terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tcharam!!!!




Ah, esqueci-me do horário...Bolas! A perspectiva de voltar ao Paint - essa extraordinária e altamente evoluída ferramente artística - é demasiado assustadora para os meus pobres nervos. (Amigos designers, tenham alguma indulgência, porque é o melhor que consigo com esta bodega)




Por favor façam de conta que a informação abaixo está com letra mariquinhas e a fundo cinzento, tal como o resto, e anotem o horário da coisa:




de terça a sábado, das 14h às 20h


(excepto dia 11, encerrado não sei bem porquê, mas não se discute com o Município)




Sim, eu sei, Sesimbra fica onde Judas perdeu as botas...



Ciente disto, a todos quantos não possam vir a esta fabulosa mostra de puro talento - que, como toda a gente sabe, é o que me paga as contas ao fim do mês (ha ha ha)- deixo a brochura com todas as telas expostas.


Já depois de ter publicado, e ter maniganciado o estúpido ficheiro dezenas de vezes, é com pesar que anuncio que não consigo aumentar isto. O ficheiro é word, transformado em bmp. Já tentei passar para jpeg, com o mesmo resultado... Se alguém tiver alguma ideia...

Senão, mediante um simpático email, posso enviar em tamanho natural, escassos 6 Mb... ;)


Os que têm o (a) estão disponíveis para venda. Os que não têm também, mas o cheque teria de ser muito chorudo para me convencer a separar deles. ;)




Espero que gostem...




Já agora, se forem aqui vão encontrar disponível em breve um post com o livro de visitas virtual, o qual será carinhosamente impresso com os comentários que quiserem deixar e encadernado para mais tarde recordar.


Se não quiserem estar com trabalho, podem deixar os comments neste que eu depois faço colagem artística, não quero que vos falte nada!




Gratos pela atenção dispensada,


Safira






PS: Pese embora o tom ligeiro do post, fruto da minha extrema boa disposição de hoje, estou de facto muito contente por ter a oportunidade de expor. Nunca pensei que isso aconteceria, e provavelmente não mudará absolutamente nada (o que é bom, não fosse ficar famosa e cortar alguma parte do corpo), mas que é um projecto que acabou por me motivar e animar, isso sem dúvida. E isso, só por si, já é (muito) positivo!


E já agora, queria aproveitar para agradecer publicamente o apoio da Ka, da Vani e da Zabour que me foram acompanhando mais de perto nas minhas euforias e desencantos. Minhas lindas, já vos disse pessoalmente, mas um grande Obrigada!




PPS: Para os corajosos que se quiserem aventurar, terei todo o gosto em fornecer mais detalhes (nomeadamente um mapa para não se perderem!). Bastará para tal contactarem-me por email.

domingo, 28 de setembro de 2008

Dizer 'Não!'...


...é talvez a coisa que menos bem sei fazer. Excepção feita a reparações eléctricas, nas quais sou uma absoluta e definitiva nulidade.


Dizer 'não' custa-me horrores. Ainda que o sim que acaba por sair, fruto do meu sentimento de culpa inato, me custe, na prática, bastante mais.

Chego à conlusão de que careço de um fundamental egoísmo, que é no fundo o que nos protege de sermos a eterna 'lixada'. Eu não tenho essa qualidade. Nunca tive. Sempre fui muito parvinha, e para mim, pensar que outra pessoa podia sair magoada com uma recusa minha, era-me mais insuportável do que saber que eu ia ficar a remoer a imposição durante dias.
É por isso que vou muitas vezes fazer compras que não me apetece ir fazer, que recebo em casa pessoas que não me apetece verdadeiramente receber, que faço coisas que não me apetece fazer e que, basicamente, acabo por viver por procuração, tentando mais não magoar as pessoas de quem gosto, do que propriamente preocupar-me em ser feliz.
A ideia de que uma pessoa solteira e sem filhos tem muito menos responsabilidade ou problemas do que uma casada, com ou sem com prole, é dos mitos urbanos mais estúpidos que se vêem por aí. O casamento, ou a união de facto, conferem um título. Quem vive com outrém, tem uma vida. Quem vive sozinho, não tem. Quem vive sozinho tem mais tempo. Quem vive sozinho tem mais obrigação de tratar dos assuntos de família. Quem vive sozinho pode ficar mais tempo no trabalho. Quem vive sozinho, tem uma vida do caraças! Pois digo-vos eu que às vezes quem vive sozinho quase tem de pedir desculpa por existir e por ter vontade própria.

