quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Por favor, aprovem o orçamento que quero voltar a ter notícias de jeito

Não, de todo. É evidente que não estou satisfeita com as novas medidas de austeridade. Porquê? É simples: porque estão a ir buscar ao sítio errado, como sempre. Não será com certeza ao bolso do funcionario público que se deve ir à procura da panaceia para todos os males. E continuo a achar que só não vê quem não quer ver onde estão as entropias deste país. E não estarão todas na máquina estatal de Sócrates, mas de certezinha absoluta. Mas é fácil culpar o Sócrates, ele e só ele, por todos os males do mundo (alguém acredita que seria diferente se fosse o Jerónimo ou o Coelho ou o Portas a governar, alguém acredita mesmo que faz a mais pequena diferença? Vá lá, a sério... O que se passa é muito maior do que uma cor, do que uma ideologia, do que um governo. Um que seja, que pudesse ter evitado a situação caótica em que se encontra esta Europa toda, vá lá que estou muito curiosa em saber que super ser seria esse que conseguiria levar um país preguiçoso, é isso mesmo, preguiçoso e muito pouco previdente, a fazer lembrar a cigarra de LaFontaine, a passar incólume por uma crise que abala as estruturas de super países como a França e a Alemanha. Não estou aqui a fazer apanágio da política do PS, não sou filiada, nem tão pouco me pagam para defender ninguém, não concordo com tudo o que vendem e não gosto particularmente de vários personagens da rosa, mas não me lixem! Não me lixem, que eu também não vou ser poupada nos impostos, aliás até acabei de pagar um escândalo de IMI e, sim, estou globalmente mal disposta à conta disso. Mas não me façam fazer zapping em cinco canais diferentes para ter mais do mesmo todos os dias. Sim, porque eu, contrariamente a uma certa corja de oportunistas, dou o litro todos os dias. Não ando aqui a coçar-me, mesmo que ache que ando a trabalhar para o boneco. Não. Eu trabalho efectivamente. Não ando a receber sem fazer nenhum, contrariamente a uns e outros que aparecem aqui quando o rei faz anos, ocupados que estão a botar faladura política cheios de moralidade nesses canais de TV que eu tenho de pagar. Por isso, o mínimo que peço é chegar a casa e não ter de ouvir gente tótó a debitar alarvidades quando fazem parte do mesmo sistema que criticam. Gente que já lá esteve, e também não se saiu lá grande coisa mas que tem memória curta; gente que andou a brincar aos soldadinhos de chumbo e agora tomem lá um tridente por 500 milhões de euros, nós que temos tantas missões bélicas, está bem de ver, e que miamos tanto contra o TGV, em que por acaso até o comum cidadão pode sentar o rabo e dar algum uso para ir concluir um negócio a Espanha e aumentar o Pibezito, contrariamente ao estúpido submarino, que só vai ficar a mofar numa doca (e até aposto que o contrato de manutenção vai aumentar o Pib, sim, mas dos alemães, está-se mesmo a ver). Perco-me na minha indignação, raios partam... dizia eu que...what the hell, já não sei, mas não faz mal. Eu, que tenho justificação para me queixar, porque garantidamente não sou eu que tenho culpa do que se passa já que cumpro a minha parte com honestidade, não ando a viver de subsídios de que não preciso, felizmente, nem me endivido como se não houvesse amanhã, para depois andar a chorar que não consigo pagar o cartão de crédito, nem vou entupir os tribunais com questõeszinhas da conta da Tmn que não foi paga, enquanto os crimes fiscais da alta finança vão prescrevendo. Eu, que tenho justificação para me queixar porque as vacinas dos meus gatos vão aumentar, porque vou ter de fazer mais contas ao tempo que estou debaixo do chuveiro, porque se calhar vou passar a comprar ainda mais marcas brancas do que já compro, não vou aos saltinhos para o Marquês de Pombal protestar sem saber porquê, porque o que é bom é ganhar muito sem fazer nenhum, que trabalhar é bom para os otários. E também não vou toda pipi para a televisão cascar veementemente, mas sem mostrar que sei fazer melhor. Eu continuo a achar que não se lava a roupa suja quando o mundo todo está a ver. Por isso, não era pior a malta não perder de vista a prioridade deste país, que é a de reerguer-se (se ainda for a tempo), e preocuparem-se com os egozinhos depois. E daqui a uns tempos há eleições de novo e arranja-se um digno sucessor no papel de mau da fita e podem deixar o Sócrates em paz. Mas agora, pelo menos reconheçam-lhe a coragem de engolir um gigantesco sapo nas medidas que apresentou. Aposto que ele também não gostou de dar o dito pelo não dito, e olhem, afinal temos pena, mas temos de aumentar impostos. É evidente que isso lhe vai custar as próximas eleições ( justa ou injustamente, fica ao critério de cada um). Agora, porra, não há outra maneira de resolver, pelo menos para já. As simple as that! Todos os outros estão a fazer o mesmo, é só ler a imprensa estrangeira. Aceite-se, e siga-se em frente, caramba! Aprenda-se e faça-se melhor daqui para a frente.
Prontos, 'tou, 'tou irritada. 'Tou farta desta história. Gaita!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mais sarna para me coçar

