terça-feira, 26 de maio de 2009

Casa Nova...

... Para os meus monstros aquáticos. Sim, que eu ainda estou à espera do garboso jóve, inteligente, giraço e bem educado ( e com um rendimento mensal nunca inferior a 3000 euros líquidos mais seguro de saúde e carro de função) que me ajude a comprar uma vivenda com uns poucos de hectares de terreno e um lago com carpas japonesas. E um prado com um ou dois cavalinhos, também.

Ok. Onde é que eu ia antes de partir para a lalaland? ah, sim: parti o outro aquário. Sem comentários...

Tive de realojar Sansão e Dalila de emergência. Não tendo amigalhaços no pelouro da Habitação da CML, tive de mexer o rabo e ir comprar uma casa nova com os meus próprios meios. E porque sou pela verdade: isto que aqui vêem não é um aquário. Não, não. É um contentor para répteis. Ou roedores. Dá para os dois, se bem que seja mau sinal (para o segundo) se estiverem lá dentro em simultâneo.
Sansão e Dalila parecem felicíssimos e nada ralados por estarem num tanque em acrílico que me custou 15€ em vez dos 37€ que me pediram por uma coisinha minúscula de vidro. Com o que poupei já posso comprar mais uma saca de 3Kgs de Purina para os meus monstros peludos, ou, em alternativa, uma linda xanatinha que ando a namorar na estação de metro de Sete Rios há uns dias.
Hum... comida para os gatos....xanatinha....comida para os monstros peludos...xanatinha linda....comida para os glutões ...xanatinha maravilhosa... comida para os ingratos obesos... xanatinha absolutamente divina...comid....xanatinha...xanatinha....xanatinha...xanatinha...
:)

Banda sonora: Build - Housemartins

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ganda lata!


Quebro a minha solene promessa de não vir ao blogue durante o expediente, mas tenho de partilhar a minha indignação.

Venho de uma conceituada gelataria lisboeta, situada nos Restauradores, e cujo nome começa por Venez e termina em iana, onde aportámos para tentar beber um café. Digo, tentar, porque, sumítica como sou, apercebi-me (a tempo) de umas letrinhas ranhosas no cardápio, que rezavam: café 0,85-1,70. Especulámos um momento sobre se o café de 1,70 seria maior ou com cheirinho, e eu a dizer, olhem que não, olhem que não, é o preço de esplanada. Decidimos perguntar:

- 'olhe, faxavore, quanto é o café?'

- 'é €1,70 cá fora'

Silêncio sepulcral. (eu a pensar 'told you so...' mas num disse, que é feio)

A menina ficou ali à espera, enquanto conferenciávamos sobre o pedido, até que perguntou:

- 'então, trago ou não trago?'

Deu-me a veneta:

' - Olhe não traga, sabe porquê? Porque é um escândalo estar a cobrar mais 85 cêntimos para andar mais 5 metros com uma chávena. Pedimos desculpa, mas não queremos.'

Levantámo-nos perante o olhar espantado de um casal de turistas (paguem voces, otários!!!) e voltámos ao escritório para beber o belo do Nespresso do patronato, cremoso, cheiroso...e de borla!

É certo que eu já paguei 6€ por um café, mas era viennois, cheio de natas e toppings e enorme, e eu estava em Paris, no quartier chiquésimo onde cresci, com a Tour Eiffell a 500 metros. E agora ia pagar €1,70 por uma bica vulgar numa esplanada ranhosa e com vista para o metro, não? Tenham mas é juizo!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cabras da minha vida

Que a minha vida é um caos, já toda a gente sabe, de tanto que já aqui me chorei de falta de tempo.

Hoje não é excepção: depois de ter finalmente visitado quase todos os meus blogues favoritos e escrito meia dúzia de comentários tontos, e outro tanto de comentários francamente imbecis, eis que bate a uma da manhã e eu ainda aqui estou, a começar um post que era para ter sido escrito ontem, em substituição de outro que queria postar há dois dias, mas que entretanto passou de prazo e pertinência. O costume, portanto.

Mas não me queria ir deitar sem contar a minha história de cabras.

Para começar, eu gosto imenso de cabras (por esta altura do campeonato, calculo que seja uma surpresa para todos).

A minha infância e adolescência estão pejadas de cabras e relembro com carinho aquela vez em que fui visitar uma quinta com a escolinha e que nos disseram para ter cuidado porque as cabrinhas comiam tudo. Depressa confirmei o facto, pois fiquei sem metade do gelado que levava na mão. Aliás, sem o gelado inteiro, porque depois não me deixaram comer o que tinha sobrado. Maricas!