E é basicamente por estar farta que comecei a dizer não. Disse não ao patrão, que me confundiu com a sua secretária (brincamos, não?!). Disse não a uma prima de Paris, que queria vir cá passar uns dias nos meus últimos cinco dias de férias deste ano, para que lhe mostrasse Lisboa (epá, não me lixem!!!! EU ESTOU FARTA DE LISBOA!!!!), e hoje disse 'não' à minha mãe, que insiste em tratar-me como se eu ainda tivesse dois anos (Argh!!!!).

Se me sinto melhor? Nem por isso. O patrão, está-se nas tintas, que descobriu outro a quem passar o trabalho, mas se for preciso amanhã faz-me o mesmo. A prima deve ter ficado perplexa, mas vem na mesma, só que depois das minhas férias (menos mal, que vê Lisboa sozinha que eu vou estar a trabalhar). Agora custa-me é a minha mãe, que fica com aqueles olhos de cachorrinho e dramatiza até eu só ter vontade de me mandar pela janela. Não consigo perceber porque é que é tão difícil as pessoas perceberem que eu gosto de estar sozinha no meu espaço e que não, não preciso sempre de companhia a toda a hora do dia.
Dizer 'não' é a coisa mais normal do mundo, para toda a gente. O que é certo é que quando sou eu que digo 'não', quase rebenta a terceira guerra mundial. Causa estranheza que eu vá contra corrente. Está tudo muito mal habituado, é o que é, mas não há nexexidade, que eu chego para tudo. Mas para isso, primeiro, tenho que chegar para mim. Sei que não é fácil; da última vez que me mostrei francamente aborrecida com alguém e o assumi, custou-me uma amizade de oito anos. Foi um preço alto. Foi.
Mas quanto não custará uma vida inteira a engolir sapos e a contrariar o nosso eu?

Actualização do estado de saúde do Yurie

A todos quantos manifestaram preocupação e me deram miminhos, o meu muito obrigada!
O Yurie recuperou a mobilidade, apesar de ter ficado definitivamente sem visão. A parte mais triste é vê-lo de cabeça no ar, a tentar orientar-se, em vão, e simplesmente ir em frente e bater em todos os obstáculos que encontra.
Como não se consegue orientar, ladra para obter o que quer, e o difícil agora é perceber quando é que quer ir até à gamela da água, quando é que tem fome, ou se o ladrar é simplesmente para não se sentir sozinho.
Continua a abanar o rabo e a pedir festas :)
Vamos indo assim... um dia de cada vez.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sobressalto


Na segunda feira, apanhei um valente susto com o meu cãozinho velhote. Acordou com os olhos inchados e colados, a gemer e sem reacção a coisa nenhuma. Nem o queijo que ele adora, nem a trela que o deixa histérico mal ouve o seu tilintar. Nada. Não se mexia. O nariz quente, os membros a tremelicar... Fui trabalhar com o coração apertado.

Vários boletins de actualização durante a manhã, a decisão da logística para levá-lo ao veterinário, vários ataques de choro, total desconcentração no trabalho...

A meio da tarde tive o diágnóstico. O expectável: a velhice, o começar da falência de alguns órgãos, neste caso os olhos, que sofreram uma infecção grave vá-se lá saber porquê, mais umas suspeitas de problemas neurológicos potencialmente graves a confirmar com exames. Em suma, as palavras temidas: vão-se preparando.


Ora digam-me lá se uma pessoa se consegue preparar para a perda? Qualquer que ela seja. Por muito conscientes que estejamos, de que tudo tem um fim, nós incluídos, os nossos mecanismos de defesa obrigam-se a pensar noutras coisas. Não queremos que nos chamem à realidade. Não queremos que nos digam 'preparem-se'. Eu pelo menos não queria. Queria olhar para o Yurie e não sentir já o que vai ser a sua ausência. Queria olhar para ele e não ver a sua cegueira, o seu passo trôpego e o seu pelo já ralo e crespo. Como fazia até ontem. Até ontem, o Yurie era cego, velho e sem o pelo sedoso dos seus tempos de glória, mas era o Yurie e ponto final. Não tinha plena consciência da sua mortalidade. Hoje tenho. E tenho medo. Medo de o perder, medo de ter de o perder mais cedo, para lhe evitar sofrimento. Medo de ter de tomar essa decisão.


