quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Oh Christmas Tree, Oh Christmas Tree, por que não os levas pra longe daqui?




Gostaria de agradecer a quem teve a brilhante ideia de juntar Justin Bieber e Mariah Carey em tão lindo dueto natalício. Tenho pena é que ninguém se tenha lembrado de colocar uma granada de fragmentação no casaquinho dele e outra no fatinho de mãe natal dela (assim houvesse tecido para isso)

Teria sido uma magistral oportunidade de fazer deste mundo um lugar bem melhor.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Christmas nagging

O meu humor natalício anda pelas ruas da amargura. Este ano não me apetece. As simple as that. Deito lojas e presentes pelos olhos, já não posso ouvir falar do menu para o Natal, estou-me realmente nas tintas para que ‘toalha é que vou usar’ e não, não fiz ainda árvore de Natal. Shocking!!! Nem sequer tenho uma árvore de Natal, que a do ano passado desintegrou-se e não foi substituída, por imperativos da minha troika: falta de tempo, falta de guito e a real preguiça. Tenho lá um ficus enorme, sou capaz de lhe por umas bolas. Isto se encontrar a caixa das decorações. Como não me apetece ir procurar, o mais certo é por bolas de algodão e de papel de alumínio. Ou faço como os iluminados que montaram umas “árvores de natal” cheias de lixo à entrada do parque Eduardo VII*, o que me resolvia a falta dos contentores de recicláveis que encomendei há dois meses e não há meio de chegar.
Estou, portanto, com a rabuja do Natal. Isso pode comprometer seriamente os meus planos para o presépio vivo que queria fazer este ano. Nikki fará uma vaca perfeita, ando em conversações com Nero Augusto para ser o burro, e hesito entre Gato Gil ou Boris para fazer de menino Jesus…Eu serei Maria, e hubby, a troco de muita bajulação, acederá a ser José. Temos de entrar, não por tiques de vedetismo, ou sede de protagonismo, mas para segurar a bicheza toda até que alguém (que ainda vou ter de recrutar também) nos consiga fotografar.


* Eu sei que estamos em crise, mas daí até dar (mais) razão à Moody’s e rodearmo-nos de lixo na principal Praça de Lisboa, só para reforçar o estatuto de PIG, não fosse alguém ter entrado no avião errado e depois não saber onde está. ‘Oh, árvores de lixo, hurray! estamos em Lisboa!’, por amor da santa! Mas cabe na cabeça de alguém? A iniciativa, embora louvável noutro contexto, como decoração de Natal resulta numa coisa horrível e deprimente. Safira dixit! Ai que pena não ser eu a mandar nisto tudo…

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Estou quase lá

É só ter mais um pouco de paciência para descobrir como raio faço para por a foto a ocupar TODO o cabeçalho e já não mexo mais. Por ora. Também não estou satisfeita com o amarelinho do título, que o amarelo é uma cor que me inspira muito pouco mas, no espectro disponível para combinar com a cor do sofá e o pelo dos gatos, é o que menos nojo me mete. Como diz alguém que muito prezo: há margem para progresso.


Anyways...


Ando a planear uns posts de balanço de fim de ano e de resoluções, mas não sei se será boa ideia publicitar como resolução para 2012 a contratação de um hitman sérvio (ouço dizer que são beras) para liquidar discretamente um ou outro indivíduo que me complica com os nervos. Aceitam-se curricula (ou currículos? agora com o acordo novo não sei. Com franqueza I don't f##%& care either)) para ir avaliando candidatos. Dou preferência a quem possua a sua própria carabina com mira telescópica, que ando sem tempo (€€€€) desde que este governo tomou posse.


Mas como estou só na fase do planeamento, ainda não é hoje. Não, não, não. Hoje é dia de ir ao shopping com mamãe, little sister e baby niece. Fui recrutada agora mesmo. Ainda bem que deixei jantar feito para hubby e que não trouxe o stiletto de 20 cm (aquele que me dá cabo dos tornozelos, mas faz uma pernoca sublime. Quero eu acreditar, até porque ficaria olipicamente lixada se me andasse a sacrificar para nada). Infelizmente trouxe o impermeável pele de urso (porque alguém me afirmou categoricamente que ia chover), e será pois uma criatura stressada e encalorada a que irá deambular pela superfície comercial da periferia. Sem lista nem ideias para presentes, e com uma miúda hiperactiva de 10 kgs ao colo, a coisa só pode correr bem!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Get a grip, woman!


ESTE BLOGUE ENCONTRA-SE EM RECONSTRUÇÃO


Contamos voltar à operacionalidade brevemente, assim eu não destrua o PC com o ódio com que estou ao Blogger.


Vou ali tomar um duche e volto mais tarde.



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pão para a boca




(a foto tem o nome do autor de propósito para eu n ter chatices. Não roubei, estou a publicitar, ok? Pronto)




Era um pão bonito. Grande e rude, como só um pão feito com farinha Nacional “Pão Rústico” sabe ser. Tinha uma forma alongada e inúmeros acidentes geográficos na crosta. Fi-lo com todo o carinho que se consegue por no acto de despejar 330 cl de água tépida na cuba da máquina do pão, juntar-lhe meio quilo de farinha (Nacional “Pão Rústico”) e carregar no botão. Fazer pão é um acto de amor, mesmo que não nos matemos a amassar os ingredientes durante uma hora e percamos outro tanto a tirar restos de massa das unhas. Este será um dos poucos casos em que não interessa nada como se chega lá, desde que o resultado seja bom. E que belo era o meu pãozinho! Dourado, cheiroso...enchia a cozinha e o hall de entrada o cheiro a pão fresquinho. Libertei-o da sua masmorra de inox, indiferente ao calor extremo que me ameaçava os dedos, e chamei a assistência em delírio para testemunhar a minha apoteótica conquista. Provámos um pouco, mesmo a ferver e tudo. Estava muito bom o meu pãozinho rústico. Deixámo-lo em cima da bancada, a arrefecer, e de vez em quando eu ia sorrateiramente dizer-lhe olá, e massajar-lhe o ego, chamando-lhe pãozinho rústico mai lindo da mamã. Mimei-o demais, como todas as mães orgulhosas acabam por fazer. Dei-lhe corpo, e depois dei-lhe alma. E da alma lhe nasceu a vontade de ver o mundo. A bancada da cozinha era demasiado pequena para ele. E hoje de manhã fez-se à vida. Apanhou Nero Augusto a jeito e saltou-lhe para a boca. Vi-os aos dois a correr corredor fora. Ainda corri para o resgatar, que venha a primeira mãe que deixa o filho sair de casa sem um aperto no coração.


Mas era tarde. Dele restou um coto mastigado, a metade que consegui resgatar das presas do demo e as migalhas de liberdade do meu pequeno cluster de fibras.
Pãozinho rústico... seu ingrato!


(É só para avisar a assistência entusiasmada que tão cedo não volto a fazer pão!)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tem algum jeito...

...descobrir sem querer quem ganhou o Masterchef Austrália???

E que ainda por cima não foi o nosso candidato favorito?

Raios partam a internet!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Da problemática da condução em tempo de chuva

Não percebo a histeria que parece tomar conta dos automobilistas portugueses quando chove, mas imagino que seja uma questão de solidariedade climática: chove ergo liquefaz-se a massa cerebral. É sabido que o condutor português médio já padece, por defeito, do síndroma da idiotice crónica na estrada, mas esta parece agravar-se exponencialmente quando as comportas de S. Pedro se abrem. Porquê? Ignoro. Mas, na minha magnanimidade lendária, sinto-me compelida a ajudar alguns automobilistas mais... hum, como dizer isto de forma simpática..., TÓTÓS PATÉTICOS, a lidar com esse monstro horrível chamado... chuva.

Chegaram-me às mãos algumas dúvidas pungentes às quais tentarei dar resposta adequada:

Assim, Felisbela Anacleta, de Pinhal de Frades, pergunta-me se 'o pedal que está do lado direito se pode usar quando chove'. Sim, Felisbela, confirmo-lhe que o pedal que indica, e a que convencionou chamar-se ACELERADOR, pode ser pressionado com chuva. Idealmente, pode associar o uso desse pedal a essa manete esquisita que tem a meio do habitáculo e que comanda a caixa de velocidades e ir colocando mudanças, o que lhe permitirá andar a mais de 20km/hora e lhe evitará o coro de buzinas de que igualmente se queixou (e que, suspeito, será independente do nível de precipitação).

Já Ernesto Carrapeta, de Pinhal do General, gostaria de saber ‘se não faz mal acender as luzes, tendo em conta o que se ouve dizer da água e da electricidade’. Caro Ernesto, tranquilizo-o: essas coisas redondas chamadas faróis têm um circuito isolado: não há risco de curto circuito, a não ser no seu cérebro, isto se impactar frontalmente com outra viatura pelo facto de andar sem luzes em dia de visibilidade diminuta. É pois seguro - e desejável - que circule com os médios acesos quando chove.

Benedito Salvador da Cunha, da Aroeira, coloca uma questão...bem, que é estúpida, mas a que tenho de responder ainda assim: 'visto que o meu BMW dá 250km por hora, e que me estou a #%#&# fortemente para o estado do piso, posso ultrapassar toda a gente, ainda que alguns carros tenham de ir para a valeta por causa disso?' Lamento, Benedito, mas a cilindrada do seu carro não lhe confere o dom da desmaterialização dos carros à sua frente, de modo que, quando não tiver condições para ultrapassar em segurança, terá de seguir à velocidade de toda a gente (mesmo que vá atrás da Felisbela).

