quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cabras da minha vida

Que a minha vida é um caos, já toda a gente sabe, de tanto que já aqui me chorei de falta de tempo.

Hoje não é excepção: depois de ter finalmente visitado quase todos os meus blogues favoritos e escrito meia dúzia de comentários tontos, e outro tanto de comentários francamente imbecis, eis que bate a uma da manhã e eu ainda aqui estou, a começar um post que era para ter sido escrito ontem, em substituição de outro que queria postar há dois dias, mas que entretanto passou de prazo e pertinência. O costume, portanto.

Mas não me queria ir deitar sem contar a minha história de cabras.

Para começar, eu gosto imenso de cabras (por esta altura do campeonato, calculo que seja uma surpresa para todos).

A minha infância e adolescência estão pejadas de cabras e relembro com carinho aquela vez em que fui visitar uma quinta com a escolinha e que nos disseram para ter cuidado porque as cabrinhas comiam tudo. Depressa confirmei o facto, pois fiquei sem metade do gelado que levava na mão. Aliás, sem o gelado inteiro, porque depois não me deixaram comer o que tinha sobrado. Maricas!


Anos mais tarde, já moçoila, fui fazer uma mini visita de estudo à Serra da Estrela com os colegas do 9ºD. Pernoitámos em Manteigas, VILA que me é muito querida, e onde, acabadinha de sair do autocarro ao pé do Café Central, encontro o meu tio, de cabra a 'tiracolo'. Abraços e beijos, 'ó menina, segura-me aqui na cabra que eu vou ali beber um copito ao café'. E lá fiquei, de cabra na mão, com os colegas todos a rir, até que se fartaram e se foram embora sem mim. Mas não me importei, que a cabra era giríssima e eu adorava o meu tio.
Entretanto cresci, o meu tio morreu, e já não temos cabras nossas em Manteigas.


Estava resignada doravante a cruzar-me apenas com as cabras ( e seus correspondentes masculinos) de duas patas que foram aparecendo no meu trilho, e que tentei, na medida do possível, erradicar do meu pensamento, quando ontem, ao contornar um furgão estacionado em cima do passeio (lógico), com Sasha Margarida pela trela, dou de caras com... uma cabra. E mais outra, e outra ainda, a saltitar ao nosso lado. Quando dei por mim estava no meio de um rebanho, que tranquilamente atravessava a estrada. É a beleza de se viver no campo. Sasha Margarida, essa inútil de 38 Kgs, meteu o rabinho entre as pernas e ficou a olhar para mim, como quem diz 'Help?'. E a cabra líder, a avaliar a situação 'marro a gorda, não marro a gorda' (a gorda sendo a Sasha, obviamente). Momentos de tensão em Santana City...

Muitos anos com cabras, de duas e quatro patas, ensinaram-me um ou dois truques: ou se ignoram, ou temos de lhes bater. Estava com pressa, por isso empurrei Sasha Margareth o melhor que pude sem correr o risco de deslocar um braço, passei rente à cabra sem olhar para ela, mandei (à cautela) um dos 3 sacos que levava para a minha zona posterior (não fosse ela entusiasmar-se e marrar em mim), e lá desci a rua aos 'esses' com Sasha Margareth, já recomposta e armada em locomotiva, a fugir do dlim dlim dos chocalhos. Bela defensora tenho ali! BAHHHH, dêem-me um chihuahua, que me safo melhor!

Pronto, agora vou reflectir um momento sobre a pertinência deste post, e depois vou dormir.


Banda Sonora:
I'm a Bitch - Meredith Brooks
(claro! era esta ou o 'La Cabra'... sim, o vídeo é um Manga estúpido mas não consegui nada melhor)

16 comentários:

  1. Chère Safira,

    J'ai adoré ton aventure, si bien expliquée que j'ai pu revivre ton parcours au milieu de ces bêbêtes, il me manquait seulement un visage mais comme j'ai regardé le spectacle avec toi de dos, tout va bien, j'ai pu terminer le fime parfaitement et je me suis bien amuséee !

    Bisous

    Verdinha

    ResponderEliminar
  2. Eh, eh, eh, gostei dessa de passear o gelado em frente à cabra! OK, eras miúda, ainda não sabias bem do apetite voraz delas!

    Curioso é que aqui há uns anos (mais de 14, mas não muito mais), ainda de vez em quando tinha de parar o carro para deixar os rebanhos passar, aqui às portas de Lisboa. Não eram cabras, eram ovelhas, mas de qualquer das formas ficava sempre a olhar para o pastor e para as bichas, com ar de espanto! Como é que é possível???

    Lá de cabras de duas pernas (e respectivos machos) não gosto nada! E dessas e desses já tive a minha dose, agora passo ao lado...

    Quanto à Sasha, a ideia que tenho é que os cães pequenos são muito mais agressivos no ladrar e a tentar morder, os maiores (e habituados a amor e carinho) atrapalham-se mais, até porque não precisam de provar nada... :D

    C'est la vie, ma chére!

    Beijocas (e lá nos encontraremos, se o banho de multidão não for demasiado tumultuoso)! :)))

    ResponderEliminar
  3. Pois linda se gostas de cabras podes vir viver para aqui que isso é coisa que não falata nesta linda serra....hahahaha

    Adorei a parte "'marro a gorda, não marro a gorda' (a gorda sendo a Sasha, obviamente)..... é que se não explicasses eu ia pensar mesmo que eras tu....ahahahahahah

    E já agora o meu padrinho é de manteigas e tinha 11 irmõas.....será que algum era esse teu tio?????Seria engraçado não????

