sexta-feira, 17 de setembro de 2010

De como o mundo estaria melhor se as rédeas do poder estivessem na posse de uma mulher – parte I

Ando a pensar muito nisto desde que adquiri o hábito de ler a imprensa online, coisa que não fazia antes, por falta de tempo no emprego, jovem quadro dinâmico e motivado que era antes de 2005 (era também conhecida por 'quando-valia-a-pena-preocuparmo-nos-com-o-que-nos-pediam-para-fazer-porque-até-fazia-sentido-e-não-nos-envergonhava) e que agora faço para me manter mentalmente estimulada no mesmo emprego (era agora conhecida por you-really-don't-have-a-clue,-do-you?). Já que tenho de sacrificar o meu enriquecimento pessoal durante oito horas diárias, ao menos que saiba o que se vai passando fora da Twillight Zone. Leio a imprensa também porque ainda não arranjei forma de fazer palavras cruzadas sem dar muito nas vistas, agora que os sites que consultamos na térnet podem estar a ser monitorizados... É o fascismo cibernético a instalar-se: já não há feicibu nem Youtubi para ninguém. Quanto ao primeiro: Whatever! Olha que dano enorme que me causa... não tenho coelhinhos para alimentar a horas certas, nem fico o dia inteiro a publicar frases da nicola ou a jogar poker, e até prefiro ligar-me em casa thank- you- very- much, mas chateia-me horrores ter de ficar limitada à RFM, e ouvir 135 vezes por dia o ‘Alejandro’ da atrasada mental da Lady Gaga. A alternativa é não ouvir coisa alguma, mas o ronronar do ar condicionado faz-me mais sono ainda. É pois, uma manobra inteligente, castrar culturalmente as tropas e impedi-las de gerir os seus tempos de trabalho ao som daquilo que as faz produzir mais. Boa gestão, portanto. So what else is new.
(acabo de saber entretanto que afinal também vamos deixar de ter RFM. Em suma, não há melómanos no patronato, é o que se me ocorre dizer. Isso explica muita coisa, que para mim não gostar de música é o mesmo que não gostar de animais: sinónimo de fraco caracter. Again, so what else is new...)

Posto este recadinho muito apessoado, para quem quiser enfiar a carapuça (newsflash: I really don’t care. Mas só para que conste, estou na minha hora de almoço!), vou para o post em si. Isto seria portanto um prefácio, se alguém estivesse interessado em saber. Aliás, já fico feliz se alguém tiver lido até aqui, e me manifeste solidariedade perante tão ridícula sina para um intelecto tão mais merecedor de melhor do que isto...
Anyways...

Constato que o mundo anda perdido, e estou convencida que é porque são homens que andam a mandar nisto. Feminismos à parte, let’s face it: as mulheres são muito mais inteligentes! É um facto que só não foi ainda cientificamente provado porque há um complot internacional masculino a boicotar a publicação do estudo. Ninguém me tira por isso a convicção de que o mundo estaria melhor se fosse uma ‘gaija’ in charge. O mundo, onde se inclui, portanto, este cantinho à beira mar plantado. Ora parece-me, por exemplo, que o PSD estava melhor com a Manelinha, que até sabia dizer umas coisas, quando se pronunciava, o que nem sempre acontecia, é certo, e aparentemente lhe ditou o persona- non- gratismo das hostes internas mais aguerridas. Pois eu acho que a Manelinha foi muito incompreendida, porque quando não tinha nada de inteligente a dizer, calava-se, o que é um gesto que só demonstra bom senso. Pois que há quem lhe pudesse seguir as pegadas e falar menos. E melhor, já agora. Embora o Pedro seja muito bem parecido (eu tirava-lhe só aquele cabelinho muito penteado que lhe dá um arzinho de provinciano de meia idade, mas bom, se eu percebesse mesmo de consultoria de imagem também não tinha de ouvir a minha mãe dizer ‘vai tratar desse cabelo, que pareces uma doida’ sempre que me vê, o que dá uma média de 7 vezes por semana, já a contar com os dias em que me diz isto mais do que uma vez), quem o ouve (ontem aconteceu-me porque estava a jantar em casa alheia durante o debate e o comando não era ‘meo’) fica a pensar se o rapaz não convenceria mais com a boca fechada. Não cheguei a perceber o que é que eles querem (talvez por estar mais interessada no meu escalope aux champignons, é verdade), mas fiquei preocupada com a história do Pai Natal (imaginar-me de semblante carregado) e insurjo-me violentamente contra (imaginar-me com uma catana na mão), a não ser que subcontratem o transporte dos meus presentes. Assim de repente, não estou a ver quem podiam por de Rodolfo a puxar aquele trenó sem ir perdendo a carga no processo. E depois, organizados e cheios de ideias como andam, ainda o elfo Correia me trocava a meia lá na oficina sem o Coelho Papai Noel dar conta (não é difícil) e os meus sofás novos transformavam-se numa varinha mágica e já tenho duas, obrigadinhos! Encaro por isso com muita apreensão esta história de Pai Natal, até porque o Pedro não tem barbas nem barriga suficiente e depois ia parecer uma cenoura com barrete, admitindo, claro, a coerência no código de cores. Mas isto sou só eu a divagar, que não percebo nada de política nem aprecio particularmente. Mas, como leiga votante, achei um bocadinho confrangedor o ar mais ou menos bovino com que o jovem reagia à perguntas de Judite de Sousa. Mal está o país quando o presumível candidato a nosso Primeiro não é capaz de se impor numa entrevista e cai como um patinho em todas as armadilhas que o jornalista – uma mulher, já se vê - lhe coloca...

1 comentário:

  1. Cara combloguista, manifesto-lhe total solidariedade quanto à imperialista censura que é votada pela sua entidade patronal. Da mesma forma, a instituição que me emprega obriga-me a despender 80 cêntimos diários na compra do jornal desportivo quando podia muito bem ceder-me a url por uns minutinhos. Quanto à ideia de tirar os homens do poder, olhe, e porque não! Não acho mal logo que encontrem um rabo de saia jeitoso para por ordem na casa. Mas a Manelinha é que não. Desde o tempo em que a senhora era Ministra da Educação e incumbiram a coitada de ter de assistir a um chato jogo de futebol e fazer a entrega da taça (Final da Taça de Portugal entre o FCP-SCP em 1994) a sua imagem ali debaixo dos escudos policiais a ser protegida dos objectos arremessados pela claque perdedora foi tão confrangedora que, convenhamos, se não tem pulso para educar a populaça também não deve ter para governar o país. Estou certo que se houver mais candidatas o povo haverá de tirar outras coelhas da cartola eleitoral. A Joaninha Amaral Dias, porque não1?

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