segunda-feira, 28 de abril de 2008

Última hora: Sasha Margarida, barbaramente atacada

Tudo aconteceu às primeiras horas da manhã, isto é, por volta das 07:45. Sasha Margarida dava o seu habitual passeio matinal, arrastando Safira, sua extremosa dona, que lutava para equilibrar carteira e duas pastas, segurando ao mesmo tempo na trela do possante animal, quando, ao dobrar uma esquina, foram surpreendidas por uma criatura canina tresloucada, e sem trela!
Safira fincou os pés no chão e, do alto do seu 1,63m -1,70m com saltos - , tentou segurar Sasha Margarida, para que esta não entrasse em confronto com o pequeno animal, com medo de que o esmagasse. Mas qual não foi o seu espanto quando o furioso minorca, qual bola de pelo branco em fúria, em vez de fugir com medo da cadela de 40Kgs lhe começou a morder! Sim, o pequeno estafermo, sem vergonha, mordeu as patinhas de Sasha Margarida que, mais surpreendida que magoada, lhe ia rosnando com ar de enfado. Safira, com dois cães à bulha perto da estrada - e, relembro, com uma carteira ao ombro e duas pastas – ia tentando arrastar Sasha Margarida para o passeio, sempre com o minorca imbecil agarrado a uma das patas da cadela, perante os gritos histéricos e infrutíferos da sua dona, que se descabelava toda chamando pela sua ‘Lulu’, sem contudo sair do mesmo lugar. A briga acabou quando Sasha Margarida entrou sã e salva no prédio, aproveitando a trégua que o cachorro louco deu ao receber em plena cabeça o chinelo que a sua dona histérica lhe atirou, à falta de outro argumento. Safira ficou de tal forma chocada que ainda pediu à dona histérica que não batesse no animal. Mas as últimas palavras que ouviu, num português de Minas Gerais, ainda sem acordo, foram: ‘ocê já vai vê o que vai-lhi acontecê. Tá levando e vai levâ muito mais’. Teme-se que o cadáver do pobre animal apareça nos próximos dias.

Entrevistada por este serviço noticioso, Safira comentou apenas sobre a estupidez das pessoas que passeiam cães sem trela, ainda que aparentemente inofensivos e de débil constituição, e lamentou a sorte do pobre animal, dado que o chinelo com que foi brindado devia muito à limpeza e parecia pesado.

Interrogada sobre o seu estado depois do brutal e injustificado ataque, Sasha Margarida referiu apenas que lhe tinha causado algum enfado o ter-se atrasado para o pequeno almoço.

O arruaceiro, após o ataque...

(quer dizer, foto de um cão parecido que o repórter sacou da net!)

domingo, 27 de abril de 2008

Blues...

Acontece aos melhores...há dias em que pura e simplesmente não nos devíamos levantar. Ainda só passaram duas horas deste domingo solarengo e já sei que vou estar imprópria para consumo. Sei disto porque continuamente se me assoma ao espirito a canção do saudoso António Variações, o que assinala, sempre, o aproximar da magistral neura. Estou basicamente como ele: estou Além...


Há dias em que o sol brilha e os pássaros cantam, e ao longe se ouvem chocalhos dos últimos rebanhos de ovelhas que alegremente balem, na colina verde que se avista da janela, e isso nos passa ao lado.

Há dias em que temos mil e uma coisas para fazer (nomeadamente passar a ferro 4 máquinas de roupa e ler três relatórios do Banco de Portugal) e não conseguimos reunir mais do que a energia necessária ao acto de respirar.

Há dias em que estamos prostrados sem razão aparente. Ou melhor, sabemos todas as razões, mas não lhes queremos dar a importância que continuamente nos reclamam, na sua vil tentativa de nos quebrar.

Há dias assim, chochos...
Deixo-vos, com as minhas apologias e esta flor da ilha de São Jorge, nos Açores. Um bocadinho de cor, neste dia 'azul'...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Toma lá que (não) almoçaste!...

Sabemos o quão importante somos na hierarquia familiar quando a nossa própria mãe nos envia o tuperware da comida do cão em vez do belo bacalhau com natas...
Alguém me quer pagar o almoço?

terça-feira, 22 de abril de 2008

O livro das perguntas

Andar de metro tem algumas vantagens. Uma delas é que se apanham sempre umas mini feiras do livro, com exemplares a €1,50. Não se pode esperar nenhum prémio Nobel, nem os escritores da berra, mas encontram-se algumas (mas poucas, confesso) coisas interessantes.