Por fim, o único contributo inteligente. Eliseu Maldonado, ciclista de Vale de Milhaços, pergunta-me se ‘é legítimo atirar pedras aos gajos da Aroeira que passam a rasgar com os BMWs pelas poças de água e me molham todo?’. Eliseu...Não é legítimo, mas pode fazê-lo, desde que o seu tiro seja certeiro. Ligue-me para combinarmos uma hora e irei atrás de si com munições!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Personal Jesus




Gosto muito. Conheci esta versão depois da dos Depeche Mode, aparentemente a original, e acho-a muito mais interessante. Também parece que há uma do Marilyn Manson... vou conferir antes de ir almoçar*, que a visão da criatura pode ter efeito perverso na digestão. Mas dizia eu que acho a versão de Johnny Cash brilhante. Há um je ne sais quoi absolutamente fabuloso na voz quente de Johnny Cash em contraste com o som áspero e tenso da guitarra. Pelo menos eu acho a guitarra áspera e tensa, mas como não sou crítica musical (graças a Deus) posso estar enganada. Errar é humano, e mereço perdão, como aliás merece perdão qualquer pessoa que tenha votado neste governo. Aliás, tenho para mim que o amigo Passos também tem algo de Johnny Cash e também deve ter dito a muita gente lift up the receiver, i'll make you a believer...é isso! Felizmente que o meu telefone estava no silêncio, nesse dia. Graças ao Senhor. Que assim posso dizer mal à vontadinha. (Tenho nada contra o rapaz pessoalmente, só não me agrada ficar P-O-B-R-E por causa dele e dos seus pavorosos amigos. Excepção feita ao ministro Gaspar, que tenho simpatia pelo apelido e pelo sítio onde nasceu. Com tanto sítio para vir ao mundo, tinha de ser patrício da senhora minha mãe. Assim tenho de lhe dar um certo crédito e admitir que possa ser boa pessoa, apesar de tudo)

Bom, não era nada disto que eu queria escrever... Eu só queria firmar aqui a promessa de retomar a carunchosa relação com a minha Admira, que tem estado encostada à estante há demasiado tempo, pois acho que este tum tum tumrum tum tum é perfeito para treinar os meus atrofiados dedinhos, agora mais habituados à manicure (caseira, que isto não está para festas, e já sabemos por culpa de quem) (ai credo, lá estou eu outra vez) do que ao dedilhar das cordas.


Não temei, contudo! prometo não postar qualquer vídeo de demonstração do meu talento na arte da dedilhação que eu, quando não sei, não me armo em esperta e não torturo os outros só porque sim.

(Ah, a fina ironia. Coisa mai linda!)

*fiz bem em não ter almoçado antes. O Marilyn Manson é extremamente feio e o vídeo está pejado de gente feia. E a canção em si não ganhou grande coisa com esta versão.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

mais uma corrida, mais uma viagem

Acordo estremunhada e com a sensação de ter acabado de adormecer. Agradeço mentalmente à magistral insónia que me visitou esta noite e, como Nero Augusto ainda não me está a dar patadas de encorajamento para me levantar e levá-lo à rua, planeio voltar a fechar os olhos e fazer de conta que é fim de semana ou que finalmente o euromilhões came my way e vivo de rendimentos. O toque insistente do relógio e a voz meiga ao meu lado instigam-me a levantar: parece que afinal ainda tenho de ir trabalhar. Ligo o automático. Duche, check. deo, check. creme hidratante e antirugas cuja eficácia ainda requer confirmação, check. Lembro-me de Sasha Margarida, como acontece todas as manhãs. Lágrima. Esqueço-me do eyeliner no processo. Compenso essa ausência mais tarde, aplicando batom de tom duvidoso (sunlight can be so cruel...) já no comboio. Saltamos o pequeno-almoço, que o tempo urge e o meu estado semicomatoso com apenas duas horas de sono não me tornam mais ligeira. No café da estação vejo um éclair e mando a dieta ao ar. Afinal passei metade da noite acordada e já passei uma máquina de roupa. Fuck it! Mereço bem as calorias. A Fiona, uma alma errante (gosto mais do que vadia, rafeira ou outro epíteto aplicável aos pobres animais que não têm casa), aparece de rabo a abanar, por entre as mesas. Hoje não está virada para o açúcar e recusa o bolo que lhe estendo. Ainda assim fica ali, sentada ao meu lado, a receber as festas da praxe. Sabe-lhe bem. A mim também. Ainda lhe limpo o olho, onde uma ramela purulenta prenuncia uma inflamação. Corre bem, que ela é uma querida, e nem se mexe ou tenta resistir. E já são horas de apanhar o comboio que a sessão de enfermagem improvisada atrasou-nos um pouco. Claro que já está uma mastronça no nosso lugar habitual, mas relevo, que não tenho energia para me irritar. O dia começa a clarear. Um pouco antes da ponte o astro rei começa a despontar. É uma bola vermelha que rasga as nuvens escuras e torna o céu iridescente à medida que se vai elevando. Olho para este cenário e sinto-me feliz. Cansada, mas feliz. Passa-me depressa assim que entro no metro. A sensação de felicidade. O cansaço sinto-o bem. Ainda assim, regozijo-me e refestejo os seis golos do Sporting a cada Destak que vejo ser desfolhado. Mais um pequeno alento para as oito horas de lassidão que me esperam. Entro no autocarro e enterro a cabeça nas teorias cinematográficas que tenho de saber de trás para a frente. Realizo que me estou nas tintas para o Eisenstein e para o Bazin. Fecho o livro e olho pela janela. A A5 estende-se até ao fim do horizonte, impiedosa e trocista. Revisito o filme ‘The green mile’ enquanto faço o trajecto da paragem até ao escritório. Começa a chover assim que entro. É um sinal, só pode. E fico assim, meia chocha e sem vontade.

Outra vez.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

De como às vezes é difícil manter a classe


Deve ser bom ser sempre boa cristã. Saber dar a outra face e seguir em frente esfregando a bochecha agredida e sorrir por ser melhor pessoa deve ser uma coisa brutalmente fantástica . Digo que deve ser porque (in)felizmente não fui abençoada com o dom da infinda tolerância, de modos que continuo muito fiel a mim própria, e à forma que considero mais rápida de resolver as coisas, que é cilindrar logo a pessoa que me está a causar entropias. Se eu fosse um personagem de banda desenhada seria com certeza o Thor. Por causa do martelo. Dava-me jeito. Mais jeito do que o lacinho amaricado da Super Mulher, se bem que ela pareça ser uma gaja super cool. Hesito, hesito... Bom, mas ela não tem martelo. O Hulk também dava, mas é um bocado abrutalhado e eu gosto de coisas chiquésimas. É isso que me perde. Ser s'per fina e saber o meu lugar. Que parece mal andar a martelar os pobres de espírito. Por isso é que às vezes, por muito que o meu instinto primário seja partir para a cabeçada automática quando já ando a encher há muito tempo e as pessoas nem ajudadas se tocam, ainda vou conseguindo parar para R-E-S-P-I-R-A-R. O Lamaze teria inveja, digo-vos eu! Respiro tanto, que qualquer dia impludo!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Como perder um cliente em meia dúzia de linhas

Troca de emails com a Bertrand do Campo Pequeno:

'Bom dia,

Gostaria de saber se se encontra disponível na vossa loja o seguinte livro:
MALATO, Maria Luísa, História da Literatura Europeia : Uma Introdução aos Estudos Literários, Lisboa, Quid Juris- Sociedade Editora, 2008

Gostaria ainda de saber se, no caso de o terem em stock, poderei colocar uma reserva, ou efectuar a sua encomenda por esta via, para posterior levantamento.
Desde já grata pela vossa atenção'

Resposta da criatura: 'Não temos o livro em stock, mas poderá haver na loja das Amoreiras'.

((!) Ficamos todos muito contentes por haver essa possibilidade. Está bem de ver que vou mesmo até às Amoreiras ver se há o livro!)

Ia largar o assunto da mão (aliás, a Almedina já tem um email a solicitar este e mais outro. In your face,amigos bertrónicos, são 35 euros a menos nas vendas de hoje!), mas decidi que a mediocridade não pode continuar a passar impune.
Por isso, depois do email para a Almedina (que também não é lá essas coisas, mas na FNAC é certo que não compro mais nadinha), ainda me dei ao trabalho de responder à criatura. Just for fun.

Caro Senhor,

Como deve imaginar, se a loja das Amoreiras fosse uma hipótese que me interessasse teria sido para a loja das Amoreiras que teria endereçado este email.

Escolhi a vossa loja, por duas razões fundamentais: a primeira, a conveniência geográfica e a segunda porque, por momentos, convenci-me de que o negócio da Bertrand era de facto vender livros. Aparentemente, enganei-me, já que depreendo ainda da sua lacónica resposta que não existe possibilidade de encomendar títulos na vossa loja, o que desde já lamento. Assim vai obrigar-me a solicitar o serviço a uma livraria da concorrência que esteja, efectivamente, interessada em vender livros, e não sugerir ao cliente que se dirija a outra loja porque o título
poderá lá estar disponível...

Com conhecimento para o Gerente da loja, claro está.


TEMOS PENA!




quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Podia dizer que só a mim é que acontecem estas coisas mas já vi pessoas serem atacadas por ursos, o que assim de repente me parece bastante mais sério

Andava eu placidamente a tirar fotos no meu último dia de férias no Terra Nostra Garden Hotel, em S. Miguel, Açores, quando me deparo com uma simpática família de cisnes negros num dos lagos. Imbuída do espírito do intrépito repórter da National Geographic, embora equipada como uma reles amadora com a minha estúpida Sony Compact, que leva cinco minutos a disparar, depois de ter levado dez a focar (stupid stupid camera, hate you), decidi (que brilhante ideia!)aproveitar umas pedras dispostas em intervalos regulares para chegar até meio do lago e tirar uma foto da família. Aqui está ela.


