Are you talking to me? 'Cause if you are, I really couldn't care less...
segunda-feira, 31 de março de 2008
Em defesa do autor
quarta-feira, 26 de março de 2008
Magnetismo
terça-feira, 25 de março de 2008
Why me?! The return...
Caro Vício, não temas, que a Sasha Margarida tem mais futuro na construção civil. Bom, talvez mais na demolição civil. Eis o que restou da parede em casa da minha mãe, após o embate do bulldozer Amarelo - aka Sasha Margarida - na coluna da aparelhagem...
segunda-feira, 24 de março de 2008
Terapia para leoa agastada

domingo, 23 de março de 2008
We will always have Paris...
Mas, por uma questão prática, vou dividir as minhas referências a Paris em capítulos. Ainda não sei muito bem como vou estruturar isto porque tenho esta desagradável mania de ir escrevendo ao sabor das teclas, e nunca sei bem onde me levarão os meus dedos inquietos e o meu cérebro hiperactivo. Só espero estar à altura da tarefa que é explicar o inexplicável, exprimir o inexprimível, que é o Amor Profundo por uma cidade. Há coisas que nos estão na alma. Para mim, Paris é uma delas.
PARIS I – Os verdes anos
Vivíamos num prédio de gente abastada (assim, tipo, podres de ricos, mesmo), em que cada apartamento tinha seguramente mais de 200m2. A minha mãe era ‘concierge’(porteira), e também fazia horas, a passar a ferro ou a lavar vidros, em casa das ‘Senhoras’. Senhoras com ‘S’ pois nunca houve ninguém naquele prédio que nos tratasse mal, ou que tivesse propósitos menos correctos só por sermos, obviamente, bastante mais pobres. ‘S’il vous plait’ e ‘Merci beaucoup’ eram palavras que sempre ouvi, nas situações mais corriqueiras, como um segurar na porta, ou chamar o elevador. As pessoas de berço são, de facto, outra coisa. Algumas mais simpáticas que outras, mas todas extremamente bem educados. Recordo-me de uma condessa que morava no 6º, que tinha um castelo no campo e que odiava crianças, talvez por nunca as ter tido. Há quem se proteja por detrás de uma couraça tecida de desprezo, para minimizar a dor. Seja como for, eu evitava ir com a minha mãe a casa dessa senhora, até porque era uma casa fria e austera, e eu também não gostava. Mas andava em casa de todas as outras. E, como era uma miúda gira e bem comportada, as senhoras achavam-me graça e levavam-me com os filhos delas ao jardim, a festas de aniversário, a jantar fora. Ainda me lembro da minha primeira visita a uma livraria, com a minha amiga Julie. Fiquei doida a olhar para a imensidão de livros! Lembro-me do meu primeiro teatro, com a Mme Fustier e os seus netos Guillaume e Céline, com quem ainda correspondo. Lembro-me da minha primeira sessão de desenhos animados num cinema: ‘Bernardo e Bianca’, com o Arnaud e o Laurent. Lembro-me de ‘tocar’ piano com a Julie, e ainda hoje, quando me lembro, vou buscar o meu Casio e relembro a melodia simples: mi mi mi mi ré dó mi mi mi mi, ré dó, pausa, pausa, mi mi... e depois quando as lições dela começaram a dar fruto, as cantilenas infantis 'Frère Jacques’ e ‘Au clair de la lune’. E eu, qual esponja, via-a tocar e ia absorvendo. Tenho muita pena de não ter aprendido a tocar piano, é uma das minhas muitas frustrações artistícas. O Casio treme quando eu pego nele, mas lá vou tirando umas harmonias. Fraquinhas, mas pronto…tenho ouvido e dedos irrequietos, não posso fazer nada.

Mas as minhas sáidas preferidas eram com os meus pais. Morávamos mesmo ao pé do Champ de Mars, que é um portento de relva e recantos de lagos e patos, que se estende desde a École Militaire até à Tour Eiffel.
