Um serão perfeito pode ser o que nós quisermos. Uma saída com amigos, um passeio romântico ao luar, um cinema, um teatro, um sofá e uma boa série, ou um bom livro, ou um bom CD com a nossa música preferida. Há mil e uma maneiras de definir a perfeição daquelas horas em que a cabeça se esvazia dos problemas e o corpo relaxa. Cada um de nós tem a sua ‘perfeição’, o seu próprio compasso, o seu próprio escape. Com mais ou menos energia. Com mais ou menos companhia. O que importa é ter a noção de que é verdadeiramente nosso esse momento. E querê-lo por isso. O meu serão perfeito de hoje foi passado na varanda, a olhar para um magnífico céu estrelado, com uma brisa suave e perfumada de primavera, daquelas brisas que nos fazem festas e nos inebriam, e nos fazem respirar mais devagarinho, para melhor absorver os preciosos e subtis cambiantes de fragrâncias.
Hoje decidi que não ia acender a TV, e não me rendi ao exercício fácil de deixar o tempo correr com o comando na mão. Hoje decidi disfrutar do meu tempo, deste tempo tão precioso e tão raro, que me foge no atropelo das rotinas, nos horários desalinhados e nas obrigações compulsivas.
Hoje decidi que queria relembrar este serão como um serão especial. Um serão à minha medida. Por isso, escolhi carinhosamente o meu cd preferido, a mais bela banda sonora que possuo, deitei um dedo de Jameson de 12 anos no meu copo preferido, apaguei as luzes e fui para a varanda. Sentada de frente para o Castelo iluminado, com as ameias recortadas contra o ceú negro e pintalgado de pontinhos cintilantes, sinto uma lágrima a assomar-se quando o clarinete toca ‘pianissimo’ e o crescendo dos violinos começa a fazer-se ouvir. Estou a ouvir ‘Song for Karen’, e a olhar as estrelas. Com sorte, talvez veja uma estrela cadente. Já vi várias, desta minha varanda a céu aberto, mas é sempre como se fosse a primeira vez. Há algo de absolutamente mágico numa estrela cadente. Dizem que por cada uma que cai há uma alma que sobe ao céu. Não sei se assim é, mas tenho profundo respeito por estes corpos celestes, tão fugazes que mal temos tempo para abrir a boca de espanto. Dizem que se deve pedir um desejo quando se vê uma estrela cadente…Não sei se se realizam, mas lá vou formulando um ou outro. Tenho uns créditos lá em cima, à espera de boa cobrança. Suponho que todos os tenhamos. Importa ficar atento ao nosso saldo, mas sem cobrar em demasia. Já dizia o Jon Bongiovi, numa canção chamada ‘Santa Fé’ (banda sonora do filme ‘Young guns’): ‘Good things come to those who wait’. E também disse, noutro sucesso discográfico: ‘Keep the Faith’. O que prova que é um rapaz esperto (para além de extremamente jeitoso). Olhar para as estrelas dá-me este sentimento de plenitude e esperança por dias melhores. Mesmo sem o Jon Bongiovi...
Estou meia lamechas hoje… é esta música que me aprisiona por completo. E me liberta por completo. Relembro a voz de estranho sotaque que fala pela primeira vez ao espectador e lhe sussura ‘I had a farm in Africa…’. Meryl Streep no seu melhor. Robert Redford como nunca se viu. Quem viu ‘Out of Africa’ saberá do que falo. Quem viu este filme com olhos de ver, também choraria ao ouvir estes violinos numa noite estrelada. E não se importaria de o confessar ao mundo.
Hoje decidi que não ia acender a TV, e não me rendi ao exercício fácil de deixar o tempo correr com o comando na mão. Hoje decidi disfrutar do meu tempo, deste tempo tão precioso e tão raro, que me foge no atropelo das rotinas, nos horários desalinhados e nas obrigações compulsivas.
Hoje decidi que queria relembrar este serão como um serão especial. Um serão à minha medida. Por isso, escolhi carinhosamente o meu cd preferido, a mais bela banda sonora que possuo, deitei um dedo de Jameson de 12 anos no meu copo preferido, apaguei as luzes e fui para a varanda. Sentada de frente para o Castelo iluminado, com as ameias recortadas contra o ceú negro e pintalgado de pontinhos cintilantes, sinto uma lágrima a assomar-se quando o clarinete toca ‘pianissimo’ e o crescendo dos violinos começa a fazer-se ouvir. Estou a ouvir ‘Song for Karen’, e a olhar as estrelas. Com sorte, talvez veja uma estrela cadente. Já vi várias, desta minha varanda a céu aberto, mas é sempre como se fosse a primeira vez. Há algo de absolutamente mágico numa estrela cadente. Dizem que por cada uma que cai há uma alma que sobe ao céu. Não sei se assim é, mas tenho profundo respeito por estes corpos celestes, tão fugazes que mal temos tempo para abrir a boca de espanto. Dizem que se deve pedir um desejo quando se vê uma estrela cadente…Não sei se se realizam, mas lá vou formulando um ou outro. Tenho uns créditos lá em cima, à espera de boa cobrança. Suponho que todos os tenhamos. Importa ficar atento ao nosso saldo, mas sem cobrar em demasia. Já dizia o Jon Bongiovi, numa canção chamada ‘Santa Fé’ (banda sonora do filme ‘Young guns’): ‘Good things come to those who wait’. E também disse, noutro sucesso discográfico: ‘Keep the Faith’. O que prova que é um rapaz esperto (para além de extremamente jeitoso). Olhar para as estrelas dá-me este sentimento de plenitude e esperança por dias melhores. Mesmo sem o Jon Bongiovi...
