Dia da mãe e considerações gerais sobre o estado do futebol em Portugal

Tenho a sorte de ter uma família maravilhosa. Com um ou outro elemento com quem partilho menos coisas em comum, mas toda a gente se dá bem e temos genuíno prazer em estarmos uns com os outros. Funcionamos como um clã em muita coisa e substituimo-nos aos membros que não estão por perto quando a ocasião assim o exige. O dia de ontem não fugiu à regra, e por isso zarpámos logo pela fresquinha com dois carros, duas Mães ( D. Mummy, e D. Tia, cujas filhas estão fora) rumo a Óbidos para um dia da Mãe diferente.

Não fosse o vento desagradável e teria sido perfeito. A vilazinha do Oeste mantém o seu encanto pitoresco, pese embora as hordas de espanhóis e um bando de benfiquistas que antes do meio dia já cantavam de ginjinha na mão, para gaúdio extremo do incauto transeunte (especialmente o incauto transeunte que não é do Benfica!).

Depois do almoço retemperador, ainda pudemos perdermo-nos no tempo visitando a feira de velharias onde se vende de tudo, desde garrafas de sumol vazias a bicicletas do tempo da velha senhora e livros ao preço da chuva.

Foi um dia bom. As Mães estavam satisfeitas, as filhas/sobrinhas estavam satisfeitas por poderem proporcionar um passeio diferente, e foi com grande entusiasmo que, já em casa, nos reunimos de novo para um lanche de encerramento das festividades, apenas ensombrado pelo mau feitio do FCP que não deixou os benfiquistas do grupo fazer a festa do título já ontem.

Eu, que em virtude das múltiplas vicissitudes da vida de uma mulher já não sou anti-benfica (pelo menos não declaradamente ;)), assisti ao relato no Benfica TV. O Benfica TV é assim uma mina de parcialidade, razão pela qual muito me ri ao longo dos 90 minutos. Claro que não consegui ver o jogo no ecrã minúsculo que aparece atrás dos dois esclarecidíssimos comentadores, mas percebi perfeitamente que o Benfica foi roubadíssimo, que o árbitro foi um imbecil tendencioso e que não há justiça na terra, e vou passar os comentários mais deliciosos porque há leitores que são do FCP e não quero ferir susceptibilidades.

Ainda sobre o futebol, hoje li no blog do Pedro Ribeiro uma entrada que me deixou a pensar que, de facto, esta história da bola começa a tomar proporções absurdas. Que espécie de atrasado mental é que leva bolas de golfe para atirar num estádio? (e sobre isto pergunto: que raio é que andam a fazer as forças de segurança??? só revistam alguns adeptos, agora??) Que espécie de atrasado mental é que agride duas mulheres e lhes destrói o carro por causa de uma bandeira de cor diferente? Eu digo-vos: a espécie de débil mental que devia estar presa, e que podia aproveitar a reclusão para aprender as regras básicas da convivência social. Falta de cházinho e de porrada, é o que é. Eu estou muito disponível para partir uma rótulazinha ou duas, com a minha moca de Rio Maior!