sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

MANIFESTO CONTRA A ‘NORMA’

Mais de 30 anos, solteira, ou sem relação estabelecida, e sem filhos. Para a maior parte da nossa (in)civilizada sociedade, esta conjugação ‘dantesca’ de factores é uma cruz que as ‘coitadas’ das moças têm de carregar, na ‘vergonha’ da sua existência. Aliás, para as mentes iluminadas que resistem da Era da Trevas, existir, plácida e transparentemente, é a única coisa que parece estar reservada às ‘tristes’ que não conheceram (ainda) o estado de graça social que o casamento traz, e o enobrecimento que a maternidade confere. A ‘Norma’ ainda é casar e ter filhos, sendo a alternativa considerada como não ter vida.

Esclareço: não tenho absolutamente nada contra o casamento ou a maternidade. Até são coisas às quais, obviamente, almejo, mas que, não acontecendo, não se me afiguram como o drama absoluto. Convém esclarecer que o meu estado de zenitude em relação ao tema é fruto de muitos anos de tortura e aceitação da ‘Norma’ como condição única para a felicidade. O caminho da luz foi longo e tortuoso, e ainda tenho actualmente alguns momentos que, vá, sejamos honestos, me magoam profundamente e me deixam jururu durante uns dias ( felizmente, cada vez menos), mas globalmente, vivo muito bem com o meu celibato. Que remédio tenho eu, dirão, porque a verdade é que o meu celibato não decorre de uma escolha pessoal, antes de circunstâncias diversas, às quais não serão contudo alheias o estado lastimoso do mercado masculino, e também, no meu caso pessoal, o aumento exponencial do meu grau de exigência a cada tropeço que vou dando.)
Convivo bem com o meu celibato desde que, claro está, não me venham espicaçar com bocas parvas ou atitudes imbecis.
A infeliz saída do meu Chefe, mencionada no meu post anterior, foi porventura a gota de água que fez transbordar o meu - já perigosamente cheio – copo.
Estou positivamente farta de situações como as abaixo:
a) As perguntas parvas: ‘então, tá tudo bem? E como vais de amores?’ (Não é ‘como vais de saúde’, não que isso não interessa nada, até podemos ter acabado de sair de uma pneumonia viral, que o importante é saber se andamos a ter ‘actividade’
Também há a variante mais brejeira: ‘então, tá tudo bem? E gajos??’
b) As perguntas parvas nos casamentos: ‘então e tu, quando é que casas?’, que demonstram grande sensibilidade, especialmente quando as pessoas estão cansadas de saber que, por acaso, nesse momento, até não estamos envolvidos com ninguém.
c) As perguntas francamente imbecis: ‘mas tu não gostas de gajos, ou quê?. Ou seja, se uma pessoa não tem um namorado é automaticamente lésbica.
d) As presunções idiotas:
1) Uma pessoa solteira é burra. Não tem capacidade para apreender a complicada teia conjugal, e é absolutamente incapaz de participar numa discussão sobre a matéria. Está por isso, automaticamente, condenada à eterna condescendência: ‘ah, pois, mas claro que tu não sabes o que é viver o dia a dia, bla bla bla, isso não é bem assim, depois me dirás, quando passares pelo mesmo’.
2) Uma pessoa sem filhos também é burra. É incapaz de apreender a teoria de que a cabeça de um bébé deve ser amparada quando se pega nele. A pessoa sem filhos estará eternamente condenada ao ‘cuidado, olha a cabecinha do menino, não o deixes cair’. DUHHHH!!! HELLO!!!!! Há uma coisa gira, chamada senso comum, que as pessoas sem filhos também têm. Fascinante, não?
3) Uma pessoa solteira tem menos desculpas para se atrasar do que uma pessoa casada. Exemplo prático: um dia combinei uma tarde de compras em família. À hora marcada estava toda a gente, menos a minha irmã (já casada). Quando eu abri a boca para resmungar, com razão, que a minha irmã está sempre atrasada, e que não se pode combinar nada com ela, ouvi isto, da minha tia: ‘então, mas tens de ver que ela agora é casada, tem uma vida’. SIC. Tradução: tu só estás aqui a horas porque és solteira e não tens vida. (em defesa da minha tia: obviamente que ela não disse isto por mal, mas chateou-me)
4)As pessoas solteiras gostam de ser consoladas com condescendência apologética: ‘deixa lá, que isto do casamento não é isso tudo que dizem. Tu é que estás bem’. Não suporto pessoas que tentam minorar o sofrimento que pensam que os outros sentem com paternalismos aberrantes e hipócritas. Obviamente que se fosse uma coisa tão horrível, ninguém se casava! Ou divorciavam-se de seguida!
5) As pessoas solteiras são uns monstros invejosos, incapazes de lidar com a felicidade alheia. Exemplo prático: uma amiga levou dois meses para me contar que estava grávida, e com enormes rodeios, de tal forma que tive de ser eu a perguntar-lhe, porque, cito, ‘não queria magoar-me’. HELLO??!!!!!!!
6) As pessoas solteiras não têm direito a partilhar bons momentos sem levar com a tentativa de culpabilização: quando estamos inocentemente a contar umas férias maravilhosas que passamos com amigos e nos dizem: ‘pois, só fazes essa vida porque não tens filhos. Se tivesses uma família não fazias essas coisas. I’m sorry? Então, mas ficam contentes por eu me ter divertido ou não?
7) As pessoas solteiras gostam de ouvir futurologia conjugal: ‘ah, não te aborreças, isso quando menos se espera, acontece’. Mas qual é o problema de lidar com uma pessoa solteira como seu igual, e sem presumir que ela é absolutamente miserável porque vive sozinha??? Não estamos ‘à espera’ de uma relação para sermos indivíduos, pois não?
8) As pessoas sem filhos gostam de futurologia pré-natal: ‘ah, quando tiveres os teus...’. Amigos, e se não tiver?? E se não puder ter???? E se não quiser ter? Porque é que se parte sempre do princípio de que uma mulher tem de ter filhos?
9) As pessoas solteiras podem ser julgadas por psicologos de trazer por casa: ‘Ah, tem os gatos e o cão. É a companhia dela, coitada, para não se sentir sozinha’ (ouvido após passar com Sasha Margarida em frente às cuscas da ‘aldeia’ onde moro). Desculpem lá, por acaso tenho gatos e um cão porque gosto deles e os quero ter. São os meus meninos, pois são, mas não são placebos!