Estou meia lamechas hoje… é esta música que me aprisiona por completo. E me liberta por completo. Relembro a voz de estranho sotaque que fala pela primeira vez ao espectador e lhe sussura ‘I had a farm in Africa…’. Meryl Streep no seu melhor. Robert Redford como nunca se viu. Quem viu ‘Out of Africa’ saberá do que falo. Quem viu este filme com olhos de ver, também choraria ao ouvir estes violinos numa noite estrelada. E não se importaria de o confessar ao mundo.
(foto: 'Starry Night' do mestre Vincent Van Gogh)
Thank you for make me flight again over Africa...
ResponderEliminarAlways!
Acreditas que não vi ainda o Africa Minha?... mas conheço o filme, e mesmo sem conhecer, mexe comigo!...
ResponderEliminarCopo de jameson??? aahahahah!!! já tou a ver pq é que foi especial, já tou já tou... =DDDDD
AS estrelas do Van gogh são lindas...aliás, tudo do van gogh é lindo!!!
Ah, descurpa lá mas o Jon Bon JOvi não é apenas jeitoso...é podre de podre de resmas de bom, páh!!!!!!!....
No telhado da casa dos meus pais (onde ainda morei 3 anos...mas nunca foi a minha casa...), no meio do campo (Querença), costumávamos deitar-nos no chão a olhar para as estrelas cadentes...sinto o mesmo que tu perante uma estrela cadente...sabes qual é o sentimento mesmo? Esperança. Esperança de que a magia ainda exista e esteja só á espera de ser descoberta...
Então bom fim-de-semana!
ResponderEliminarTambém não vi o África Minha. Comecei, mas não o acabei.
Dualidades JP
Concordo contigo...o mais importante é sermos sempre nós próprias, mantermos a nossa percepção de felicidade sem a deixarmos diluir em modas ou pressões de amigos que acham que ser feliz é o oposto do nosso.
ResponderEliminarEu também prefiro sempre o aconchego da minha casa. O meu espaço. O meu sossego.
Haviamos de ser boas amigas..compreendemo-nos bem em muita coisa..para além disso tenho um bom curriculo experimental em dar banho a gatos bravos!!!
Bom fim de semana!
Que essa paz e tranquilidade se mantenham na tua semana..beijinhos
Olá!
ResponderEliminarEstou a precisar de aprender a usufruir de coisas simples, para relaxar...hei-de conseguir, tenho de conseguir.
Tenho andado demasiado "ocupada" com coisas que eu dou prioridades...se calhar erradamente, em vez de apreciar as coisas lindas e simples que temos ao nosso alcance,e por vezes não reparamos... Gostei de te ler.
Obrigada
Beijocas
Boa emana
estavas inspiradissima :D
ResponderEliminartexto maravilhoso... opa, mesmo espectaculo
as coisas mais simples sao as que têm mais significado
aposto que ate dormiste melhor e tudo
nao partilho da mesma opiniao acerca do bonjovi mas pronto, deve ser por ele ser homem e eu tambem :P
e praia? nao?
Que coincidência!!! Eu também fico meio lamechas quando a garrafa de whisky só tem um dedo de líquido!
ResponderEliminar;o)
o céu estrelado esta bem ou mal passado?
ResponderEliminarTens que ouvir a musica "Starry starry night"!!!!
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=Gi_P8XwrSCU
E confesso... fiquei com inveja desse teu serão sereno, calmo... Já nem sei á quanto tempo não olho para as estrelas... E a lua, bem essa da minha casa não se vê (raio de orientação solar!).
Beijinhos
Sempre confessaste ao mundo?
ResponderEliminarViajante: Não fui eu...foi a karen!
ResponderEliminarBeijos
vanadis: Ó mulher!!! Tu vai alugar o filme, já!!! Vê mais o teu jóve e chorem os dois. Com ou sem whisky! ;)
É isso mesmo. Esperança e uma alegria muito grande. As estrelas cadentes comovem-me sempre mas fico estupidamente feliz...vá-se lá saber porquÊ!