Tudo isto são projecções a curto ou médio prazo, impossível saber...para já, e felizmente o Yurie recuperou bastante após medicação, e já anda. E come como um alarve como dantes. Temos 3 comprimidos e dois colírios a aplicar várias vezes ao dia e já começou o circo dos remédios, pois, como todo o macho, Yurie Manuel é um péssimo doente e não deixa que se trate dele. Pôr-lhe as gotas então é uma emoção: é tentar acertar com a gota no olho a trinta centímetros de distância, sem nos impressionarmos com o beicinho a tremer e a anunciar o dentinho e o ruido surdo de um rosnar zangado. Esta manhã já me tentou morder, claro. Mas fiquei feliz ao tirar milagrosamente os dedos do caminho dos dentinhos trituradores. E, ao invés de lhe mandar o berro do costume 'és parvo, ou quê?' e fugir a sete pés, voltei a desafiar os caninos amarelados e fiz-lhe uma festa na cabeça. E ele abanou o rabito, ralo e crespo, e deitou-se de barriga para o ar à espera de mais. E vai ter muitas festas, muito mimo, há-de ser o cão mais mimado do mundo enquanto por cá andar. Porque o meu mumu é lindo. Pronto.

domingo, 21 de setembro de 2008

Tic tac tic tac tic tac




Time goes by...so slowly


Time goes by...so slowly




Só mesmo para a diva Madonna é que isto poderá ser verdade...


Tenho o grande sonho de um dia poder viver sem olhar para o relógio. O facto de ser alérgica a metais baratuchos e não ser rica, já me deu uma ajuda nisso, pois desabituei-me de os usar. Claro que se fosse rica, teria certamente um relógio de liga nobre, mas suspeito que, se fosse rica, também me preocupava menos com as horas pois, entre viagens e spas e aulas nos 350 cursos que gostava de fazer, teria pouco tempo para isso....




(momento, volto já. Estrondo imenso na varanda. Tenho de ir ver se nenhum dos gatos caiu ...)


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(Não, estão todos cá. O meu vaso é que já não está onde o deixei ontem. Ahhhhhhh... suspiro de impotência profunda perante a constante adversidade)


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.......


Anyway...


Dizia eu que gostava de não ter de contabilizar todos os minutos do dia para o fazer render.


Que gostava de não ter de falar ao telefone com uma amiga enquanto completo uma transferência bancária e tomo nota de mais um embróglio de última hora para resolver.


Gostava de não ter de compartimentalizar o cerebelo de modo a conseguir ter uma conversa de trabalho enquanto, por outro lado, penso em como posso encaixar um cinema nessa semana.


Gostava de poder parar dois segundos e aproveitar o ADSL do patrão para visitar alguns blogues ao fim do dia, para descomprimir antes de mais uma hora de trajecto, sem pensar que mais cinco minutos é mais um comboio que parte, e é mais um quarto de hora que a Sasha está sem ir à rua.


Gostava de não falar metralês ou comboiês e não saber que se apanhar 'o' das 37, é provável que já não consiga um lugar à janela, e que o Metro passa na Avenida aos minutos 1 e 5.


Gostava basicamente de não estar doze horas fora de casa e não chegar absolutamente estoirada todos os dias e só ter dois dias para recuperar, sabendo que nesses dois dias de liberdade tenho de viver a 100 à hora porque é quando posso jardinar, sair, fazer compras, pintar, ver um filme, isto depois, claro de tratar da roupa, lavar, estender, mudar a areia aos gatinhos, escová-los, arrumar papelada.
Gostava de não ter a sensação que não faço nada, apesar de estar sempre ocupada ou em movimento.


Gostava de não ter de contar o tempo que posso estar no blogue ao domingo, antes da tarefa seguinte. A propósito, já são só mais dez minutos, não vou poder ir visitar ninguém.


Gostava de não ter de fazer ponto de cruz à noite e a correr, e enganar-me nas cores 35 vezes, porque não tenho TEMPO para o fazer de dia. ( a este respeito, sim, já marquei consulta no ofltalmologista...)


Gostava de ser menos o coelhinho da Alice


Gostava de não ter de escolher entre pintar e organizar os meus selos.


Gostava de não ter de escolher entre ir passear e tratar da roupa.


Gostava de não ter de aproveitar as viagens de comboio para ler.


Gostava de não ter de aproveitar os trajectos de carro para ouvir música.


Gostava de poder abrandar este ritmo estúpido que me esgota e que faz com que a frustração seja tanta que depois de completadas as tarefas chatas, só me apetece vegetar diante da TV.






Gostava de não ter de abdicar de mim para conseguir viver...