Passeavamos pela lateral direita, rumo à torre de ferro, passando por debaixo dela com o pescoço quase colado às costas, a olhar para o túnel de de metal a desaguar no céu. Curiosamente, só lá subi, depois de adulta. Sempre a pé, porque me pelo de medo que um dos elevadores caia. Uma tortura, subir ao terceiro andar, onde já não podemos aceder pelas escadas...

(Sou muito egoista: quando aprecio qualquer coisa quero que essa coisa exista só para mim, ou para um grupo restrito com quem eu possa trocar um olhar cúmplice ou um comentário pertinente. Fujo da multidão como da peste, e fico contrariada se está muita gente nos sítios que quero visitar. Não é por nada, mas perturbam-me. Quebram a magia. Distraiem-me do essencial, impedem-me de desfrutar ao máximo, de tocar, de cheirar, de usar todos os sentidos, já que me poluem os dois principais, visão e audição)E depois regressar, passando pelo Trocadéro e os seus jogos de água.
Tenho esta foto, que arrisco partilhar, porque nunca mais tive fotos de felicidade pura. Aqui estou, com cinco ou seis anos, no Trocadéro, num dia bonito em que o meu pai me levou a passear e fez uma sessão de fotos da sua menina. Era muita gira, não era? (entretanto estraguei.me mas isso agora também não interessa nada!)
Mas o passeio só ficava completo com a sacramental alimentação dos pombos e pardais. A minha mãe dava-me pão duro amolecido em água morna, e lá ia eu toda feliz, com o meu saquinho de pão. Fixava um sítio, sem nunca pisar a relva, e começava a mandar pão para o ar. Depressa ficava rodeada de pardais e pombos e a minha alegria era esfusiante quando eles esvoaçavam e me pousavam na mão, para comer o pedaço de pão que eu levantava no ar.
Outra variante dos passeios de fim de tarde eram os burrinhos. Adorava dar uma voltinha de burro ou de poney, e, mesmo que não fosse andar, queria sempre passar por lá para fazer festinhas à bicharada toda. O senhor já me achava piada, sempre ali de volta dele, e suspeito que me terá deixado andar umas quantas vezes de borla.
Havia também o ‘Guignol’, uma marioneta. Julgo que aqui é conhecido pelo ‘Roberto’.
Era o máximo, as sessões às três, com os meninos todos sentados no chão, a vibrar com o espectáculo, a participar, gritando para o Guignol ter cuidado com o ‘mau’ encapuçado, que ele não via, por estar de costas. Depois os aplausos no final, e a correria para ir ter com os pais, à espera cá fora. Com sorte, havia uma paragem na barraca do algodão doce, ou uma volta nos burrinhos...
O tempo em Paris corria devagar. Havia tempo para tudo. Os meus pais trabalhavam imenso, mas não me lembro de alguma vez ter deixado de ter a atenção deles. Andava sempre colada à minha mãe, a fazer asneiras, como pôr gesso de um jogo de moldagem que eu tinha, na fechadura e obrigar à sua substituição. Ou fazer birra porque queria um crocodilo bébé, numa altura em que houve uma febre destas em França, e que acabou por criar um mito urbano de que os esgotos de Paris estão povoados destes crocodilos comprados em bébés, e cujo destino foi, alegadamente, uma descarga de autoclismo. Se é verdade ou não, não sei, mas que andei dias a fio a namorar os bébés crocodilo na montra da loja, lá isso andei...De qualquer forma, não me aproximaria muito dos esgotos...
