quinta-feira, 22 de abril de 2010

Fraude descarada

Nota editorial: Não, não vou falar do Face Oculta, nem da Inês de Medeiros, nem do salário do Mexia, nem nada dessas coisas que até têm algum relevo e podem de facto chocar alguém mais crente no Pai Natal e na justiça e nos princípios éticos e morais and so on and so forth. Este é um post sobre fraude, mas é declaradamente fútil.

Andava cheia de curiosidade para ver a adaptação cinematográfica do livro 'My sister's keeper', brilhantemente traduzido (como sempre) para 'Para a minha irmã', de Jodi Picoult. Gostei imenso do livro, mesmo que seja uma coisa assim para o meio 'lamechas e coitadinho', mas está bem escrito e a história tem uma fina ironia de permeio, que culmina no final. Passei no blóguio da Parisiense, e vi que ela tinha visto o filme. Como sou copiona, decidi alugar no MEO. Pois que estava tudo a correr mais ou menos, porque eu já ia com a expectativa baixinha com o elenco:Cameron Diaz como mãe não me convenceu, apesar de chorar benzito. O actor que faz de pai é um tótó, nem sei o nome dele e nem me vou dar ao trabalho de googlar. Alec Baldwin como o advogado matador...enfim...As a única que se aproveitam são as duas miúdas. Ponto. Ah, e o cão, que também esteve bem.

Portanto, estava eu com as minhas Lays Vinagreta (Sorry, J, não sobrou nada para ti), a ver as partes do livro serem debitadas à velocidade da luz, em takes desgarrados e sem alma, com um vago sentimento de 'mais valia ter alugado a 'Abelha Maia vai às compras'', quando chega a altura do final em que supostamente, e a seguir o livro, a malta chora copiosamente. Eu comecei a chorar devagarinho, em anticipação, à espera da brutalidade do final, à espera de não poder aguentar a emoção. Uma lagrimita, duas...então?...mas não tou a perceber... mas não é agora que....e depois ela...e é...por um...e vem o pai e... depois... hospital a correr...morre... Pois aparentementem NÃO!!! Só vejo o argumento todo a descambar para um sítio muito, muito escuro... Ainda gritei 'K. não sigas a luz, para o outro lado, é suposto ires para o outro lado', mas qual quê, a rapariga era doente terminal e surda, com certeza!


Imaginem que estão a ver a adaptação da Bela Adormecida e que o príncipe, quase quase a beijar a linda Aurora para a despertar do sono eterno, vê ao longe o porta-estandartes do Reino e descobre que é gay. Larga Aurora a roncar e vai enrolar-se no feno com o moço, e depois vão ambos montados num cavalo branco e desaparecem ao por do sol.


Pois tirando os enrolanços no feno, e a parada gay, foi mais ou menos isto que aconteceu. O final não é o mesmo! E não é o mesmo assim por 367 km!!! O FINAL É MESMO COMPLETAMENTE DIFERENTE E PROFUNDAMENTE MISERÁVEL.
É que não tem nada a ver.
É que quero mesmo o meu dinheiro de volta, e um processo ao realizador por arruinar o meu serão de profunda choraminguice.
Estúpido!


2000 calorias de batatas fritas para nada! Mais valia ter passado a ferro. DAMN!

6 comentários:

  1. Até agora nenhum filme superou o livre, fica sempre aquém e ainda para mais ser totalmente diferente...
    tens razão para te sentires enganada.
    jokas

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  2. Ahahahahahah
    Ri a bom rir com a tua descrição do filme e respectiva comparação ao livro.
    Linda um filme nunca é como o livro....eu que não li o livro gostei da mensagem do filme....talvez porque tenho alguém em casa com cancro e revi-me um pouco em algumas situações....
    Quando fui ver o filme Código Da Vinci aconteceu-me o mesmo.....tinha lido o livro á pouco e também estava á espera desta cena e daquela....e era um saltar de episódios que fiquei desulidida.
    Por isso nunca vás a contar que o filme seja como as imagens que criamos na n/cabeça quando lemos um livro.
    Mas conseguiste fazer-me rir e só por isso já valeu a pena passar por aqui.

    Beijokitas

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  3. Pois... já me aconteceu, mas ainda assim prefiro isso a passar a ferro... damn

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  4. aaaaaaaah, não me digas que a mecinha morre pq descobre ser gay???... o-O

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  5. É isso que torna alguns filmes tão irritantes: são supostas adaptações de livros, mas o realizador não se acanha nada em dar tantas voltas à história, que no fim resulta noutra completamente diferente! Porque não escrevem eles os argumentos? Dá muito trabalho? Bolas! Também fica assim, pior que uma barata (o que quer que isso queira dizer!)

    Mas entre ver um filme ranhoso e passar a ferro, ainda vou pelo primeiro! :)

    Beijocas!

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