favoritos (vegetatividade intensa frente ao televisor, com gatinha em cima da barriga), não tive a oportunidade de celebrar aqui o Dia Mundial do Animal. Mas, e como sou adepta do mote 'uma acção vale mais que mil palavras', celebrei em privado com Miss Sasha Margareth, numa sessão de passeio matinal pelo belíssimo (e em tempos desertificado - malditas excursões!) Castelo de Sesimbra. Vou lá muitas vezes, porque fica perto e porque é dos poucos locais onde ainda se consegue estar sentado num banco de jardim, a ler ou apenas a contemplar, em silêncio.

E eu aprecio o silêncio. Muito.

Por isso apreciei pouco a horda de turistas portugas e barulhentos que me foram infernizar a existência.

Estava eu embrenhada no meu pungente romance dos vampiros vegetarianos, no meu banco sobranceiro, quase no meio do mato e afastado do trilho oficial para turistas, quando ...'OLHA, OLHA, É UM CÃO! MAEEEEEEEEEEEEEEEEEEE, É UM CÃOOOOOOOO!!!!!!!!!!!'. No Shit!! É certo que ao olhar para Sasha se poderia pensar que ela é uma vaca! Mas não, a criança adivinhou que de um canídeo se tratava. Não precisava de o anunciar ao mundo tão enfaticamente, mas pronto, para o caso de não se ouvir na China!

Anyways...

Continui a ler o meu livro crente que é desta que o lobisomem arranca a cabeça ao vampiro antes que apareça o primo do minotauro e dê cabo dos dois (peço desculpa ao clube de fãs pela fina ironia, mas de facto (já no volume IV) não estou encantada com a coisa...) quando a pequena criatura do demo começa a tentar interagir com Sasha Margareth e começa a gritar, a uns vinte metros 'BICHO, BICHO, BBBBIIIICCCHHHOOOOOOOOOOO!'. E depois, perante a passividade de Sasha Margareth, que olhou, mas não ligou, que não se dá com miudos tresloucados, tenta com...
'BICHA,BICHA, BBBBIIICCCCHHHHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!.

Claro que Sasha Margareth já se agita com a barulheira, e eu tenho de lhe dizer 'Fica, Sasha, fica'. O que seria suficiente se aquelas almas não fossem insistentes. Mas não. Finalmente acenam-lhe com uma bola, os estropícios, o que faz com que Sasha Margarida largue a correr para elas, o pai dos miudos comece a gritar, eu largue o meu livro vampiresco e largue a correr atrás dela, porque, claro, bem posso gritar que ela não vem quando há bolas a voar. Valeu-me um assobio mais bem conseguido e muito assertivo e acenar-lhe com o peluche dela (desisti de lhe mandar paus, ela come-os...) para que ela voltasse. Claro que fiquei irritada e só respirei fundo quando os turistus horrendus desapareceram do meu campo visual e auditivo com a sua maldita bola. Que ideia tão estúpida atirar uma bola a um cão desconhecido, por amor da santa! Aqueles pais são débeis mentais ou têm um desejo de morte para os filhos? Tá bem que a Sasha é bonacheirona e nunca mordeu ninguém, mas caramba! Haja noção.

Não querendo dizer aos outros como educar os filhos, não sei, mas se fosse comigo eu teria pegado na minha cria ansiosa por interagir com o cão e ter-me-ia aproximado da pessoa que estava a ler e diria algo como 'Desculpe interromper, a minha filha/filho gostava de fazer uma festa ao seu cão. É possível? Ele é meiguinho?'. Qualquer coisa deste género. E eu, poria o livro de lado, e até diria a Sasha Margareth 'dá a pata ao menino' e pronto, toda a gente ficava contente. Irritam-me os pais estúpidos, lamento.

E irrita-me muito, mas muito mesmo, estar minding my own business com o meu cão, num espaço controlado e afastado, em que o meu cão não incomoda ninguém porque eu estou atenta e garanto que ele não incomada ninguém, e ter de levar com imbecis! Tenho feromonas que atraiem imbecis ou quê? Nunca me apareceu um tipo giro, isso não. Agora imbecis, esses aparecem com fartura! Raios partam!

Bom, eu só queria mesmo postar umas fotos de ontem, mas, como sempre, deixei-me levar...Apologias e aqui fica a minha bazaruca, agora com menos 2 Kgs.



Não sei, chamem-me tendenciosa mas, mesmo com o lombo rapado e ainda 12kgs acima do peso ideal, a minha Sasha Margareth é muito linda!!! Eu cá acho, pronto.

Banda Sonora: You make me feel brand new - Simply Red

Dedicado a todos os animais do mundo

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O 'Areias' revisited



Um amigo disse-me que é terapêutico dizer mal de pessoas de quem não gostamos. Concordo em teoria, embora me preocupe a parte em que essas pessoas que insultamos cobardemente descobrem que dissemos mal delas e nos vêm dar um enxerto de porrada Não que eu receie a dor física per se mas desconcerta-me a possibilidade de ficar menos atraente com um olho negro e de canadianas.