Notarão os cisnotos (?) (como raio se chamam os filhotes de cisne? eis uma boa questão, que não me apetece agora investigar, lamento) lá longe, cinzentos, meio desfocados, e globalmente pouco interessantes, e no canto inferior direito, um cisne adulto, assim a atirar para o grandote, de pescoço feito, firme e hirto como a barra de ferro do Professor Alexandrino, e que, vos garanto, me chegou lá do fundo de ao pé dos filhotes até onde eu estava em menos de cinco segundos. E perguntam vocês o que é que o cisne Fitipaldi queria? É bom de ver: pensou que eu lhe queria roubar as criaturinhas piadoras e veio tirar satisfações. Sim, sim, a reles criatura atacou-me! Fincou-me o seu estúpido bico, agarrou-se-me aos jeans e ali ficou a bicar e a esbracejar com as suas estúpidas asas a ver se me mandava ao charco.



A prova, em imagens, cortesia do meu digníssimo esposo, pese embora não ter apanhado os melhores momentos da coisa, preocupado que estava com o facto de eu efectivamente poder cair à água e não ter a máquina na selecção de cena correcta para documentar o momento e gozar-me até ao fim dos tempos.


O que vale é que eu sou uma pessoa extremamente calma. Não entrei em pânico, ciente de que quanto menos ligasse à criatura melhor me correria a vida, apesar de me apetecer imenso dar-lhe uma biqueirada na cabeça. Mas resisti. Estavam ali os pequenitos e ninguém gosta de ver o pai levar uma coça monumental, especialmente duma miúda. Os cisnes também têm sentimentos. E quem sou eu para traumatizar os patinhos feios!


Após umas cinco ou seis bicadas e uns dois ou três valentes puxões nas calças, o estúpido animal lá percebeu que:



a) não me estava a aleijar,


b) eu não lhe ia roubar os estúpidos filhotes,



e lá se acalmou. Aproveitei para voltar rapidamente para a margem, onde uma apoplética mãe ainda me passou um sabonete monumental 'ai parece impossível, tu fazes cada parvoíce, olha se cais à água, bla bla bla, ...és mesmo irresponsável, bla bla bla...'

Posso afirmar, com segurança, que o meu apreço pelos cisnes negros atingiu um mínimo histórico, e que estes estão agora cotados imediatamente a seguir aos indestronáveis gansos no meu top de aves absolutamente anormais*.



*aves que já me causaram prejuízo, a saber: gansos (perseguição furiosa) e pombos (bombardeio indecente numa ocasião em que estava a tocar guitarra e a tentar impressionar a minha parca audiência. Consegui: há que reconhecer que manter um acorde de sol maior com caca de pombo a escorrer dos dedos para as cordas não é para fraquinhos!
















































































quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cantas bem mas não me alegras



Li no ‘Le Figaro’uma entrevista com a primeira dama francesa, e futura mamã do princípe ou princesa do Eliseu, Carla Bruni. Apreciava muito a Senhora Sarkozy nos seus tempos de top model. Ela e a Karen Mulder eram as minhas favoritas, porque me pareciam pessoas relativamentes normais, apesar de extremamente giras e magras. Nunca achei piada à Linda Evangelista, nem percebo a histeria, e a Claudia Schiffer é uma cabra mamalhuda e com um cabelo demasiado espectacular para que eu me digne sequer comentá-lo. Sim, sim, tenho inveja, e depois? Haviam de ter a minha melena extra frizz, e com personalidade própria a ver se gostavam de ver as gajas do cabelo Pantene ou L’Oréal a exibir a cabeleira fluída e dócil. (Pequeno parêntesis: A cena do Pantene Liso e Sedoso, bla bla bla,...NÃO FUNCIONA!)

Anyway, falava a primeira dama de como Nicolas Sarkozy a tinha seduzido nos passeios pelo jardins do Eliseu com os seus conhecimentos de botânica. Aparentemente, o nosso Sarko é um rapaz versado na coisa, e até sabe a nomenclatura latina de várias espécies. Dizia a Carla que pensou ‘Meu Deus, tenho de casar com este homem, ele sabe os nomes em latim das rosas e das túlipas’. Por que razão ele terá querido casar com ela já é mais estranho, cá para mim foi mesmo só para se vingar da ex mulher, que por sinal o encornou com uma grande pinta, mas imagino os diálogos inflamados:





- E aqui à sua esquerda, querida Carrrrla, (és pouco boa, és!) tem a rara tulipa gesneriana, da família das Liliaceae. Não querida, a sua outra esquerda... isso é um maciço de Bambusa Arundinacea (é que era já atrás do bambu, ó boazona!)
- Oh Nicolas, (epá, vejo-te a mexer a boca e a fazer sons, mas não percebo nada do que dizes, homem!) que fantástiq que é isso tudo que me diz! Sinto-me très atraída pela sua pessoa intelectual, sei lá!
- Ah, querida Carrrrla, (tens um rabo pouco bom, tens, filha) o seu cabelo é tão sedoso, de certeza que o unta de Simmondsia chinensis (jojoba), para obter esse brilho e suavidade
- Oh Nicolas, por quem é... (pffff, ca monumental seca, ó homem quero lá saber da porcaria das plantas. Mas olha, gosto do teu Rolex!)
- Ah, que maçada, parece estar com frio - nota da autora: claro que tem frio, a estúpida não tem um grama de gordura. Até grávida é mais magra do que eu, a real cabra!- Vamos para dentro tomar um cházinho de Matricaria recutita (camomila alemã), o que me diz?
- (digo que preciso mas é de um Jameson depois desta injecção!)
- Pardon?
- não, nada, gosto muito de chá, pois é isso (não trouxe foi a viola, senão dava-te música a dobrar)
- Ah, Carrrla... (essas tuas pernas dão-me volta à cabeça, mulher!). Je suis très apaixoné pela sua pessoa física... digo, emocional . Oh Carrlla, épousez-moi!
- Ah, Nicolas, moi, primeira dama? (porra, até que enfim que vem a anilha! Estava a ver que ainda tinha de queimar o jardim para o homem se calar com as plantas!). Ora deixe cá pensar um pouco...olhe, tá bem, pronto, j’accepte! (mas continuo a cantar, que a mim ninguém me cala) - nota da autora: isso é que é pena!



Pindérica da gaja, não querem lá ver! A mandar-nos areia para os olhos. Chama-lhe Botânica, agora. No meu tempo era o bom do Oportunismo, mas agora é Botânica. Deve ser um acordo novo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Viva o Bio!



Sou pelo biológico. Completamente. Por mim usava produtos de agricultura biológica todos os dias. O problema: são estupidamente caros! Portanto não os compro; resigno-me à liga do pesticida e dos adubos e vou rezando enquanto lavo os meus verdes em água corrente, folha a folha, com o rigor possível.


Fico sempre feliz quando algum simpático conhecido dá produtos caseiros à minha mãe, especialmente porque acaba sempre por sobrar algum para mim. E foi assim que foi parar lá a casa a alface que protagonizou o filme de terror de ontem à noite. Pois que o meu plano era fazer uma saladinha de beterraba, alface e queijo feta (pouco!), que as férias fizeram estragos e quase nos ‘enta’ as coisas demoram (muito) mais tempo a ir ao sítio. Pois que saco da alface biológica e começo a depenicar algumas folhas para lavar. De repente, vejo umas patinhas a mexer...meia atordoada pela temporada no frigorífico, uma simpática vespa aparece-me por entre as folhas. Olha que giro, ainda bem que não lhe pus a mão em cima. Mandei-a rapidamente pelo ralo (sim, sim, sou pela vida, mas não de tudo!) e continuei o depenicanço. Olha outra! E mais outra...e ali, outra ainda. Nasciam-me vespas atordoadas da estúpida alface. Um espectáculo. Meti-a no saco, dei-lhe um nó e mandei tudo para o caixote do lixo. Pus azeitonas na salada. A 50 calorias cada uma. Que se lixe. Antes isso do que um choque anafilático se as bichas me acordam e me começam a picar.


Em suma, dêem-me químicos. DDT I love you. Etc.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Curiosity (almost) killed the cat

Boris é, como a maior parte dos gatos, um gato curioso. Curioso e invejoso, porque aparentemente o terraço dos vizinhos é melhor do que o nosso (ok, ok, não me correu bem a jardinagem este ano, vá) apesar de ser exactamente igual em área. Tento ao máximo evitar que eles saltem para o outro lado da cerca, mas acaba por ser quase impossível estar constantemente a vigiá-los. E, como os vizinhos raramente lá estão, acabo por contemporizar e alinhar nas suas ganas exploratórias, até porque não estragam nada e voltam sempre que os chamo (embora raramente à primeira e já me aconteceu ter de me socorrer de engodo (o pacote do leite resulta muito bem)).


Ora, o terraço não é um terraço comum. A meia altura do lado de fora começa uma espécie de telhadinho que faz a cobertura da varanda da sala. Como todos os telhados, tem um declive violento, e telha muito lisa. Uma combinação nada simpática para um gato explorador (e parvo!). Foi na terça feira. Tinha acabado de despir a farpela do trabalho e fui regar as plantas. Deixei os gatos a apanhar ar (os vizinhos não estavam mesmo, e estava um fim de tarde tão bonito) e fui à minha vida. Calculei que passassem para o terraço do vizinho, mas não me preocupei muito, não vem grande mal ao mundo e também é por pouco tempo.


