sexta-feira, 22 de março de 2013

Road Trip

Como o movimento 'Que se lixe' anda muito em voga, eu também iniciei um. Aliás, dois:   o 'Que Se Lixe a Roupa' e o 'Que Se Lixe o Estudo'. 

São Pedro bem tentou estragar-nos os planos, mas nada se interpõe no caminho de dois amantes de natureza e fotografia determinados a passar um domingo diferente. Munidos de impermeáveis, máquinas fotográficas e binóculos, aí fomos estrada fora, à descoberta do Estuário do Sado. Esta zona é muito espectacular para observação de aves, actividade que tem sido a minha fascinação mais recente.  


Em Alcácer do Sal, fomos saudados por dezenas de cegonhas, umas em plácida contemplação, outras em frenética busca de gravetos para compor o ninho e outras ainda nos campos em busca de paparoca.



Um pouco mais à frente, quase a chegar à Comporta, paragem in extremis para tentar  fotografar (sem sucesso, claro, que é sempre mais fácil tirar fotografias quando a máquina não está dentro do estojo e no banco de trás), um belo peneireiro cinzento.

Já na Carrasqueira, enquanto alguns de nós vibravam com a paisagem humana e o porto palafítico e tiravam fotos destas (e atenção que esta é mesmo nossa. aliás, dele!...mas eu também tirei e também ficaram giras, mas não tive foi tempo de sacar da máquina, que o 'Que Se Lixe' é bonito, mas quando se chega a casa há que fazer o jantar e essas coisas todas), outros de nós desesperavam atrás de três irritantes íbis pretas, um sem número de garças brancas pequenas e dois  pernilongos . Tudo documentado, mas indisponível de momento  e com uma qualidade que não rivaliza com a das fotos que deixo aqui a ilustrar os bicharocos, pelo que decidi ir sacar da net, agradecendo desde já aos respectivos autores a gentil (embora não autorizada) cedência.


Cereja em cima do bolo, já no regresso (e avistada de fugida a correr no meio de um bosquete):


Escusado será dizer que a gritaria dentro do carro atingiu decibeis proibitivos, que não é todos os dias que se vê uma raposinha viva. E o que eu gosto de raposinhas! Infelizmente ainda vimos outra nesse mesmo dia, esmagada no meio da estrada no alto da Serra da Arrábida. Fico doida com isto. É certo que os animais são imprevisíveis e podem surgir disparados; nem sempre se consegue evitar o embate, mas ao menos paravam e tiravam o pobre animal do meio da estrada. Mas não, credo! isso dá muito trabalho. É muito mais giro deixar para toda a gente continuar a passar por cima até que já não haver por onde pegar no cadáver. É esta a civilidade que temos por cá.

E pronto, aqui fica este singelo relato para perpetuar a memória de um dia bem passado. Há mais provas, mas já estão na máquina de lavar há muito tempo. Gosto muito de choco frito, mas dispenso levá-lo colado à roupa. Se alguém for para os lados da Carrasqueira e tiver ideia de ir ao choco frito, lembrem-se de levar um escafandro e vistam-no antes de entrar! (À gerência do restaurante 'O Rola' aconselho um pequeno investimento num sistema de exaustão eficaz)

2 comentários:

  1. Ora que bela passeata! Não sendo ornitóloga, nem lá perto, também gosto desses passeios para ir ver aves em rios ou lagoas. O último não correu grande coisa, na lagoa dos Salgados: mesmo indo ao final da tarde, estava uma caloraça daquelas, e nós sem água ou chapéus, além da máquina não ser lá essas coisas para fotografar as aves ao longe. Resumindo, às tantas acelerámos o passo, pois parecia estarmos a fazer uma caminhada no meio do deserto. Mas para a próxima já irei prevenida... :D

    Beijocas!

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  2. Belíssima reportagem de um passeio que já há muito não faço. Também tenho umas fotos giras da Carrasqueira, agora de pássaros muito poucas e nem por sombras tão boas.
    Bom fds, com bons passeios
    E... que se lixe o mau tempo!
    Beijinho

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