Ora há muita gente de quem não gosto, embora só consiga lembrar-me de um cro-magnon que não tem acesso à internet, o que à partida garante a minha integridade física durante mais uns tempos. Muitos de vós já terão percebido; falo evidentemente no pai de todas as bestas, o meu vizinho do 2º esq.

Não pensem que este meu ódio de estimação se deve apenas ao bandulho proeminente que insiste em exibir em nu integral na escada, indiferente à minha sensibilidade e coração fraco, ou aos decibéis proibitivos que usa para guturralmente comunicar com a prole (pequeno parênteses: como é que não é proibida por lei a procriação em criaturas destas?) ou ao facto de assar choco na varanda directamente por baixo do meu quarto, ou ainda – e esta adorei!- pelo facto de me ter partido os vidros todos quando decidiu fechar a sua estúpida marquise. Não, meus senhores, este ódio tem 25 anos...odeio esta criatura desde o tempo de escola. Andei à porrada com ele, for God sake! E a alma vem morar para o meu prédio! E depois dizem que eu exagero com o Galo Universal.

Sim, ele bateu-me quando eu era chipiti. Aliás, encheu o pé e deu-me uma pézada (tema sesimbrense muito comum e encantador) nos rins. Mas eu não me fico facilmente. Gajo que me bate, ou bate com muita força para me deixar knock out ou leva logo a seguir. E, assim que recuperei o uso das pernas, fui ter com ele e dei-lhe um estalo que ecoou no recreio. Depois os meus amigos separaram-nos e fui elevada ao estatuto de heroína por ter batido no C.. Também vivi em absoluto terror até acabar o ciclo preparatório, mas a Glória não vem sem sacrifício. A não ser no futebol, quando se compram os árbitros. Não que isso aconteça em Portugal... :)


Porque é que ele me bateu? Ah, sim, se calhar convém explicar. Porque não tem sentido de humor e encaixou mal o facto de eu ter escrito uma cover da canção da Suzy Paula, equiparando-o ao camelo Areias, e ter distribuído cópias aos meus coleguinhas para cantarmos no recreio.
Ficou ofendido.
Lá está, no sense of humor...

Banda sonora: I hate everything about you - ugly kid joe

quarta-feira, 30 de setembro de 2009


Chego ao escritório e não há rede. Nada de novo, portanto. Aliás, é minha opinião convicta que ‘server em baixo’ devia constar do nosso logotipo.

Vou ouvindo as conversas telefónicas da nossa S. com o nosso helpdesk externo, divertindo-me com o seu vai vem constante entre o telefone da recepção e o servidor, no fundo do corredor.

Consciente de que me vou arrepender, ainda assim saio do meu gabinete ensolarado para ajudar. Passo pelos dois engenheiros sentados nos gabinetes e fico a pensar porque é que nós, as miúdas giras, é que estamos de volta do servidor defunto. Não que não sejamos capazes de dominar a besta debitadeira de bits sem eles, mas não lhes ficava mal levantarem o rabo, não senhor. Penso, por outro lado, que de qualquer forma também não tenho feitio para esperar que as coisas aconteçam e gosto sempre de perceber porque diabo uma coisa que ontem funcionava hoje entregou a alma ao Criador dos microships e circuitos integrados. Assim, vou para o campo ver a acção de perto.

A S. continuava a receber instruções pelo telefone (já não o da recepção, mas o da colega mais perto do server) e eu ofereci-me para as executar no servidor. Constato que nunca poderia fazer carreira militar porque, é oficial, não consigo cumprir ordens sem as questionar. Por isso perguntei três vezes ‘tens a certeza que queres desligar a alimentação eléctrica a seco?’. Por três vezes ouvi um ‘sim’, o último dos quais num tom que me soou a ‘epá, desliga lá essa porcaria de uma vez e cala-te’. Calei-me, mas não desliguei. (Sou mula. Temos pena). A pobre da S. veio desligar. Ouviu-se um puffff e lights out. E ela voltou a ligar a ficha, e lights on. E depois disseram-nos para fazer restart aos nossos PCs...

(eu não fiz, claro, porque sou mula). Mas, pouco depois, ouvi a S. a ligar de novo para o nosso amigo e dizer-lhe ‘não funciona na mesma’.

Pois...

Eu não sou informática, mas quer-me parecer que tentar resolver um problema de conexão, desligando tudo da ficha de alimentação eléctrica não é grande ideia. Não sei, digo eu...


E pronto. É meio dia, e o server finalmente arrancou. Yuppi! Agora vou ver os emails e fazer tempo até ao almoço dado que este tédio matinal fez overload nos meus circuitos e no meu switch só mexe quem eu deixo!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A arte de dizer ‘não’


Após anos a fio a engolir sapos e a dizer ‘claro, não me importo nada’ quando na verdade me importo - e bastante -, é com grato prazer que informo que se acabou a mama. ‘Não’ tornou-se a minha palavra preferida. Libertei-me. Dei o grito do Ipiranga. Pronto.