Anos mais tarde, já moçoila, fui fazer uma mini visita de estudo à Serra da Estrela com os colegas do 9ºD. Pernoitámos em Manteigas, VILA que me é muito querida, e onde, acabadinha de sair do autocarro ao pé do Café Central, encontro o meu tio, de cabra a 'tiracolo'. Abraços e beijos, 'ó menina, segura-me aqui na cabra que eu vou ali beber um copito ao café'. E lá fiquei, de cabra na mão, com os colegas todos a rir, até que se fartaram e se foram embora sem mim. Mas não me importei, que a cabra era giríssima e eu adorava o meu tio.
Entretanto cresci, o meu tio morreu, e já não temos cabras nossas em Manteigas.


Estava resignada doravante a cruzar-me apenas com as cabras ( e seus correspondentes masculinos) de duas patas que foram aparecendo no meu trilho, e que tentei, na medida do possível, erradicar do meu pensamento, quando ontem, ao contornar um furgão estacionado em cima do passeio (lógico), com Sasha Margarida pela trela, dou de caras com... uma cabra. E mais outra, e outra ainda, a saltitar ao nosso lado. Quando dei por mim estava no meio de um rebanho, que tranquilamente atravessava a estrada. É a beleza de se viver no campo. Sasha Margarida, essa inútil de 38 Kgs, meteu o rabinho entre as pernas e ficou a olhar para mim, como quem diz 'Help?'. E a cabra líder, a avaliar a situação 'marro a gorda, não marro a gorda' (a gorda sendo a Sasha, obviamente). Momentos de tensão em Santana City...

Muitos anos com cabras, de duas e quatro patas, ensinaram-me um ou dois truques: ou se ignoram, ou temos de lhes bater. Estava com pressa, por isso empurrei Sasha Margareth o melhor que pude sem correr o risco de deslocar um braço, passei rente à cabra sem olhar para ela, mandei (à cautela) um dos 3 sacos que levava para a minha zona posterior (não fosse ela entusiasmar-se e marrar em mim), e lá desci a rua aos 'esses' com Sasha Margareth, já recomposta e armada em locomotiva, a fugir do dlim dlim dos chocalhos. Bela defensora tenho ali! BAHHHH, dêem-me um chihuahua, que me safo melhor!

Pronto, agora vou reflectir um momento sobre a pertinência deste post, e depois vou dormir.


Banda Sonora:
I'm a Bitch - Meredith Brooks
(claro! era esta ou o 'La Cabra'... sim, o vídeo é um Manga estúpido mas não consegui nada melhor)

domingo, 17 de maio de 2009

Há coisas que me irritam...

Eram dez da manhã de um sábado de aspecto ranhoso, e eu, a pé desde as seis e meia, já tinha ido e voltado de Lisboa, passeado os dois cães, e dado um jeitinho à casa(=tirar a tralha do caminho para a D. Rita poder trabalhar). Faltava-me só comprar comida para os gatos -que, chatos como sabemos que são, se não tiverem Purina não comem-, pelo que passei num instante na Cooperativa Agrícola, o único sítio onde se encontra ração Purina no estúpido concelho. Infelizmente, também se encontram os agricultores, com uma média de idades de 83 anos, meio esclerozados e ainda com uma mentalidade pré-salazarista sobre o papel da mulher e dos mais jovens na sociedade actual.


E porque é que eu estou a atacar os velhinhos indefesos tão virulentamente? pois porque, como em tudo na vida, uma pessoa estúpida não melhora com a idade. Au contraire, eu diria até que se apura.
O caso não foi grave, mas a verdade é que ando farta do chico espertismo e da falta de civilidade.


Estacionei o meu carrinho e dirigi-me à porte de ENTRADA, embora se possa igualmente entrar pela porta de SAÍDA, que é o que toda a gente faz porque:
a) é mais perto do estacionamento, e
b) passa-se à frente de quem respeita a sinalética.
Para não pensarem que eu sou:
a) freak das regras, ou
b) incrivelmente estúpida,
deixem-me acrescentar que a purina se encontra logo à porta da Entrada, pelo que entrar pela porta da Saída seria redundantemente idiota.