É só por isso que insisto no Euromihões. Não quero ser rica e viver de luxos faustosos. Estou-me nas tintas para o luxo. Para mim, o luxo é o TEMPO. Queria só ir ao 'prego' onde empenhei o MEU TEMPO e comprá-lo de volta. MEU, MEU, todo MEU. TEMPO a rodos, TEMPO para tudo e especialmente, TEMPO para mim.




Tou atrasada, tenho de ir...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O que é um bom actor?

O que nos leva pela mão ao contar a história, fazendo-nos acreditar que a está de facto a viver? Sim...
O que se transfigura, e renova a cada interpretação? Sim...
O que nos comove, nos faz chorar, nos faz querer gritar 'cuidado!' para uma tela qualquer? Sim...
Todos os acima, e muito mais do que isto.

Mas, para mim, e desde ontem, tenho mais um critério a acrescentar : um bom actor é aquele que permite que reconheçamos a pessoa que serviu de base à sua personagem sem a ter visto previamente e sem ter, à partida, qualquer elemento que permita distingui-la de um qualquer anónimo.

Eu explico. Ontem estava no ‘zapping’. No Odisseia aparece-me um indivíduo a entrevistar uma presidiária no corredor da morte. Não sou mórbida, mas confesso que é um tema que acho interessante. Portanto, fiquei a ver. Durante dois ou três minutos tentei perceber sobre o que falavam, e ouvia a senhora a falar sobre as condições na cadeia, que tinha inimigos e tal, e que nunca mais a executavam, que estava farta da espera. Não havia alusão ao crime dela, nem ao nome. Mas, uns tiques começaram a intrigar-me. Tinha a sensação de já ter visto alguém comportar-se assim, falando com a projecção do maxilar para a frente, fazendo trejeitos com o nariz. A própria cadência do discurso tipicamente americana, com os ‘ya know’ e os ‘fuckin’ a cada três palavras, a excessiva agitação ao falar...

De repente, ela diz ‘espera!’ ao entrevistador, saca de uma escova e começa freneticamente a pentear o cabelo oleoso. E aí, tive a certeza. Fiquei só à espera de ouvir o nome para confirmar.
A senhora chama-se Aileen Wuornos, é uma serial killer e as suas proezas macabras deram origem ao filme ‘Monster’ de 2003. Ela foi magistralmente interpretada pela Charlize Theron. Tão bem que foi a personagem que me levou a descobrir a pessoa real. Isto é brutal...
Confiram: a cara de anjo da Charlize, transformou-se nisto:



E esta é a Aileen Wuornos.

Mas mais do que a caracterização, importa a essência da coisa... Eu já tinha achado o desempenho muito bom, só de observar a Charlize em acção. Mas ela tornou-se mesmo na Aileen. E não se tem consciência disto até ver a dita cuja ao vivo e a cores...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Alguém lá em cima não me grama!

Duas da tarde. Vou finalmente almoçar.
O coelho com mostarda e tomilho crepita no microondas. Retiro-o e pouso o tupperware cheiroso, no lava loiça, enquanto pego no resto da tralha para ir para o terraço. Ouço os colegas exclamar 'ai, ai, ai', um baque surdo e depois 'xii...'.
Viro-me.
No chão, o coelho jaz ainda mais cadáver, numa cama de arroz agulha...
A estúpida janela fechou-se e arrastou o tupperware no processo!
Para além de ficar sem almoço, passei meia hora a apanhar bagos de arroz do chão.
Não acho isto normal!

domingo, 14 de setembro de 2008

Love is in the air

Ando sem tempo para nada. A uma rotina já de si preenchida, onde o estúpido trabalho me tira HORAS preciosas para fazer coisas efectivamente giras, nomeadamente responder aos comentários e visitar os blogues amigos, ainda se junta a prisão domiciliária entre tintas e pincéis. Confesso que andava um pouco deprimida ultimamente, mas, no meio de tanto do mesmo, há uma novidade na minha vida. E, como não ‘caibo’ em mim de contente, apetece-me partilhar.

Sabem quando uma coisa está mesmo debaixo do nariz, e que a vemos ali, ah e tal, ok, que fixe, mas não lhe damos o devido valor? Pois apareceu-me – apareceu não, esteve sempre aqui – um novo amigo na minha vida.
De há duas semanas para cá, a minha vida doméstica alterou-se por completo. A princípio não liguei mas, com o passar dos dias, não pude negar a evidência... Ele instalou-se na minha vida. Por incompatibilidades de horários, nunca posso gozar a sua companhia durante a semana, mas ao fim de semana, cá está ele para me encher a vida de brilho. É tão bom poder contar com ele, a qualquer momento. Saber que posso ligar quando me apetecer… Estou assim…completamente dependente!