ANTES
Amiga/o: queres vir comigo n sei onde, (porque não me dá jeito ir sozinha/o)?
Eu (pensando, damn it, não, não quero, quero acabar o meu livro): euh...claro, vamos.

AGORA
Amigo/a: queres vir comigo n sei onde, (porque não me dá jeito ir sozinha/o)?
Eu: Não, obrigada. Quero mesmo acabar o meu livro.

Ou, a minha situação recorrente preferida:

ANTES
Amiga/o
: estava a pensar ir passar uma semana a tua casa ( mesmo que não estejas lá e que os teus gatos fiquem stressados com a minha presença). Pode ser?
Eu (cortando os pulsos em agonia antecipada): ah, claro. Yuppi, vai ser tão bom.


AGORA
Amiga/o
: estava a pensar ir passar uma semana a tua casa ( mesmo que não estejas lá e que os teus gatos fiquem stressados com a minha presença). Pode ser?
Eu (com incomensurável satisfação): na verdade, não. Prefiro receber quando estou de férias, para ter a certeza de que tudo corre bem e não gosto de stressar os gatos gratuitamente.

Mai nada!

E, embora ainda haja pessoas a quem não basta dizer não uma vez, mas sim duas ou três, para perceberem que não, não estou a gozar, tem sido cada vez mais fácil fazer cada vez mais o que eu realmente quero fazer e menos o que os outros acham que dá jeito que eu faça para lhes facilitar a vida. Pois que não tenho nada contra o facilitar a vida aos outros, desde que a minha não se torne num inferno por causa disso. Cansei-me de ser palerma, peço imensa desculpa.



Agora é só tentar perceber porque é ser honesto causa tanto prurido a tanta gente. Estavam mal habituadinhos, não era? Temos pena.

Banda Sonora: I'm sorry - Brenda Lee

domingo, 20 de setembro de 2009

Update

Já recebemos os resultados da análise dos tumores de Sasha Margarida. Confirma-se o mastocitoma de grau II, embora dentro do grau II seja um dos menos agressivos. Traduzindo por miúdos: não podemos dizer que está curada, mas podemos encarar o futuro com alguma (e digo bem, alguma) tranquilidade.
Se a minha gorda maluca não rebentar mais nenhuma costura entretanto, dentro de uns 15 dias fará um check up completo, para determinar se existe mais algum foco de preocupação e ver o seu estado de saúde geral, e investigar de onde vem a maldita tosse.
O tratamento dependerá do que os testes encontrarem. Existe a hipótese da quimioterapia mas os seus benefícios no tratamento deste tipo de cancro são reduzidos, sendo a radioterapia o mais eficaz. Claro que, vivendo neste país miserável e sem cultura pelo direito dos animais, não há oferta de radioterapia animal em Portugal.
Mas por ora, na opinião da vet, correu tudo bem, as margens de tecido estavam limpas num dos nódulos e com poucas células no outro, pelo que há pouca probabilidade de recidiva. Não vou tentar o destino começando a falar no Grande Galo Universal, e encarar tudo isto da melhor forma possível. Afinal já tive uma rã perneta, três gatos com tinha, um cão cego...o que é um cão oncológico para mim, certo?

Enfim...


Terminando numa nota de absurdo (assim como quem quer deixar de falar de coisas tristes) há gente muito parva neste mundo. Toca-me ontem o telemóvel. Atendo um número que não conheço (porque tenho sempre a esperança que seja alguém a dizer que ganhei qualquer coisa) e sai-me isto.
Eu: estou?
Criatura: queria falar com o 'sé'. (está foneticamente escrito: sé)
Eu: ah, mas olhe que é engano então...
Criatura: ah... e não é a esposa, não?
Eu:...não, não é a esposa, é mesmo engano seu!
Ora digam-me cá uma coisa: ainda que eu fosse a esposa do imbecil do sé, não seria de imaginar que soubesse o nome do meu marido? Especialmente se ele se chamasse sé, com acento no 'o'. Por amor da Santa!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Dog day afternoon

Para os fãs de Al Pacino, o título deste post já é sugestivo. 'Dog Day Afternoon', de 1975, mostra-nos o nosso cândido Al Pacino a ser vítima do Grande Galo Universal durante um assalto a um banco. Vejam o filme, que é muito engraçado.


Pois eu, não tendo assaltado nenhum banco (não assaltei ainda, porque com a conta que já levo no veterinário é uma hipótese que considero seriamente), também tive uma manhã absolutamente dantesca por causa de Sasha Margarida.