Este livro é engraçado. Foi escrito por um tal de Gregory Stock, PH.D. (atente-se no doutoramento do homem, pois então!) e não é mais do que uma listagem com 200 perguntas que medem as nossas reacções a determinados dilemas, permitindo-nos uma certa tomada de consciência que nos faz pensar se seremos assim tão angélicos e correctos como gostamos de pensar que somos. Se formos completamente honestos, este livrito de formato minorca, é um bom companheiro para uma viagem de introspecção.

Eu tinha como ideia fazer uma espécie de auto-análise, e escrever as minhas respostas todas com preceito, mas adivinhem? Não tenho tempo!
Então, lembrei-me de ir partilhando as perguntas. Umas não têm ponta por onde se pegue (ex: tem coragem de urinar à frente de outras pessoas?) (certo...é de uma relevância extraordinária a nossa tolerância à micção assistida!), mas outras dão francamente pano para mangas.

Como já devem ter percebido, estou em crise de inspiração, pelo que me vou agarrar a este 'pronto-socorro' para ir dando um ar de minha graça. Espero que quando estiver liberta das minhas obrigações de anfitriã (tá a correr tão bem!...argh) volte ao meu estado normal e consiga alinhar algo de interessante a ler. Por ora, deixo-vos com esta pungente interrogação:




Pergunta 55: importar-se-ia se a pessoa que ama fosse mais inteligente e atraente que você?


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Birthday Girl


Ando tão a leste com o estrondoso espectáculo de futebol de ontem que só agora me lembrei que o meu bébé gordo faz hoje seis primaveras! Traduzido em anos caninos, já é uma senhora respeitável.
Não é um doce de cachorra a que eu tenho aqui? E que bom gosto no trajar! ;) Que porte solene, sob o peso da insígnia do Leão. Fez um sucesso no passeio de há bocado! (Mais do que eu, mas isso são outros quinhentos...)

Parabéns Sasha Margarida!!

Jamor, cá vou eu!!!

Nem a chuva diluviana, nem a minha constipação monstruosa, nem os sms de amigos e familiares benfiquistas, crédulos em favas contadas no reduto do leão, a mandarem-me para casa, nem o topo sul coberto de bandeiras vermelhas, nem um ou outro benfiquista sentado perto de mim, me fizeram esmorecer. É isto a alma Sportinguista, Acreditar! E puxar pela equipa quando ela mais precisa, e saber que eles são capazes de nos dar estas alegrias! E que alegria! Que entusiasmo! Que show de bola! Já não havia mãos para bater mais palmas, nem voz para gritar assim que a bola passava por aquele flanco direito a rasgar a defesa adversária, já não havia como ficar sentada, e já não se sabia quem mais abraçar à medida que os golos iam aparecendo.

Eu sabia que o meu GRANDE ia fazer-me a fineza de me homenagear na minha primeira visita a Alvalade para um jogo do SPORTING! E que ia esperar pela segunda parte para começar a marcar, porque EU estava desse lado da baliza!!!
Tremam Portistas, que eu também vou estar no Jamor!!!!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Missing in action...

Venho de fugido informar os meus fieis visitantes que vou andar arredia durante uns dias... Estou de faxina, a dar guarida a uns amigos franceses e ao seu rebento. A minha casa tem carrinhos espalhados por todo o lado e uma bola de rugby anda a voar no momento em que escrevo estas míseras linhas (o que vale é que é de espuma). Quem disse que a maternidade é uma benesse enganou-se. Neste momento, a lamechice habitual que eu sinto quando vejo bébés e demais criancinhas, eclipsou-se de todo! Pequenos tiranos, com os seus horários estranhos e toneladas de suplementos bizarros que custam uma fortuna. Estou a escrever isto a quente, claro está, porque há algo de profundamente sinistro em ter de aturar os filhos dos outros...mesmo quando são giros. Mas não lhes podemos dar uma palmada quando nos destroiem as barras de ferramentas do computador, onde não deviam mexer. É uma coisa estranha esta que eu observo: se um miudo mexe na máquina digital dos pais, cai o Carmo e a Trindade e leva um palmadão que até anda de lado. Contudo, andar a carregar em todas as teclas de um aparelho que não é dos pais parece não reunir mais do que um trejeito de contrariedade, 'ah e tal, ele mexeu-te no computador, vê lá o palerma... toma, vê se tá tudo bem'. Ok...

A contragosto me despeço, deste que foi o meu quarto de hora de descanso. Vou arrastar a minha velha carcaça a pinguçar do nariz e os meus pacotes de lenços de papel para a cozinha e transformar-me em fada do lar. Adoro férias destas. Recomendo vivamente a todos que tirem dias de férias para receber amigos, especialmente os que têm miudos pequenos, e deixem de ter vida durante 15 dias. Depois disto, voltar para o trabalho vai parecer-me o bilhete para o Paraíso.