Pois que entro, pego na minha Purina e vou para as caixas onde estão três pessoas: duas a ser atendidas e duas a aguardar serenamente que as duas mongas de empregadas se despachassem.
Ah, sim, pormenor, a fila é única. E eu coloquei-me atrás da última pessoa, óbvio, na fila para as duas caixas.
Resigno-me a esperar no mínimo um quarto de hora e vou olhando para os frascos de
Entretanto, vejo um velhinho assomar-se a apostar-se logo quase em cima da senhora que estava à minha frente, que por essa hora já estava na caixa, quase despachada. Começo a antever sarilhos e por isso, quando a monga da caixa pergunta 'quem está a seguir', eu dou o passinho à frente e abro a boca para verbalizar o meu direito ao atendimento.
Mas, de lá de trás o velhinho faz o mesmo e atira com o seu miserável pacote de sementes para o balcão e diz 'SOU EU!' Contenho-me para não lhe atirar com os 1,5 Kgs de ração acima e dizer 'és tu, o cacete ó atrasado mental!', mas digo cortesmente ' tenho a certeza que não é, porque eu vi-o chegar' e pouso a minha ração na caixa.
(dir-me-ão: ai que má, só por um pacote de sementes. Não me interessa. Eu tb só tinha um pacote de ração e pesava mais.)


E o velhinho diz-me: ' o meu carro é aquele azul, o primeiro que está lá fora'. Se calhar entrou lá por trás (pela ENTRADA, portanto) e não me viu.

Shocking!!!
O argumento do século!
(Nota mental: estacionar no centro comercial com três horas de antecedência, ir ao cinema e depois passar à frente na caixa do continente porque estacionei no parque primeiro.)
E eu olho para o velhinho, olho para a monga da caixa que sabe perfeitamente quem tem de atender, mas não se quer meter (CABRA!!!) e digo magnânime (mas firme) 'ouça, tá bem, passe lá à frente se só tem as sementes, para não perdemos mais tempo'
Mas o velhinho é chico esperto, mas orgulhoso. Não quer. Arranca as sementes de cima do balcão e vai para trás, a bichanar mais outro velhinho, que 'ainda se fosse dia de trabalho, agora que tanta pressa ao sábado, há gente assim e assado'
Bom, o que eu queria mesmo era pagar e ir à minha vida, já que, e isto os velhinhos não sabiam, eu tenho aulas ao sábado e já estava atrasada. Não sabiam, nem ficaram a saber que eu digo o que tenho a dizer e não mais do que isso, e não tenho de dar satisfações a quem me quer passar à frente. Só tenho pena é que a deferência que devemos mostrar aos cidadãos sénior, e que eu tento sempre aplicar, não tenha o devido retorno. A civilidade é uma estrada de dois sentidos, certo? Há muita gente que entende que a senioridade é posto. Eu discordo. Sou a primeira a ceder lugar no comboio, a deixar passar nas filas, mas sou eu que ofereço. Agora ficar calada quando me passam à frente, velhinho ou não, era o que mais faltava. Há velhinhos detestáveis, e eu não os apaparico como se nada fosse. Uma pessoa detestável em velho foi seguramente detestável em novo, e deve ter tido tanto respeito pelos velhinhos no seu tempo como têm os automobilistas pelas peões na Avenida da Liberdade.


Por isso, amigo velhinho, pateta e resmungão, temos pena! Entra com o carro directamente para cima da caixa se achares que sim, mas se eu estiver na fila (e sobreviver ao embate), pagas na tua vez!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Quando não dá para mais...

Aproveito o facto da gataria ter enfim acalmado depois do Grande-Prémio-de-Fórmula-Kitty-em-redor-e-por-cima-dos-móveis que tive de gramar durante mais de duas horas e quase me levou à loucura, para confessar que não tenho absolutamente nada para dizer.

Alguém um dia disse: 'sábio o que nada tem a dizer e se cala'. E se alguém se deu ao trabalho de escrever o que o sujeito disse e colocá-lo num livro de citações, é porque alguma razão o senhor devia ter.

Sendo assim, esta seria claramente a minha deixa para ir para a cama!

Mas não vou sem antes vos deixar mais uma pungente interrogação do fabuloso livro das perguntas, o tal cujo autor, o Exmo Gregory Stock, Phd ( o tipo conseguiu tirar uma especialidade e tudo!) pretende ser uma via para o nosso conhecimento interior. O tal livro que, entre muitas outras perguntas débeis mentais, tem esta:

'Concordaria em ficar com uma horrível cicatriz da boca até um dos olhos se dessa forma o seu quociente de inteligência aumentasse quarenta pontos?'



E agora com licença que vou ali buscar a tesoura das unhas e espetá-la na testa. Pode ser que recupere os 100 pontos de QI perdidos só por ter aberto este livro imbecil.
Duas máquinas de roupa para passar e ando a perder tempo com isto. Tenho cada ideia mais parva...