O que chamariam a uma pessoa que:

  • passa 12h fora de casa, cinco dias por semana;
  • tem dois cães paquidérmicos, carentes de atenção, e três gatos arruaceiros, que quando não andam fugidos só fazem asneiras e porcarias;
  • tem pretensões a produtora hortícola e não pára de semear coisas que, vá-se lá saber porquê, até insistem em medrar e a pedir cuidados constantes;
  • recomeçou recentemente um quadro em ponto cruz, e tem quatro telas por acabar (três das quais ainda nem estão começadas)

e decidiu voltar a estudar, como se tivesse mesmo tempo para isso?

Eu sei o que chamaria, mas vocês se fossem fofinhos diriam só que sou uma optimista e evitariam superlativos tipo 'tontinha de todo'. A gerência agradece.

É chato...

...Quando nos 'roubam' o assunto de que queríamos falar e vemo-nos compelidos a reescrever o post à pressão para não sermos acusados de plágio doméstico...

Chato, mas não incontornável, que também qual é a piada de fazer um post para dizer que adormeci no cinema, qual octogenária narcoléptica? Na sessão das 21h30. Sim, qual é a piada? Se fosse na sessão da meia noite ainda conseguia enfiar aqui um fait divers qualquer a justificar a coisa mas, às nove e meia da noite, não estou a ver o que possa ter sido. Até porque estava tudo bem até acabarem as pipocas...A não ser que fosse do filme, claro, mas não me parece, então um tema tão excitante como o subprime americano e mais os activos tóxicos e os dinheiros e mais não sei quê, e as mariquices à volta disso, porque o outro estava na cadeia e depois saiu, e outro devia estar lá em vez dele (como deviam estar tantos que eu por acaso até conheço), e vá de falar em escroquerias e jogadas duvidosas (ah, nos filmes também há disso? pensei que era só na vida real) e mai não sei quê. Ora, a malta começa a fazer paralelos com o que vai vendo todos os dias (eu até diria no emprego, mas se calhar não convém muito, que agora é moda despedir as pessoas pelo que elas escrevem em páginas pessoais), e o subconsciente começa a achar que 'já viu o filme muitas vezes', e vai daí, desconecta. Mais vale dormir. É legítimo, é até fofinho da parte do subconsciente zelar pela minha sanidade mental em tempo de lazer, mas podia era ter pensado nisso antes de me fazer comprar o bilhete! É que, incompreensivelmente, não me devolveram o dinheiro. Isso é que eu achei mal!

domingo, 19 de setembro de 2010

Quem precisa de excitação na sua vida quando temos...a jardinagem?!

Resultado das três horas que passei ontem no jardim:


Corpo

Pernas: 2 rasgões horizontais e mais dois verticais (cabra da buganvília). Nota mental: da próxima, vestir calças em vez de microcalções.

Pés: três unhas sem verniz. Apesar de haver cá em casa umas socas (parece que lhes chamam croques, ou lá o que é. Para mim são socas, e não quero saber se foi moda, aquilo é medonho e pézinho meu não entra ali), não combinavam com a indumentária, e para não parecer uma saloia holandesa, fui de havaiana mesmo. E que bela ideia que isso foi!

Braços: não os sinto, por isso não tenho nada a dizer

Costas: era bom não as sentir também, mas parece que as terminações nervosas estão a funcionar em pleno. Doí-me da nuca até ao ossinho lá do fundo...