E podia continuar com n coisas parvas que se dizem sobre as mulheres com mais de 30, solteiras e sem filhos. Já para não falar na eterna discriminação de géneros: um homem com mais de 30 anos, solteiro e sem filhos, é um bon vivant, ele é que a sabe toda, . Uma mulher, nas mesmas condições, é uma triste, ninguém lhe pega, deve ser uma desgraçada ou ter problemas graves. E não me venham dizer que não. Isto é mesmo assim!

Mas hoje acordei com mau feitio e insurjo-me violentamente contra a ‘NORMA’ instituída. Sou solteira, mais de 30, e não tenho filhos, e os que têm um problema com isso, bom, que se lixem! O que eu quero é o mesmo que a Aretha: R-E-S-P-E-C-T!!!!

22 comentários:

  1. E MAINAAAAAAAAAAAAAAAAAADAAAAAAAAA!! RESPECT!!!!!!!!!!!!!!! ;-)

    páh, eu tb acordei com mau feitio hoje. ;-)

    revejo-me em algumas das tuas criticas sociais.

    Porque vivo junta mas optei por não me casar (só de pensar no dinheiro que se gasta com isso e no quebra cabeças que é ter de organizar uma festa arrrght) oiço algumas bocas...ah, não te casas, então tb não vens ao meu!! mas tb não gostos das elegias ao grande mulher que não cedeu ás amarras da sociedade e não assinou papel. Hello? e se eu até quiser assinar, por um mero acto romantico??? o problema é que não posso fazer isso sem gastar rios de dinheiro que não tenho (e que se tiver de certeza que não é nisso que vou gastar) e sem ter de organizar uma festa para carradas de pessoal (gosto muito de todos, mas os que me conhecem já sabem que eu ODEIO organizar festas e jantares e sou péssima anfitriã). Porque é que se há-de aplaudir ou rejeitar seja qual for a decisão de estado civil de cada um??