    Beijokitas

    ResponderEliminar
  4. sabes que eu há muitos anos que digo que sou uma cabra. em pricipio por ser capricorniana, mas uma pessoa habitua-se e há que zelar pela reputação bruxal... sabes como é ;)
    adorava ter uma cabra! a sério! até já disse ao príncipe que quando formos para mais perto de ti (sim, geográficamente falando) quero uma cabra para tratar da jardinagem. ele concorda, desde que seja das de quatro patas, claro!
    beijocas para ti!
    e espero que tenhas dormido bem :)

    ResponderEliminar
  5. Pois eu ando com vontade de bater em duas cabras que não páram de berrar para ver se as ouço. Mas como ser inteligente que sou (sim, sou!) cuido em dever ignorar os ruidos mal dizentes. Vamos lá ver se consigo resistir. É que cabras tenho eu em barda pelo meu caminho, mas daquelas que nem para chanfana servem. CABRAS!

    Abraço à gorda! hihihihihihihi

    Nota final: essa do VILA em maiúsculas cheira-me a complexos de interioridade :):)

    ResponderEliminar
  6. Pelo menos o post teve a pertinência de me recordar um episódio embaraçoso que tive e que envolve cabras, mas vou reflectir a ver se conto…

    Já agora, conheces ou ouviste falar das cabras que desmaiam? Há uma raça de cabras que desmaia quando se assustam ou sentem perigo. Na verdade elas não desmaiam, o que acontece é que os seus músculos ficam tão tensos com o medo que elas tombam literalmente para o lado. Hilariante…

    Ok eu conto. Na aldeia dos meus avós haviam rebanhos de cabras e ovelhas. Quando passávamos lá as férias do Natal e durante a época da azeitona nós ajudávamos a apanhar as azeitonas que ficavam espalhadas pelo terreno depois do varejo das oliveiras. No final de uma manhã a encher um pequeno balde, eu entrego-o todo contente ao meu avô. Ele riu-se e disse-me. Parabéns Paulinho tens aqui um balde cheio de caganitas de cabra!

    ResponderEliminar
  7. Oh Safira,

    Adorei o teu post...
    Ainda ontem fui jantar à Fonte Coberta e mesmo à entrada deste pequeno lugar, lá estavam as cabras a pastar e a guarda-las estavam três senhoras sentadas na beira da estrada, numa descontracção ou então a cortar na casaca de alguém... Tens que cá vir e provar o maravilhoso queijo fresco destas meninas :))))

    Ainda bem que para tuas bandas ainda podes ver e recordar estes momentos tão camprestes...

    Lembro-me nos meus tempos de menina, a minha avó tinha uma cabra castanha e muito meiguinha, chamava-se xibita e eu quando a visitava levava sempre uns rebuçados de fruta... a xibita devorava-os, lambia os beiços :p

    Quanto a cabras de duas patas, também faço o mesmo truque... ignoro-as ;o)))

    Beijos

    ResponderEliminar
  8. Pauloski,

    Não te sintas embaraçado... porque em miúda também enchi um balde de azeitonas e caganitas de cabra... Foi risada geral :)))

    ResponderEliminar
  9. Olá!
    Cabras em Lisboa...só de 2 patas...e muitas =)

    beijocas

    ResponderEliminar
  10. Ui, se soubesses o que aqui pela terrinha há de cabras... Pena estas não comerem também tudo como a outra o gelado!

    ResponderEliminar
  11. e agora por cabras...
    um dia numa feira em Faro...o meu filho mais velho (teria uns 5 anos)levava na mão algodão doce aproximou-se de uma cabrinha para lhe fazer festas...e eis..coitado que ficou sem algodão doce...desatando num pranto...as cabras são mesmo "cabras"...rs!
    A "mãe" do Eros.

    ResponderEliminar
  12. iihihihih, eu tb brincava e adorava brincar com cabrinhas e ajudar o pastor do meu avô a pastá-las iihihihihih. Saudades de outros tempos...agora já não há cabras nem pastores simpáticos...

    Oooh,uma miga minha arranjou uma chihuahua branca com manchitas cremes e a bicha é o máximo!! nunca vi ser vivo mais eléctrico!! e olha que não estou a dizer histérico, eléctrico somente! Ora aqui está a confissão...eu, que sempre quis ter um grand danois, apeixonei-me por um chihuahua...

    ResponderEliminar
  13. Querida... Cabras é o que não falta por aqui, pena seren todas de duas patas! Mas olha o meu irmao tem um boxer gigante chamado Nero, que da ultima vez que viu uma vaca fugiu a sete pés com ele de rastos a traz, (tendo em conta que o meu irmao pesa 120 kg) podes imaginar o filme. LOL
    Beijos.

    ResponderEliminar
  14. Pois olha... ultimamente na minha vida não tenho visto as verdadeiras cabras (as de 4 patinhas), mas volta e meia aparece alguma das outras (das de 2 patas)...

    1h da manhã e a escrever posts... invejo-te pá!

    :D

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  15. Amigos,

    O tempo foi pouco esta semana, que andei assoberbada, mas agradeço os vossos comentários todos. Gostei de ver que afinal as cabrinhas fazem parte de muitas infâncias e ainda me ri com algumas das histórias que aqui li (Ó Paulo, balha-te Deus...Ainda bem que não mandaste a tua recolha para a azenha, ou o azeitinho saia com uma acidez superior ao normal. hahahahahahahahah ;))

    Beijinhos a todos

    ResponderEliminar