Banda sonora: Breakin' up is hard to do - Neil Sedaka
(Porque ADORO!!!! e então, há azar?! Bem me pareceu que não.)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sol e livros

O sol convidava e por isso aproveitei a hora de almoço para dar um pulo à Feira do Livro. Que bem soube passear entre os stands, folhear livros, tomar nota de uma ou outra editora para visita mais cuidada (=com mais tempo para remexer no caixote das promoções).

Ia com algum receio de não conseguir resistir ao chamamento daquele disparate todo de livros à disposição. Mas foi mais fácil do que eu pensava. Até fui ajudada pelos próprios vendedores a não comprar. Isto porque tenho mau feitio, claro. Porque se não tivesse mau feitio talvez achasse normal estarem a comer dentro do stand. Se não tivesse mau feitio, talvez achasse piada (bom, até achei, na verdade) ao esgar de terror de uma moça que viu a sua tenda invadida por uma dessas criaturas do demo chamada lagartixa e quase teve uma síncope cardíaca em frente a nós, os chatos dos clientes que estávamos a ver a banca. Pena tive eu foi de não conseguir ver a bicha, embora me tenha debruçado bastante...


Se eu não tivesse mau feitio também teria ficado mais cinco minutos a somar aos outros tantos que estive com uma biografia da Madame de Pompadour à espera que o moço, sentado, acabasse de explicar ao telefone o quão aplicado era e que a 'Paula', seja lá quem for a senhora, tinha feito queixa dele porque era uma má pessoa, e que lhe tinha 'saltado a tampa' porque 'prontos, uma pessoa às vezes enerva-se'. Estou contigo, amigo, mas agora vais ter de explicar à Paula porque é que não vendeste o livro...


Se eu não tivesse mau feitio, até teria achado piada a ter de interromper a conversa de dois simpáticos vendedores, absorvidos na má língua e muito espantados por a não sei quantos ter tido não sei que atitude. O meu coração está solidário, mas o que eu queria mesmo era que me dissessem se o livro 'museo del louvre' estava disponível em alguma outra língua decente que não o castelhano, que, e aqui sim, apenas por mau feitio, tenho por princípio não ler. Princípio estúpido, que me impediu portanto de trazer o maldito livro já que, quando finalmente consegui a atenção deles, depois de abanar freneticamente o objecto da minha cobiça em frente ao nariz do moço que estava mais à mão, e deste ter feito o extraordinário sacrifício de olhar para mim, fiquei a saber que não, que só mesmo em espanhol.


Valeu-me o pavilhão do bookcrossing, que foi a única forma de eu sair da Feira com um livro. E 'dado', ainda por cima. Um livro chamado 'The Memory Keeper's Daughter' que me chega de uma mocita de Kirkintilloch, Escócia. Fala de um terrível segredo que um médico escondeu da mulher quando a ajudou a dar à luz os gémeos (um rapaz e uma rapariga) que esperavam e constatou que a menina tinha síndroma de Dawn. Pois que optou por dizer à pobre senhora que a criança tinha morrido e nas 408 páginas há-de encontrar uma forma de sair desta embrulhada. Ou não. Eu depois conto.
O bookcrossing, para quem não saiba ( eu também só percebi bem hoje), é uma corrente de livros. Não é necessário levar nenhum para trazer um, é absolutamente gratuito, podemos entrar e escolher aquele que quisermos, mas temos de o fazer circular quando acabamos a leitura. Ou entregando-o numa entidade filiada no projecto, ou passando a um amigo, ou deixando num banco de jardim para quem apanhar. A ideia é partilhá-lo mesmo.E no site podemos saber sempre o percurso, as impressões das pessoas. Podemos procurar livros disponíveis em vários países também. Se isto não é uma coisa giríssima, não sei o que será!


Mas, mesmo com o meu bestseller americano, frustrada ainda assim por não ter comprado nada na Feira, fui à FNAC e comprei três livros da Nora Roberts por 10€. Pronto!

Banda sonora: The 59th Street Bridge Song - Simon & Garfunkel

sexta-feira, 1 de maio de 2009

D(e)ouro é...

... o silêncio do vale, com a brisa matinal a romper pelos socalcos e a trazer cheiro a rio




... o encanto da estação do Tua, com as suas carruagens abandonadas e gatinhos a cruzar a linha, languidamente, sem pressa nem horários.






... dormir numa cama de princesa e acordar para um pequeno almoço real e d'Outros Tempos


... S. João de Tarouca, com uma visita (muito bem) guiada a mundos antigos


... encontrar um lagarto de cabeça azul no mosteiro de Salzedas!! Não é lindo este animal?

Bons momentos, em animada companhia...

...É D(e)ouro!