Lembro-me que o meu pai me chamava para ver o funcionamento do gira discos, e ficavamos a ouvir discos, eu sempre à espera que um acabasse para ter a honra suprema de manejar o aparelho. Depois tive o meu próprio gira-discos, um ‘mange disque’, literalmente um ‘come-discos’, por se enfiar o disco por uma ranhura e se deixar de o ver! Tinha os meus discos de contos infantis, todos com banda sonora de música clássica. ‘O patinho feio’, por exemplo, tinha como fundo ‘O Lago dos Cisnes’ de Tchaikovsky. Lembro-me de chorar horrores quando o expulsaram da comunidade de patos e ele ficou sozinho à beira do lago, miseravelmente infeliz. A música em crescendo, a voz quente e triste do narrador, tudo se conjugava para arrancar soluços às paredes. ‘A Ilha do Tesouro’, ‘O Polegarzinho’, ‘O Barba Azul’, ‘A pequena Sereia’… Grimm, Andersen, todos os contos e mais algum. Eu amava os meus contos musicados. Ainda os tenho a todos! Que pena tenho das pobres crianças de hoje que têm o Ruca e outros bonecos abichanados e parvinhos como referência suprema!
Que pena tenho que o francês seja sempre uma língua opcional e que tão poucos tenham o privilégio de entender as palavras maravilhosas que se escrevem nesta língua tão rica.
Eu sei que sou tendenciosa, mas se todos pudessem compreender o texto da música com que me vou despedir, talvez se deixassem cativar por esta cultura riquíssima. Ouçam, que vale a pena. Se não perceberem a letra, sigam a melodia. Se esta não vos cativar, deixem-se embalar pela voz quente de Monsieur Yves Montand. Se um dia eu pudesse mexer com uma plateia como este, e outros Senhores da música, fizeram e fazem, seria uma mulher feliz!
Oh! Je voudrais tant que tu te souviennesdes jours heureux où nour étions amis
En ce temps-là la vie était plus belleet le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle...Tu vois je n'ai pas oublié
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle
les souvenirs et les regrets aussi
et le vent du nord les emporte
dans la nuit froide de l'oubli
Tu vois je n'ai pas oublié
la chanson que tu me chantais
C'est une chanson qui nous ressemble
Toi tu m'aimaiset je t'aimais
Et nous vivions tous deux ensemble
toi qui m'aimaiset que j'aimais
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment
tout doucement sans faire de bruit
et la mer efface sur le sable
les pas des amants désunis...
quinta-feira, 20 de março de 2008
Velhos são os trapos

Pedi à Rosinha, a menina do super, que escrevesse esta carta. Bem sabes que os meus olhos já nem isso me deixam fazer. E ela tem mais jeito…
Espero que o António esteja bem, e os teus filhos também. Eu cá vou indo, cada vez mais triste, com saudades da minha casa e do meu quintal. A laranjeira já deve ter florido, deve ser um cheirinho…Olha, vai lá, e apanha quantas laranjas quiseres. Não as deixes apodrecer! A Anita já me disse que tão cedo não vamos lá, sempre com os seus maus modos. Até parece que me tem raiva…Lembras-te? Dos cinco, ela sempre foi a mais seca. E agora, foi com ela que fiquei. Não me trata mal, dá-me comida, veste-me e dá-me os remédios, mas não tem uma palavra amiga. Sinto-me a mais aqui. E não gosto deste apartamento, sinto-me presa. E se vou à janela, é um barulho de carros e pessoas que até tenho medo.
Ai Luísa, que falta me faz o meu Manuel. Se não me tem morrido, ainda estava aí, junto a vós, a tratar das minhas coisinhas. Que ele tomava conta de mim e guiava-me nos meus dias sem luz, com ternura e sem me fazer sentir um fardo. Eu só queria voltar para a minha casinha.
Recebe um beijo e muitas saudades desta tua amiga,
Maria de Lurdes'
Este foi o texto que li na aula de escrita criativa de segunda feira. Banalíssimo, dirão, com razão. Pelo menos eu não estava nada à espera que a minha ‘Maria de Lurdes’ inventada à pressão, nos poucos minutos que temos para construir um texto com as directrizes do formador, fosse dar origem a um post. Não fossem duas colegas de curso me ‘repreenderem’ no fim da aula porque as comovi com a minha velhinha cega e triste, e eu provavelmente não mais pensaria na Maria de Lurdes e na sua pouco ternurenta filha, Anita.