O único senão é os gatinhos não gostarem muito dele. As pestinhas estão habituadas ao sossego, na pior das hipóteses canto algumas horas por semana, mas agora estranham o desassossego de portas a abrir e a fechar, o corrupio constante da cozinha para a sala e a ocasional escapadinha até ao meu quarto. Mas espero que consigam habituar-se, porque já não me consigo imaginar a viver sem ele.


E, como estou mesmo, mesmo, mesmo, muito contente por tê-lo na minha vida, aqui fica uma foto em primeira mão.
O novo 'Ele' da minha vida...


A Sasha Margarida e os gatinhos estão na muda. É um pesadelo!...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Metamorfose


Amiga é… passar por uma lagarta e lembrar-se de mim!

A Zabour deu-se ao trabalho de me enviar por telélé uma foto desta lindíssima lagarta. Quando lhe pedi que ma enviasse por email, ela fê-lo nos minutos seguintes. Mas não ficou contente com a qualidade da foto. Por isso, toca de ir buscar a máquina e voltar para o jardim à cata do modelo. Resultou neste primor, que exibo com orgulho e afeição.


Adoro lagartas. Mesmo as da couve, aquelas verdinhas, muito pãozinho sem sal, que andam por ali a roer as folhas. Mesmo as dos pinheiros, que vivem em colónias venenosas. Mesmo as do bicho da seda, graças a quem aprendi a 'amarinhar' amoreira acima com graça e desenvoltura há muitos, muitos anos atrás. (Suspeito que o meu centro gravitacional actual seja menos propício a essas escaladas , mas isso agora não interessa nada...)
Gosto de lagartas, porque me identifico com elas. Desajeitadinhas, discretas e lentas quando saem do ovinho, vão lutando na adversidade, esgrimindo com os elementos e camuflando-se dos predadores até poderem tecer um casulinho que lhes proporcione um espaço seguro onde, concentradas e a salvo de distracções, possam iniciar a metamorfose que as transformará em lindas borboletas.
Somos todos borboletas em potência. E um dia, e nem que seja só por um dia, emergimos do torpor e deixamos a pele velha para trás. Uns emergem mais cedo que outros. Mas os retardatários não são mais preguiçosos ou inaptos. Estão só a apurar a cor...Me aguardem! Quando as minhas asas se abrirem vão ver se tenho ou não razão.

(ai meu Deus...um post optimista. Devo estar doente! ;))
(ah, não, já sei, é o efeito Mamma Mia... O Colin Firth dá-me asaaaaas...)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

curtinha

Vinha eu muito airosa, avenida abaixo, aos saltinhos para não prender os saltos na estúpida calçada, quando ouço um ‘boa tarde!’ao meu lado. Ouvi, mas não liguei. Continuei a andar, e lá estava o ‘boa tarde!’ de novo. E de novo, mas mais alto ‘BOA TARDE!!’.
Virei-me - era manifestamente comigo – enquanto pensava «caraças que já dei barraca outra vez, passei por alguém conhecido e não lhe falei».
Dou de caras com um débil mental que me repetiu, yet again, ‘BOA TARDE!’ aos gritos, ao mesmo tempo que erguia um polegar em sinal de grande optimismo por estar vivo. E repetia:
BOA TARDE!
BOA TARDE!
BOA TARDE!

Não o conhecia de lado nenhum, claro, mas acabei por grunhir-lhe um ‘boa tarde, ok?’, e o homem lá se calou.

Continuei o meu caminho com a convicção de que a minha vida não é normal...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Mimo a mais

A vida está cara. É um facto comprovado. A malta vai poupando onde pode: passa menos tempo nas Mango e afins, já conta as vezes que por mês pode ir ao japonês, já usa detergentes de marca branca e come morenazos (do Lidl) em vez de filipinos. Ora isto, meus amigos, é inaceitável!