Regressarei oportunamente ao mundo dos vivos e aos vossos cantinhos, que agora não tenho tempo para visitar! Pelo menos assim o espero...
Senão, podem enviar o Chuck Norris, esse magistral canastrão que não suporto, à minha procura. Com o desespero em que já estou, até caso com ele se ele me salvar! (e olhem que isto, em condições normais, seria um supremo sacrifício) (também tenho o desconto de estar com febre...não estou em condições normais. Suponho que deve ter dado para perceber. Vou calar.me, que mais vale)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Anatomia de uma seca monumental

Há filmes que nos marcam. Ou porque os amamos, ou porque os odiamos. Este 'Anatomia de um crime' enquadra-se claramente na segunda categoria. Este é daqueles filmes que nos fazem chorar o tempo perdido e o dinheiro desperdiçado. Eu pessoalmente saí da sala com a nítida sensação de me terem feito de cretina.
E não fosse o Jude Law ter dois palminhos de cara teria certamente adormecido!
(Ou saído a meio, que aquilo depois da primeira meia hora começa a entrar mesmo na twillight zone!)
E depois, o Michael Caine não é propriamente o meu actor preferido. E no caso dele nem palminho de cara (ou de qualquer outra parte do corpo) lhe vale! O homem é mesmo monumentalmente desinteressante!
Não vou aqui adiantar muito sobre o enredo (até porque não saberia muito bem o que dizer sobre 'aquela coisa' que se pretende ser um enredo), mas não posso deixar de concordar com algumas críticas que destacam o desempenho de Jude Law. O rapaz tem de facto uma interpretação muito boa. O personagem é que não vale o esforço. Nem o personagem, nem coisa nenhuma. A trama é toda absolutamente estapafúrdia. É que não se percebe mesmo qual é o interesse de fazerem um remake de um filme destes. Nem imagino o original!!! O Kenneth Branagh devia continuar a dedicar-se ao romance histórico e às peças de Shakespeare e não brindar o espectador incauto com esta coisa, com um par de jarras a contracenar no mesmo sítio durante hora e vinte, às voltas com uma história que é, pura e simplesmente, inexistente. Amigo Kenneth, isto é cinema, não é teatro! As personagens podem deambular para fora de uma casa. Mudar de décor. Ir de carro a qualquer lado. Mexerem-se, quiçá!
Menos mal o El Corte Inglês ter baixado os preços do bilhete. Assim só fiquei a chorar 4€ em vez de 5€40.
Se alguém for ver, que me explique o final, por favor. E já agora, a pertinência e interesse do todo. E, last but not least, partindo do princípio de que aguentam até ao fim, digam lá se não ficaram fascinados com a facilidade com que o Jude Law encarna o papel de rameira debochada. Uma actuação muito convincente. Ou o rapaz é mesmo bom actor ou definitivamente há ali um piquinho a azedo...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Pergunta (im)pertinente

É normal estar no comboio, descansadinha da vida a ler, e a senhora (=mulher; =sexo feminino) sentada à minha frente dar-me um toque (supostamente acidental) com o joelho , e logo de seguida passar-me a mão pela perna toda, ao pedir desculpa? Não é, pois não?...

