quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Da imbecilidade



foto tirada daqui


O termo é vago e pode ser aplicado tanto a um pobre de espírito - que é imbecil por efectiva debilidade mental (attention please, refiro-me ao termo técnico, não injurioso), porque algo correu mal na formação do feto e o seu QI é inferior a 20 (acho que é isto. Mas também não me apetece ir googlar para confirmar) - como a um cidadão que até sabe ler e escrever, e pasme-se, até consegue frequentar o ensino universitário. É uma verdade universalmente aceite que há imbecis por todo o lado. E acaba por ser mais um problema de formação do que propriamente de cultura ou inteligência. A prova mais do que cabal de que há imbecis por todo o lado, independentemente de credos e formações, está patente nas mais simples coisas do dia a dia, desde o atrasado mental (agora sim, injurioso) que estaciona e ocupa dois lugares, ao influente cidadão septuagenário que acha que uma mocinha de 24 anos quer casar com ele por causa da sua linda aura. (Se bem que este seja um tipo de imbecilidade com a qual posso bem, e que me diverte quando não tenho literatura no comboio e consigo ler algumas ‘gordas’ das revistas cor-de-rosa alheias).

Anyway...De volta à espécie de imbecis visados, ou seja, os academicamente desafiados (o challenged em inglês fica tão melhor, mas paciência)

Quero acreditar, embora não aposte a vida nisso, que para se frequentar o ensino superior é preciso ter qualquer coisinha na cabeça. E ter a noção de que os professores não estão ali apenas para nos fazer o favor de nos passar, só porque estamos a pagar. Pois estamos, mas é um negócio como outro qualquer. Com direitos e deveres. Eu vejo a coisa desta forma: temos o direito a que nos ensinem, a ter professores à nossa disposição para esclarecimento de dúvidas, a ter conteúdos programáticos e recursos adequados. Mas há a questão do dever. Temos o dever de T-R-A-B-A-L-H-A-R. Não é esperar que a papinha caia do céu. Não é enviar emails a um professor porque não se sabe onde é que está o enunciado do teste. Especialmente quando o enunciado do teste está onde diz “enunciado do teste”... Não é ir para um fórum de dúvidas achincalhar o professor porque “o nosso marido leu o trabalho e achou muito bom e não percebe por que razão tivemos má nota”. Ficamos todos muito satisfeitos pelo facto da senhora ter um marido solidário mas, em boa verdade, o que tenho eu a ver com isso? Ou o professor? O marido não percebe a nota... pois que lamentamos todos muitíssimo. Já eu, o que não percebo é que pessoas que se dirigem a um docente, num fórum público, e me usam argumentos destes para contestar uma nota frequentem um curso superior. E custa-me cada vez mais ler os relatórios de correcção das actividades e constatar que a maior parte dos colegas não sabe escrever. O que se entende, visto que também não sabem pontuar, acentuar (eu sei, eu sei, é difícil gerir três acentos, um til e vá, a cedilha...), associar, comentar, e muito menos estruturar um texto (ai c’órror, isso dá imenso trabalho. O professor que adivinhe o que a gente quer dizer, e que pontue o que nos faltou mencionar já agora). Mas há uma boa notícia: sabem transcrever do manual. Valha-nos isso! Que saibam fazer qualquer coisa, nem que seja copiar.
Que hei-de arranjar muitos amigos por lá assim? Estou-me bem a lixar para isso. Tal como disse no fórum de apresentação, estou lá para aprender não para alargar o meu círculo social. E custa-me ver a má preparação que anda por aí, custa-me ver erros de português, custa-me ver debitanços sem interesse, como quem diz 'olhem todos para mim, sei fazer copy paste de um texto académico'. Hip hip hooray!!! Podiam, pelo menos, ser recatadamente imbecis, na tranquilidade do lar, mas não, insistem em exibir-se para o mundo. Lucky us!

6 comentários:

  1. não queres aumentar o tamanho da letra da segunda parte do texto?...ihihihihihih

    pois...acredita que sei muiiiitoooo bem a que te referes... de um e de outro lado do campo.

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  2. Não sei porquê fizeste-me lembrar uma colega da faculdade, que era burra todos os dias (para evitar dizer imbecil, que alguns não têm culpa). Não era a única, mas a maior parte dos outros trabalhava a dobrar, com a plena consciência dessa falha. Mas a dita menina não, não estudava, nem pegava num livro!

    Então certa vez foi para um exame oral, mal preparada, mas julgando ter as costas quentes, por ser amiga de um dos examinadores. Ele, como a conhecia, disse ao colega para ser ele a fazer o exame e o resultado foi uma desgraceira, ela não deu uma para a caixa. E chumbou, evidentemente! Então não é que a menina resolveu fazer uma peixeirada ao próprio amigo, no final dos exames orais? E, uns anos mais tarde, tentou fazer outra a um professor que nem sequer conhecia mais do que os restantes colegas, por ter tido a pior nota da turma num trabalho. E aí ele só lhe disse, "mas como é que a senhora queria ter melhor nota, se trocou o nome de todos os personagens?" 'Tás a ver? Não és só tu! :)))

    Beijocas!

    ps - e amigos que sejam poucos, mas bons! :D

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  3. Neste Dia de Reis, vimos desejar um Feliz Ano Novo!
    Depois de um ano terrível, actualizámos finalmente os nossos blogues.

    Um abraço,

    Isabel e José António
    6 de janeiro de 2011

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  4. Que curioso! Já tive uma Gata siamesa que se chamava Safira!!!!

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  5. Não tens pena destas pobres pessoas que já vêem mal, como eu????

    È que com uma letrinha tão pequenina eu vi-me grega, negra, e......para conseguir ler até ao fim.

    Mas estupidez e falta de respeito é algo que não tolero a preço nenhum.

    Beijokitas e bom fim de semana.

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  6. Estive quase para pedir emprestaas a lunetas ao burro para ler as miudinhas, anyway, burro é burro, aqui ou em Harvard.

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