JP: Mesmo que para a Grafonola! Tens de ver, mais a MImi. Olha que vale a pena! ´
Beijocas
Carvoeirita: sim, de vez em quando faz bem estarmos sós...aliás, eu nunca estou só, estou sempre comigo mesma. E, como até acho que a companhia não é má, não desfazendo...
Mas é de facto importante não ceder a pressões. Afinal, ninguém tem nada a ver com o modo como escolhemos (ou não) viver a nossa vida. Importante é que dela retiremos o maior prazer possível, sejam quais forem as circunstâncias.
Beijo grande
MJF: Às vezes não temos tempo para nós, no atropelo do dia a dia. acho que é cada vez mais difícil, por isso é aproveitar sempre que se pode. Vá, deixa as 'prioridades' de lado só por um bocadinho e mima-te! :)
Bjs
Fausto: ai, obrigada...nem sabes o que um gole de whisky faz pela eloquência de uma mocinha! ;)
Pois, praia à noite, só acompanhada! Tenho medo dos peixe aranha!!! ;)
Sorrisos: ahá, mais um afiliado na Irmandade do Malte. Fica-se lamechas, mas sabe tão bem, saboreado com calma, não é?
Vício: sempre bem passado, um momento sob um ceú estrelado.
Carracinha: oh...às vezes ouço, na M80. 'now I understand what you're trying to say to me...
É tão linda...obrigada!!!
Pois, no meu serão calmo fazia falta o Jon bongiovi a fazer-me festas no cabelo, mas pronto, os gatinhos a ronronar também serve...:(
Capitão: Sim, mas ele mandou-me pastar. Que tinha mais que fazer que aturar lamechices... :)
ResponderEliminarExcelente texto e filme!
ResponderEliminarEu filio-me mais nos amigos do líquido de cevada, que malte não aprecio... :)
Mas mais a sério é engraçado o número de pessoas que ficam estarrecidas a ver as estrelas e que adoram fazê-lo, que no dia a dia ninguém diz a ninguém (por mais amigo íntimo que seja) que passou um serão maravilhoso a olhar as estrelas emocionada e, na blogosfera, encontram-se frequentemente relatos desses...
Será que este "semi-anonimato" ajuda-nos a largar a "capa" da insensibilidade? E porque é que escondemos a sensibilidade que temos, como se fosse um grande segredo ou tabu? Por receio de parecermos lamechas e totós perante os outros? Mistérios... insondáveis! ;)
Ora, ora, não sejas modesta :)
ResponderEliminarVai um Jameson?
Beijos
P.S. Quando nos fazes voltar a Paris?
se quiseres eu faço o enorme, gigantesco, hiperbolico sacrificio de ir contigo a praia... é que vai-me mesmo custar muuuuuuuuuitoo... not!
ResponderEliminarbeijo
Teté: O meu nome (não) é Safira e sou uma Maricas Anónima. Brincadeirinha! O anonimato protege-nos um bocado, de facto, mas no meu caso, que tenho pelo menos seis ou sete leitores que me conhecem ao vivo e a cores, entre amigos, bloggers e colegas, isso deixa de ser tão relevante. Mas alguns já me disseram que têm ficado surpreendidos com esta minha faceta mais sensível, pelo que, a ser assim, de facto a nossa carapaça do dia a dia difere mesmo da nossa realidade mais intrínseca. E tem de ser assim, quando não, qualquer borrabotas tinha o privilégio de comungar do nosso 'Eu? profundo. Era o que faltava! Mas, todas as pessoas que me conhecem, e ao meu 'Eu' mais ou menos profundo, sabem que sou extremamente maricas. Não direi lamechas, que não sou de rococós e floreados nem de poemas de amor eterno e nem de repenicados beijos, mas sou muito sensível a tudo o que é belo. E as estrelas são belas. Se eu me tiver de converter ao lamechismo para continuar a pensar assim, so Be It. O meu nome é Safira e sou Lamechas! ;)
ResponderEliminar(também posso dizer que sou seguramente parva também, mas pronto!)
Viajante: No espírito da parvoice reinante no dia de hoje, ocorre-me dizer: na tua casa ou na minha? ;)
Beijos
PS: Paris...pois, fica para as férias. Se conseguir...
Fausto: sorry, saltei o teu comentário. Olha, mais para o verão, porque não? Vais apanhar umas ondas no Meco, são bem boas. Mas eu fico na toalha, sim?
ResponderEliminarSabe muito bem, sim senhora!
ResponderEliminarTrata-se bem, a menina!
ok, fica combinado lol
ResponderEliminarse nao tiver carro até lá tambem aceito uma boleia :P