Comecei a estudar os meus talões de supermercado, na ânsia de ver o que diabo se passa e cheguei à conclusão que a culpa da minha miséria é, nem mais nem menos, dos gatinhos. Isso mesmo. Os príncipes e a duquesa levam-me à ruína. E porquê? Porque estão mal habituados. Suas Altezas Sereníssimas só comem Purina One. Para os leigos na matéria, o One é horrivelmente caro. Mais caro só as rações amaricadas que se vendem no veterinário ou no Corte Inglês. É certo que é bom, mas a carne argentina também é melhor do que a do talho do Sr. António, e eu não a compro para mim. Logo, como isto não é a Santa Casa, e só eu é que trabalho, toda a gente tem de fazer sacrifícios até sair o estúpido euromilhões ou eu arranjar um tipo rico ( a probabilidade é mais ou menos igual , sendo que o Euromilhões ainda assim me parce mais exequível).
Ora, o apertar do cinto inclui Suas Excelências Gatinhos. Que isto não é o antigo Egipto nem eu não sou vossa escrava!

Decidi desabituar a família real aos poucos. Misturei o One com a gama mais alta do Pingo Doce, que também não é dada, mas sempre me poupava 5€. Mandaram-me comer a mim.
Voltei ao One, quando passados dois dias os croquetes não tinham descido de nível.
Quando acabou o pacote, decidi que, uma vez que não tinham colaborado, iria ser má, e comprei Coshida do Lidl. Nem tocaram.
Activ Pet, do Pingo Doce… nope!
Os olhares de profundo ódio da Nádia trespassavam-me como lanças. Os miados desconsolados de Gato Gil ecoavam-me nos tímpanos. E as piruetas interesseiras de Boris acabavam invariavelmente com um arranhão a mais nas minhas pernas. De criaturinhas amorosas, os meus bébés passaram a vândalos desembestados, a correr desenfreados por cima dos móveis. O meu cavalo de marfinite ficou sem orelhas num destes périplos. Não amei…
Farta de os ver a definhar, e consumida pela culpa, ainda comprei Friskies (que, by the way, é Purina, seus débeis mentais!!!). Mas também não resultou.
Ó criaturinhas caprichosas...
Este sábado, após uma incursão de desespero à cooperativa agrícola cá do sítio, logrei encontrar uma ração que traduz uma solução de compromisso: Cat Chow. É Purina, mas custa metade do One. Os gatinhos amaram. A tranquilidade regressou ao lar. Deus existe!
E existe também um ENORME stock de granulados por aqui:


Contas feitas, gastei quase 20€ em experiências gastronómicas felinas. Agora tenho uns 5kgs de ração que vou distribuir pelos gatinhos abandonados das redondezas. Esses ao menos não são esquisitos, pobres bichos...

domingo, 7 de setembro de 2008

Lullaby


‘Tomas pensava consigo próprio que ir para a cama com uma mulher e dormir com ela são duas paixões não só diferentes como quase contraditórias. O amor não se manifesta através do desejo de fazer amor (desejo que se aplica a um número incontável de mulheres), mas através do desejo de partilhar o sono (desejo que só se sente por uma única mulher).’
In’A insustentável leveza do ser’ – Milan Kundera

Verdade?

Pequena reflexão adicional: O que não fica claro na teoria do Milan é se uma vez encontrado o desejo de partilhar o sono, o mesmo inibe o desejo de fazer amor com qualquer outra mulher que não aquela com que se deseja partilhar o sono…no caso do Tomas, aparentemente não, pois apesar de voltar para Tereza todas as noites e partilhar o sono com ela (amá-la, portanto, não é?), fartava-se de frequentar cama alheia durante o dia...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Under pressure...


Sempre gostei desta música dos Queen/Bowie.

Quando o stress aperta, às vezes começo a trauteá-la. Gosto especialmente da parte dos falsetes do Freddie, apesar de não ser fã desta técnica vocal. As pessoas que estão por perto quando eu começo com os falsetes também não ficam grandes fãs.


Comecei a pensar nesta música ontem, após o primeiro telefonema do meu cunhado. Estou a trautear mentalmente esta canção desde que o meu estimado cunhado me ligou ontem e estou há hora e meia presa ao refrão desde o telefonema de hoje:

Cunhado: gaja, tens de me enviar uma foto e a sinopse para a exposição*.

Eu: Hein???

Cunhado: Mas tem de ser hoje ou amanhã, o mais tardar.

Eu: Hein???? HEIN?????HOJE????QUÊ??!!!!

Cunhado: tem de ser para ir para a impressão e sair no boletim municipal

Eu, quase a chorar: ah, tá bem...boletim municipal...ok...claro que sim.


