quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Do muito que embruteço neste emprego, e do esforço que ponho em qualquer actividade que me liberte do marasmo



É uma verdade universalmente aceite que é com grande sacrifício que passo oito horas por dia a matraquear números num teclado. Quis o destino, por grande ironia, que eu, uma moça que sempre foi das letras e sempre abominou matemáticas e afins, por lhes reconhecer muito pouca poesia e por ter aversão ao preto e branco da exactidão dessas ciências, me veja agora rodeada de números e taxas fiscais e coisas absolutamente desinteressantes para a minha sensibilidade. Tenho para mim que me deviam pagar um subsídio de embrutecimento, que é o que me está a acontecer por não fazer nada que implique uma criatividadezinha que seja, um simples desvio à rotina. Não. Não se passa por aqui nada, e o que acontece não é sequer interessante. A minha vida profissional assemelha-se muito à baia do Seixal na maré baixa: é lodosa e não cheira nada bem. Pelo menos a mim, que sei que posso fazer muito mais, muito melhor e de forma muito mais divertida. Mas pronto, a vida é assim mesmo, e estou reconciliada com o facto muito provável de nunca subir a um palco e cantar um dueto com o Jon Bongiovi, que era o grande sonho da minha vida, logo a seguir a descobrir o que toda a gente vê na Bimby, mas deixo isso para outro post.



Como nunca fui rapariga de baixar os braços, e preocupada que estava com o estado semi comatoso do meu cérebro durante a semana, tratei de procurar algo para me aguçar o neurónio. Pois que desencantei uma velha paixão de infância (não, não vem nada o Bongiovi à baila outra vez), a que volto a dedicar-me agora com grata satisfação: palavras cruzadas. Há quem ache que me ando a dedicar a isso como um viciado se dedica à coca, mas acho que há manifesto exagero nessas opiniões. Um serão inteiro ligado a um site de palavras cruzadas em inglês não faz de ninguém dependente. Bizarro, talvez, mas dependente...Já o facto de andar com um caderno de passatempos na mala parece-me mais comprometedor, mas ainda assim, sendo por uma boa causa, por exemplo o saber que o ita é um sapo da amazónia, tenho para mim que há coisas piores do que encontrar sinónimos e botá-los num quadradinho.
Visto que me considero uma pessoa generosa, dei-me ao trabalho (ponto alto do meu dia, mas não quero que se saiba) de partilhar este meu novo hobby e tomei a liberdade de suspender momentaneamente a minha contribuição para o PIB (cof cof) para dar outra utilização ao meu Excel. Lembrei-me de fazer uma grelha a completar com palavras muito acessíveis a quem me conhecer relativamente bem e souber ler nas entrelinhas das definições.


(infelizmente não consigo por isto a fazer popup, porque lá está, embruteço diariamente e ando a perder qualidades)



2 comentários:

  1. Eheheh, adoro palavras cruzadas, desde sempre!

    E farei estas com muito gosto, daqui a uns dias! É que este ecrã é pequenino e tenho muita dificuldade em ler as pistas! :)

    Mas não me parece que Sportém caiba em 3 quadrículas... :D

    Beijocas!

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  2. vou reclamar às entidades reguladoras das palavras cruzadas por tu distribuíres este produto com pouco rigor na qualidade.
    onde está a pista para a segunda palavra da 1 vertical?

    assim não brinco!

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