Behold a vida difícil que têm estes dois. Gordos e anafados que estão, os trengos. Corre-lhes bem a coisa. Bem se vê que não se levantam às seis da manhã e não passam duas horas em transportes para ir aturar gente doida. Nem se chateiam a planear férias porque toda a gente quer as mesmas semanas. Mais importante, não têm de preencher a estúpida declaração de rendimentos nem têm de pagar impostos! O que me leva à pungente interrogação que suporta o título deste devaneio fora de horas:
Alguém me saberá dar uma razão válida para os meus gatos e cães não serem considerados dependentes do agregado familiar?
É que eu cá acho que deviam! Senão vejamos:
- não se sustentam a si próprios
- comem que nem uns alarves
- sujam areão que é um disparate
- no global, custam mais em consultas médicas por ano do que eu
- só não tenho despesas de educação porque a escolinha para cachorros mal comportados me fica fora de mão. De qualquer forma Nero Augusto é um caso tão perdido, mas tão perdido, que seria desperdício: nem o mocinho do encantador de cães o aturava mais de cinco minutos sem se suicidar. Eu não me suidido porque, lá está, tenho de sustentar esta bicheza toda!
Em suma, gasto rios de dinheiro com as pestes. Todos animais adoptados, note-se, que andavam a cirandar pela rua (os gatos) ou a ocupar lugar numa associação (os cães) e a custar dinheiro à autarquia que a subsidia . Ou seja, ainda estou a fazer serviço público. De borla. Aliás, minto: tive de pagar trinta euros por cada cachorro, uma taxa de adopção qualquer que serve de ajuda para as vacinas que trazem (a Nikki vinha com vacinas dadas há uma semana sim, infelizmente estavam era fora de prazo.Teve de ser tudo repetido às nossas custas, claro) e à esterilização que também é mandatória. Mandatória, porém pouco eficaz no caso de Nero Augusto, que apesar de teoricamente já não ter tudo aquilo com que nasceu continua com muito interesse no sexo oposto, vá-se lá perceber porquê! Só problemas, só contrariedades...
E o governo não é sensível a isso porquê?