    E depois o eterno, ah já não caminhas para nova, ah quando é que arranjas uma cozinha fofinha daquelas?? aaaaaaaaaaaaaaaarghttttt o que eu odeio isso!!!!!!!!!!!! porra, tudo bem que eu até já gostava de ter um filho, mas irrita-me sobejamente que a mulher do patrão do meu jóve me venha com essas!! claro que levou com um "quando ele tiver um ordenado melhor". TOMA! é uma optima pessoa e gosto muito dela, mas de cada vez que me vê é sempre a mesma conversa. E o dinheiro para se ter um filho, esse não o oferecem, pois não?? só bitaites que já chateiam! especialmente qd se está numa situação em que não se pode ter filhos para já!!! mesmo querendo muito!! ainda tem de se levar com isso em cima!!!

    pois, mulher junta com trinta e sem filho, é a mesma coisa!!! se está casada e com filho, já tem desculpa pa tudo! já está realizada! arrrghhht.

    e outra, sabes qual era a minha alcunha na universidade?? super-virgem!!! passava-me. E porque??? porque me recusava a ir pá cama com gajos!!! porque quis esperar pelo tal até aos 22!! e enquanto o tal não aparecia, divertia-me, claro está, mas caminha não havia para ninguém: não és o tal, desculpa lá, mas disto não vais ter. Pelo meio ainda ganhei pó a cama, pois era inacreditavel os estratagemas que aqueles gajos arranjavam para tentarem a sorte. Passava-me! E terminava logo tudo ali!! LOOOL! E lá ficou a estúpida da alcunha. Mas deixem lá que a espera valeu bem a pena, heheheh, e, quem é super virgem agora, quem é quem é quem é??? ah poooooois!! toma!! incha!! (como diz o raufesco) ;-)

    Ah, então e os "como é possivel estar deprimida?? tem namorado!!" ahhhhhhh??? então quem tem namorado não tem direito a ter os pirulitos desarranjados??? ter namorado é sinónimo de ter tudo???? helloooo???

    Bem, confesso que costumo perguntar a uma amiga solteira se já há mouro na costa...mas porque só estou com ela de vez em quando e porque se não perguntar ela não conta!!! poooois!!! tenho de lhe dar o teu poste a ler, ;-). Ela está e pensa como tu: tem critérios de exigencia elevados e antes só que mal acompanhada!! E acho bem!! eu penso assim! por isso esperei! e tive talvez a sorte de encontrar alguém!
    Mas facil não é nem tem sido. Já esteve para dar pó torto algumas vezes, já lhe bati outras tantas, já o meti fora de casa, enfim, LOOOOOOOOOOL! nada de grave, só arrufos! looool. Mas, para ilustrar que não é nada fácil. exige dedicação, tempo, luta! muita luta! muita comunicação! muita cedencia! muita pachorra! muita compreensão! muita coisa! dá uma trabalhadeira desgraçada, mas vale a pena se é o tal.

    Portanto, menina safira, acho muito bem que mantenha os seus padrões elevados. Um companheiro só vale a pena quando é o tal que preenche os nossos padrões. Se não é, não merece a luta.

    E quando o achar (porque, desculpa lá que te diga, mas vou dizer e podes bater-me se quiseres - vais achar!! anda por aí o teu safiro!!! as alturas é que podem não ser propicias aos encontros entre duas pessoas...é que a verdade é que tudo e todos têm o seu ritmo e o seu tempo! eu conhei o jóve graças a uma incrivel coincidencia que passou por eu naquele dia estar especialmente sociavel- normalmente rosnava a todo e qq especime masculino; se tivesse sido no dia anterior, por ex, era corrido ao pontapé!!! acho eu lol)

    obviamente que temos de ter padrões de exigencia. e obviamente é que mesmo a pessoa que mais os satisfaz vai ter momentos e coisas q nos irritam profundamente. Mas tem de haver padrões!! Porque, safira, merecemos querer o melhor para nós e alcançar o melhor para nós. Senão, de que vale a pena?? Conformismo?? não senhora. Resignação? tenham lá dó.
    Se fosse conformista e resignada, não tinha lutado como lutei. =)

