É verdade, a nossa Grafonola paralelepípeda completa hoje mais uma primavera e aqui o gatil não queria deixar passar a data em branco, apesar da manifesta falta de inspiração.
Vani, moça, tu desculpa, mas isto não tem andado fácil. :)
Já agora, e porque não sei quando é que apanho o chefe fora da sala de novo para poder dar aqui uma fugida, aproveito o título do post para manifestar a vergonha que por vezes sinto em viver neste país. Não acho normal que se apupem cantores líricos como se de saltimbancos de rua se tratasse. Não acho normal pagar horrores para me ver no meio de grunhos, que não sabem comer e não gostar, mas calar, e humilham quem esteve ali três horas a dar o litro.
Falo da representação de 'D. Giovanni', ópera do nosso estimado Mozart, que teve ontem lugar no Teatro Nacional de S. Carlos. Ia com muita expectativa, e francamente, não gostei. Odiei a encenação, os décors e a roupagem dos cantores. Não creio que resulte muito adaptar uma ópera clássica aos tempos de hoje, e de facto custou-me ver um Leporello, que eu imaginava com roupagem do séc. XVII, meio bouffon, vestido com um casaco freaky e cor de laranja e boné com a pala para trás. Custou-me ver uma Sevilha de 1600 e picos transformada em réplica da zona J e acho que os artistas mereciam melhor. E acho que fizeram o que puderam. Não achei que estivessem fabulosos, mas gostei do Leporello e da voz de D. Ottavio (embora tivesse pouca expressão dramática no olhar e postura) e de Zerlina (que reconheci como a Musetta de 'La Bohème' ).
Não gostei do espectáculo, mas ainda assim fiquei chocada quando no final se ouviram BUHHHHHHHH BUHHHHHHHHHHHH e batidas de pés no chão. Odiei que tivessem vaiado individualmente dois artistas, quando fizeram a sua vénia. Se calhar é muito comum, mas eu, leiga que sou nestas matérias, acho que, comum ou não, é grosseiro. Depois admiram-se que Portugal seja olhado de lado e os seus habitantes sejam considerados uns saloios. A cara de choque de Kevin Short (Leporello) e o beijo de apoio que deu à Katherina (Elvira) depois da vaia monumental que esta recebeu, fizeram-me corar de vergonha mesmo estando na segunda fila a aplaudir furiosamente.
Acho isto, de facto, inacreditável.
O público do S. Carlos tem fama de ser muito exigente. Não sei é se essa exigência é fruto de conhecimento ou de pura pretensão saloia.
ResponderEliminarMas lá que é desagradável, é! Se não gostaram não batiam palmas, também não gosto de ver pessoas vaiadas :-\
Bjs e parabéns à aniversariante
Credo, vaias nem a saltimbancos! (OK, exceptuo daí os políticos, que esses bem merecem pelo trabalho que NÃO fazem e depois andarem por aí a impingir-nos umas mentirolas)
ResponderEliminarBom, não sou muito de ópera (nem pouco), mas nunca me constou que em qualquer concerto, teatro ou assim houvesse vaias do público - e já fui a alguns que não gostei. Uns aplausos murchos e tão só isso...
Que bimbalhada, mesmo!
Beijocas!
ps - e bom passeio! :)
ps1 - e, mais uma vez, parabéns à Vani e beijocas para ela também!
pelos vistos sentiste-te como uma adepto da equipa visitante no meio da claque da equipa da casa... :D
ResponderEliminarÉ lamentavel mas muito de acordo com o espírito burguês abrutalhado que imprea neste país...
ResponderEliminarMuitos parabéns á VAni!
Beijocas para ti
Parabéns à Vani...
ResponderEliminarFoste ver a dobradinha do Porto foi?????hihihi
Tinha que te picar...haahhhaha
Beijokitas
Não a conheço mas olha, Parabéns à Vani!
ResponderEliminarjokas grandes
Olá!
ResponderEliminarPortugal no seu melhor :=(
Beijocas
Mais um "bom" exemplo do típico português. Acho que não nos vêem como saloios... mas sim como incultos, burros e mal-educados.
ResponderEliminarBeijocas e bom fim-de-semana!
Vaiar? Que horror. No máximo não batiam palmas. Deve ter sido muito mau para os actores passarem por isso. Eu nem quero imaginar.
ResponderEliminarBeijo