terça-feira, 17 de março de 2009

The greatest love of all...


Como a maior das miúdas giras dos anos oitenta e noventa, não escapei à fase Whitney. Na altura, porque estava na berra e não por prestar especial atenção à letra das músicas que, hoje, salvo raras excepções, considero absolutamente xaroposas (embora ainda saiba a maior parte delas de cor). Engraçadas para se ouvirem a espaços, tipo uma vez a cada dois anos.


Nas excepções atrás referidas conto 'Saving all my love for you' e este 'The Greatest Love of All'. Há semelhanças entre as duas (ambas exigem fôlego de elefante), embora a mensagem da primeira esteja em perfeita contradição com a mensagem da segunda. 'Saving all my love for you' fala-nos de um amor clandestino por um terceiro que basicamente dá cabo da vida e da personalidade da moça:


A few stolen moments is all that we share
You've got your family, and they need you there (pois que fiquem com o traste de vez, rica prenda que lá têm)
Though I've tried to resist, being last on your list (otária!!!)
But no other man's gonna do (estúpida!!)
So I'm saving all my love for you (débil mental, manda o gajo às urtigas!)


Pergunto eu: isto será amor? Pois, talvez seja, mas um bocadito doentio, não? Que amor é esse que nos faz anular a nossa própria personalidade para aproveitar as migalhas que uma alma inqualificável nos atira de quando em vez? I mean, who needs that, right?


A segunda já nos fala do tipo de amor que nos faz andar para a frente. O amor por nós mesmos. E nada daquelas palermices do leite da publicidade 'bla bla bla, se eu não gostar de mim, quem gostará?'. É mais uma coisa deste género:
I decided long ago, never to walk in anyone's shadows
If I fail, if I succeed
At least I'll live as I believe
No matter what they take from me
They can't take away my dignity
Because the greatest love of all
Is happening to me I found the greatest love of all
Inside of me
The greatest love of all
Is easy to achieve
Learning to love yourself
It is the greatest love of all


Chamem-me orgulhosa, manienta, armada em chica esperta. Não quero saber. Eu cá acho que funciona mesmo. Entrei na filosofia Whitney e ninguém me demove dela. Acredito piamente no que a moça diz nesta canção. Tanto que já a cantei publicamente por diversas vezes. E acreditem que só uma pessoa muito segura de si, ou completamente louca (inclino-me para a segunda) arriscaria aqueles agudos para uma audiência que não fosse exclusivamente constituida por pessoas da nossa família, que nunca nos atirariam com legumes à cabeça. Mas, por acaso - e só mesmo por acaso, porque não sou loura e giraça, ou amiga do juri, como eram a ranhosa que ganhou e a miuda que cantou o Titanic dois tons abaixo (big deal!!!) fiquei em 4º lugar num concurso de Karaoke, com esta canção.

Noutra das vezes, fiz 2000 kms para a dedicar a uma pessoa muito querida que carecia de um pouco de amor próprio para acordar para a vida. Uma pessoa que se parecia muito comigo há uns dez anos atrás, quando eu era mosca morta e parva. Dirão que continuo a ser parva, mas pelo menos espevitei! :) Gosto de pensar que a minha prestação a inspirou , porque a vejo hoje bem mais predisposta a ser feliz. Claro que sei que não foi só a minha canção propulsionada a Kir Royal que a fez ver a luz, mas, no conjunto, a coisa, resultou muito bem. Apesar de ela não falar lá essas coisas de inglês, mas isso é um detalhe de somenos importância...

Porque raio estou a debitar elogios à música da Whitney Houston e aos meus talentos de entertainer? Pois porque hoje a ouvi na M80 e fiquei no carro, já estacionado, a cantar a plenos pulmões. Hum..mais a meios pulmões, que estou com uma valente carraspana. O meu melhor amigo desta semana é o cêgripe, mesmo. Mas para esta canção, arranja-se sempre um fiozinho de voz e arrisca-se o sufocar nas próprias amígdalas.


Há quem diga que sou forte. Tenho dias. Não vou dizer que o mérito é da Whitney (até porque nem foi ela que escreveu a letra) mas de facto, esta canção inspira-me. E como acho que pode inspirar outras pessoas, em vez de estar deitadinha no sofá a ver televisão e a espirrar para o éter em vez de para cima do monitor, o que é uma magistral porcaria, estou aqui a partilhar. Façam favor de aproveitar o meu sacrifício, ok?

8 comentários:

  1. Não sei se a canção será assim tão inspiradora, dado os "elogios" com que te mimas a ti própria... ;)

    Não te vou chamar nada disso, se bem que espevitada parece-me saudável. Mas aproveitando o teu sacrifício, também me parece que há canções, gestos, mimos que nos elevam a auto-estima e o astral. Portanto, fizeste lindamente em partilhar!!! :D

    Beijocas e as melhoras da carraspana! (que também me "tocou à porta"... ou será melhor dizer, no jardim?)

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  2. A segunda é fabulosa. Penso que terá sido tema de Jogos Olímpicos.

    É uma música notável e se essa querida não andasse a consumir ainda hoje cantava!!!!

    bj

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  3. Eu vivi todos esses anos de Whitney e fortemente em Paris......adoro as suas canções e tenho um cd que tem musicas dela no carro e também me farto de cantar.......mas mesmo sendo loira e giraça (ahahahahahah) acho que ficaria em ultimo lugar no karaoke....não havia juri amigo que me salvasse....hihihihihihihii

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  4. Adorei a 1ª música assim que a ouvi, não pela letra pois na altura acho que nem a língua materna falava de jeito. Quando descobri uns anos mais tarde o significado da letra fiquei desiludida, afinal a Whitney não passava de uma rameira, então andava à caça de um homem casado? Ai a cabra! :))

    Beijinhos de melhoras!

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  5. lol
    com a da mosca morta convenceste-me!

    e vê se ficas boa que o pessoal não quer virus por aqui :)

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  6. Lol, a moçita inspirou-te mesmo eheheh e obrigado pelo sacrificio (será que tb te ajudou a curar a carraspana ;-)?)

    É xaropada sim, e para ouvir de 2 em dois anos tb concordo, mas tb te digo que esta letra tem um poder enorme (a que toca no player, claro), e tb eu a cantava a plenos pulmões ( e é preciso ter pulmões sim, que ela é mto dificl de cantar) qd era mais novita...
    Aliás não se que num Karaoke ainda lá vou tentar...

    E esta lista tb me inpira-me, não é só a ti...
    Portanto prepara-te que vou começar a abrir a goela, até pode ser que que consigas aí ouvir entre o campo e a praia eheheh

    Bjs

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  7. Safira,

    Acreditas que nestes últimos tempos, em que tenho andado mais down, tenho cantarolado esta música? (atenção, cantarolado interiormente... não me atrevo a levar com tomates e cadeiras de quem me está a ouvir :D)

    A música é muito bonita!

    If I fail, if I succeed
    At least I'll live as I believe
    No matter what they take from me
    They can't take away my dignity

    DiZ tanta coisa, não é?

    Obrigada pelo teu comentário da passada semana. O nº1 começa em nós próprios... Aceitar as coisas como elas são é o primeiro passo. Talvez volte a ver de novo o lado mais cor-de-rosa da vida.

    Espero que rapidamente te livres do teu amigo cêgripe!

    Beijocas

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  8. Quando a Whitney estava na "berra" andava eu a marcar passo na tropa. Lá quase sempre viamos os telediscos (assim eram chamados) sem o som correspondente, o que na realidade não importava coisa nenhuma tendo em conta o que nos interessava realmente era observar com atenção as pernas da mocinha.

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