    ResponderEliminar
  2. xiiiiiiiiiiii ca testamentoooooooooo

    ResponderEliminar
  3. Vanadis: Mulher, tou cansada!!!! LOL!!!!!! Tenho os olhitos em bico!!!
    Bom, depois de ler a tua opinião sobre a coisa, já me sinto menos só na minha 'angustia'. Quando postei, fui logo perguntar a um amigo meu se dava o aspecto de gaja ressabiada... ele disse que se nota que fico lixada, mas que não há problema nenhum em assumir isso. E eu também acho que não. MAs a sério, houve alturas em que eu tinha vergonha de não ter namorado, tal era a pressão. É um grande caminho assumir isso, e ainda por cima na blogosfera, para toda a gente ler, mas what you get is what you see!
    Bom, tu podes fazer futurologia (apesar de eu continuar céptica quanto aos safiros, mas enfim); eu estava a referir-me às pessoas que dizem isso só para fazer jeito. O grande problema é que, à força de teres a sociedade a etiquetar-te, acabas muitas vezes por te etiquetares a ti própria sem dar conta. Ainda no outro dia tive esta conversa com o Rafeiro...
    Adorei a resposta que deste à mulher do patrão. Muito bem feita!!!
    O achar-se que ter uma relação é a resolução de todos os problemas também me irrita sobremaneira. Uma vez uma amiga minha disse-me 'mulher, tu ainda estas mais triste desde que andas com o palhaço do JOel' (na altura nao lhe chamou palhaço, claro, e agora o cognome oficial é 'besta inominável'.). E é verdade, tinha namorado, mas continuava triste com qualquer coisa. Ele de facto só veio para me emburrecer à quinta casa, e olhando hoje para trás, não sei o que +e que me passou pela cabeça, porque tás a ver uma coisa que n tem nada a ver? Era isso mesmo. Eu só me interessei por ele porque ele tb tinha estado em França e deslumbrei-me porque falavamos a mesma língua, conheciamos os mesmos cantores... mas era só isso. E eu andava contrariada porque sentia claramente que não era aquele. Mas como era uma pessoa muito tótó e insegura, a pressão era tanta para ser 'igual' a toda a gente, que acabei por me sujeitar a uma série de parvoices, e ainda sofrer com isso. Mas, felizmente, vi a luz! Preciso lá de um anormal só para fazer corpo presente para a norma??? A Norma que vá à merda. Quero uma coisa mágica, ou então não quero nada!
    Agora andar a lavar e passar a ferro, a roupa de um burgesso qualquer só para dizer que sou casada? Santa paciÊncia!
    Nessas coisas sou como o Salazar: Orgulhosamente só (mais os mês canitos e gatitos!)
    Beijos

    ResponderEliminar
  4. E MAI NADA!! antes só que mal acompanhada!! e disse isso ao meu jove uma vez: ou sim ou sopas!!! para estar sozinha, prefiro estar mesmo sozinha e andar livre a ver as vistas (ufa ainda bem que ele não mas mandou ir ver... LOOOOL).

    Rapariga, vergonha por não ter namorado???? tau tau tau!!! que se suspire de vez em quando ou se tenha este e aquele complexo, ainda se compreende. Vergonha, nem pensar!! e muito menos andar com alguém só para estar dentro da norma ou só para não estar sozinha. Especialmente se esse alguém não te faz sequer feliz!

    Mas, mesmo com uma pessoa que nos faz feliz, podemos estar tristes. Ter uma relação não é a cura para todos os males, ao contrario do que muitas cabecinhas pensadoras pensam. Muitas vezes é mas é a origem de todos os males!! LOOL!

    Futurolista, euuuuuu? náná, a única coisa que tenho disso é descobrir sempre quem é o assassino ou mandar mensagem á minha mãe no preciso momento em que ela me manda a mim. Mas isso não é ser medium, é ser perspicaz. E é com perpsicacia que te digo, que o safiro anda por aí e que mais tarde ou mais cedo vais ter de esbarrar com ele e gramá-lo! LOOL! O que não quer dizer que se viva em função do dia em que um dia se esbarra com essas coisas.
    Desde que estejas bem contigo, com o teu espaço, com a tua sasha margarida (eu tb sou margarida :-p, vanadis margarida LOOOL) e os teus gatitos e resto de canitos, com o teu circulo de amigos, famelga e afins (faxavor, despede-me esse patrão páh! =D), o resto vem por acréscimo. E enquanto não vier, quem se rala? Enquanto não achas o safiro, podes sempre ir-te divertindo com os antisafiros...mas se e só se tiveres feitio para isso... ;-)

    ResponderEliminar
  5. Xiiiiiiiiiiiii, kem ficou agora com os olhos a revirarem nas órbitas (estão a imaginar a cena ?? Lol) fui eu...
    Bem, como me palpita que tb terei mto a dizer, e hoje tou tão cansadita da minha pobre cabeça, faco aqui esta breve resposta (para o pessoal conseguir continuar a ler eheheh) e amanha, "volto á carga"...