Gatos


Perdi o Boris...de novo. Mas voltou. Depois de me fazer perder vinte minutos atrás dele, com as duas vizinhas em pijama a gritarem-me indicações para o conseguir tirar do quintal delas.


Plantas


Relva: está melhor do que relvado de Alvalade há dois anos, mas ainda bem que não ganho a vida como aparadora!

Tomate: tínhamos cinco pés. Agora só temos quatro... fiu fiu fiu...disfarçando...que culpa tenho eu que aquilo seja frágil???

Limoeiro: estava uma pernada a impedir-me a passagem. Agora já não está...

Rucola: estava bonita...nota mental: verificar a potência da mangueira antes de a apontar aos rebentos.

E enquanto escrevo este post anda-me uma alma de regador na mão a mandar vir porque eu não reguei cá dentro...Well, excuse me for living!


E como já não há condições, até porque tenho de ir almoçar, deixo uma dica: e quiserem jardinagem fácil, que não vos deixe como se um cilindro compressor vos tiver passado por cima várias vezes, comprem...amoreiras. Só precisam de água. Mais nadinha. Ah, e se puderem evitar ter um cão por perto há maior probabilidade de conseguirem comer as bagas... Nero Augusto lambeu-se bastante, donde concluo que estas, da foto, eram boas!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

De como o mundo estaria melhor se as rédeas do poder estivessem na posse de uma mulher – parte I

Ando a pensar muito nisto desde que adquiri o hábito de ler a imprensa online, coisa que não fazia antes, por falta de tempo no emprego, jovem quadro dinâmico e motivado que era antes de 2005 (era também conhecida por 'quando-valia-a-pena-preocuparmo-nos-com-o-que-nos-pediam-para-fazer-porque-até-fazia-sentido-e-não-nos-envergonhava) e que agora faço para me manter mentalmente estimulada no mesmo emprego (era agora conhecida por you-really-don't-have-a-clue,-do-you?). Já que tenho de sacrificar o meu enriquecimento pessoal durante oito horas diárias, ao menos que saiba o que se vai passando fora da Twillight Zone. Leio a imprensa também porque ainda não arranjei forma de fazer palavras cruzadas sem dar muito nas vistas, agora que os sites que consultamos na térnet podem estar a ser monitorizados... É o fascismo cibernético a instalar-se: já não há feicibu nem Youtubi para ninguém. Quanto ao primeiro: Whatever! Olha que dano enorme que me causa... não tenho coelhinhos para alimentar a horas certas, nem fico o dia inteiro a publicar frases da nicola ou a jogar poker, e até prefiro ligar-me em casa thank- you- very- much, mas chateia-me horrores ter de ficar limitada à RFM, e ouvir 135 vezes por dia o ‘Alejandro’ da atrasada mental da Lady Gaga. A alternativa é não ouvir coisa alguma, mas o ronronar do ar condicionado faz-me mais sono ainda. É pois, uma manobra inteligente, castrar culturalmente as tropas e impedi-las de gerir os seus tempos de trabalho ao som daquilo que as faz produzir mais. Boa gestão, portanto. So what else is new.
(acabo de saber entretanto que afinal também vamos deixar de ter RFM. Em suma, não há melómanos no patronato, é o que se me ocorre dizer. Isso explica muita coisa, que para mim não gostar de música é o mesmo que não gostar de animais: sinónimo de fraco caracter. Again, so what else is new...)

Posto este recadinho muito apessoado, para quem quiser enfiar a carapuça (newsflash: I really don’t care. Mas só para que conste, estou na minha hora de almoço!), vou para o post em si. Isto seria portanto um prefácio, se alguém estivesse interessado em saber. Aliás, já fico feliz se alguém tiver lido até aqui, e me manifeste solidariedade perante tão ridícula sina para um intelecto tão mais merecedor de melhor do que isto...
Anyways...