E aqui estou eu, a tentar arranjar um nome para a minha primeira exposição de pintura. Que não tem tema, diga-se de passagem. E para a qual nem sequer tenho os quadros todos necessários. Precisava de 10 a 15. Só! Ha haaha ha Que bom! Se eu arrebanhar todos os que já ofereci só me faltam uns cinco...Tenho três semanas para pintar 5 telas. Espectáculo!!!


Under pressure, eu? Não 'tou nada a ver porquê!


E agora vou fugir. Tenho meia hora para achar um nome e inventar uma sinopse! OH JOY!!


Cunhadinho, às vezes apetece-me estrafegar-te, meu querido. Não te ocorreu avisares-me só um bocadinho mais cedo, não? Às cinco da tarde do dia do deadline é um bocadito em cima. Um bocadito, nada de extraordinário, só um bocadito...
Se sobreviver à hipertensão que me faz palpitar brutalemente a carótida esquerda, voltarei com dados concretos sobre o 'grande evento'. Por ora só sei que vai estar patente algures no concelho de Sesimbra, entre 1 e 31 de Outubro. E que vou ter os meus 'bébés' sozinhos numa sala cheio de pessoas a passar com os dedos bedunguentos por ali e a respirar para cima deles. E se há vândalos? E se me dão cabo de tudo? Argh...taquicardia...inspira, expira, inspira, expira...

A pergunta que se coloca é: porque diabo é que eu me meto nestas coisas????

Se quiserem dar sugestões para um nome para a amálgama de quadros façam.no até amanhã de manhã, acho que ainda posso adendar...Depois divulgo o final.

PS: ainda bem que eu estava deprimida de manhã. Agora estou na vizinhança do coma. Não etílico. Mas acho que chegando a casa trato disso. Jameson, tu e eu, esta noite. Uh baby!!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cidade Luz, nas poupanças



Nem a torre emblemática de Paris escapa à campanha de redução do consumo de energia...

É tradição, a cada nova hora, acender cerca de 20 mil lâmpadas (aprendi hoje no Destak o número...caramba!) durante 10 minutos. É maravilhoso vê-la cintilar. Eu sou suspeitíssima, porque esta Torre está-me na alma. Chorei, claro, da última vez que a vi brilhar. Fiz questão de ir para o Champ de Mars e juntar-me às dezenas de turistas que para ali vão contemplar o espectáculo de perto. É grandioso. Os meus melhores anos foram vividos lado a lado com a Dama de Ferro e amo-a de paixão, por mais estúpido que possa parecer ter sentimentos por uma estrutura metálica. Mas tenho. Faz parte de mim e das minhas melhores memórias.

A partir de 22 de Setembro, o tempo de iluminação vai ser reduzido para apenas cinco minutos. Aplaudo a medida vigorosamente. Ajuda o ambiente e reduz a factura do município, que decerto terá outras prioridades. E condensa o prazer, tornando-o mais intenso. O tântrico é giro, mas olhar 10minutos para uma torre a piscar acaba por ser cansativo...cinco minutos chegam perfeitamente.

E, para que sintam muita, mas mesmo muita inveja minha, esta foto foi tirada à porta daquela que foi a minha casinha em Paris. Era só mesmo atravessar a estrada e calcorrear o Champ de Mars. E depois vêm-me dizer que eu sou isto e mais não sei quê, e que só digo mal de tudo...então uma pessoa vivia aqui e agora está em Sesimbra... A malta que já esteve em Paris compreende certamente o meu absoluto desencanto...sinto-me um bocadinho Calimero, agora!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mais galo...


Ontem o dia começou lindamente. Dia 1... dia de recomeço para muita gente. Dia de enchente nas bilheteiras para os retardatários que não pensaram em comprar o passe mais cedo. Não sou desses. Na sexta feira, como uma linda menina, lá estava a adquirir o meu (caríssimo) título de transporte.


Foi por isso com extrema raiva e fúria incontida que, chegada à cancela do parque da estação de comboios, mexi e remexi na mala à procura do estúpido passe. Não o tinha. Tinha-o deixado na outra mala. Em casa, portanto. ARGH!


Conformada, entrei com um ticket, estacionei e dirigi-me à bilheteira para comprar um bilhete. Como era lógico, estavam filas homéricas. É sempre bom ter de esperar uma hora para conseguir comprar um simples bilhete. É que a fila dos passes ou dos bilhetes para os passageiros que só queiram um bilhete para aquele dia é a mesma! É brutalmente inteligente.