    Bjs

    ResponderEliminar
  6. Pronto, confesso, já me perdi no que é post e comentário.

    De uma coisa tenho a certeza: não vale a pena viver, casar, juntar os trapos com alguém só à pála dessas normas. Porque já é difícil quando se ama mesmo, quanto mais se é só para as aparências... E sei do que estou a falar, porque já quase todas as minhas amigas estavam casadas, com conversas dessas que relatas (já para não falar de partos e filharada) e eu népias!

    Exigente? Pois está claro! Não é só um marido. Pelo menos para mim, também tinha de ser um amigo, um companheiro, um amante, um futuro bom pai para os possíveis filhos que viéssemos a ter, com uma cultura semelhante à minha e que também estivesse disposto a assumir esse compromisso...

    Aconteceu, mas tenho amigas em que ainda não aconteceu, outras que já se separaram, divorciaram, etc. Respeito tenho por todas, por cada uma sabe da vida própria!

    Felizmente as mulheres hoje têm essa liberdade de escolher o seu próprio destino, mesmo que de vez em quando uns retrógrados comecem a apontar-lhes alguns "defeitos"...

    "Norma" não, obrigada! :P

    ResponderEliminar
  7. Esse blábláblá já eu oiço há quase 10anos!
    A mim dizem frases do género: "ter filhos é um cargo de trabalhos e preocupações. Se eu soubesse o que sei hoje não os tinha". E logo a seguir começam a falar das maravilhas da maternidade com outras pessoas que os têm!
    NÃO HÁ PACIÊNCIA!!!!

    Beijos
    (mas nós vamos desbundar para a neve e esses ficam em casa a mudar fraldas)

    ResponderEliminar
  8. Bem Safira, tenho mesmo que começar por dizer que ter descoberto este blog (ou tu teres decoberto o meu, não sei como nos encontrámos) foi das melhores surpresas que me aconteceram neste mundo virtual.

    Tudo porque tu escreves de uma forma que cativa bastante quem lê e é sempre bom vir aqui ver se há algo de novo.

    Em relação ao teu post... Realmente a nossa sociedade ainda impõe estas "normas" que referes. Como se de repente um anel no dedo e um papel assinado fizessem de nós uma pessoa melhor e mais superior.

    Mas a verdade é que é mesmo assim e não há como mudar estas mentalidades.

    Há alguns anos atrás, sentia-me eu instaisfeita com o meu salário e fui falar com o chefe. E a resposta foi qualquer coisa do género "ah e tal, você ainda não tem casa nem tem filhos". E a minha vontade foi de pedir licença o resto do dia para ir me ir pôr a procriar á força toda a ver se vinha de lá algum aumento. Entretanto comprei casa e uns 3 anos depois casei (sim, na igreja, com vestido de noiva, tudo lindo como mandam essas normas, tudo como eu sempre tinha sonhado). Aí, como já era uma gaja casada, já tinha mais responsabiliades já tinha mais "direitos" quando se aproximava a altura da revisão salarial. E claro, como senhora casada parece que toda a gente de repente me passou a tratar com um respeito extra como se me tivesse tornado um ser superior.

    Mas nem sempre todas as relações correm bem. E vai fazer 2 anos que me separei, também no papel. Talvez tenha sido a rotina, talvez tenha sido precipitação minha, talvez não tenha pensado bem nas consequências, mas depois de meses a pensar que não estava bem decidi pôr termo á relação. Por vezes dou por mim a pensar no que mais poderia ter feito, e penso que parte de mim se arrepende... E agora, quando vou a algum lado e perguntam o estado civil e eu digo "divorciada" sou olhada, novamente, como uma cidadã de 2ª. Podem achar que é exagero, mas é mesmo assim!

    Entretanto encontrei alguém, o meu namorado, mas parece que o facto de continuar com o estado divorciada ainda é tabu para muita gente. E claro que ter 32 anos e não ter filhos é mais uma "deficiência" que tenho. E confesso que me tenho afastado de alguns amigos, casados e pais de filhos, porque as conversas vão sempre parar ás habituais perguntas "Quando é que se casam?", "Quando têm filhos?", "Ah o meu puto já tem 2 dentes", "ah a miúda já anda e fala".