Esta monga achou que estava farta do dreno e toca de o tirar durante a noite. Toca de ir de escantilhão para o vet. Toca de levar na cabeça porque o dreno saiu. Toca de fazer dois raio X, porque, a somar a tudo o que se está a passar, SM está com uma tosse cavernosa. Toca de vestir vestir um avental de chumbo muito pouco sexy e segurar um cão de 39Kgs durante vinte minutos.

Toca de ouvir a vet dizer que a SM tem os pulmões brancos e que na melhor das hipóteses tem líquido, na pior metásteses. Toca de cerrar os dentes para não desatar a dizer palavrões e amaldiçoar o Altíssimo.

Toca de fazer cara alegre quando a vet nos diz 'ah, mas não vamos entrar em pânico...' Claro que não. Pânico, isso é para os maricas!


Toca de largar mais sessenta euros...

(a preços de hoje, esta odisseia da Sasha já vale uma viagem ao México em regime de TI)


Enfim...


Pego no carro e vou para Lisboa. Não sei se alguém já fez a nacional 378 por volta das onze horas, mas só lá andam velhinhos irritantes que não sabem para que serve um acelerador. Deixam-se ir com o vento...tivesse eu uma xaimite e era um vento que se lhes dava, ai isso era.


Chego à estação e constato que perdi o comboio por minutos. Não estando ninguém na plataforma, entreti-me a dizer os palavrões que mencionei acima. Toca o telefone. Era Mummy.

- (Chuif chuif)...ai, esta malvada....

- ó Mãe, mas o que foi?

- (Chuif chuif) A cadela rebentou os pontos, tá tudo aberto.


CERTO!!!!!


Mais um chorrilho de palavrões depois de desligar.

Toca de me meter outra vez no carro, toca de levar com mais velhinhos movidos a carvão, toca de ir buscar Sasha Margareth, muito orgulhosa do gigantesco buraco que arborava no flanco.

Mais um sermão da vet 'ah e tal, que menina mal comportada' mais um anestésico, mais levantar 39kgs de cão para cima da marquesa e segurá-la enquanto era suturada.


E ainda vou ter de fazer o penso em casa e 'substituir-me' ao dreno o que implica pegar numa seringa com soro fisiológico, enfiá-la no buraco superior onde em tempos havia um dreno e despejar o soro lá para dentro, tendo a bela da compressa a postos no orifício de saída para receber o soro e demais porcarias que vão sair dali. Ou seja, amanhã, alvorada às 5:30 da manhã!


Pergunto: Sou só eu que acho que há uma conspiração kármica para me enlouquecer?


Entretanto, e como daqui a pouco tenho de ir à farmácia comprar o material de enfermagem para amanhã, queria deixar aqui e já o agradecimento a todos quantos me deixaram mensagens simpáticas no post anterior. Embora não o faça agora, irei responder.

Ah, sim, aos anónimos chinocas que já me começam a enervar desejo que se auto-empalem no primeiro poste que encontrarem. Desenho em mandarim disponível por email!


E queria acabar numa nota positiva, porque para tristezas já bastam as desta manhã. Uma pessoa muito querida, fez-me uma surpresa para me animar e enviou-me desta foto por email.



Quando eu for despedida ou atingir a falência técnica - a probabilidade é mais ou menos a mesma neste momento -, a Sasha vai ter que dar o corpinho nas Gôndolas para me sustentar.

Obrigada por este miminho, Sandra :)

domingo, 13 de setembro de 2009

Love is...

...ter pavor de cortes e suturas e ainda assim mudar compressas ensanguentadas à nossa cadela recém operada.


É, no meu último post queixava-me de muita coisa: da falta de tempo, da falta de paciência, dos posts que queria fazer...não me quis queixar da ansiedade de saber o resultado da biópsia da Sasha talvez por pensar que não falando sobre isso tudo correria melhor. Não correu. Os nódulos que lhe encontrei na axila e no flanco revelaram-se malignos e menos de uma semana depois Sasha Margareth estava numa sala de cirurgia para extirpar os 'malvados'.

Correu tudo bem, e ela está óptima. Toma 11 comprimidos por dia, tem um dreno e duas cicatrizes enormes, não pode fazer exercício, e está com um ar muito desgraçado, mas felizmente está bem. Não se queixa a fazer o penso - como não se queixou quando lhe picaram o gânglio linfático a sangue frio - e até dá a pata para a ligadura se poder enrolar melhor. Uma valente, a minha gorda. Mais valente do que eu, que estive (e estou ainda) em suspenso até tudo estar resolvido. Temos ainda de esperar a análise dos tumores para saber o grau de malignidade, e se é necessário fazer mais alguma coisa ou se a cirurgia resolveu o problema. Fingers crossed...

São coisas que acontecem. E nunca é só aos outros...

