quinta-feira, 19 de agosto de 2010

post possivelmente considerado radical, mas é para o lado que durmo melhor!

Ainda aqui há dias comentava a estranheza que me faz nunca ter visto uma pessoa de etnia cigana a servir num restaurante, ou atrás de um balcão, ou que fosse num supermercado a fazer reposição, isto para só falar de profissões menos qualificadas, que não exijam mais do que algum bom senso e vontade de trabalhar. Estava obviamente com um ataque agudo de ingenuidade, mas deu-me para ali naquele dia.
Lembro-me de haver meninos ciganos na primária. Não sei o que foi feito deles depois da 4ª classe, por onde andaram ou o que fizeram, mas sei que estão hoje num bairro social, com casinhas branquinhas e jeitosinhas (um luxo comparado com os pardieiros onde viviam, mesmo à entrada da localidade, onde toda a gente evitava passar com medo de levar pedradas ou ser insultada) e que não pagaram um tostão por isso. Ora eu, que tenho um empréstimo para pagar até 2000 e não sei quantos, e por acaso até recebi ontem a contribuição autárquica para pagar (um escândalo, claro) fiquei a modos que irritada. Vai daí que me vieram as casinhas muito jeitosinhas do bairro social à memória.
Aproveitando a viagem a um passado distante, lembrei-me também dos kgs de fruta que a Ti Maria Cigana roubou da loja da minha mãe (descobríamos depois as cascas das tangerinas ou ameixas, ia variando o espólio conforme a estação, ali ao pé da porta, sinal do desplante e falta de cházinho daquela gente). E vai daí que o meu humor não melhorou.
Não me interpretem mal, sou muito a favor do live and let live, e não desejo mal a ninguém (a não ser a quatro ou cinco individuos que não me importava de ver debaixo de um cilindro compressor, mas, em minha defesa, nenhum deles é cigano. Embora um seja estrangeiro. ) mas confesso que nunca confiei neles. Nos ciganos. Aqueles com quem lidei de perto em particular, e creio que os outros todos em geral também. Não gosto de oportunismos. Não gosto das desculpas das minorias com estatuto especial. Não me venham dizer que é uma questão cultural, que me mando ao ar. Não me venham dizer que 'ah coitados que são marginalizados e mais não sei quê. E eu pergunto: e esforçam-se para mudar isso? Ou melhor, pergunto: e eles ralam-se por causa disso? Assim de repente, acho que não!
Pois que temos muita pena, mas não papamos esses grupos. Sou pior pessoa por isso? Ainda bem, que pelo menos é sinal de que não estou de palas nos olhos como as mulas do politicamente correcto. Só assim se compreende que, e não vamos mais longe, no Largo do Chiado persistem as ciganas das sete saias a roubar telemóveis nas esplanadas das mais conceituadas pastelarias, onde os empregados, benza-os Deus, se limitam a assistir e ainda dizem 'olha, mais um que já foi roubado, acontece muito' com o encolher de ombros habitual que traduz o imobilismo deste país de brandos costumes. Só assim se compreende que andem ciganas com bébezinhos nos braços a pedir para se lhes comprar leite em pó para a criança, que depois usam para cortar as doses de heroína que os distintos esposos andam a traficar. E estou à vontadinha para falar, que ouvi estas coisas por quem já sofreu um assalto na pele, e por quem viu muito entra e sai nos bairros sociais que proliferam paredes meias com zonas novas, e supostamente nobres, de Lisboa.
Era bom que monsieur Sócrates, por quem tenho muito respeito e a quem admiro a coragem de tentar governar esta nulidade de país (amigos, não é só o clima e a comida, vá lá, isto é mauzinho nas questões fundamentais) abrisse também os olhos e não ligasse aos histéricoszinhos intelectualóides que haviam logo de se mandar ao ar se alguém fizesse mal aos tadinhos dos ciganinhos, e fizesse como o amigo Sarkozy anda a fazer em França: hoje foram dois aviõeszinhos recambiados para a Roménia. Acho que amanhã vai outro e quem se tiver atrasado ainda pode ir dia 26!
Mai nada! Quem não contribui, não tem nada que estar cá a viver à conta de quem levou com aumento do IRS. Raio que os parta!
E quem me vier dizer 'Ah, e tal, mas nasceram cá, agora mandá-los embora...'. Então não são nómadas? Não é uma coisa cultural? Iam ver as vistas para outro sítio. Tanto lugar bonito por aí, sítios amplos, como o deserto do Gobi...

9 comentários:

  1. Aplaudo este texto.
    Eu, que até gosto de (alguns) e que até tenho amigos ciganos, aplaudo.
    Parece-me, aliás, uma grande forma de racismo tanto favorecimento e tanto paninho a escaldar.
    Para ajudar à festa, os cignaos que o Nicolau devolveu estavam ilegais. Parece-me óbvio que sejam repatriados. Não de repatriam tantos outros emigrantes ilegais? Qual é a dúvida aqui?
    Acho maravilhoso que se integrem aqueles que querem de facto ser integrados que, felizmente, também os há e eu conheço uns quantos. Os que apenas querem mamar e aproveitar-se dos facilitismos, eram repatriá-los, de facto.

    O teu texto não é radical. É racional. Bravo!

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    Vani

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  3. e o que a Joanissima disse, também :)

    Vani

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  4. A caminho do metro passo ao largo de um bairro onde coabitam ciganos e não ciganos. A não ser a evidente falta de higiéne das crianças ciganas e o parque automóvel abandonado à Lagardére, dá para perceber que se toleram minimamente. Dos ciganos só me lembro de ter "vivido" duas situações complicadas: Uma vizinha nossa ter sido ameaçada à porta de casa com a metade de uma tesoura por não dar esmola, e eu que fui perseguido por um homem cigano por não estar interessado em "comprar" um telemóvel!

    Acho bem.

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  5. Não me considero racista e até "conheço" um casal de ciganos que trabalha numa sapataria aqui em Benfica. Segundo ouvi dizer foi o cabo dos trabalhos para lhes alugarem a loja, pois os ciganos provocam a desconfiança das pessoas. Não é que o dito casal tivesse culpa, note-se!

    Essencialmente é culpa das "tribos" que, de um modo geral, se comportam de modo agressivo, quer estejam a pedir esmola ou a vender numa feira, para não entrar nos de negócios ilícitos de drogas ou artigos roubados.

    Alguém simpatiza com meliantes, muitas vezes armados, que ainda se armam em vítimas? Mas quer dizer, não resolve muito enfiá-los todos no avião para outro país, não é?

    Mas percebo este post radical!

    Beijocas e bom fim de semana!

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  6. radical o catano! é mesmo isso!
    infelizmente este é só um dos muitos exemplos de parasitismo...
    azar o nosso, dos contribuintes.
    beijos!

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  7. Entendo-te perfeitamente, querida Safira !
    beijinhos
    Verdinha

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