    Será que tenho que ir a correr e casar outra vez para voltar a ser cidadã de 1ª? Será que não percebem que depois de um casamento fracassado (nestes casos acho que a culpa é sempre de ambas as partes) essa decisão não é fácil de tomar nem tão pouco está nas minhas perspectivas?

    Hoje em dia tenho a minha casa e a minha independência. O namorado volta e meia fica lá. Ainda não tenho uma companhia de 4 patas mas a vontade de ter é imensa. Não tenho um filho mas isso é algo que quero MUITO ter (vá-se lá entender mas já começo a sentir que é idade de o ter e o relógio biológico anda só a «tiquetaquear» ao ouvido!). Mas enquanto não entender que encontrei "aquela" pessoa também não vou dar esse passo.

    Por isso querida, tenta não ligares a essas coisas porque é uma pessoa 5 estrelas com o sem namorado, com ou sem filhos!

    Uma beijoca enorme para ti.

    ResponderEliminar
  9. tu já viste bem o tamanho do post? porra!!!

    Ainda não li!

    ResponderEliminar
  10. Já li o post mas os comentários são ainda piores. opaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

    Fico chateado. Por vários motivos... vou ter de ler tudo e no fim sobra-me pouco para comentar porque já deve ter sido tudo dito...

    Deixa só adiantar que conheço algumas meninas de 30+ anos solteiras e que têm uma boa vida :)
    Não deves fazer caso ao que dizem.

    Quando acabar de ler tudo o que já foi dito eu volto a postar (agora não há tempo)

    **

    ResponderEliminar
  11. Vanadis: pois, a mim costuma correr-me mal a vida é nessa fase do sim ou sopas!! ha ha ahh aha
    Mas ainda bem, deve querer dizer alguma coisa! :)
    Bom, mas espero não ter alarmado demais a malta, as neuras e as vergonhas e esses disparates todos já passaram à história e, por acaso, sinto-me mesmo muito bem assim. Já me imunizei contra a Norma, mas ainda há coisas que me fazem saltar a tampa. Mas estou feliz da vida, e sobretudo contente por estar viva. É como dizes, famelga, amigos, os meus bébés lindos e gordos, as minhas plantas (ainda não vos falei das minhas plantas, mas também há-de vir). Antisafiros: Tudo o que esteja abaixo do Viggo Mortensen escusa de cá vir bater à porta!;))

    Agradeço todas as vossas opiniões e apoio na luta contra a 'NORMA' e vou apenas recomentar uma ou outra coisinha antes que a extensão dos comments nos leve até à estratosfera.

    A Carracinha, e a Teté, falaram de outra coisa de que me esqueci que é a travessia do deserto da amizade, que muitas vezes nos auto impomos para escapar às conversas que nos interessam pouco, e até nos fazem sentir absolutamente anormais, porque é verdade que eu não faço puto ideia se a papa blédine é melhor que a milupa, ou se o creme barral disfarça melhor as estrias do que o da Mustela. Mas eu suponho que há pais e pais, e tenho amigos que têm crianças e que mantêm uma vida normal, e falam de várias coisas, e basicamente não embruteceram com a paternidade. OUtros há que...nem por isso. Aqu há tempos passei uma viagem inteira a ouvir um amigo falar das filhas. Epá, eu perguntei se estavam bem, não queria propriamente saber a rotina diária delas e das coleguinhas de escola. Enfim, há que haver bom senso em tudo.
    E agora há tempos, um ex colega de faculdade, que anda desaparecido há anos, resolveu juntar a malta toda para, e cito, 'conhecermos as nossas crianças e trocar impressões sobre as vergonhas que nos fizeram passar'. Tive uma fúria com este 'convite'. Epá, que digam 'vamos marcar um jantar para nos revermos' é uma coisa, agora 'vamos marcar um almoço na nossa vivenda porque é mais prático para mudar fraldas e preparar papas', que é esta merda??? Não falam comigo há anos, não sabem nada da minha vida e assume-se que tenho de ir à troca de miúdos? Que cena!!!

    Mas pronto, fico também por aqui, que o FAUSTO já está aflito!!!

    A propósito, menino FAUSTO, onde é que andou este fim de semana para se atrasar assim na escrita? Hum...

