domingo, 26 de dezembro de 2010

à laia de balanço antecipado

Dou-me conta de que nem um post natalício fiz, este ano, e que toda a gente que ainda aqui vem deve pensar 'ché, antipática da mulher, virou ateia e odeia o menino Jesus'. Pois que não é nada disso, mas como a desculpa de que o tempo é pouco faz impressão a muita gente (talvez porque as pessoas a quem faz confusão não passam 12 horas fora de casa, cinco dias por semana, quatro semanas por mês, onze meses por ano), nem me vou dar ao trabalho. Mas espero que todos tenham tido um bom Natal. O meu foi muito bom, graças às pessoas maravilhosas que tenho a sorte de ter à minha volta. Umas mais maravilhosos do que outras, claro, que a vida não é perfeita, mas no meio de 17 pessoas a coisa disfarça e toda a gente se diverte. E sim, recebi presentes giros, mas isso é de somenos. Um pequeno pormenor. E não, não estou armada hipócrita. Eu assumo que gosto da euforia da troca de presentes, dos papéis rasgados a voar por todo o lado, dos sorrisos (mesmo os amarelos quando se recebe um DVD em vez de mais um jogo de PS3. Temos pena, aquilo é caro e faz epilepsia (é uma desculpa tão boa quanto outra qualquer)), e que ficaria triste se não houvesse troca de presentes. Porque isso também faz parte da magia do Natal. Mas... há coisas mais importantes. E a cada ano que passa tenho mais consciência disso. Não sei quantas mais vezes seremos 17 à mesa. Até podemos ser mais. Mas se formos menos, que seja sempre só porque alguém teve um convite melhor. E é isto que é importante para mim no Natal. Estarmos. Fazermos coisas juntos. Mulheres e homens na cozinha, de volta do bacalhau e das batatas, e do polvo, porque há quem não goste de bacalhau e isso tem de ser acautelado, pois claro. Miúdos aos pulos na sala. Os turnos para embalar a benjamim da família, de quem nunca falei aqui, mas que fica para um post mais especial. Porque há uma altura certa para tudo, e há coisas que não se fazem à pressa.
Tenho para mim que a vida é feita de ciclos. Com a partida de Nádia pensei encerrar o blog. Não me estava a parecer que fizesse sentido continuar sem ela. A casa dos gatos está desfalcada para sempre. Por outro lado, o que é que se ganhava com isso? Absolutamente nada. Não pensei desistir de escrever, mas muita coisa mudou. Não só por causa de Nádia. Aliás, muito antes dela partir havia sinais evidentes de autocensura e desgaste criativo por aqui. A vida mudou. Eu mudei. E há já muito tempo que este blogue não tem acompanhado todas as mudanças porque há muita coisa que não me apetece escrever aqui nos moldes em que escrevo actualmente: à pressa, a despachar, conforme posso. Não gosto disso. Mas, neste momento, é o que se consegue. Não há promessas para 2011. Eu gostava muito de manter um ritmo, gostava muito de encontrar tempo para dedicar ao relato das pequenas idiotices que continuam a povoar os meus dias, ao por do sol que vi há bocado, às fotos que não tenho descarregado da máquina (que entretanto morreu, paz à sua alma, venha uma com um mega zoom para eu fotografar as minhas osgas quando elas voltarem a aparecer). Gostava muito, mas não é fácil. E gostava muito de continuar a minha dissertação, mas a cara metade adormeceu no sofá e é a minha oportunidade para mudar a porra do canal História e ver os episódios do House e Anatomia de Grey que tenho em atraso.
O comando é meu!
Êxtase!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Contando até 100, desde ontem...

I had a farm in Africa...
Assim começa um dos filmes da minha vida. ('Out of Africa', para os mais distraídos.Em atenção à quadra natalícia, desta vez passa). Já não vejo aquelas planícies africanas há muito tempo, pois, lamentavelmente, não tenho o filme em DVD. Aliás, o problema não é tanto não ter o filme, é mesmo não ter o leitor ligado ainda...Não sei se ALGUÉM quer porventura fazer algo quanto a isto ainda no decorrer deste século...

