Como o movimento 'Que se lixe' anda muito em voga, eu também iniciei um. Aliás, dois: o 'Que Se Lixe a Roupa' e o 'Que Se Lixe o Estudo'.
São Pedro bem tentou estragar-nos os planos, mas nada se interpõe no caminho de dois amantes de natureza e fotografia determinados a passar um domingo diferente. Munidos de impermeáveis, máquinas fotográficas e binóculos, aí fomos estrada fora, à descoberta do Estuário do Sado. Esta zona é muito espectacular para observação de aves, actividade que tem sido a minha fascinação mais recente.
Um pouco mais à frente, quase a chegar à Comporta, paragem in extremis para tentar fotografar (sem sucesso, claro, que é sempre mais fácil tirar fotografias quando a máquina não está dentro do estojo e no banco de trás), um belo peneireiro cinzento.
Já na Carrasqueira, enquanto alguns de nós vibravam com a paisagem humana e o porto palafítico e tiravam fotos destas (e atenção que esta é mesmo nossa. aliás, dele!...mas eu também tirei e também ficaram giras, mas não tive foi tempo de sacar da máquina, que o 'Que Se Lixe' é bonito, mas quando se chega a casa há que fazer o jantar e essas coisas todas), outros de nós desesperavam atrás de três irritantes íbis pretas, um sem número de garças brancas pequenas e dois pernilongos . Tudo documentado, mas indisponível de momento e com uma qualidade que não rivaliza com a das fotos que deixo aqui a ilustrar os bicharocos, pelo que decidi ir sacar da net, agradecendo desde já aos respectivos autores a gentil (embora não autorizada) cedência.
Cereja em cima do bolo, já no regresso (e avistada de fugida a correr no meio de um bosquete):
Escusado será dizer que a gritaria dentro do carro atingiu decibeis proibitivos, que não é todos os dias que se vê uma raposinha viva. E o que eu gosto de raposinhas! Infelizmente ainda vimos outra nesse mesmo dia, esmagada no meio da estrada no alto da Serra da Arrábida. Fico doida com isto. É certo que os animais são imprevisíveis e podem surgir disparados; nem sempre se consegue evitar o embate, mas ao menos paravam e tiravam o pobre animal do meio da estrada. Mas não, credo! isso dá muito trabalho. É muito mais giro deixar para toda a gente continuar a passar por cima até que já não haver por onde pegar no cadáver. É esta a civilidade que temos por cá.
E pronto, aqui fica este singelo relato para perpetuar a memória de um dia bem passado. Há mais provas, mas já estão na máquina de lavar há muito tempo. Gosto muito de choco frito, mas dispenso levá-lo colado à roupa. Se alguém for para os lados da Carrasqueira e tiver ideia de ir ao choco frito, lembrem-se de levar um escafandro e vistam-no antes de entrar! (À gerência do restaurante 'O Rola' aconselho um pequeno investimento num sistema de exaustão eficaz)
Ora que bela passeata! Não sendo ornitóloga, nem lá perto, também gosto desses passeios para ir ver aves em rios ou lagoas. O último não correu grande coisa, na lagoa dos Salgados: mesmo indo ao final da tarde, estava uma caloraça daquelas, e nós sem água ou chapéus, além da máquina não ser lá essas coisas para fotografar as aves ao longe. Resumindo, às tantas acelerámos o passo, pois parecia estarmos a fazer uma caminhada no meio do deserto. Mas para a próxima já irei prevenida... :D
ResponderEliminarBeijocas!
Belíssima reportagem de um passeio que já há muito não faço. Também tenho umas fotos giras da Carrasqueira, agora de pássaros muito poucas e nem por sombras tão boas.
ResponderEliminarBom fds, com bons passeios
E... que se lixe o mau tempo!
Beijinho