Mas fiquei a pensar, na verdade. Quantas vezes não somos confrontados com a tristeza dos ‘velhos’, sem a compreender na totalidade? Poderemos algum dia assimilar a dor que deve sentir uma pessoa que se vê incapaz de tomar conta de si, e, ou é ‘empurrada’ para casa dos filhos, uma semana aqui, outra semana ali - sim que há filhos que fazem questão de contabilizar, ao minuto, o tempo passado a cuidar do progenitor para dividir o ‘fardo’ irmamente – ou é mandada para um lar, para ai definhar aos poucos? Já visitei alguns familiares de familiares que foram para lares e fiquei chocada(não vou fazer juizos de valor, mas é facto que por vezes não é possível, ou melhor, não se arranja facilmente outra solução, especialmente se os idosos estão doentes, ou acamados. É evidente que precisam de cuidados exclusivos e, nesse caso, um lar é, em teoria, melhor do que ficar sozinho em casa até o agregado voltar do trabalho). Chocada, não só pelas condições em que alguns lares funcionam (este era assim), com camas improvisadas em corredores, ou cozinhas, mas essencialmente pela sensação de depósito de pré cadaveres. Desculparão a crueza, mas o que vi foi isso mesmo: velhinhos deitados, ou sentados (os que ainda têm força), com o olhar no vazio, à espera do dia da mais longa viagem.
Impressiona-me também a forma como são tratados: como débeis mentais, ‘ai que o menino tem de comer a papa senão eu zango-me com o menino’. Talvez as assistentes vejam isto como uma demonstração de carinho, mas suponho que os velhinhos, cujo único problema será porventura estar um pouco esquecidos, ou tremer as mãos e não ter os reflexos de outrora, se sentirão, no seu íntimo, humilhados, postos de parte e inúteis. Em vez de estimulá-los, desmoralizam-nos. Fazem-nos baixar os braços. Morrer mais depressa. Isto revolta-me profundamente. A forma como a velhice é encarada, como uma coisa que envergonhe os mais novos, e mais válidos. Como se se sentissem ‘ameaçados’ por este vislumbrar de um possível desfecho para os seus, ainda vigorosos, anos de vida. Como se esconder a velhice, trancá-la a sete chaves, longe dos olhares do mundo, pudesse evitar o processo. Sinto um aperto no coração quando vejo como são tratados os velhinhos doentes. Como lixo. Sinto muito se choco alguém. É assim. Os lares, os hospitais, tudo igual. Os velhinhos são tontos inconsequentes, que só chateiam. Tive, infelizmente, de conhecer esta dura realidade. Há uns anos, o meu avô sofreu um AVC e esteve internado em S. José, numa cama numa sala vazia, porque só cabia mesmo a cama dele . Não sei se seria um vão de escada, mas era muito apertado. Recordo-me que ele estava entubado, mas consciente, e que chorou quando nos viu, mas não conseguia falar. Recordo-me de ter chorado horrores ao ver o desespero nos olhos dele, por não conseguir comunicar connosco (aliás, escrevo estas linhas com as lágrimas a escorrer), a solidão, a vontade de querer sair dali. Morreu poucos dias depois, sozinho no seu quartinho miserável, sem ninguém que lhe segurasse a mão, sem ninguém que lhe desejasse boa viagem e o acompanhasse naquele momento…
Há dois anos, perdi um tio muito querido, em circunstâncias parecidas. As enfermeiras do hospital da Guarda, habituadas como todo o pessoal médico a ser desprendido, já não se compadecem com os queixumes. Na sala onde o meu tio estava, outros cinco velhinhos estavam deitados, meio alheios, uns com visitas carinhosas, outros absolutamente sós, à espera apenas… o meu tio quase já não tinha forças para falar mas estava lúcido, e pedia por favor que lhe compusessem a fralda porque lhe estava muito apertada e a magoá-lo. Teremos nós a real dimensão do desespero que deve sentir um homem, em tempos forte e autoritário, que pede em surdina à sobrinha que lhe chame alguém para lhe ver a fralda que lhe está a magoar ‘as partes’, como ele dizia. Terão noção do sentimento de impotência que sente quem recebe tal pedido, e vai a correr chamar uma enfermeira, que lhe diz com arrogância ‘ agora é a mudança de turno, já lá vamos’. E que perante a insistência ‘ele está muito queixoso, doi-lhe muito’, responde, já virando costas,’ Eles dizem todos a mesma coisa, doi-lhes sempre qualquer coisa’. Fiquei tão chocada que nem tive reacção. A correcta seria, obviamente, partir-lhe a cara, para ver se lhe doia ou não, mas nem me lembrei disso. Foi uma auxiliar de limpeza que assistiu à conversa que me levou pelo braço dizendo ‘menina, deixe estar que eu trato disso, assim que acabar a visita eu vou ver o seu tio, prometo-lhe’. Se foi ou não, não sei. Não pude perguntar ao meu tio porque ele morreu nessa mesma noite.