Mas, na falta de leitor de DVD, não me posso queixar de falta de cinema. Até tenho uma vida pródiga em filmes. Ontem vi um, negro, em estreia absoluta. Até me senti mal! Foi a comoção, certamente. E também tem uma frase inicial emblemática. Começa assim:
Eu tinha um sofá novo...

Os actores também são muito bons. Bem conhecidos do público em geral, e com uma longa carreira na sétima arte. Sétima? Qual quê! São tão bons que me atrevo a vaticinar-lhes um futuro brilhante na oitava arte. A do transformismo. E não tarda passam de gatos a tapetes de quarto! Ouço dizer que as tigresas estão na moda outra vez e tudo.

O meu lindo sofá (imitação) de pele chocolate que chegou no sábado passado e é, à boa moda de Ebenezer Scrooge, o meu presente do Natal Presente e dos 10 (ou mais, ouvi dizer) Natais Futuros. Furadinho...all furadinho.


Boris, Gil...Behold!!!
Se não vos portais bem... ficais como este!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Carta ao Pai Natal - versão 2010

Dear Santa Klaus,

Imagino que o teu deadline para recepção de cartas seja agora em meados de Agosto, dada a histeria colectiva que anda a despontar cada vez mais cedo. Peço desculpa se venho transtornar a tua rotina, mas eu também sou uma gaja ocupada e a mim também me lixam os planos muitas vezes, portanto agradeço que leias e não estrebuches muito. Não te preocupes que não venho pedinchar nada de especial. E só te estou a escrever porque sei que há PESSOAS que vão ler isto e a quem podes subornar (com uma caixa de bombocas) para fazer o trabalho por ti. Sim, que a visão do teu posterior a dar-me cabo da tijoleira da chaminé não me encanta por aí além. Deixa lá estar isso, e mantém também as tuas estúpidas renas longe do meu hibisco! O que eu quero mesmo é que me emprestes um elfo, nem que seja o mais ranhosinho que ande para aí ( desde que não beba, que o meu stock já anda baixo e não preciso de mais ajuda, thank you very much). Preciso que ele faça rondas regulares pelas PESSOAS que podem ler isto, e que a cada hora lhes salte detrás de um lugar insuspeito, e lhes grite uma das seguintes opções:

  • CARTEIRA PRETA
  • VESTIDO DE MALHA (qualquer cor que não amarelo e caqui US marines, por favor. Tamanho M (espero que ainda!))
  • VIAGEM A MALTA
  • VIAGEM A ROMA
  • PEÇA DE JOALHARIA (Não fantasia. J-O-A-L-H-A-R-I-A ) QUE NÃO FIOS OU BRINCOS OU PREGADEIRAS. OUTRAS PEÇAS!
  • MALINHA DE ÓLEOS VAN GOGH ou REMBRAND
  • PACOTE DE AULAS PARA NERO AUGUSTO: 'COMO PERCEBER QUE O RABO DA DONA NÃO É PARA EU MORDER'

Repara que faço isto desinteressadamente. Sou uma gaja generosa e faz-me muita impressão dar trabalho às PESSOAS. Coitadas, têm já tanto com que se preocupar e trabalham muito e essas coisas. Essas queridas PESSOAS que, seguramente, na sua (deles) IMENSA generosidade e ENORME apreço que têm por mim, tudo farão para corresponder aos meus mais profundos desejos emocionais.

Pronto, Santa Klaus, deixo-te na paz do senhor e fico à espera do elfozito. Ele que traga pastilhas para a garganta, para que lhe não falte a voz. É que pode haver PESSOAS a pensar que mobiliário serve de prenda de Natal, e terem de ser relembradas insistentemente que não é assim...