Constato que o mundo anda perdido, e estou convencida que é porque são homens que andam a mandar nisto. Feminismos à parte, let’s face it: as mulheres são muito mais inteligentes! É um facto que só não foi ainda cientificamente provado porque há um complot internacional masculino a boicotar a publicação do estudo. Ninguém me tira por isso a convicção de que o mundo estaria melhor se fosse uma ‘gaija’ in charge. O mundo, onde se inclui, portanto, este cantinho à beira mar plantado. Ora parece-me, por exemplo, que o PSD estava melhor com a Manelinha, que até sabia dizer umas coisas, quando se pronunciava, o que nem sempre acontecia, é certo, e aparentemente lhe ditou o persona- non- gratismo das hostes internas mais aguerridas. Pois eu acho que a Manelinha foi muito incompreendida, porque quando não tinha nada de inteligente a dizer, calava-se, o que é um gesto que só demonstra bom senso. Pois que há quem lhe pudesse seguir as pegadas e falar menos. E melhor, já agora. Embora o Pedro seja muito bem parecido (eu tirava-lhe só aquele cabelinho muito penteado que lhe dá um arzinho de provinciano de meia idade, mas bom, se eu percebesse mesmo de consultoria de imagem também não tinha de ouvir a minha mãe dizer ‘vai tratar desse cabelo, que pareces uma doida’ sempre que me vê, o que dá uma média de 7 vezes por semana, já a contar com os dias em que me diz isto mais do que uma vez), quem o ouve (ontem aconteceu-me porque estava a jantar em casa alheia durante o debate e o comando não era ‘meo’) fica a pensar se o rapaz não convenceria mais com a boca fechada. Não cheguei a perceber o que é que eles querem (talvez por estar mais interessada no meu escalope aux champignons, é verdade), mas fiquei preocupada com a história do Pai Natal (imaginar-me de semblante carregado) e insurjo-me violentamente contra (imaginar-me com uma catana na mão), a não ser que subcontratem o transporte dos meus presentes. Assim de repente, não estou a ver quem podiam por de Rodolfo a puxar aquele trenó sem ir perdendo a carga no processo. E depois, organizados e cheios de ideias como andam, ainda o elfo Correia me trocava a meia lá na oficina sem o Coelho Papai Noel dar conta (não é difícil) e os meus sofás novos transformavam-se numa varinha mágica e já tenho duas, obrigadinhos! Encaro por isso com muita apreensão esta história de Pai Natal, até porque o Pedro não tem barbas nem barriga suficiente e depois ia parecer uma cenoura com barrete, admitindo, claro, a coerência no código de cores. Mas isto sou só eu a divagar, que não percebo nada de política nem aprecio particularmente. Mas, como leiga votante, achei um bocadinho confrangedor o ar mais ou menos bovino com que o jovem reagia à perguntas de Judite de Sousa. Mal está o país quando o presumível candidato a nosso Primeiro não é capaz de se impor numa entrevista e cai como um patinho em todas as armadilhas que o jornalista – uma mulher, já se vê - lhe coloca...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Acho inacreditável...

...que os senhores lá em Washington venham agora também invectivar contra Paris por causa da questão dos Roma, preocupados que estão (dizem eles aqui) com os seus direitos.
Se calhar preocupavam-se mais com o que se passa na fronteira do Texas ou em Guantanamo e metiam a viola no saco...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Yurie Manuel - 1994-2010


Não foi nunca o melhor cão do mundo. Mordeu-nos vezes sem conta, nunca aprendeu a sentar-se ou a fazer qualquer habilidade a nosso pedido, ladrava em decibéis proibitivos e nunca foi um animal que pudesse considerar-se meigo. Pelo contrário, sempre lhe fizemos festas sem ter a certeza de não perder um dedo no processo. Era um cão muito foleirinho, há que reconhecê-lo. Mas era o nosso cão e foi o nosso cão durante quase 16 anos. Talvez merecesse um melhor epitáfio, mas devo-lhe a cortesia de não ser hipócrita na hora em que o homenageio. Era um cão peste, peste como poucos, mas pôs duas mulheres feitas a chorar como madalenas à porta do veterinário e a mãe delas a fungar como uma criança também.

Tivemos de ajudá-lo a partir e custou muito. Custou muito mas também custava muito continuar a vê-lo definhar, a ver extinguir-se dia após dia o pouco de vida que ainda havia no seu corpo magro e já meio abandonado.