Escrevo este post em homenagem aos velhinhos que perdi, e de quem tenho saudades imensas. Honremos os nossos idosos, apreciemo-los enquanto cá estão, e ao ritmo deles, embora com infinita paciência, façamos com que se sintam amados, ensinemos-lhes coisas, sentemo-nos a ouvir as histórias que nos contam, de tempos antigos que já nem conseguimos imaginar como sendo reais.
Há tanto para fazer em termos de melhoria da qualidade de vida dos nossos séniores…ainda acalento o sonho de um dia, quando tiver tempo disponível, dispender algumas horas a fazer trabalhos manuais com velhinhos, para os ocupar, inventar umas actividades leves, mas que os estimulem, para não os deixar definhar numa cama ou num cadeirão. Gostava de ver mais lares e hospitais preocupados com a saúde emocional dos velhinhos de que cuidam. Gostava de ver mais respeito para com os velhinhos. Gostava de ver mais velhinhos felizes e menos velhinhos conformados.
Gostava mesmo.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Why Me?!

domingo, 16 de março de 2008
Safira em seis capítulos
- Melancolia: é uma palavra de que gosto muito, e que tem muito a ver comigo. Sou, por natureza, por karma cósmico, por conjugação astral, sei lá eu porquê, uma pessoa melancólica. Não sou triste, apesar de estar muitas vezes triste, por motivos diversos, mas tenho sempre um 'je ne sais quoi' comigo, que faz com que tenha aquele veú no olhar...se calhar pareça mais triste do que estou no momento. Mas a melancolia decorre sem dúvida do ponto nº 2, também...
- Sonhar acordada: Sempre. Na minha cabeça correm filmes inninterruptos, a mil à hora... Diálogos que não tive com pessoas que já não fazem parte da minha vida, diálogos que terei com pessoas que ainda não conheço. Eu a cantar no Olympia (right!!!), eu a casar num veleiro (duplo right), eu a embalar os meus bébés (triplo right!!!!), eu a bater no médico de família (um anormal!!!) porque me obriga a estar um mês à espera de consulta para me passar as credenciais para os exames que o meu generalista me passou. Sonho muito, e antecipo muito. Depois, como já vivi as situações intensamente na minha cabeça, se por acaso acontecem, já não dispendo o esforço que elas se calhar pediam...o que é mau, por um lado, porque se calhar isso quer dizer que acho menos piada ao real do que ao fantasiado, mas que, por outro, me impede de ir para a cadeia por agressão física a muitas pessoas.