Daí a pouco aparece Gato Gil a miar. Oh-oh! Gato Gil nunca é o primeiro a aparecer, muito menos de livre e espontânea vontade. Fui ver do outro. Não vi nada. Boris não estava no nosso terraço. Chamei. Ouço um ruído estranho, um ‘Scrishhh’. 'Scrischhhh'? 'Scrischhhh' não é o ‘cabum’ das patorras a aterrar na grade de metal que divide o espaço. Depois vem o ‘mmrrrrriaaauuauaauaau’. Gelei... mmrrrrriaaauuauaauaau é mau. É muito mau. Vi logo o que tinha acontecido. Correu-lhe mal o salto de volta e aterrou no telhado. Vou a correr com o coração nas mãos (já vi Gato Gil despencar uma vez, thank you very much), e vejo Boris encolhido, a miar desesperadamente e a escorregar devagarinho para o precipício. Não podia fazer absolutamente nada, não conseguia chegar-lhe sequer! Fiz a única coisa de que me lembrei: voltei para dentro e fui buscar o meu toalhão de banho. Com muito jeitinho, para não despencar também, estiquei-me toda para lhe colocar a toalha de modo a que ele pudesse agarrar-se a ela. O Deus dos Gatinhos estava comigo, e Boris, cujos miados aflitos já se deviam ouvir em Sintra, percebeu o que eu queria que ele fizesse e agarrou-se áquela toalha como um naúfrago a uma corda (ou como eu ao frasco de cornichons quando me dá a febre do vinagre. Whatever works for you).


Consegui içá-lo, são e salvo. Também se salvou da valente tareia que me apeteceu dar-lhe, mas não tive coragem de lhe bater quando peguei nele e lhe ouvi o coraçãozito a mil à hora.


Raio do gato, pá!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Da falta de chá

É uma coisa de sangue e é simples de explicar: não suporto os 'tios'. Aqueles tios cheios de manias, que falam alto e se borrifam literalmente para quem partilha o seu espaço só porque acham que, por terem um Mercedes no estacionamento, são mais do que os outros.


A minha família é de origens modestas. Não fui, de todo, criada em berço de ouro, mas também nunca me faltou nada. A minha irmã e eu fomos as primeiras da família e tirar um curso superior e temos uma vida razoável (tínhamos. Agora temos um Coelho e uma Troika, por isso não sei como vai ser daqui para a frente). Também nunca fomos bombardeadas com playstations ou roupas de marca, não por a minha mãe não nos querer dar, mas simplesmente porque nunca nos passou pela cabeça exigir-lhe fosse o que fosse. Sempre nos foi ensinado que as coisas não caem do céu e o valor do trabalho para as obter. Quero com isto dizer que a minha mãe, por modesta que fosse em recursos nunca poupou no tal cházinho que se dá em casa. E é por isso que eu, por pobre que seja em comparação com muitas pessoas, entro em qualquer lado com a cabeça levantada porque sei comportar-me, mesmo que só tenha cinco euros no bolso. Há coisas que não se compram, e educação é uma delas. A minha mãe é a pessoa mais correcta que conheço. Eu tenho mais mau feitio, mas aprendi o que tinha de aprender com ela, e também me prezo por ser uma pessoa socialmente apetrechada e correcta.



Ora há pessoas que não são socialmente apetrechadas nem correctas. Há pessoas que nem ao estalo lá vão. O que é pena, porque eu não me importava de perder algum tempo a tentar explicar-lhes várias coisas à bolachada. Mas adiante.


Tive oportunidade recentemente de passar um fim de semana numa herdade alentejana, aparentemente muito reputada, pelo menos pela fauna de tios e tiazocas que lá se encontravam. O primeiro pequeno almoço foi logo um remake dos ‘Pássaros’ de Hitchcock. Eu, qual Tippi Hedren, sossegadita a tentar servir-me do buffet do pequeno almoço e vilmente atacada por um bando de tios a passarinhar por cima de mim para conseguir chegar primeiro aos croissants. O hubby também foi cilindrado pela dondoca que decidiu preparar o biberão da cria (a cria com cinco anos, no comment) em cima da mesa do café e toda a gente teve de esperar que ela acabasse, o que levou algum tempo porque a débil mental não conseguia entender o código de cores dos termos: branco, castanho, azul. Não sei se é preciso um mestrado em física quântica para perceber em qual deles estaria o leite...


Se já não há pachorra para tios e tias no ambiente deles, que me esforço o mais possível por não frequentar (tenho medo que se me pegue alguma coisinha má), apanhá-los num ambiente pretensamente zen, é dose. É dose e é um galo do cacete. Porque não acho nada zen ter de levar com uma pirralha aos berros na piscina, no quarto (por azar mesmo ao lado do nosso), na sala de convívio, e tudo isto perante a passividade dos queridos pais embevecidos, quanto a mim perfeitamente incompetentes para a paternidade. Que ser pai não é só repetir ‘sim, princesa’ à cria e continuar a ler o jornal até que o pequeno monstro se canse de gritar pelas estrelitas e chocapics. (Hello??? Estamos aqui a tentar conversar e não nos conseguimos ouvir com a choraminguice da vossa criatura...) Ser pai também é (ou deveria ser) tentar não deixar o pequeno monstro partir uma chávena Villeroy et Boch. Bom, ok, ok, acidentes acontecem a todos, mas há uns acidentes que são tão escusados que até se tornam confrangedores. Um pirralho de cinco anos que tem o seu biberão de leite (nem vou comentar sobre o biberão naquela idade senão não saio daqui) não tem de mexer na louça que não está a utilizar. A mãezinha, em vez de depois dizer 'eu estava mesmo a ver que isso ia acontecer' (querem ver que a culpa ainda foi da chávena!!!) tinha levantado o rabo e tirava-lhe a chávena da mão. Como o rabo também não era pequeno (in your face!), admito que tenha tido dificuldade na rapidez da reacção mas se se a pedagogia preventiva não vai a tempo, então que se use a punição para memória futura. Que tal uma repreensão e obrigar a pequena vândala a pedir desculpa ao empregado? Na pior das hipóteses, pedir desculpa por ela. Nada. Partiu-se? Que se limpe! Estamos a pagar, não estamos? Então sirvam-nos! Um espectáculo.


Curiosamente nós até já tinhamos pago, e até queriamos almoçar sossegados à beira da piscina, mas com aquele chinfrim todo até o McDonalds de Beja acabou por ser o supremo nirvana. Não estava nos nossos planos um fim de semana zen com birras e gritarias no menu. Foi brinde? Dispensávamos.


Como disse no início: Odeio tios. So shoot me.


PS: sou, sou, sou uma cabra insensível e rigorosa. Não gosto de pirralhos mal educados. Para isso tinha levado os cães que obedecem a regras simples e se sentam quietos quando os mandamos sentar quietos. E têm a grande vantagem de ficarem quietos em silêncio, e não incomodar ninguém.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Lisboa no seu melhor

Que Portugal é um país gerido por gente bizarra, já todos nós sabemos. Quem não sabe anda desatento. Ou isso ou vive de rendimentos sociais ou de grandes fortunas e está-se um bocado nas tintas para o que vai acontecendo com quem efectivamente trabalha e contribui para o bolo. Ainda assim, continuamos com pretensões de modernidade e de adesão aos esquemas muito louváveis de outras cidades europeias e agora deu-nos para a preocupação da Mobilidade. Mas Lisboa, à semelhança do nosso novo governo, gosta de inventar: será com certeza a única cidade europeia em que a semana da mobilidade causa entropia a quem já não circula de carro. Lisboa há-de ser a única cidade europeia em que a porra da mobilidade implica a mudança das paragens dos autocarros e uma caminhada extra até meio da António Augusto Aguiar, por sinal uma rua simpática de subir!



Os velhinhos que são passageiros frequentes do autocarro número 7 da Vimeca que, incidently (gosto muito desta palavra), tem como destino um Hospital (!) hão-de achar muita piada a mais cinco minutos a pé e a subir.

Pessoalmente, como tenho uns quilinhos a abater, estou-me um bocado nas tintas, apesar de gostar pouco que me imponham coisas sem me explicarem porquê. O que já não acho tão bem é a Mobilidade ser desculpa para a Câmara arranjar mais uns patrocínios das cervejeiras que montaram uns insufláveis no Parque Eduardo VII e cortaram o trânsito ali, vá-se lá saber porquê. O que é ainda mais irónico é cortar-se o trânsito da rua de onde só saem autocarros, e o utente, se quiser apanhar o autocarro que já lhe custou a vinheta mensal, ter de subir uma rua a respirar o escape dos carros que, justamente, deveriam ser o alvo a abater nesta semana da Mobilidade. Sou só eu ou está tudo doido neste país?



PS: e já mencionei o facto desta nova paragem improvisada ficar mesmo em frente do parque de estacionamento do Ritz, e termos de nos afastar na fila para deixar entrar e sair os carros? Não tinha mencionado, pois não? Pois, mas é o que temos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Estamos muito ralados com isso...

É que fazem cá uma falta!
Ide, ide, apitar quem vos atura as birras!


