terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Das decisões inopinadas que nos fazem correr riscos desnecessários


Tão contente fiquei por descobrir que as vertigens que me acompanhem há três semanas não se devem a um tumor cerebral mas sim a um quadro de VPPB (vertigem paróxistica posicional benigna), que se cura com uns abanões bem aplicados na moleirinha, que me deu para entrar num cabeleireiro express, à saída do otorrino. Ora eu que, verdade seja dita, andava com uma meleina de bruxa espaventada e tinha muito pouco a perder, achei que era boa ideia entregar-me a uma tal de Lia, que me disse logo que ia tomar muito bem conta de mim e, sem eu saber como nem porquê, conseguiu impingir-me uma corzinha para além do corte ‘chanel’ (que é o fino para cabelo à tigela, como vim a descobrir hélas! tarde demais).  Mas vá, eu e o meu ex tumor cerebral estávamos em lua de mel, e até de azul me podiam pintar as sobrancelhas que eu ia achar lindamente. Escolhi uma linda cor violino, que era o mais escuro que lá havia, para não fugir ao tom natural, e lá peguei numa revista enquanto a mocinha Lia me massacrava o couro cabeludo à trinchadela e aos puxões. Quando a tortura abrandou e eu olhei, achei que o violino estava um bocado acobreado, mas bom, que percebo eu de cabeleireiros finos, eu que sou atendida por Belas e Paulas? A Lia é que sabe, pois então! Vinte minutos debaixo do secador supersónico, lavagem, cinco segundos de máscara, passagem à outra cadeira, e a Lia saca-me da tesoura e zuca! rente à nuca. Paulinha, volta, que estás perdoada, foi o que eu pensei. E a tesoura toca de trabalhar e eu de dizer ‘mas olhe, veja lá, o meu cabelo encaracola muito, não me corte demais’. Não se preocupe, o ‘chanel’ é mesmo assim, fica giro liso ou encaracolado, ai tá muito giro, fica mais alta e tudo, bla bla bla bla.
De maneiras que lá foi cortando, com extrema satisfação e empenho. Quando acabou o bréshing, deitei um olho enviesado para o espelho,  e constatei duas coisas:
a)      aquela n era definitivamente a cor que eu escolhi. A boa notícia é que estou um passo mais perto de conseguir o papel de Jessica Rabbit se alguém fizer um remake da coisa;
b)      o chanel é afinal assim a modos que um Beatriz-Costa-com-franja-menos-curta-mas-igualmente- ridícula
- Tá giro, não tá? disse a Lia embevecida.

 - Hã hã, está sim, gosto muito!  

Paguei (um horror!) sem tugir, e fugi a correr antes que a Lia se lembrasse que as minhas sobrancelhas também podiam ser aparadas! 

Epílogo: a coisa não está tão má quanto isto, toda a gente já sabe que sou dada a exageros. Requer habituação, mas até não me fica mal. É o que ouço dizer agora...mesmo das facções reaccionárias que me receberam à gargalhada. (a menina perdoa, mas a menina não esquece...)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

(pseudo) Japonês a custo controlado


Apesar da vidinha atribulada de suburbanos assoberbados pelos transportes e pelos pedidos de última hora dos chefes, ainda conseguimos tirar ontem um bocadinho para jantar com um amigo, de visita relâmpago a Lisboa. Hesitantes entre o valor seguro (mas enfadonho) das pastas do Valentino  e o apelo asiático do desconhecido Osaka, acabámos por desafiar os deuses e lá fomos rumo ao sushi e ao gengibre rosa (miam miam). 