Ainda assim, passamos momentos divertidos. Como uma das suturas já não precisa de penso e está 'ao ar', a Sasha teria de usar aquele antipático funil, que lhe tolhe os movimentos (e nos retalha as pernas), para evitar lamber a sutura. Em alternativa, a vet teve uma ideia brilhante, que funciona às mil maravilhas, embora resulte neste estranho conceito de moda canina:

As suturas são ambas do lado esquerdo e aquele volume que se adivinha no peito são os 10 metros de ligaduras que a enfaixam para ela manter o dreno no sítio. O resto do volume é a massa adiposa do costume... e eu adoro cada um dos 39.200 gramas de banha da minha Sasha Margarida!

Banda Sonora: She - Charles Aznavour

domingo, 30 de agosto de 2009

Inconstância

Admiro as pessoas que conseguem manter uma disciplina na manutenção do blogue e na assiduidade nas visitas. Eu, claramente, não fui abençoada com esse dom. É certo que estive de férias, mas já regressei e o meu entusiasmo com o teclado continua pelas ruas da amargura. Passam-se dias sem que ligue o pc em casa. Não vale a pena arranjar desculpas, simplesmente não me apetece. Nothing personal, mas tenho pouco tempo. Entre ir ao cinema, surfar na net ou ler mais um capítulo do livro, ver uma série ou simplesmente estar com os gatinhos todos ao colo (o que só acontece se estiver estiraçada no sofá, que chatice!), cheguei a um ponto em que, lamentavelmente, tenho de escolher. Não dá para tudo.


O MEO veio complicar a minha vida substancialmente. Eu assumo que gosto de televisão. ADORO televisão. Adoro as minhas séries, adoro filmes, adoro o canal História e o Nat Geo Wild. Ao domingo à noite, pego no comando e ponho-me a programar todas as gravações da semana. Reparei recentemente que o MEO já começou a apagar programas ainda não vistos, por falta de espaço. Outros, apago eu, porque sei que não vou conseguir ver a tempo, mesmo que me cole ao ecrã até às tantas, o que faria de bom grado se não tivesse esse óbice chamado 'emprego' a consumir-me o espirito (e o tempo, o que é mais grave, a partir das seis e meia da manhã.

Assim, e nos vinte minutos que me restam até ter de ir tratar de outra coisa para fazer render este domingo ao máximo, aproveito para listar algumas das coisas que andam no meu espírito e sobre as quais quero postar proximamente:

- o meu peixe autista

- a união zoofila e um direito de resposta que estou a dever

- 'Animal Hospital' (este dá para vários posts porque falar deste programa implica falar da RSPCA, o que implica falar bem de Inglaterra (e mal de Portugal e outros tantos países em que os direitos dos animais são uma anedota), e ainda do Adam Tjole, que é só o veterinário mais giro do planeta. Meninas, SIC mulher, 19:30 e aproveitem que esta série ainda é com ele.

- a histeria colectiva que anda aí por causa da Stephenie Meyer e dos seus vampiros e afins da saga Luz e Escuridão. Já não posso ouvir as minhas colegas falar do Edward e da Bella, e raios me danem se não começo hoje o 'Crepúsculo' (o primeiro da saga de quatro, cada um a pesar 1kg) para poder perceber este fenómeno e falar dele com conhecimento de causa. Se eu começar a babar e a suspirar por um vampiro vegetariano (!) como elas fazem day in and day out, por favor, dêem-me um tiro!

Starting tomorrow (espero!) vou tentar incluir um saltinho diário à blogosfera para voltar ao ritmo das visitas e das respostas aos comentários, que tenho andado do mais desleixado. É o calor, a malta fica a carburar muito devagarinho...

E só tenho 7 minutos para arranjar uma música...bonito serviço!
Banda Sonora: Bella's Lullaby
(é da Banda Sonora do 'Crepúsculo'. Já fui infectada também...Damn it!!)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O céu, o sol e o mar

Junte bons amigos e uma pitada de cozinha mediterrânea, com muitas saladas e queijo feta. Misture boa disposição e alegria. Termine com um frappé de café bem forte, e remate com um tradicional Ouzo, a famosa aguardente anisada grega. Ou seja mais cretense e atreva-se a provar o Raki, de travo mais áspero.


Salada Mediterrânea (lentilhas, tomate e queijo feta) e polvo em vinho
Tudo isto com o Egeu a perder de vista, num torvelinho de ondas mornas e caprichosas.


Eis uma das receitas para o estado de 'zenitude' absoluto.


Praia do Hotel Ikaros, Mallia




Creta é uma ilha encantadora. Enorme, cheia de contrastes.
Às cidades da costa oeste, que guardam os encantos de outros tempos, como Chania (diz-se Rania) junta-se o reboliço dos novos centros turísticos no centro este, como Malia e Stalida, onde bandos de ingleses tresloucados dão largas aos abusos conhecidos. Evitamo-los sabiamente, bem entendido, nunca indo para o lado esquerdo do hotel após as 22h.
a caminho de Agios Nicolai

Os cretenses são um povo acolhedor, sempre de sorriso nos lábios, sempre prontos para

pescadores em Chania
partilhar um segredo gastronómico, ou a melhor forma de podar uma oliveira. A oferecer fruta no final de uma refeição. No strings attached. Generosidade como há muito não via.