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Chuva de Verão

Rumar até onde as nuvens estão mais carregadas e o vento sopra morno e forte e ainda assim recusar o guarda-chuva ‘oh, para quê? Não, deixa ficar, também não deve chover nada de especial’. Começar a descer o caminho por trás do Farol do Cabo, com o mar aberto à nossa frente. Gargalhada aqui e ali, com a xanatinha a escorregar nas pedras lisas, e vento, muito vento. Inspirar a maresia e esquecer o mundo.
‘- ui, viste o relâmpago?’ (eu não, não vi nada, a melena sempre nos olhos, e estes fitos no chão, a observar formigas).
‘hum...se calhar voltamos para trás, está a começar a pingar’.
Acordo para o mundo quando S. Pedro decide abrir as comportas do céu. Caminhamos depressa, e de cabeça baixa, mas dois minutos depois já estamos ensopados. O vestido cola-se-me às pernas (felizmente não é branco) e a chuva martela-me os ombros nus. Ainda assim rio. Chegamos ao carro ainda a rir, encharcados, mas felizes... Olho para os carros à volta, cheios de pessoas abrigadas e de caras fechadas (mas secas, é certo). E penso: you don't know what you're missing...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os cromitos

Podia ser um post sobre os novos ministros (especialmente depois de hoje ler alguma imprensa), mas não é. É verdade que os meus cromos também me custam algum dinheiro (ainda ontem foram 35€ em comida, 42€ em vacinas na terça...) mas tenho a satisfação de saber sempre com o que conto: despesa certa e disparates em barda. Estes ao menos não perdem tempo com promessas, fazem logo a porcaria que têm a fazer. Não há surpresas. Não há equívocos, nem voltas trocadas. Sabemos sempre que, chegando a casa, teremos os vidros todos lambidos, mais um buraco no quintal e a buganvília roída. Nos dias bons, claro. Mas também sabemos que quando nos saltam para cima, com colossais lambidelas e a fazer graçolas, não estão à espera de ração extra nem tacho reforçado. Lá em casa temos cães com personalidade - enxertados em corno de cabra, é certo -, mas what you see (and hear) is what you get.


Digo-vos com sinceridade: quanto mais leio secções de política e o calibre de uns e outros a quem estamos entregues, mais gosto dos meus cães. Loucos e insanos que são, têm uma classe e nobreza de carácter do caraças, mesmo despenteados e sem gravata!


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Recordação de férias



A caminho do Cabo Espichel


Um preto e branco a transbordar de nostalgia. Que saudades de não fazer nenhum...

Vem-me à cabeça o Bicycle Race dos Queen. Sorrio. Mas só por breves instantes, que me ocorreu outra do Greatest Hits I. Por alguma obscura razão dou comigo a achar muito menos piada ao pensar no Fat Bottomed Girls.


Vou daqui a pensar que (no meu caso, pelo menos) se calhar um pouco mais da primeira levava a bastante menos da segunda.


E vou daqui já irritada, pois claro!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pontos de vista

Notícia do DN esta manhã:
"IVA sobre electricidade e gás sobe já este ano": "É antecipado para o último trimestre deste ano o aumento da taxa do IVA sobre electricidade e gás natural", afirmou o governante. (o governante é o Ministro das Finanças)

Notícia traduzida do Le Figaro, esta manhã: "François Baroin (Ministro da Economia) exclui uma subida do IVA: “aumentar os impostos e as taxas seria uma “solução de facilidade”". Aconselho vivamente a leitura do desenvolvimento da notícia original aqui.


Não sei… se calhar há uma razão para sermos os débeis mentais da Europa que ganham menos e pagam tudo mais caro que os congéneres europeus. Continuamos a ser os “desenrasca agora, e depois logo se vê”. É, e desde há muito tempo, uma questão de exemplo que (não) vem de cima. Mais grave agora, quando se quer mostrar trabalho depressa; e olha que bem que calha ficar com os louros com os sacrifícios dos que menos podem.
Oxalá me engane, que era muito bom sinal, mas palpita-me que ainda hei-de ouvir muita gente dizer “Sócrates volta, que estás perdoado”.


Até lá, uns conselhos de redução de custos energéticos muito básicos, e que eu também vou adoptar lá em casa:
1) Um tacho = 4 ou 5 refeições.
2) Acabam-se os acompanhamentos cozinhados. Não há a costeleta com arrozinho, nem o peixinho de fricassé com puré. Comida de rancho: Massa com chouriço, arroz de bacalhau, caldeirada, jardineira...tudo o que se conseguir fazer usando apenas um bico do fogão!
3) Acompanha-se com saladas cruas (que também ajudamos os agricultores, já que somos nós que temos de tomar conta disso, também...By the way, onde andas agora, ó Paulinho quero-sande- de-córato-e-justiça-para-os-velhinhos?)

4) Adormecer no sofá com a televisão a trabalhar para o boneco até às tantas? Não pode. Temos sono? Caminha!
5) Sala multimédia com tudo aceso? Não pode! Apenas um electrodoméstico de entretenimento ligado de cada vez. Ou o PC ou a televisão!
6) Música? Pode, mas só ao fim de semana, e não mais do que hora e meia.
7) E banho? Banho, pode. Mas dia sim, dia não, e de água fria no verão.
8) Passar a ferro? Pode. Mas só a roupa que for para sair à rua. Lençóis, toalhas, panos da louça, os boxers, as cuequinhas e demais mariquices? É dobrar muito bem e alisar como se puder.

9) Aspirar? Pode. Mas só uma vez por semana. É usar a swiffer, mas reaproveitando os paninhos.
10) Aquecimento central no inverno? I don’t think so. ‘Tá frio? Temos pena! Mantinhas, que são muito boas. Ou dormir com os cães em cima.

11) Se não resultar: Fazer como fazem as minorias desprotegidas e fazer uma puxada ilegal do poste transformador mais próximo.


Estou mais ou menos na palhaçada, mas preocupa-me deveras a cavalada desenfreada destes senhores a quererem mostrar mais trabalho do que o senhor anterior, custe o que custar, porque obviamente não lhes custa a eles. Amigos, olhai à vossa volta e parai com as fantasias. Sois tão ou mais incapazes do que o Senhor Engenheiro no ir ao cerne da questão. Como diz o ditado, só mudaram as moscas...só que estas, para além do resto, têm um claro problema de definição de personalidade e andam armadas em vespas africanas. Ou deveria dizer angolanas? Se calhar, não, que me corre mal a vida...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tenho um Flautista de Hamelin em casa e não sabia

O meu mais que tudo é um rapaz que, para onde quer que vá, me consegue sempre desencantar avistamentos de bicheza interessante. Ele é corujas, no primeiro dia em que saímos juntos para tomar um café, ainda só amigos (yeah, right...), ele é pirilampos, coelhos, flamingos e até, pasme-se! uma raposa (que ficou a olhar placidamente para nós na beira da estrada. Ora ver uma raposa à beira da estrada às duas e meia da tarde, com trinta graus, meus amigos, digo-vos eu, que não é para todos. É um facto que o bicho não parecia estar em grande forma, o que poderia explicar o que fazia a descoberto áquela hora, mas isso agora não interessa nada). O que interessa é que nunca volto para casa sem ver, pelo menos, um coelhito ou uma ave de rapina (que espero vir a identificar um dia, assim o bicho fique quieto o tempo suficiente para eu lhe tirar a pinta e depois confirmar no meu Atlas da passarada).


Depois de duas semanas de boa vida a observar a fauna das redondezas, estou de regresso ao trabalho (oh joy!) e a única fauna que vejo anda a dever horas ao chuveiro, de modos que desde segunda feira ando com um humor tão rançoso quanto as criaturas com que me cruzo no metro.


Ora o meu amantíssimo esposo, que só pensa em agradar-me, conseguiu ontem surpreender-me com um avistamento extraordinário, quando íamos a sair para jantar (tou deprimida, ok, não me apetece cozinhar!!!). Na verdade, por pouco não me entrava o avistamento em casa. Uma destas!

Depois de uma cobra no tapete, fico à espera de algo ainda mais fixe, tipo um coala no limoeiro. A fasquia sobe, meu caro amigo :) :)!!


(Não, não a matámos, que me opus ferozmente à ideia. As probabilidades de ser um animal perigoso são poucas, a fazer fé nos herpetólogos deste país (medo...) e a bichinha era fofinha... Proporcionamos-lhe um agradável banho de mangueira e dirigimo-la (à mangueirada) para mais verdes pastagens (o quintal do vizinho. Sim, sim, vamos avisá-lo, quando ele voltar de férias...)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vão aumentar o IVA, mas pelo menos continuamos a ter melros



Saúdo com entusiasmo a decisão do Sr. Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, de retirar o melro das espécies cinegéticas e assim revogar a estúpida portaria que nos encheu de tristeza há poucos meses e que previa que os senhores caçadores (esses iluminados que em vez de ler um livro, ou cultivarem-se de alguma forma decente, se divertem a matar animais inocentes mata fora) pudessem matar estes encantadores bicharocos alados.



Apraz-me ver que, afinal, não há só idiotas no novo governo.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Don't quit your day job

Gosto muito do conceito do programa americano While you were out . Adoro o Evan e o John Bruce, e simpatizo com o mau feitio da Leslie Segrete, uma Deusa com a máquina de costura ( que, a seguir ao berbequim, é daquelas coisas que nem sequer vale a pena por-me na mão). E, ainda que os resultados fantásticos não sejam difíceis de obter se tivermos em conta as aberrações que são as salas e quartos a remodelar, ou seja, uma sala vazia será sempre melhor do que aquilo que lá está, o certo é que há ali gente com talento num formato muito divertido. Se calhar o nosso Querido, mudei a casa aprendia ali umas coisinhas, quanto mais não fosse não parecerem um bando de actores mal pagos a tentar fazer humor enquanto pintam paredes. Creepy!


Anyway... Aproveitando que a minha irmã está de férias, ontem deu-me para fazer uma nova adaptação do While You Were Out, a que chamei carinhosamente, e com muito sentido prático: Enquanto estás de papo para o ar no Allgarve e já que tenho de ir todos os dias dar comida ao Sebastião, que é o gato de Satã, porque se fosse um gato normal vinha cá para casa e pronto, aproveito e faço qualquer coisa desse bocado de terra desolado que tens no pátio, nomeadamente um canteiro.