sábado, 5 de abril de 2008

Serenata

Um serão perfeito pode ser o que nós quisermos. Uma saída com amigos, um passeio romântico ao luar, um cinema, um teatro, um sofá e uma boa série, ou um bom livro, ou um bom CD com a nossa música preferida. Há mil e uma maneiras de definir a perfeição daquelas horas em que a cabeça se esvazia dos problemas e o corpo relaxa. Cada um de nós tem a sua ‘perfeição’, o seu próprio compasso, o seu próprio escape. Com mais ou menos energia. Com mais ou menos companhia. O que importa é ter a noção de que é verdadeiramente nosso esse momento. E querê-lo por isso. O meu serão perfeito de hoje foi passado na varanda, a olhar para um magnífico céu estrelado, com uma brisa suave e perfumada de primavera, daquelas brisas que nos fazem festas e nos inebriam, e nos fazem respirar mais devagarinho, para melhor absorver os preciosos e subtis cambiantes de fragrâncias.
Hoje decidi que não ia acender a TV, e não me rendi ao exercício fácil de deixar o tempo correr com o comando na mão. Hoje decidi disfrutar do meu tempo, deste tempo tão precioso e tão raro, que me foge no atropelo das rotinas, nos horários desalinhados e nas obrigações compulsivas.
Hoje decidi que queria relembrar este serão como um serão especial. Um serão à minha medida. Por isso, escolhi carinhosamente o meu cd preferido, a mais bela banda sonora que possuo, deitei um dedo de Jameson de 12 anos no meu copo preferido, apaguei as luzes e fui para a varanda. Sentada de frente para o Castelo iluminado, com as ameias recortadas contra o ceú negro e pintalgado de pontinhos cintilantes, sinto uma lágrima a assomar-se quando o clarinete toca ‘pianissimo’ e o crescendo dos violinos começa a fazer-se ouvir. Estou a ouvir ‘Song for Karen’, e a olhar as estrelas. Com sorte, talvez veja uma estrela cadente. Já vi várias, desta minha varanda a céu aberto, mas é sempre como se fosse a primeira vez. Há algo de absolutamente mágico numa estrela cadente. Dizem que por cada uma que cai há uma alma que sobe ao céu. Não sei se assim é, mas tenho profundo respeito por estes corpos celestes, tão fugazes que mal temos tempo para abrir a boca de espanto. Dizem que se deve pedir um desejo quando se vê uma estrela cadente…Não sei se se realizam, mas lá vou formulando um ou outro. Tenho uns créditos lá em cima, à espera de boa cobrança. Suponho que todos os tenhamos. Importa ficar atento ao nosso saldo, mas sem cobrar em demasia. Já dizia o Jon Bongiovi, numa canção chamada ‘Santa Fé’ (banda sonora do filme ‘Young guns’): ‘Good things come to those who wait’. E também disse, noutro sucesso discográfico: ‘Keep the Faith’. O que prova que é um rapaz esperto (para além de extremamente jeitoso). Olhar para as estrelas dá-me este sentimento de plenitude e esperança por dias melhores. Mesmo sem o Jon Bongiovi...

Estou meia lamechas hoje… é esta música que me aprisiona por completo. E me liberta por completo. Relembro a voz de estranho sotaque que fala pela primeira vez ao espectador e lhe sussura ‘I had a farm in Africa…’. Meryl Streep no seu melhor. Robert Redford como nunca se viu. Quem viu ‘Out of Africa saberá do que falo. Quem viu este filme com olhos de ver, também choraria ao ouvir estes violinos numa noite estrelada. E não se importaria de o confessar ao mundo.
(foto: 'Starry Night' do mestre Vincent Van Gogh)

sexta-feira, 4 de abril de 2008



Quem disse que as mulheres não se devem meter na bricolage tinha toda a razão!


Pelo menos as de pele muito sensível deviam estar quietas!

Esta coisa disforme, inchada, e a deitar uma aguadilha, é o meu dedo após um encontro de dez minutos com uma chave de parafusos, cinco parafusos e um móvel por montar!


Informo que, para além de muito inestético, é extremamente doloroso!



Está em carne viva!!!! Estou, na verdade, sem metado do dedo!!!!


Mãe, gosto muito de ti, mas para a próxima ou me arranjas luvas ou pedes a outro que trate de aparafusar os armários. Chiça!


Quero ver como é que dou banho aos gatos. Isto só comigo...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Ando a banhos...

Não sei se já vos disse que tenho azar na vida. Nada de muito trágico, felizmente. Digamos apenas que o Princípio de Murphy gosta muito de mim. Se alguma coisa tiver de correr mal a alguém, há-de ser a mim com toda a certeza! Mas tudo bem! Por isso, foi com ar deveras desprendido que recebi a notícia que, não um dos meus gatos, não dois dos meus gatos, mas a totalidade dos meus gatos, ou seja, os três maganos, apanharam um fungo. Não é nada de extraordinário, mas à conta do demónio do fungo têm de estar de quarentena e fazer um tratamento que consiste em meio comprimido por dia durante mês e meio e dois a três banhos por semana. Sim, leram bem. Banhos. A três gatos. E eles, claro, adoram!!

Como sou sozinha para esta bicheza toda, não consigo tirar fotos dos meus gatinhos durante ou após o banho. Já me basta a luta para conseguir que eles se mantenham no alguidar e que não me arranhem toda. Mas, nem a propósito, a Gata Verde enviou-me umas fotos de uns gatos anónimos e escolhi os mais parecidos com os meus. Só para verem o que eu passo!!!!

A Gatinha Nádia, felpuda que só visto, fica mais ou menos assim, e com esta cara de zangada, como que dizendo 'Grande porca, vais ver quando te apanhar desprevenida':


O Gato Gil, o rufia mariquinhas, parece-se com isto, muito aflito e com ar de quem vai desatar a chorar: 'ó dona, como é que me fazes uma cena destas, grande cabra?!'


E o meu bébé Boris, que é quem me dá mais trabalho. Esta imagem bem podia ser eu e a pestinha, (faço a ressalva de que os meus azulejos são mais giros). O sacana também me faz isto e berra como se o estivessem a matar:


Agora, digam lá que não morrem de inveja dos meus serões animados?