Aproveitei a oportunidade (you only live once) para visitar o arquipélago vulcânico de Santorini, que fica a escassos 110km de Creta.


Por lá vi a mais encantadora cidade de que tenho memória, Oia (pronuncia-se Ia), na ilha de Tera. O místico azul e branco que associamos sempre às ilhas gregas. Confirmo. Azul e branco alvíssimo, como a bandeira. Combina com o mar, o céu e as nuvens.



Só faltou o incontornável por do sol, que já só apanhei no barco de regresso.






Mas não foram só passeios e relaxing pool, embora sinta grandes saudades dessas tardes de dolce far niente e ávidas leituras que incluímos no programa.



Também houve lugar para a cultura com uma visita ao Palácio de Knossos, que se supunha ter contido o labirinto do Minotauro. Big disappointment: nem vi o bicho, nem achei jeito nenhum às ruinas. Pejadas de gente, claro, e tudo muito pequenino para a fama que tem. Normal, se considerarmos que grande parte da reconstrução foi feita com base nas suposições bizarras do estimado arqueólogo Evans. Fajuto, do mais fajuto que pode haver, só mesmo para a foto, e com pouca convicção.

Por isso, fomos direitinhos ao Museu de Arqueologia, em Heraklion, onde aí sim, pudemos ver alguns verdadeiros artefactos e frescos interessantes. Claro que o GGU (Grande Galo Universal) não podia faltar, e só pudemos ver algumas peças porque o museu está em obras.



Foi tal a frustração que acabámos por afogar a mágoa no Cretaquarium, simpática aproximação ao Oceanário de Lisboa, mas ao qual falta muito para lá chegar. A tranquilidade, para começar. Hordas de barbáricos russos e suas audíveis criancinhas, italianos que mesmo a sussurar nos furam os tímpanos. Não admira que alguns peixes desenvolvam esta brotoeja alérgica, ou acabem a flutuar de barriga para cima no tanque...harakiri por desespero, na certa!


Por tudo o que vivi nesta semana, até desculpo a White por atrasar o voo de regresso mais de 4 horas, e nos fazer chegar a Lisboa às três e meia da manhã. E agradeço também ao handling em Lisboa, que conseguiu superar-se: com um único voo a chegar aquela hora, conseguiu fazer-nos esperar quase hora e meia pela bagagem. Ou seja, o costume por terras lusas. Good to be back, portanto...
E já só faltam três dias para ir trabalhar. Why, oh God, why?!!!
Banda Sonora: Le ciel, le soleil et la mer - François Deguelt

domingo, 9 de agosto de 2009

Anúncio

Nota prévia: Eu sabia que isto ia dar barraca...o 'Anúncio' não foi publicado em tempo devido. Estúpido blogger!
Embora fora de tempo, deixo-o aqui na mesma porque me deu um certo trabalho...
E depois volto, com fotos fresquinhas das férias. Agora não posso, que vou para a praia e ainda tenho de decidir que bikini vestir. Há vidas difíceis...
Gostava de vos anunciar em primeiríssima
Instância, que a minha já confirmada (Yes!!!!)

Recente madrinha,
A que escreve aqui umas coisas,
Só volta a partir de 17/08, isto

Se não lhe sair o Euromilhões
Ou o Totoloto entretanto.
Logo que

Possível

A madrinha

Regressa ao
Activo, para contar


As suas impressões sobre a

Dura semana passada num

Oceânico
Paraíso de
Çinco estrelas
Ão largo da costa grega (aceitam-se palpites :))
Over and out, do Girassol, o novo gato do pedaço!




Banda Sonora: My favourite waste of time - Owen Paul


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pré Anúncio

Como sou muito tótó, e estou com o stress pré férias, preparei um post e enganei-me na publicação, pelo que o mesmo saiu antes do tempo e tive de o retirar até à data de publicação. Se o Blogger não der bronca, sairá no domingo...Espero.
Entretanto, a boa notícia é que a UZ me enviou um email e que já sou madrinha oficial do meu gatinho Girassol :)
Happy! Happy!
Pronto, não roubo mais tempo ao patrão...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O regresso do Grande Galo Universal

Há coisa de três semanas fui a um novo dermatologista. O meu anterior -a quem desculpava a ocasional falta de rigor clínico com o palminho de cara que tem-, decidiu mudar-se para a outra ponta da cidade e, let's face it, tenho mais que fazer! Portanto, arranjei outro mesmo ao lado do escritório. Não é tão giro, especialmente porque é mulher e eu não sou uma lésbica retinta, mas é prático.
Fui lá da primeira vez e trouxe uma pomada, um creme para as mãos, uma loção e um hidratante corporal. Tive de correr quatro fármácias para o encontrar, dado que toda a gente me queria vender a versão 'creme gordo' e não 'creme hidratante'. Há qualquer coisa de sinistro no facto de pedirmos o creme x, 'mas não é o gordo, é o hidratante' e nos darem sistematicamente a versão 'gordo'. Concluí, neste périplo, que a maior parte dos farmaceuticos é surda. Os que não são surdos são simplesmente burros.