Foi, claro, mais uma ideia peregrina porque, como toda a gente sabe, não sou jardineira, nem arquitecta paisagista, e se vos mostrasse o estado em que está o meu pseudo-jardim toda a gente se começava a rir, mas deu-me para ali. Como até estou de férias, calha bem. Andei parte da manhã a correr os centros de jardinagem da zona, com um entusiasmo que rapidamente esmoreceu: está tudo caríssimo (uma palmeirinha ranhosa a 44€????)! Passei por isso rapidamente do plano mini oásis luxuriante, para pequena horta caseira. Mais um obstáculo, contudo: a estação não é a mais adequada a sementeiras. Meditabunda e profundamente irritada, resignei-me àquela que é, tendo em conta também o jeito que a minha irmã tem para as plantas, a melhor opção: Kalahari revisited: cactus mix. E como tenho dois limoeiros, resolvi dar-lhe um (que seguramente dará limões primeiro do que o que cá ficar; toda a gente sabe que, sempre que tenho de escolher uma coisa, a outra opção é melhor). E como o limoeiro tem tudo a ver com cactos, mas já a contar com isso, espetei ali um mix de aromáticas a fazer a transição. Infelizmente não encontrei nenhum anão de jardim: só para ver a cara dela ia valer a pena.


Feitas as contas, é como o original americano: não sendo genial, qualquer coisa é melhor do que o que lá estava antes. Digo eu...




Behold!!!


Posto isto, aceitam-se encomendas. Faço bons preços!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Será geneticamente herdado?

Anda por aí uma nova estirpe da SIRCFAC (Síndrome da Incapacidade de Resistir a Coisas Fofas que Abanam a Cauda) e lamentavelmente my husband and I sofremos da forma aguda. Menos mal, só se estraga um lar.

Ainda que algumas pessoas da família não partilhem deste nosso entusiasmo, e prefiram designar esta condição clínica gravíssima por (NAQVFBMUC) VSCL ("(Não acredito que vocês foram buscar mais um cão), Vocês São Completamente Loucos") a verdade é que reconsideraram assim que viram Nikki.


Como não derreter quando nos aparece uma coisa destas pela frente?


Nikki é uma menina com cerca de um ano e aceitam-se palpites para a mistura de raças que vai para ali. No abrigo disseram-nos que era cruzada de Terra Nova com Serra da Estrela. Discordamos. Até melhor opinião, há Samoiedo neste cão. O preto talvez venha de Terra Nova, se bem que eu não descarto Border Collie. Vamos ver o que diz a veterinária, mais logo.




Um pouco da história da princesinha: parece que a anterior dona mudou de casa e deixou Nikki e a sua irmã (igual a ela, mas com as patas brancas, e felizmente também já adoptada) na rua. Parece que por lá ficaram à porta durante uma semana ( o que explica os ossos salientes por baixo daquele pelo todo) até que um vizinho caridoso chamou a Bianca para as ir recolher. À inominável criatura que deixou dois animais destes à sua sorte sem qualquer pudor: que lhe faça muito bom proveito a casa nova, e já agora que seja mesmo por cima de uma falha sísmica.


Tivemos a sorte de ver o anúncio da adopção e foi amor à primeira vista. Fomos ao abrigo com Nero Augusto (afinal a companhia era para ele que andava cabisbaixo desde que Sasha partiu) e Nero Augusto aprovou. Estão a aprender a conviver juntos. Nikki chegou tímida, com medo de escadas e de água. Nunca deve ter tomado banho na vida, e escova também é coisa que aquele pelo viu poucas vezes, mas é claramente uma cadela habituada a estar dentro de casa. Porta-se lindamente. O primeiro dia não foi fácil para ela, mas a confiança vai crescendo a cada dia que passa. Ontem já parecia um pequeno cilindro compressor a pedir festas. E hoje de manhã desceu a escada sozinha. Júbilo e boas notícias para as nossas costas! Apesar de leve, não dá grande jeito carregar um metro de cão escada acima e escada abaixo...

É uma cachorra muito esperta e meiga, que trota como um cavalinho, muito graciosa com a sua cauda em panacho.

Ainda não abocanhou nenhum dos gatos, o que nos dá jeito ( e a eles interessa particularmente).

Ainda não me estropiou roupa interior.

Ainda não escava buracos.


"Ainda" é, portanto, o operativo da frase...

A ver como corre...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Do bonito que é ser bonzinho para os mais carenciados com o dinheiro dos outros

Estava ontem a ouvir o nosso novo Ministro das Finanças e a pensar que pelo menos o Kevin Kostner, quando fez de Robin Hood, sempre tinha o factor palminho de cara a seu favor. Tinha uma fatiota um bocado ridícula, ali entre um duende e a fada Sininho, mas era giro e lutava contra o mau da fita. Ora, ao nosso Ministro reconheço-lhe uma voz interessante, e uma cara simpática, mas o meu entusiasmo acaba por aí. Não gosto por aí além de ser etiquetada como um xerife de Nottingham, a quem tem de se esmifrar o mais que se puder, só porque ganho mais do que o vizinho do lado. Não tenho culpa disso. Se lamento as situações dramáticas que se vêem por aí? Com certeza que sim. Mas gosto pouco que escolham as minhas causa de solidariedade por mim. E gosto pouco de ser subcontratada à força para fazer o trabalho de casa de um governo que quer mostrar trabalho depressa antes que acordem todos do estado de hipnose, quando já tenho o meu que me dá trabalho e que me faz suar sangue e lágrimas por cada euro a mais que ganho acima do salário mínimo. Por isso, desculpem lá se protesto contra a fórmula do estúpido imposto. Dizem-me, quase agressivamente, (pessoas que ganham menos do que eu, evidentemente) que está muito bem e que é igual para todos. Não é igual. Num subsidio de natal de 500€, os 50% incidem sobre 15€. Num subsídio de Natal de 1000€, os 50% incidem sobre 515€. É fazer as contas. É igual pagar 7,5€ de imposto extra e pagar 257,5€? Não me parece que seja... Ah, mas é proporcional e tal...a quê? Onde está a proporcionalidade entre uma taxa efectiva de 1,5% do rendimento e uma de 25,8%? Ah, mas podes melhor tu do que eu, que ganhas mais. É a assunção automática. (Abstenho-me de comentar sobre a razão de uns trabalhos serem qualificados e outros não, e sobre noções bizarras como investimento universitário e níveis de responsabilidade e outras minudências dessas). Também o Belmiro Azevedo ganha mais do que eu. E depois? Só porque é rico tem de facilitar-me a vida a mim? Claro que não. Se é a doer, é para doer a todos igual. Não é fixarem uma percentagem de 50% para todos sobre uma base progressiva. Mas pensam que somos todos débeis mentais? Não admira que as provas de matemática sejam a miséria que são, se toda a gente aceita candidamente que o imposto é igual para todos. Existe na sua base a presunção de que quem tem mais tem de pagar mais, o que à partida já é uma negação de igualdade considerável.


E a seguir? Um imposto para constituir um fundo especial para habitação gratuita para as minorias carenciadas? Tenho de levar os cidadãos da etnia com estatuto especial e dia nacional para casa e dar-lhes comida também?

Não é falta de solidariedade, é mesmo falta de paciência para as soluções fáceis de quem não tem agora, - e de quem não teve no passado - coragem de ir à fonte do problema.


Posto isto, vou voltar para a floresta de Sherwood e esconder-me atrás de uma moita, antes que me venham exigir imposto extraordinário para combater a obesidade em Portugal só porque sou (relativamente) magra!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Um milhão de euros


Ou quase. É o que a Christie’s prevê arrecadar no leilão desta obra de Paula Rego. Dirão muitos “que bom, que maravilhoso é ver este nosso país prestigiado com mais um filho da terra a ter sucesso no estrangeiro”. Outros, menos preocupados com reconhecimento além fronteiras de malta que até faz questão de viver além fronteiras e vem cá volta e meia comer sardinhas e beber vinho do Porto e diz que é português porque dá um toque exótico à coisa, são capazes de achar tudo isto uma parolice. I know I do, que não suporto a pintura desta senhora que acho vulgar, na forma e no conteúdo. Mais do que não me dizer nada, choca-me de feios que são os motivos, as figuras, as cores e as mensagens subliminares, na certa inacessíveis a uma amadora de pintura que ainda delira com paisagens impressionistas de há 200 anos. Mas isto é beside the point, o que importa é perceber que delírios grassam no mundo da Arte por estes dias, e quem é que anda a pagar a gente débil mental para nos dizer o que vale ou não vale como obra de arte.

Tive oportunidade de perceber, durante o primeiro semestre do curso de Estudos Artísticos, o porquê do estado miserável a que chegou a Arte, o porquê de um bocado de ferro torcido ou um esborratado digno de uma criança no jardim infantil ser considerado uma obra de arte. Há critérios definidos? Claro que não. Graças à evolução das teorias sobre a Arte e da falta de consenso delas resultantes, convencionou-se em meados do séc. XX, que o melhor é deixar isso a cargo de quem “percebe” do assunto. Ou seja, temos um bando de pseudo-intelectualóides a definir o que é Arte, e o que não é. Porque lhes apetece! Desde que tenham um grau académico, ou estejam no métier, o que eles dizem, vale. Bem... que bom trabalho estão a fazer! E por causa deles, alguém, na sala de leilão, ou ao telefone, vai gastar 800 mil euros para ter esta coisa horrível pendurada em casa, não porque gosta do quadro, mas porque alguém disse que é chic ter um Paula Rego (why, oh God, why?) e porque, por alguma estranha razão, alguém acredita nos pseudo-intelectualóides do mundo da Arte. Farta que estou desses gajos sem gosto, com os seus conceptualismos e vanguardismos e coisas bizarras só porque sim! Vão aprender a desenhar, mas é!
Muito a favor da evolução e do progresso, mas tenho cá para mim que a Arte pressupõe, sempre, algum tipo de talento, alguma predisposição natural para a criação de coisas belas, que a maior parte dos mortais não consegue fazer. Eu cá tenho saudades da quase “divindade” da Arte. Serei bota de elástico, mas a mim não me vendem que uma tela em branco, exposta numa galeria, é uma obra de Arte. Para isso vou ao chinês da rotunda e vejo telas em branco de borla, quantas vezes quiser. Quero lá saber do conceito por detrás da ausência de imagem! Quero lá saber da mensagem! Quero é ser visualmente agradada, quero sentir emoção ao olhar para um quadro, quero ter inveja do dom de quem fez isto ou aquilo. Que inveja posso eu sentir de quem faz coisas sem interesse nenhum? Para além da estupidez de dinheiro que ganha com isso, claro...
Hum... pois...
DAMN IT!

terça-feira, 21 de junho de 2011

a propósito da saída de Villas Boas do FCP (à falta de notícias mais interessantes)



Conversa do treinador do Sporting para a mulher:

‘Então o Villas Boas vai para o Chelsea à má fila? Se eu soubesse não tinha assinado pelo Sporting e ia pedir ao Padrinho o lugar. Já viste, esposa, podias voltar a fazer compras no Via Catarina e ir ao mercado do “Bulhon” e beber o cimbalino no Majestic...’