- Agressividade latente: Detesto conflitos, e vou engolindo sapos até poder. Mas, quando chega o limite, posso ser extremamente desagradável. Suponho que, para mim, o ataque é a melhor defesa. Como sou muito sensível, assim que sinto que qualquer coisa me vai magoar, ponho a armadura e 'mordo'. Mas aviso sempre primeiro. Mas é um processo muito lento, e raramente se vê. Sou pacífica, na maior parte das vezes, e é preciso muito para deitar as garras de fora. Excepções que me levam a passar de imediato e a partir para a violência se não me segurarem: magoarem alguém que eu ame, maltratar um animal à minha frente. Não aconselho! É que me passo, mesmo. Uma vez, um ex teve de me agarrar porque eu fui tirar satisfações a um anormal que estava a atirar um cachorro pastor alemão para o chão, repetidamente. Levantava-o, e atirava-o para o chão, para a neve fria. Porquê? Porque era uma besta, obviamente. É uma coisa que me assusta, esta suspeita de que, se um dia me passo à séria, e que não tenha ninguém que me impeça, poder fisicamente magoar uma pessoa, para além de me magoar a mim, fraca figura que sou. Mas, claramente, não sou de enterrar a cabeça na areia e fingir que não vejo. Tenho sangue a mais na guelra.
- Expressividade: Faço montanhas de caretas. Quando for velha vou ter a testa cheia de rugas!!! Ele é franzir o sobrolho quando me estão a contar uma história que me está a aborrecer, ele é revirar os olhos quando me impaciento, ele é rosnar no metro quando alguém se encosta demais a mim...não consigo disfarçar nada. impávida e serena, não é uma expressão que se aplique a mim. A minha expressão facial e corporal trai-me sempre! Se recebo uma boa notícia, grito e pulo, esteja onde estiver (ex: no meio do expediente, no meu primeiro ano de trabalho, quando recebo o telefonema a dizer a minha última nota = fim do curso. levantei-me, e aos berros, com director e patrão na sala, fiz a minha dança do 'acabei o curso' (algo entre o bailinho da madeira e um hip hop manhoso). Se estou de mau humor, vê-se logo. Se estou irritada, um olhar basta para o anunciar ao mundo. Se estou triste, então, é muito mais fácil: nunca disfarço as lágrimas a cair. Isto porque...ver ponto 5
- Sou uma chorona. Mas assim, maricas, maricas. Choro por tudo e por nada, e em qualquer lugar. Funciono muito por vagas de emoção, e quando ela se torna mais forte, acabou! pimba, abro a torneira! Mas não quer dizer que seja só tristeza. Não! Choro até mais de alegria, ou quando algo me toca muito fundo, do que por estar triste. Choro com o chilrear dos pássaros, choro com uma paisagem bonita, choro ao ver uma criança a brincar ( se estiver a jogar à bola com o pai, então é uma miséria), choro quando o Sporting perde, choro quando o Sporting ganha, choro ao ouvir certas áreas de ópera, choro ao ver o Paul Potts realizar o seu sonho, contra todas as probabilidades (aquele moço que ganhou o Ídolos em Inglaterra com uma Área de ópera), choro quando vejo desgraças, choro quando vejo sofrimento, choro quando vejo cães e gatos abandonados nos canis, a espreitar por entre as grades, quando alguém se aproxima, como a dizer 'pick me'!! Choro com a Anatomia de Grey, choro com romances impossíveis, choro quando me morre uma planta. Enfim, sofro de hiperactividade do saco lacrimal aliada a um coração mole, mole, mole!!! Às vezes é seca, quando estou a conversar com alguém e começo a lacrimejar!
- Dualidade ( sem querer plagiar o blogue do J e do N): Sou muito inconstante. Passo de um estado de alegria à tristeza num piscar de olhos. E sim, sei que isso é sintoma de doença bipolar ou esquizofenia, mas até ver, é mesmo só porque é uma característica do meu signo. Os peixes são, por natureza, duais... indecisos, sempre a navegarem contra a maré ou deixando-se ir na onda. Não sei explicar porquê, é mesmo assim. Basta uma coisinha mínima para fazer bascular o pêndulo, para um ou outro lado. Por isso, posso ser vista como excêntrica: um dia sou um mono chorão, sem ânimo para nada, no outro estou calada, embrenhada nos meus pensamentos, no outro a disparar bocas sarcásticas ao meu redor, no outro a seguir, sou um poço de energia e nada me pára. Ando sempre a oscilar entre o bobo da corte e o Pierrot, entre Lara Croft (forte e independente) e a Rapunzel, mariquinhas presa numa torre à espera do príncipe (Só que não sou loura, nem tenho o cabelo comprido. Bom, nem sou parecida com a Angelina Jolie. Mas assim tipo, em lado nenhum !!:().