Anyways...a coisa não melhorou, e na semana seguinte voltei. Bla bla bla, reacção alérgica, bla bla bla, insectos, bla bla bla...Trouxe outra pomada, e mais um creme, e um repelente de insectos. Don't ask, eu disse-lhe que não tinha sido picada. Por esta hora a minha mesa de cabeceira já parecia uma loja de conveniência, mas tudo bem.


Como seria de esperar, no inicio desta semana continuava na mesma, senão pior. Farta que estou de dizer amén aos não-diagnósticos, resolvi investigar na net e qual Gregory House (sem os olhos azuis e sem barba, felizmente) imprimi uma série de fotos e arranjei duas hipóteses muito verosímeis, na minha opinião de leiga. Diga-se que serei leiga, mas sei ler.

Já munida de argumentos, voltei hoje ao consultório.
Fui recebida com um 'Ui, isso não está nada bom' (no shit?!) e assim que tive oportunidade introduzi um tímido e submisso 'Drª, mas tem a certeza que não é tinha? olhe que eu tive lá o problema dos gatos e eles ainda podem ser portadores...'
'ah, sim, pode ser um fungo...' (considerei o 'pode ser' muito estimulante...)
E eu vá de continuar com os diferenciais, com calma, pois sei que os médicos não gostam de chico espertos: 'mas sabe, uma amiga minha disse-me que viu umas lesões iguais a estas numa pessoa que tinha uma coisa com um nome bizarro (fazendo-me de estúpida....) euh...imp...imp...
-'impetigo'
-'pois, isso' (yuppi, vai dar-me o antibiótico e fica tudo ok)
- 'hum, mas não me parece...' -(WHAT???? as bolhas são iguais às da foto na net!!!!!) -, 'devíamos era fazer uma biopsia '-(WHAT THE HELL?)- 'mas não queria deixar-lhe já uma cicatriz'- (pois, a mim também me parece bem não me picar). -'Vamos experimentar uma combinação de terapias'- (Oh Joy!)

Saí de lá sem diagnóstico definitivo, mas com um receituário para cápsulas anti-fúngicas e mais uma pomada antibiótica. A médica disse que era um antibiótico de nova geração, acabadinho de sair. Benzi-me em pensamento, já a imaginar-me a calcorrear as farmácias da zona à procura do remédio novo de que, provavelmente, ainda não teriam ouvido falar. Mas tive sorte, consegui na segunda que visitei. Mais 39€ para a caixa das almas, consulta não incluida. Era a trilogia Millennium do Larsson, mas não vou dizer nada...

Chego a casa e começo a ler as bulas. E adivinhem para que está indicada a pomada antibiótico? Correct! Para as infecções bacterianas, especialmente o ... impetigo.


Portanto, serei eu que sou chata ou deveria ter cobrado a consulta em vez de a pagar?Assim de repente...



PS: dispenso um cabazinho com um sortido de corticóides a preço de custo. E ainda junto a porcaria do creme antiprurido da marca que começa por 'U' e acaba em 'age' e que me seca a pele, mas que deve ser óptimo para polir o carro.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Coisas que me deixam possessa


Fax enviado à União Zoófila em 14 de Julho de 2009


ASSUNTO: Apadrinhamento do Gatinho Girassol (Ref.2267)

Exmos Senhores,

Sigo à distância o vosso trabalho, que muito admiro (nota minha: ok, admito que o site me enganou). Tenho três gatos e um cão, em alegre partilha de um apartamento. São todos muito felizes e quero retribuir a alegria que me dão ajudando um vosso gatinho. Escolho um apadrinhamento por seis meses, pois tenho esperança de que o Girassol seja adoptado entretanto, mas estarei atenta e findo o prazo tenciono renovar o apadrinhamento, ao Girassol ou a outro dos vossos deliciosos gatinhos.
Em anexo junto a ficha e o comprovativo do pagamento dos primeiros seis meses.
Faço votos para que as vossas campanhas encontrem a sensibilização que merecem e vou desde já contribuir para a sua divulgação.

Felicitando-vos novamente pelo vosso trabalho e pelo esforço na dignificação da vida dos nossos amigos animais , com os melhores cumprimentos,


Duas semanas depois, e com dois emails enviados sem resposta, vi-me obrigada a enviar o email abaixo:


Exmos Senhores,
Julgo não ser necessário explicar a pobre impressão que o vosso silêncio me está a causar.
Não lamento de modo nenhum a contribuição enviada, mas interrogo-me de facto se a minha impressão sobre a vossa instituição não estaria sobreavaliada. Receio bem que sim.
Considero inaceitável a total indiferença com que tratam um donativo e espero que o tempo que não é empregue a responder a um email (o que é uma regra básica da cortesia) seja empregue a zelar pelo interesse dos animais. Infelizmente não o creio, pois a vossa inércia em nada ajuda a vontade que outras pessoas como eu possam ter em ajudar a vossa instituição.
Agradeço que me seja dada uma resposta imediata, e que seja actualizado o site onde o gatinho Girassol continua sem madrinha, o que não é verdade desde há duas semanas.