    ResponderEliminar
  12. Vivo junto já a 11 anos, parecem 110 anos mas ok. ( se ela le isto coloca a minha roupa em sacos da Feira Nova que ainda dão gratis e bota tudo na rua.) Nunca quis casar e acho que o casamento é um contrato absurdo.
    Não somos mais ou menos felizes por estar casados. Não temos mais ou menos direitos devido ao casamento. A felicidade é igual.
    O que tem que acontecer acontece quando tiver que acontercer, mas casameto, não Obrigado.

    ResponderEliminar
  13. ainda não vai ser agora que vou ler os comentários. Só estou a postar para vocês se sentirem mal :P

    ResponderEliminar
  14. Confessem lá, arranjaram patrocinadores que vos pagam à palavra?

    ResponderEliminar
  15. Bruno: Eu se fosse a tua namorada nem me preocupava em arranjar sacos: mandava-te a roupita pela janela tal qual!! :)
    Mas aí, cada qual faz o que quer. Se ambos se sentem bem não casando, para quê gastar dinheiro mesmo? Mas há casos em que uma das partes até gostava e a outra põe reticências com a 'desculpa' que é só um pedaço de papel. Mas então, se não significa mais do que isso, e se a outra metade gostaria, porque não fazer-lhe a vontade. Tenho uma amiga que vive junta há seis anos, já tem um menino e está sempre a dizer que gostava de casar e o taralhoco do namorado, népia. Tá mal! é um bocado de egoismo, não?

    Fausto: Eu não me sinto nada mal! ;)

    rafeiroso: Pá, só se forem eles, que eu cá não vi nada ainda!!

    ResponderEliminar
  16. ufa!
    ja li tudo!

    Gosto do principio, nao desgosto do fim mas nao concordo com a virgula e o ponto final.
    Então mas o que é isto?
    qual o problema de nao ter filhos, nao estar junto, nao namorar, nao sei la o que?
    mentalidade do seculo XV?

    tenho uns grandes pais, é do que me convenço cada vez mais.
    obrigadinho a eles pela minha educaçao e maneira de ver as coisas...

    estou contigo safira! Abaixo a norma!

    Ah! Tambem quero ter filhos, esta claro, mas, para que apressar as coisas? Quando tiver de ser é... a nao ser que a coisa corra mal (lagarto lagarto lagarto)


    PS: tenho os olhos a arder! nao lia tanto desde sei la quando!

    ResponderEliminar
  17. Excelente excelente post!!!! concordo plenamente Safira e Vanadis! (Não li os restantes comentários, sorry.) Sou casada mas nem por isso deixo de sentir essa pressão, nomeadamente para ter bebés... acho isso uma estupidez, parece que ainda somos umas criancinhas se não formos casadas nem mães de filhos!! Bahhh

    ResponderEliminar
  18. Oi

    Ando atrasadeca com as respostas, mto atrasadeca mas cá vai:
    Sou conta todas as as normas, instituidas de uma maneira geral, e estas não fogem á regra...
    Comprrendo que tudo o que não seja "o costume", se torne no "anormal" como os exemplos que aqui dás, que em terras pequenas, entre pessoas que mtuitas vezes até nos conhecem se torne ainda mais notório.
    Mas pessoalmente não admito pressão de lado nenhum, só admito a "pressão" dentro da minha cabeça (que por vezes é mta).
    Para te dar um exemplo de normas instituidas, qd o meu pai faleceu, tinha eu 17 anos, a minha mae queria me obrigar a ir toda de preto, eu que sempre achei que as cores não tem nada a ver com estado de espirito, fui como me paeteceu ao ao funeral (porq acaso até de branco e preto, mas nunca toda de preto).
    Portanto manifestemo-nos contr as normas sim, ou ignorando-as, ou trnasformando-as de acordo com a nossa maneira de ser. :-)

    Bjs

    ResponderEliminar
  19. A D O R E I!

    Descreveste de forma muito completa os "problemas" dos quais são alvo as pessoas solteiras!

    Até parece que ser-se solteira equivale a ter uma doença contagiosa...ou a ser olhado de outra forma.

    É uma completa estupidez.

    Concordo contigo em tudo!!!

    Todos os solteiros merecem respeito. Algo simples que muita gente não compreende.

    As circunstâncias da vida, por vezes, não se conjugam em prole de um casamento, com filhos e por aí fora...

    O estar-se solteiro faz com que possamos reflectir a vida de outra "forma"...

    Pelo menos é o que sinto. :)

    Bjinhos*

    ResponderEliminar