- Eu sei que eram só seis, mas não posso deixar isto sem rematar com qualquer coisa de bom, quando não fogem-me todos a sete pés! Considerem um bónus. Sou amiga do meu amigo, preocupo-me sempre em não magoar as pessoas, muitas vezes, em detrimento dos meus próprios sentimentos, sou generosa (no sentido em que gosto muito de fazer surpresas e estou sempre a magicar formas de dar miminhos aos outros, por acções, porque tenho muita dificuldade em dizer coisas tão básicas como 'gosto muito de ti', não sei porquê, é assim mesmo). Estou sempre disposta para a palhaçada, desde que num círculo restrito, não gosto de dar estrilho. Acho que se pode contar comigo numa crise. Ou fora dela, apesar de não andar sempre aos beijos a toda a gente, as pessoas que estão próximas sabem que estão mesmo 'cá dentro'. Gosto de música e de animais, e por isso, sou basicamente, uma pessoa decente. Espero eu... ;)
Pronto, e agora vou almoçar, que está tudo à minha espera e eu prezo muito a pontualidade. Além disso, não quero que isto fique a parecer um anúncio para um site de encontros!!! (não que resultasse, porque definitavemente, depois disto, ninguém me pega!!!) LOL!!!!!
Beijos grandes!
sexta-feira, 14 de março de 2008
Miscelania...

Da paixão que nos move. Que nos leva a agir, que nos faz levantar a cada dia com um espírito renovado e combativo. A Paixão que nos faz sentir vivos.
Quando se fala em Paixão, a tendência frequente é de pensar na paixão romântica. A paixão romântica também é muito boa, decerto, mas tem a desagradável mania de, passado algum tempo, desvanecer-se, podendo, nos casos de sorte, transformar-se em Amor, mais ou menos profundo, e nos casos que correm menos bem, em desencanto, também mais ou menos profundo. Mas não é desta paixão de que vos quero falar. É da outra. Aquela que nos vem de dentro, independentemente de ter um ‘objecto’ de culto palpável ou não, aquela que não sabemos explicar. Aquela que se baseia nas nossas crenças profundas, e que nos faz abraçar uma causa, um trabalho, um clube, um hobby... Em suma: que nos leva a combater o estado de semi coma que caracteriza o mundo de hoje, onde a maior parte das pessoas não tem tempo para muito mais do que tentar manter-se vivo, ao nível mais básico das necessidades vitais: comer, beber, dormir.
Também ando desapaixonada, ultimamente... e este post surge-me naturalmente depois de ontem não ter vibrado, como esperaria, com a vitória do Sporting. Fiquei preocupada.
‘Parvoíce’, dirão alguns. Pode ser que sim. Mas fiquei a matutar...
O Sporting foi, desde muito cedo, uma paixão. Não quero transformar este post numa ode ao meu clube, mas, por desabafo meramente académico, retenhamos o seguinte.
Cresci durante a fase menos boa do Sporting, que durou, como toda a gente sabe, 18 anos. Fui gozada, anos a fio, por familiares e amigos, porque não ganhávamos nada. Nunca desisti do meu Sporting. Ser do Sporting também me ensinou a ser paciente, a perseverar, a pensar com entusiasmo ‘para o ano é que é’. Nunca esquecerei o primeiro ano em que vi o Sporting ser sagrado campeão nacional. Retenho uma imagem para sempre: eu a entrar na segunda circular, com o meu emblema orgulhosamente pendurado no espelho, e um absoluto desconhecido, também ele do Sporting, a ceder-me passagem, mostrando-me um polegar enfaticamente erguido e um sorriso de orelha a orelha. Não me esqueço da alegria profunda e inexplicável que sentia nesses dias. Parecia que tudo o que de mau acontecia não chegava para abafar o meu contentamento e optimismo.