Se há coisa que me aborrece é que não me respondam quando interpelo legitimamente alguém. Só queria mesmo que me confirmassem a recepção e o tempo que demoraria o processo de apadrinhamento. Além do mais, é para mim inadmissível que uma organização que vive de donativos esnobe quem lhe estende a mão. Não pretendo uma estátua, como é óbvio, mas entendo que um 'obrigado' se impunha. Não para me sentir mecenas, mas para sentir que o meu gesto fez alguma diferença. Aparentemente, não.

Mas, como me estou francamente nas tintas para o staff da União Zoófila e a sua má criação, e estou mesmo é preocupada com os animais que lá estão, apresento-vos o Girassol, o meu afilhado, quer a UZ queira, quer não.


O Girassol foi deixado abandonado numa casa (em conjunto com mais 7 gatos)!
É um gatinho que foi muito mal tratado e por isso é muito tímido e medroso...

Na ficha não consta a sua idade, mas está bem de saúde, já esterilizado, e vive na UZ há onze meses.

Seria um tiro no escuro conseguir que alguém se interessasse por este simpático gatinho, assim como pelos inúmeros companheiros que aguardam dono no gatil da UZ, mas eu tenho esperança. Já conto com dois casos de sucesso entre os apelos divulgados aqui, o que é uma taxa de sucesso de 100%. Espero que esta média se mantenha, e que o caso do Girassol acabe como o da minha querida Matilde, que recolhi da rua, e do Faísca, que não sendo meu também encontrou uma dona supimpa através de um post aqui colocado. Por isso, why not?

A minha ideia inicial era desafiar quem pudesse a apadrinhar um bichinho da UZ, num post recheado de romantismo. Perdi a minha inocência, e a UZ perdeu uma boa oportunidade. É o que acontece a quem não tem cházinho.

Mas os gatos e cães que lá moram não têm culpa e continuam a precisar da ajuda de todos. Provavelmente, daqui a seis meses estarei a apadrinhar outro animal. É a intenção que conta. Faço o que posso...agora é entre mim e os animais. A UZ é só um meio de transporte. Um autocarro muito cheio, de janelas fechadas e com um motorista muito mal educado, mas o único que há, por ora, para chegar ao Girassol.

Obrigada a quem puder ajudar.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Desabafo

Acabei de almoçar no terraço do escritório. Foi um almoço triste. Primeiro, porque que não tinha ketchup para por na minha massa (e eu odeio massa sem nada, ficam a saber. Arroz branco, também só se houver molho. Senão, ketchup para cima. E não pode ser um qualquer, tem de ser Heinz). Foi triste para mim, mas pelos vistos foi ainda mais triste para a minha colega, coitada, que bem tentou puxar conversa, mas em vão. Esqueçam! Há dias em que não me apetece falar, é mesmo assim, não sei porquê e se não tenho justificação para mim, muito menos tenho de a fornecer aos outros. É deixarem-me estar, sossegada; eu agradeço.

Nunca percebi porque é que há pessoas a quem faz impressão estarem caladas um dia inteiro, ou que têm medo de estar sozinhas. Não entendo, mas respeito.
Querem papaguear o dia inteiro? Por quem sois!?... Falem para aí até se vos finar a laringe (só não o façam comigo, por favor).

Não conseguem encontrar conforto interior numa casa sem vivalma? Tenho pena. Mas tenho mesmo, só não é problema meu.

Não conseguem entreter a mente quando não têm ninguém por perto? Tenho ainda mais pena. Eu cá consigo. E (ó Drama! ó Horror!) aprecio esses pequenos momentos de retiro interior. Muito.


Só que agora todos os dias no escritório é isto:
- Ó Barbie*, mas está tudo bem?
- está.
- É alguma coisa do trabalho?
- não, não mais do que o costume...
- Mas é pessoal ? Tá tudo bem? Podemos fazer alguma coisa?
- ....nope.

Hello????

Qual a parte do primeiro 'está tudo bem?, está!!!.' sobre a qual era preciso elaborar?
Irra!


* eu não pedi nada, mas parece que esta alcunha pegou...n percebo porquê, que não sou loura (e muito menos anorética), mas sempre é melhor do que 'A Esfinge', que era um petit nom dos tempos de PGA, onde eu também nunca primei pela simpatia instantânea nem pelas amizades imediatas. Temos pena.


Banda Sonora: Let it rain - Amanda Marshall