terça-feira, 7 de maio de 2013

Spleen

Não sei se o meu sistema imunitário se cansou de lutar contra o vírus do pessimismo e desânimo que assola o país, ou se é a obtusidade com que me debato no dia a dia profissional que se me anda a colar à pele. Ou se sofro mais do que penso com os desgostos que o meu Sporting persiste em infligir-me. Ou se me enervo demasiado com o rol de trabalhos que tenho de fazer para as últimas cinco cadeiras do curso. Ou se será só  irritação pelo facto do ranhoso do Gaspar não me devolver o que me foi cobrando indevidamente ao longo do ano passado. Ou se ando agastada com a palhaçada que PPC e PP andam a fazer, cada um para seu lado, mas emparelhados na trambiquice. Não sei o que é, ao certo, mas tenho andado a modos que off.  Um bocado farta de tudo. Especialmente dos dias perdidos em frente a um computador e da morte cerebral que cada repetitivo bit representa, que cada hora sem sentido profundo agrava. Ando com vontade de me dedicar à agricultura ou à pastorícia, de forma a conviver o menos possível com o bicho homem (e a bicha mulher) laboral. É que já não tenho paciência nem para estupidez nem para filha de putice. Se olhar agora para o lado vejo um colega, excelente funcionário, prestável, inteligente. Ao seu lado outro: matreiro, cínico, incompetente nas horas, mas imbatível na arte do sorriso fácil e da graxa proficiente. O primeiro foi mandado embora. O segundo vai continuar. É mais caro, tem mais regalias (carrinho e gasoil, pois com certeza) e produz menos. E pior. Faz sentido, não faz? Pois, também me parece que sim. A malta aguenta trabalhar num sítio destes? Como diria o Ulrich 'ai aguenta, aguenta'. Que remédio! A alternativa traria paz de espírito, mas não comidinha para a mesa. É isto que me chateia, ter de pactuar por<<

O meu reino por um Euromilhões (ou o aparecimento súbito de um tio milionário desconhecido, sem herdeiros e tragicamente doente).