Não percebo a histeria que parece tomar conta dos automobilistas portugueses quando chove, mas imagino que seja uma questão de solidariedade climática: chove ergo liquefaz-se a massa cerebral. É sabido que o condutor português médio já padece, por defeito, do síndroma da idiotice crónica na estrada, mas esta parece agravar-se exponencialmente quando as comportas de S. Pedro se abrem. Porquê? Ignoro. Mas, na minha magnanimidade lendária, sinto-me compelida a ajudar alguns automobilistas mais... hum, como dizer isto de forma simpática..., TÓTÓS PATÉTICOS, a lidar com esse monstro horrível chamado... chuva.
Chegaram-me às mãos algumas dúvidas pungentes às quais tentarei dar resposta adequada:
Assim, Felisbela Anacleta, de Pinhal de Frades, pergunta-me se 'o pedal que está do lado direito se pode usar quando chove'. Sim, Felisbela, confirmo-lhe que o pedal que indica, e a que convencionou chamar-se ACELERADOR, pode ser pressionado com chuva. Idealmente, pode associar o uso desse pedal a essa manete esquisita que tem a meio do habitáculo e que comanda a caixa de velocidades e ir colocando mudanças, o que lhe permitirá andar a mais de 20km/hora e lhe evitará o coro de buzinas de que igualmente se queixou (e que, suspeito, será independente do nível de precipitação).
Já Ernesto Carrapeta, de Pinhal do General, gostaria de saber ‘se não faz mal acender as luzes, tendo em conta o que se ouve dizer da água e da electricidade’. Caro Ernesto, tranquilizo-o: essas coisas redondas chamadas faróis têm um circuito isolado: não há risco de curto circuito, a não ser no seu cérebro, isto se impactar frontalmente com outra viatura pelo facto de andar sem luzes em dia de visibilidade diminuta. É pois seguro - e desejável - que circule com os médios acesos quando chove.
Benedito Salvador da Cunha, da Aroeira, coloca uma questão...bem, que é estúpida, mas a que tenho de responder ainda assim: 'visto que o meu BMW dá 250km por hora, e que me estou a #%#&# fortemente para o estado do piso, posso ultrapassar toda a gente, ainda que alguns carros tenham de ir para a valeta por causa disso?' Lamento, Benedito, mas a cilindrada do seu carro não lhe confere o dom da desmaterialização dos carros à sua frente, de modo que, quando não tiver condições para ultrapassar em segurança, terá de seguir à velocidade de toda a gente (mesmo que vá atrás da Felisbela).
Por fim, o único contributo inteligente. Eliseu Maldonado, ciclista de Vale de Milhaços, pergunta-me se ‘é legítimo atirar pedras aos gajos da Aroeira que passam a rasgar com os BMWs pelas poças de água e me molham todo?’. Eliseu...Não é legítimo, mas pode fazê-lo, desde que o seu tiro seja certeiro. Ligue-me para combinarmos uma hora e irei atrás de si com munições!
Chegaram-me às mãos algumas dúvidas pungentes às quais tentarei dar resposta adequada:
Assim, Felisbela Anacleta, de Pinhal de Frades, pergunta-me se 'o pedal que está do lado direito se pode usar quando chove'. Sim, Felisbela, confirmo-lhe que o pedal que indica, e a que convencionou chamar-se ACELERADOR, pode ser pressionado com chuva. Idealmente, pode associar o uso desse pedal a essa manete esquisita que tem a meio do habitáculo e que comanda a caixa de velocidades e ir colocando mudanças, o que lhe permitirá andar a mais de 20km/hora e lhe evitará o coro de buzinas de que igualmente se queixou (e que, suspeito, será independente do nível de precipitação).
Já Ernesto Carrapeta, de Pinhal do General, gostaria de saber ‘se não faz mal acender as luzes, tendo em conta o que se ouve dizer da água e da electricidade’. Caro Ernesto, tranquilizo-o: essas coisas redondas chamadas faróis têm um circuito isolado: não há risco de curto circuito, a não ser no seu cérebro, isto se impactar frontalmente com outra viatura pelo facto de andar sem luzes em dia de visibilidade diminuta. É pois seguro - e desejável - que circule com os médios acesos quando chove.
Benedito Salvador da Cunha, da Aroeira, coloca uma questão...bem, que é estúpida, mas a que tenho de responder ainda assim: 'visto que o meu BMW dá 250km por hora, e que me estou a #%#&# fortemente para o estado do piso, posso ultrapassar toda a gente, ainda que alguns carros tenham de ir para a valeta por causa disso?' Lamento, Benedito, mas a cilindrada do seu carro não lhe confere o dom da desmaterialização dos carros à sua frente, de modo que, quando não tiver condições para ultrapassar em segurança, terá de seguir à velocidade de toda a gente (mesmo que vá atrás da Felisbela).
Por fim, o único contributo inteligente. Eliseu Maldonado, ciclista de Vale de Milhaços, pergunta-me se ‘é legítimo atirar pedras aos gajos da Aroeira que passam a rasgar com os BMWs pelas poças de água e me molham todo?’. Eliseu...Não é legítimo, mas pode fazê-lo, desde que o seu tiro seja certeiro. Ligue-me para combinarmos uma hora e irei atrás de si com munições!
E já'gora não te importarias de fazer 300 quilómetros e trazer bastantes munições? A pontaria está bem afinada.
ResponderEliminarAhahah, fantástico esse "Correio para Automobilistas"! Mas não me cheira que mesmo assim consigas meter algum juízo na cabeça desses totós patéticos... :)))
ResponderEliminarBeijocas!
Explicações valiosíssimas, mas pelo que vejo na estrada, mesmo em tempo seco, os grunhos que nunca serão automobilistas, porque até desconhecem o que isso seja, já que para eles há apenas "O meu carro" e cada um deles é o melhor condutor do mundo, nunca vão receber essa carta.Pensam que se trata de uma multa e deitam-na para o lixo em mil pedaços
ResponderEliminarTenho quase a certez que passei hoje pela Sra. Felisbela Anacleta e pelo Sr. Ernesto Carrapeta, dado que moro no Redondos e por irem precisamente a fazer aquilo do qual se questionam...(grrr)
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