Nunca perdi um animal assim. Ainda estou na ressaca da coisa, mas temo que não se me arrede da memória a imagem daquele corpinho frágil e sem reacção na marquesa Há sempre um factor de culpa associado, ainda que racionalmente se saiba que é melhor assim, e que se poupa sofrimento. Isso a mim, curiosamente, não me consola grande coisa. Fui eu que assinei o termo de responsabilidade. É uma coisa com a qual vou ter de me reconciliar, mesmo sabendo que era o melhor a fazer. Fui eu que entreguei um cartão magnético para ficarem com o seu corpinho inerte. E o seu corpinho inerte está lá sozinho agora, à espera que o levem para cremar. E eu estou aqui, a lembrar-me da primeira vez que o trouxe para casa, cachorrinho mais lindo que ele era...
Dói-me, pronto. Dói-me mesmo como o cacete.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Diz que estou grávida!!!

Escusam de ficar escandalizados pela crueza do anúncio porque eu também fui apanhada de surpresa. Na verdade, só descobri hoje e pelo facebook!!!


Estamos muito felizes, tanto eu como o pai da criança (aliás, tenho de ir já a correr dar-lhe a boa nova) e claro que estamos muito emocionados por alguém me avisar que posso ter a minha barriga de grávida imortalizada numa placa de gesso. Por acaso até estamos a precisar de uma nova tábua de cozinha, calha bem.


Não sei se mais alguém acha que há certas grávidas que deviam ser fechadas num contentor durante os nove meses da gestação, para não partilharem as suas ideias bizarras com o mundo dos não hormonalmente perturbados. É que é preciso uma pachorra!!!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Do muito que embruteço neste emprego, e do esforço que ponho em qualquer actividade que me liberte do marasmo



É uma verdade universalmente aceite que é com grande sacrifício que passo oito horas por dia a matraquear números num teclado. Quis o destino, por grande ironia, que eu, uma moça que sempre foi das letras e sempre abominou matemáticas e afins, por lhes reconhecer muito pouca poesia e por ter aversão ao preto e branco da exactidão dessas ciências, me veja agora rodeada de números e taxas fiscais e coisas absolutamente desinteressantes para a minha sensibilidade. Tenho para mim que me deviam pagar um subsídio de embrutecimento, que é o que me está a acontecer por não fazer nada que implique uma criatividadezinha que seja, um simples desvio à rotina. Não. Não se passa por aqui nada, e o que acontece não é sequer interessante. A minha vida profissional assemelha-se muito à baia do Seixal na maré baixa: é lodosa e não cheira nada bem. Pelo menos a mim, que sei que posso fazer muito mais, muito melhor e de forma muito mais divertida. Mas pronto, a vida é assim mesmo, e estou reconciliada com o facto muito provável de nunca subir a um palco e cantar um dueto com o Jon Bongiovi, que era o grande sonho da minha vida, logo a seguir a descobrir o que toda a gente vê na Bimby, mas deixo isso para outro post.



Como nunca fui rapariga de baixar os braços, e preocupada que estava com o estado semi comatoso do meu cérebro durante a semana, tratei de procurar algo para me aguçar o neurónio. Pois que desencantei uma velha paixão de infância (não, não vem nada o Bongiovi à baila outra vez), a que volto a dedicar-me agora com grata satisfação: palavras cruzadas. Há quem ache que me ando a dedicar a isso como um viciado se dedica à coca, mas acho que há manifesto exagero nessas opiniões. Um serão inteiro ligado a um site de palavras cruzadas em inglês não faz de ninguém dependente. Bizarro, talvez, mas dependente...Já o facto de andar com um caderno de passatempos na mala parece-me mais comprometedor, mas ainda assim, sendo por uma boa causa, por exemplo o saber que o ita é um sapo da amazónia, tenho para mim que há coisas piores do que encontrar sinónimos e botá-los num quadradinho.
Visto que me considero uma pessoa generosa, dei-me ao trabalho (ponto alto do meu dia, mas não quero que se saiba) de partilhar este meu novo hobby e tomei a liberdade de suspender momentaneamente a minha contribuição para o PIB (cof cof) para dar outra utilização ao meu Excel. Lembrei-me de fazer uma grelha a completar com palavras muito acessíveis a quem me conhecer relativamente bem e souber ler nas entrelinhas das definições.


(infelizmente não consigo por isto a fazer popup, porque lá está, embruteço diariamente e ando a perder qualidades)