Muita tinta tem corrido sobre a morte de Carlos Castro. Jornais, revistas e hasbeens e wannabes na TV, tudo em uníssono a falar disto há duas semanas. E ainda há festa durante a hora de almoço, com uns colegas com muita pena do senhor, e outros com pena do mocinho. Já ouvi ‘ai coitado do rapaz, passou-se!’. Pois foi, e então? Eu passo-me três dúzias de vezes por dia (justificadamente, fora as outras em que é só para passar o tempo) e ainda (ênfase) não matei ninguém. Até porque eu, se me passasse, já tinha dez perpétuas em cima sem ter saído sair do escritório!
Francamente, estou um pouco farta da celeuma. Portanto, a ver se nos entendemos. Umas considerações que se me assomam ao espírito, assim de repente:
Francamente, estou um pouco farta da celeuma. Portanto, a ver se nos entendemos. Umas considerações que se me assomam ao espírito, assim de repente:
a) There’s no such thing as a free lunch. Donde, tenho para mim que um homem de 65 anos deve saber quando está a ser usado, da mesma forma que um rapaz de 21 anos, a não ser que seja tremendamente estúpido (mas é para isso que servem os paizinhos, para nos dizerem quando estamos a ser tremendamente estúpidos, e para nos darem uma realíssima carga de porrada quando temos ideias peregrinas destas) deve imaginar que mais cedo ou mais tarde, vai ter de dar o corpinho ao manifesto, e que está a ser usado da mesma maneira.
b) No seguimento da ideia anterior: O amor não é cego coisa nenhuma! Que me desculpem os inocentes que acreditam que um rapaz de 21 anos se apaixona por um sénior de 65 (o que eu ainda compreenderia se estivéssemos a falar do Sean Connery, mas não estamos, pois não? Não estamos, de todo!). Donde...Não me venham com histórias de paixão assolapada, ciumeiras e o cacete, que pelo menos um dos intervenientes já tinha idade para ter juízo e não acreditar em papai noel.
c) Também dispensamos as descrições sobre o estado de alma do moço, da prima do moço, do amigo do moço, do amigo do falecido e da vizinha do quarto do hotel. Dispensamos os detalhes sórdidos todos. Dispensamos o pesar da Lili Caneças e as lágrimas da Sofia Alves; já sabemos que são todos uns amores quando se vão. Que vão fazer imeeeeensa falta and so on and so on. Hão-de fazer a alguém. A mim não, com toda a certeza. Com o devido respeito.
Posto isto, eu, que faço parte dos mortais-que-não-estavam-lá-para-ver-o-que-aconteceu-e-francamente-não-têm-nada-que-ver-com-os-problemas-de-cama-alheios-e-acham-que-há-coisas-mais-importantes-no-mundo-e-também-não-acham-que-isto-é-o-fim-do-universo-e-que-lamentam-apenas-porque-é-sempre-triste-a-perda-de-uma-vida-(pese-embora-essa-perda-nos-retrate-yet-again-como-um-povo-débil-mental-que-nem-as-histórias-de-alcova-consegue-resolver-sem-meter-outros-países-ao-barulho)-nem-percebem-o-que-passa-na-cabeça-das-pessoas-para-acharem-que-os-nova-iorquinos-que-andam-de-metro-querem-levar-com-as-cinzas-de-um-desconhecido-daquele-país-pateta-que-anda-a-exportar-esquizofrénicos, (puf puf), considero que ambos sabiam ao que iam. Correu mal. Paciência.
Moving on!
Pelo sim, pelo não, começa a andar com um saca-rolhas. :)
ResponderEliminarSó para dizer que concordo, e que se o passanço é justificação seja para o que for, eu já ganhei o céu, e quero entrar na tua lista do "ainda" (com muito ênfase).
ResponderEliminarE este assunto dura, e dura, e dura...
os tomates do gajo também foram cremados ou só os passaram nas brasas para fazer tubaros?
ResponderEliminarE a novela só agora começou.
ResponderEliminarEstou contigo! Já deito Carlos Castro e jovem-modelo-passado por todo o lado e mais os 10 mil comentadores do caso, desde a vizinha do hotel até à sumidade em psiquiatria, sem falar da estuporada saga das cinzas! Não há pachorra!!! :S
ResponderEliminarBeijocas (e vê lá, não te passes)!
RIP vitor alves!!!
ResponderEliminarOtelo traidor!!! qd morreres cuspo-te na campa!!
ResponderEliminar(é só pra variar o tema)
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