Assim como não esqueço a campanha da UEFA do Sporting em 2004/2005, em que num jogo absolutamente inesquecível, contra o AZ Alkmar, contra todas as probabilidades, no último minuto do prolongamento, quando eu e a minha irmã já chorávamos (pois choro, pois choro! E depois???), o Miguel Garcia surge, qual Lancelot de chuteiras, e marca o golo que nos levaria à final. Esse foi, seguramente, um momento muito, muito forte. Nunca mais me esquecerei da cara do meu cunhado, sentado no sofá a olhar para a noiva dele (na altura) e futura cunhada, como se estas duas criaturas fossem de marte, enquanto elas berravam como loucas, e choravam, e riam, e choravam outra vez. Tudo isto com a Sasha Margarida aos saltos e a ladrar. Foi o verdadeiro pandemónio, apesar das tentativas da minha pobre mãe para nos acalmar.
Por isso, ontem fiquei preocupada quando não me senti por aí além feliz... Ok, ganhámos... Fixe... bom, vou ver os ‘Ossos’ na Fox.
Matutei no assunto quando me fui deitar e comecei a fazer balanços. Má ideia, especialmente em final de semana...pensei, por momentos, que o meu Sporting já não conta para me energizar e combater as agruras do dia. Pensei, por momentos, que estava mesmo completamente desapaixonada...Mas depois, com mais frieza, concluí que não é nada disso. Os meus dias só são ensombrados pelo Planeta Desânimo, regente da minha área laboral, que me está a envenenar a existência e a drenar-me as forças e a minar-me a disposição para todo o resto. Urge mandar uma ogiva nuclear a este Planeta, e ir buscar vida inteligível noutro sítio qualquer!
Acordei com a rabuja, e só rasguei a boca num sorriso ao ver um ratinho a passar nos carris do metro, em Entrecampos. Aposto que toda a gente deve ter achado que eu era maluca, a sorrir para os carris do metro... É o que devem estar a pensar se resistiram até ao final deste post... que eu sou uma lagartona maluca. Não faz mal, eu também questiono a minha sanidade mental várias vezes por dia... acho que faz parte.
O meu professor do curso de escrita criativa diz sempre que se deve fechar o texto com uma ideia resumo, ou uma frase forte. A mim só me ocorre dizer
Bom fim de semana :)
PS: não sei se repararam, mas acabei por só falar do Sporting, mesmo... Dahhhhhh!!!
terça-feira, 11 de março de 2008
Vou matar o meu gato!!!!

Vejam estes lindos Crocus floridos ( foto sacadada net). Reparem na sua folhagem alegre, e flores encantadoras...
Um vasinho de lindos crocus amarelos é aquilo a que as pessoas que não têm gatos mal comportados podem almejar.
Já eu tenho isto....
O meu coração sangra... o rabo dele também sangraria se o tivesse apanhado em flagrante!
segunda-feira, 10 de março de 2008
Pergunta 'istúpida'

domingo, 9 de março de 2008
Happy Birthday to me!!!!!

quinta-feira, 6 de março de 2008
While you were sleeping

quarta-feira, 5 de março de 2008
Agradecimento tardio...

Por isso, faço questão de agradecer sempre, e colocar no meu espaço os prémios que entendo que são dados com fundamento, e não só porque sim, ou para publicitar o seu próprio blogue e aumentar a estatística de visitas. Sei que há muitas pessoas que optam por não o fazer, por um ou outro motivo, o que percebo perfeitamente quando os visitantes são muitos e as nomeações ferozes. Mas eu, enquanto puder, vou dar sempre o devido destaque ao gesto que teve quem me atribuiu um mimo. Acredito que parte do prazer de dar é saber que a oferta foi aceite com um sorriso de agrado, e assim sendo, faço a minha parte para que a pessoa entenda que o seu gesto foi importante para mim. Ó p'ró meu sorriso de orelha a orelha, Carracinha!!!
terça-feira, 4 de março de 2008
Back to Reality - part One