‘Ó Domingos...Paciência...’

terça-feira, 14 de junho de 2011

Start anew


Por definição, um recomeço é sempre difícil. A máxima é válida para quase tudo. Recomeçar a estudar, quando se esteve muito tempo a matar neurónios com literatura de cordel; recomeçar um programa de exercício físico, depois deano e meio de ronha (e mais dois kgs no rabo); recomeçar a sorrir, depois de um desgosto... E depois há o recomeçar a escrever num blog, quando não o alimentamos durante meses porque se foi perdendo a vontade e por que se foram perdendo os principais intervenientes. Como se recomeça? Devagarinho, com a paciência de que precisa quem perdeu, em oito meses, três animais únicos, embora nem sempre pelas melhores razões, mas com quem se partilharam 14, 11 e 9 anos da vida, e que encheram páginas e páginas de postes deste blogue, agora desfalcado e à procura de rumo.

Pois cá estou eu a recomeçar, devagarinho, um mês e uma semana depois de ter perdido Sasha Margarida, a quem farei a devida homenagem quando tiver um texto digno, e quando conseguir pensar nela sem chorar. Sem pressas. Por ora fica só a intenção de recomeçar. Devagarinho. E porque também se comemoram coisas boas hoje, pareceu-me um bom dia para recomeçar e tentar repor alguma energia positiva nesta coisa lúgubre em que se tornou o tasco. A ver se consigo. A ver...

domingo, 20 de março de 2011

Bike tour

Visto que Sasha e Nero não se compadecem do facto de seus massacrados donos labutarem de segunda a sexta, do nascer ao por do sol, nem compreendem o alcance da palavra 'fim-de-semana', e insistem em fazer palhaçadas às sete da manhã para que os levemos à rua, o que acaba sempre por acontecer porque não se atura aquele cão do demo a dar focinhadas e a babar-nos a cara, a malta levanta-se sempre cedo. E, depois dos cães tratados, fica-se com uma manhã imensa pela frente.
A de hoje foi dedicada à exploração de trilhos no cabo Espichel e arredores, em bicicleta. Equipada a rigor, com o capacete amarelo e preto muito pouco fashion que as regras de segurança me obrigam a usar, lá fui, qual Lance Armstrong de trazer por casa. O percurso pela estrada fez-se bem, não obstante a persistente estupidez dos condutores de automóveis que, vamos dizê-lo, são umas bestas sem consideração. (Amigos, se não podem ultrapassar, esperam. Não adianta buzinar, ninguém se vai mandar para a berma por vossa causa, deal with it. Já muito trabalho nos dá equilibrar o nosso abastado posterior naquele micro selim, não precisamos de pressão adicional, muito obrigada!).
Há muito tempo, se é que não foi a primeira vez, que não pedalava em trilhos. Não é, claro, confortável, mas vale pela ausência de carros, pela tranquilidade e pela beleza das paisagens que se vão descobrindo. Vale pelo encontro com outros determinados ciclistas, que nos cumprimentam com sonoros 'bom dia', aos quais respondemos com igual entusiasmo, enquanto tentamos evitar mais um pedregulho ou uma poça de lama. Vale pelos voos repentinos da passarada que surpreendemos nos campos, e pela brisa que o vento nos cola ao rosto. Vale pela figura ridícula que fazemos a assobiar o mítico tema do Verão Azul até que uma subida mais acentuada nos faça ficar sem pio. Vale pela sensação de orgulho ciclístico, ainda que outras pessoas nos digam laconicamente que há espaço para progresso. Só porque uma pessoa confunde o travão da frente com o de trás. Preciosismos....
Não sei é se os meus glúteos e afins também gostaram destes 40 km mas amanhã já vos digo mais qualquer coisa...

sábado, 5 de março de 2011

É lixado...

...quando nos estamos a divertir e aparece um anormal para dar cabo da festa.
O que vale é que, como diz alguém que eu conheço, há muitas maneiras de esfolar um coelho. Que é como quem diz 'It ain't over 'till the fat lady sings'.
O que basicamente significa: pinguim hoje, urso polar amanhã...

Somos pacientes...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Do flagelo que é o atendimento nos tempos que correm

Tenho para mim que as livrarias deviam adoptar uma nova forma de estar no mercado e partir para um conceito mais automático. Tipo self service, mesmo. Só para evitar que as pessoas sejam atendidas por mentecaptos.
Encomendei um livro na Almedina do Atrium Saldanha. Isto porque me disseram que o tinham em stock. O que omitiram é que o tinham em mau estado. Quando a jovem grunge/gótica aparece com o título, depois de perguntar três vezes o meu nome e se tinha encomendado por mail ou por telefone, como se isso fosse uma coisa extremamente relevante, vejo que o livro tem um dos cantos vincado e três marcas profundas na capa. Torço o nariz, mas vá, o que me interessa é o que está lá dentro e o estúpido título estava esgotado na Bertrand, o que nunca é bom sinal, e eu precisava mesmo dele. Resolvo-me a levar o livro, mesmo esteticamente estropiado, e vou à minha vida.
Quis o destino que fizesse uma paragem ainda no centro comercial e, num compasso de espera, abri o livro para dar uma vista de olhos. O primeiro scritch deixou-me logo preocupada. Mais umas páginas viradas e novo scritch...'Mau, pensei eu, este livro não chega a velho'. Abri nas páginas centrais... e claro, desconjunta-se-me tudo nas mãos. Oh joy!
Volto à loja. A miss strange olha para mim bovinamente quando eu lhe mostro o cadáver do livro, todo ele folhas e capa soltas, e lhe peço, com civilidade, porém com visível ironia, se por acaso não teria um exemplar que não se estivesse a desintegrar. Ai mas que chatice, que frete tão grande para a senhora, que teve de ligar para um tal de Gonçalo, que lhe disse que não, que não tinha. E, oh que maçada, as outras lojas já tinham fechado (às sete da tarde...) e não me conseguia confirmar se havia mais, mas de qualquer forma, 'mesmo que trocasse o livro, ia ter o mesmo problema porque a culpa era da cola usada pela editora'. E eu, já a contar de dez em dez para não lhe partir a cara, perguntei-lhe 'e então o que sugere para resolver a questão?'. Que não pode fazer nada, só trocar por outro livro, porque não devolvem o dinheiro. Explico-lhe com toda a calma que eu não quero a devolução do dinheiro, porque se fiz uma encomenda é porque preciso do livro. Daquele livro. Não de outro livro. Mas que, já agora, queria que alguém se responsabilizasse por vender um produto visivelmente defeituoso. Diz-me a tontinha que me mostrou o livro, e que eu podia ter visto antes de comprar. Não sei se mais alguém concorda comigo, mas eu sempre parti do princípio que uma livraria que se preze vende livros em bom estado e que o incauto comprador o compra de boa fé e não está a inspeccionar as costuras ou as colagens. Mas ali parece que não. Portanto, aproximei-me da mocinha e disse-lhe, com bons modos 'fazemos assim: eu levo o livro comigo, que já o paguei, e deixo uma reclamação e os senhores quando puderem tentam ver se outras lojas têm o título e trocam-me por um exemplar em condições'. A mulher ia-me comendo! 'Mas vai fazer uma reclamação porquê?????' (hello!!!!!'assim de repente, deixe cá ver...porque este livro não está em condições!?') e a moça continou 'mas vai fazer uma reclamação da livraria para um problema que é da editora????' (hello!!! Quem é que me vendeu o mono?). Olhei para ela, já bastante irritada, e disse-lhe ' Ouça (fujam se eu algum dia começar uma frase por 'ouça'), eu encomendei um livro que os senhores disseram que estava disponível para venda. Não disseram 'está disponível, mas a capa está em mau estado'. Não. Não disseram nada. Eu vi uma capa defeituosa. De onde eu venho, este livro está defeituoso. E, se eu fosse dona desta livraria nunca venderia um livro nestas condições. Contudo, estava na disposição de passar por cima do aspecto, mas o mínimo, o MÍNIMO, é que o consiga ler sem perder folhas no processo. E isso não é culpa da editora, é culpa do representante da editora perante o consumidor, que na circunstâncias são vocês. Por isso, sim, vou fazer uma reclamação!'. E fiz, quase dez minutos depois, quando a débil mental voltou com o livro, e me anunciou 'ah, entretanto falei com a gerente e excepcionalmente podemos devolver o dinheiro'. É curioso como os procedimentos mudam quando se acena com uma reclamação. Pois temos pena, que eu, excepcionalmente, até estava com tempo para preencher o papelinho. Agradeci muito à menina, e expliquei-lhe, pela terceira vez, que não estava em causa o dinheiro nem a devolução, que eu queria o livro, simplesmente queria um exemplar em condições, e como não me davam solução, era mesmo a reclamação que eu queria fazer.
Cheguei a sentir-me culpada, perante o ar chocado da moça, quase a achar que devia ser a única ave rara que alguma vez fez uma reclamação da loja. Mas foi só até ter de folhear dois terços do livro até achar uma página vaga. Agora já começo a achar que fui branda demais...
Cereja no bolo: entrego o livro, a moça destaca a folhica e devolve-me, obrigadinha e até sempre (tipo, não voltes cá que me dás muito trabalho). Eu olho para o que ela me devolveu e constato que tenho o original e a cópia. Olho para ela, e devolvo-lhe o original. Ela diz 'ah, não, nós só ficamos com o triplicado'. Eu olho para ela novamente. Ela chama o colega, porque bom, é de facto difícil ler um formulário. O colega confirma que só ficam com o triplicado. Eu digo 'oouuça: eu fico com o duplicado. Os senhores ficam com o triplicado para vocês e com o original para enviar para a inspecção das actividades económicas'. Ele diz 'não, não, a senhora é que tem de enviar'. Eu começo a ler em voz alta o que está escrito em letras garrafais no papel da reclamação: 'este original deve ser remetido pelo prestador de serviço...bla bla bla... não sei, assim de repente parece-me que os prestadores do serviço são os senhores, por isso o original é para vós! O moço capitula. 'Ah, pois é. É que aqui no livro só estão os triplicados (no shit!!!). Se calhar os originais já foram enviados, por isso é que não estão aqui'. É amigo, tu também tiraste folga no dia em que Deus distribuiu a inteligência e ficamos já por aqui...
Em suma, mal posso esperar pelo final da semana quando lá for levantar outro livro, que não estava em stock. Se eu podia anular a encomenda? Podia, mas já agora, levam comigo outra vez!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Natureza mais ou menos morta