Pois que em boa hora! O dito Osaka não é aquele primor de restaurante japonês, longe disso, mas para experiência a custo controlado está muito bem. Em termos da comida, nada a apontar, muito aceitável. Claro, uns maki melhores do que outros, a sopa não tinha tofu, lamentavelmente, mas pronto, por 16,90€/pax (coma-até-cair-para-o-lado, mas bebidas e sobremesas não incluídas) não se podem esperar milagres. Do que não gostei de todo foi do chá verde com um arroz tufado a boiar (what the hell???), e do serviço que é demasiado rápido. É, é mesmo isso que estão a ler, estou a queixar-me de rapidez no serviço. A mim stressa-me que se pespeguem em cima de mim assim que me sento e fiquem a olhar de caneta na mão à espera de um pedido que ninguém está preparado para fazer. Eu não percebo o conceito de eficiência chinesa (sim, são chineses), mas irrita-me tudo o que é exagero. É como nas lojas: gosto de andar por ali sozinha. Se eu precisar de ajuda, peço, obrigadinha. Se eu quiser mais sashimi, peço. Mas só quando me apetecer, não assim que a travessa fica vazia. Relaxem, raparigas, eu sei que são asiáticas, e que não enrugam tanto como nós, mas isso não vos pode fazer nada bem. Acalmai-vos. E , por favor, menos entusiasmo com o glassex da loja dos trezentos quando estiverem a limpar as mesas, que o meu peixe manteiga quase se levantou do prato e fugiu, com a concentração de amónia que pairou por ali momentaneamente.
Anyways...Apesar destes pequenos reparos de gaja snobe e picuinhas, sou bem capaz de lá voltar. Pode ser que encontre lá outro famoso. Ontem foi o Oceano, esse mítico jogador do mê Sporting (ah, o júbilo!!! Bom, meio júbilo, por acaso pensei que fosse mais alto...). Amanhã quem sabe não esbarro no Jon Bon Jovi...O rapaz bem precisado está de umas algas para atenuar aquelas rugas lá onde o botox* não pegou, so you never know

*Jon, perdoa-me, mas tens andado com um ar muito acabadito...e o teu cabelo...bom...nem vou comentar. Se bem que já não é mau ainda teres cabelo com fartura. Podias era fazer alguma coisa de jeito com ele. Digo eu...

domingo, 15 de janeiro de 2012

mês horribilis

Detesto o mês de Janeiro. Não é um ódio gratuito de quem não gosta do tempo frio ou chuvoso. Ou de quem faz contas aos reais gastos do Natal e constata que ficaram acima do que era suposto. Ou de quem sabe que vai ter de trabalhar meses a fio até ter umas férias decentes e pelo menos mais dois ou três até conseguir sair de casa com sol e entrar em casa antes de anoitecer. Todos os acima já são absolutamente deprimentes per se, mas não são nada comparado com os aniversários de ausência que se assinalam em Janeiro. É sempre um castigo acordar naquele dia e ser imediatamente catapultado para o arquivo da memória e reviver tudo, que tenham passado trinta anos ou apenas três. É duro reviver esse dia em particular.  É duro ver quem amamos reviver isso, talvez até mais duro porque não podemos fazer nada, porque passou menos tempo e a dor ainda é muito viva. E fica tudo muito pior quando temos não só as nossas perdas a assinalar mas também as perdas de amigos nossos, que este ano também começaram da pior forma possível aquele que se pretendia ser um novo ciclo. Será, com certeza, mas não será a mesma coisa. Que o problema quando nos morre alguém é que não pensamos só na falta imediata dessa pessoa. O que dói mesmo é ir vivendo sem eles, e pensar em tudo o que poderia ter sido. Em tudo o que fizemos e que eles já não puderam ver. Em tudo o que nos falta fazer e que faremos sem eles, sem poder ligar a dizer 'pai, fiz isto', 'mãe fiz aquilo'. Saber que qualquer coisa boa que nos aconteça já não poderá ser entusiasticamente partilhada ao telefone ou de viva voz. Nas fotos de família que ficarão sempre incompletas. Até pode ser que nos vejam lá de cima, e se regozigem connosco, e que até haja forma de nos fazerem um sinal que nos dê alento quando mais precisamos. Quero acreditar que sim. Mas, contas feitas, it still sucks. A lot.
Tal como disse, odeio o mês de Janeiro.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

E ao 13º dia, a gaija aparece

Falhei miseravelmente a minha primeira resolução para 2012.  Na minha ingenuidade até achei que "escrever um post por dia" seria mais fácil do que "fazer exercício três vezes por semana", que é a segunda resolução falhada, ex aequo com o "perder os dois kgs que me atormentam antes de dia 15"(not gonna happen!). Em minha defesa, dei-me ao trabalho de pesquisar no youtube vídeos de exercício, que a vida está cara para andar em ginásios. Fiquei pasma com a quantidade de  vídeos de exercícios que andam por aí, por isso decidi estabelecer uns critérios de selecção apertados e eliminar logo aqueles em que aparecem miúdas mais magras e mais giras do que eu...Resultado: não só não estou a fazer exercício como estou a lutar contra uma severa depressão.


Estúpida criatura tonificada de copa D!