Fora de questão esperar no meio dos desgraçados. Voltei para o carro. Já tinha ouvido dizer que o trânsito estava infernal, por isso fora de questão levar o carro para Lisboa. Tinha de voltar para casa buscar o estúpido passe que não soube saltar da mala do dia anterior sozinho.


Fui fazer o choradinho ao homem do parque:

Eu: ah e tal, comprei o passe mas deixei-o em casa e tenho de ir buscá-lo. Entrei há uns três minutos...mostro-lhe o ticket.

O tipo: ah...chato, mas tem de pagar 30 cêntimos

Eu: bom, tá bem, mas depois devolve-me quando eu lhe mostrar o passe daqui a 40 minutos, certo?

O tipo: não!


GRRRRRRRR!!


Não quis entrar em debate. Achei uma chulice. Tive de pagar a porra dos 30 cêntimos. E confirmo: o tipo não mos devolveu depois. Sacana!
Cheguei uma hora atrasada ao emprego. E com a rabuja monumental. Que só passou quando o Sporting marcou o golo que lhe permite continuar na frente do campeonato. O SPORTING É O MAIOR E O HELDER POSTIGA TB!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

End of story

De vez em quando somos confrontados com escolhas menos inteligentes na nossa vida.
Já fiz muitas. Arrependi-me de muito poucas, pois com todas elas aprendi alguma coisa. Acredito que errar é um meio para recomeçar inteligentemente.
Depois do incidente com o post sobre a Britcom, e as suas repercussões, fiz um pequeno período de reflexão. Pensei em restringir o acesso ao gatil, porque é uma sensação desagradabilíssima ser-se refém do seu próprio espaço. Dei o link a várias pessoas, porque todas me mereceram essa confiança e porque entendi que gostariam de partilhar o meu universo de saudável loucura. Não tenho segredos por aí além, mas os que tenho, obviamente não os escrevo aqui. Sou ingénua, mas não sou completamente idiota. Este é o meu espaço de lazer, e foi com esse intuito que o criei. Aceitei as regras à partida: o que eu escrevo é para ser lido. Como tal, compete-me a mim não ser estúpida, e não julgar todas as pessoas pelos padrões de conduta a que me obrigo. Há um entendimento diferente por parte da pessoa visada. Respeito-o, mas não concordo com ele. Tinha um amigo, no liceu, o Emílio. Uma vez, viu que uma moça estava sentada sem dar conta de que tinha as cuecas à mostra. O Emílio podia ter aproveitado, como estavam, dissimuladamente, a aproveitar os outros rapazes. Não o fez. Foi honesto.
A alternativa a restringir o acesso ao blogue - o que daria um trabalhão imenso, a mim e a quem quisesse continuar a partilhar do espaço, ónus esse que não quero impor a ninguém por causa de um erro de julgamento meu - é apagar o poste, para encerrar o assunto, e moderar o entusiasmo com que escrevo daqui para a frente. Prometo-vos que não se notará grande diferença, pois como se sabe a minha vida é pródiga em situações ridículas por si só. Não preciso de ajuda para arranjar tema.
Que fique bem claro que o apagar não indicia preocupação com os comentários pouco simpáticos que foram feitos e as suspeitas que foram maliciosamente lançadas sobre a veracidade dos meus relatos; estou-me francamente nas tintas. Se quisesse esconder alguma coisa, não fazia este post. Apagava o outro e pronto. Aliás, poderia ter apagado os comentários e pronto. Mas não funciono assim. E as coisas têm a importância que lhes queremos atribuir. Sei quem sou. Isso basta-me. Não estou para me chatear, nem para alimentar mais celeumas. Já retirei daqui a lição que tinha a retirar. Foi-me muito útil, acreditem.
O meu sidemeter indica-me que a minha última mensagem também já foi lida por quem de direito. Se foi bem percepcionada, a pessoa já nem sequer lerá este poste. O meu sidemeter o dirá...Portanto, o poste já serviu o seu propósito. Repito que não o fiz com o intuito de ofender ninguém. E que o mesmo teria passado completamente despercebido, e a pessoa não teria ficado completamente exposta, não fosse ter-lhe dado mais importância do que ele merecia. Mas deixá-lo ficar, com os comentários subsequentes, não seria generoso para com a pessoa que se sentiu ofendida, e que merece ser tratada com respeito, apesar de tudo. Gosto de dar o exemplo. Por isso, e só por isso, vou apagá-lo.
Também vou inibir os comentários a este poste porque quero encerrar o assunto aqui no blogue. Mas, quem quiser, está à vontade para enviar um email com as considerações que entender.