Tenho andado a modos que fora de circulação em virtude da minha vida académica me ter consumido a molécula até ao passado dia 17. Mas...acabaram-se os exames!!! Em contrapartida começou hoje o segundo semestre. Ou seja, vai começar tudo de novo. Ihá! Que rica ideia que eu tive, como se não tivesse já sarna suficiente para me coçar.
Mas, enquanto os colegas têm dúvidas existenciais idiotas e entopem os fóruns com perguntas cretinas ou pensamentos cuja pertinência anda na vizinhança dos de uma lagarta da couve, ainda vai dando para fazer umas incursões no baú fotográfico e mostrar que, apesar de já não falar nisso há imenso tempo, a minha hortofloricultura continua de vento em popa e recomenda-se!
Bem, e já que falamos em lagartas da couve...


...Este é o meu repolho, o sobrevivente dos três que plantei convicta de que eram couves portuguesas. Pelo menos foi o que eu pedi na cooperativa. O que me leva a concluir que o moço que me atendeu percebia tanto de couves como eu. Quer dizer, não temos todos de dominar a arte de reconhecer pés de repolho, mas espera-se que quem os vende saiba o que está a colocar no saco. Temo que seja um déficit profissional do sector: a outra palerma do centro de jardinagem sabia distinguir entre alface frisada e alface roxa, só não sabia contar, e vim para casa com meia dúzia uma unidade mais curta...

Anyway...

Repolho pousa aqui numa Cezannica composição ao lado de Maçã Gala e Pera Rocha, com a participação especial de Laranja espanhola e Kiwi neozelandês. Abacaxi das ilhas, mais tímido, não se prestou à foto de corpo inteiro por não ter ainda iniciado o seu programa de fitness de verão. É ele e eu...

Na foto abaixo podemos ver a razão pela qual só um repolho sobreviveu:


Meet Slimy...

As lesmas e os caracóis sabem ser criaturas verdadeiramente antipáticas. Dissimuladitas, parece que não partem um prato...e zuca, alimpam-me com dois repolhos sem eu dar conta. Uma verdadeira praga. É tudo o que tenho para dizer.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Deus existe...e é sportinguista!

Não só nos livrou do Costinha como o outro também desistiu da candidatura.
A ambos dedico este grande clássico...


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

em tempos de guerra...

A todos quantos, como eu, têm o privilégio de possuir, no seu local de trabalho, um rato sem fios e têm brio em poupar dinheiro à entidade patronal - ainda que não ganhem nada com isso, antes pelo contrário, e tenham de assistir a esbanjamentos vários com coisas que não interessam a ninguém e que não posso aqui referir de momento, deixo aqui uma informação pertinente:
  • Quando se vos finar o rato, e ficardes a gesticular no éter sem que o estúpido cursor se mexa, e começardes a maldizer a vossa existência por terdes de percorrer 100 metros de corredor para ir buscar pilhas novas, não desespereis: Se colocardes ADN líquido (o belo do cuspinho, pronto) na parte + da pilha moribunda, a dita pilha revive durante mais uns tempos. Digo-vos eu, que ando a lambiscar as pilhas do rato desde as 11:30, hora do primeiro fanico de finados, que o bicho ainda mexe e que ainda as não troquei.
Esta pertinente informação, que partilhei com os coleguinhas ao almoço, foi recebida na copa com intensa risota, vá-se-lá saber porquê. Devem ter ratos dos antigos...pffffff...Pindéricos!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Greve do Metro: Gosto!


Poderia pensar-se que fico muito chateada com esta história da greve do Metro. Não fico. Até gosto. Dá-me oportunidade para apreciar a cidade quando ela está a acordar e não anda quase ninguém nas ruas. É certo que saí de casa ainda de noite, e que levei meia hora a pé até chegar à paragem da Vimeca, mas há que ver sempre o lado positivo das coisas: o meu rabo, precisado que está, agradece o exercício. E é sempre agradável ver os melros (não sei o que comem os melros em Lisboa, mas parecem todos um pacote de leite fora de prazo de gordos que estão), os pardais e demais bicheza alada (a que eu não reconheço porque ainda não recebi o meu livro sobre ornitologia que ando a pedir há que tempos...) a aproveitar os primeiros raios de sol para se espojarem na relva.
Quase me apetece telefonar para o Metro e dizer que há uma bomba na linha azul, só para poder ir a pé para o comboio de novo. Mas não posso, que tenho de ir fazer o jantar e ainda reler o meu rico Gombrich para tentar decorar o Gótico Flamejante e o Barroco . Ah, a gloriosa vida de uma dona de casa assalariada e suburbana armada em estudante de artes.


( e se eu fosse uma rapariga esperta trazia o cabo para descarregar as fotos juntamente com a máquina e escusava de andar a catar fotos alheias na net...a ver se penso nisso em breve)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

mais valia ter trigémeos!

Sabemos que temos um problema de afirmação quando a única forma de garantir que o nosso cão não come nada que nós não queiramos (nomeadamente o nosso pijama) é levá-lo connosco para a casa de banho.

Depois é só ir gerindo o binómio água a correr/abrir a porta do chuveiro para verificar se ele ainda não começou a comer o tapete.

Tão bom que isto é às seis da manhã...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Retomei recentemente o velho hábito de sair do trabalho e enfiar-me numa sala de cinema. Quando digo retomei entenda-se que o fiz uma vez, na semana passada. Já não é mau, mas carece de continuação para se poder qualificar de hábito. Gosto muito de ir ao cinema por volta das seis, sete da tarde porque não há quase ninguém, facto que o meu temperamento de bicho do mato aprecia bastante. Detesto uma sala de cinema cheia. Odeio. Não me convidem para estreias. Não vou. Corrijo: fui uma vez, mas porque era a Parte III do Senhor dos Anéis e eu MORRIA se não visse o Viggo Mortensen coroado rei em primeiríssima mão. Serei sempre aquela pessoa que ainda não viu o tal filme de que todos falam. Mas também sou, em geral, a pessoa que vê filmes que ainda ninguém viu porque está tudo muito ocupado com os blockbusters do momento. E também sou a pessoa que não viu a saga da Guerra das Estrelas e que tem orgulho nisso. Mais, acho o penteado da princesa Leya absolutamente ridículo. So shoot me!

Outra razão pertinente para não ir a sessões mais tardias prende-se com o ter começado a desenvolver a perturbadora mania de adormecer antes de meio do filme, o que não é só estúpido do ponto de vista financeiro (posso dormir de graça em casa) como é desprestigiante do ponto de vista estético, especialmente se houver baba envolvida no processo (já me foi reportado que sim...)


Tenho falhado muitos filmes ultimamente, e apesar de os poder ver no MEO por 3,50€, o que é significativamente menos do que os 6€ que me pediram num cinema da periferia, onde a imbecil da bilheteira, tendo uma sala vazia, nos sentou quase ao colo de outro casal (facto que constatámos com incomensurável alegria e que ignoramos no segundo a seguir. Era o que mais me faltava!), a verdade é que não é a mesma coisa. E claro, há todo o ritual das pipocas que se perde (eu era contra mas já não sou que me sabem pela vida. Além de que é horrível estar a ouvir o chrunch crunch ao lado e estarmos nós à míngua e não me apanham desprevenida outra vez!), porque digam o que disserem as pipocas de microondas não são iguais!

Isto tudo para dizer o quê?

Que fui ver o Hereafter do Clint Eastwood e que, por uma vez, estou de acordo com a crítica: ele já fez melhor. One Million Dollar Baby ou o Gran Torino. Mas de longe. Ainda assim, gostei. Chorei e tudo, o que não quer dizer grande coisa porque eu passo a vida a lacrimejar com as coisas mais absurdas como é do domínio público.
A seguir na lista, para a semana e subsequentes. Um por semana. É a lócura!!!!