segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Epílogo

Queria agradecer a todos quantos aqui deixaram palavras de solidariedade, e a todos os que enviaram sms e ligaram (quase tão chocados quanto eu fiquei). Fiquei sensibilizada com o carinho e o apoio, mesmo de pessoas que, à partida, não têm a afinidade que nós, que temos o privilégio de ter gatos, cães ou periquitos, temos para com os nossos animais. Mais do que afinidade, atrevo-me a dizer, e quem tiver animais sabe do que falo: é um amor profundo e desesperante. É incondicional. Gostamos deles sem reservas, mesmo que sejam do mais ranhoso para nós. Fazemos o que podemos, gastamos rios de dinheiro para que estejam bem, gastamos rios de dinheiro para que deixem de estar mal. Foi assim com Yurie. Foi assim com Nádia. É assim que as coisas funcionam, e há que aceitá-las com a graciosidade possível. Custa, mas não podemos fazer nada. É deixar o tempo agir.



Nádia foi enterrada numa caixinha cor de rosa - ela tinha paixão por caixas, adorava enrolar-se em bola dentro de caixas, sacos de papelão...até dentro de uma fruteira a apanhei, tontinha que era -, com uma mantinha polar e muito carinho. Resolvi trazê-la de volta para casa, porque não ia suportar a ideia de uma incineração com mais não sei quantos animais, além de que assim a tenho perto de mim, lá num cantinho do jardim. Quando esta maldita chuva passar havemos de plantar por cima dela uma roseira vermelha, comprada há dias com essa intenção. Quero que cada rosa me lembre Nádia. Quero que cresça vida onde outra vida acabou. Sou lírica e lamechas? Deixá-lo. Raios me partam se eu me deixo arrastar pelo global sentimento de indiferença que assola este mundo cada vez mais oco. Eu acredito na Beleza, e no ciclo da vida, e sei que vou ter rosas lindas. Porque Nádia era linda. E porque a vida continua.



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

In memoriam



Nádia
1999-2010


Ontem à noite. Depois da veterinária estar o dia todo a tentar controlar-lhe a hipotermia e a queda a pique da glicémia. Qualquer coisa que falhou no hipotálamo, na hipófise ou no pâncreas. Não sabemos. Não interessa.

Já não volta a ronronar-me ao colo, ou a roçar-se pelas pernas. Já não volta a bater com a cauda no chão quando se irritava, ou a raspar no chão quando a comida não lhe agradava. Já não volta a aparecer a correr quando a chamava, como se fosse um cão. Já não volta. Nunca mais...

Estou a modos que dormente. Volto noutra altura.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

EUREKA!


É com grato prazer que anuncio que hoje, após quase trinta anos de interrogação, acabo de descobrir a génese do nome do creme ‘TOKALON. Não sei se mais alguém alguma vez se sentiu intrigado com a nomenclatura, ou se a achava só ridícula. Eu sempre achei estranhíssimo um creme de beleza ter um nome que remetia mais para um calicida do que outra coisa. Por comparação, ‘Nívea’já me fazia algum sentido, que a palavra sempre consta de um dicionário...

Hoje descubro que parece que to Kalon também consta do dicionário. Reparai:

Definition of: to kalon
to kalon (Greek): The beautiful.

É grego. Já se vê porque nunca entendi a subtileza da coisa.

But seriously...Gosto de ver que o dinheiro que ando a pagar em propinas serve para resolver estes insondáveis mistérios da minha infância. Quem diria que a estudar Estética e Teoria da Arte me ia proporcionar este intenso choque cultural.

Anseio pelas próximas matérias, quem sabe não encontro o significado por trás do nome de outros míticos produtos, como o champoo Foz e o restaurador Olex, e claro, o Caprisonne.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

De como a minha vida seria muito mais simples se eu fosse estupidazinha

É minha convicção que devo ter sido grande cabra numa vida anterior. Digo-o com toda a serenidade, até porque ser uma grande cabra é uma valência preciosa nos tempos que correm. Let’s face it: quem não tiver instinto caprino, não se safa. Quem for mais ‘ovelhinha’ acaba mais depressa na panela. Tenho para mim que devemos evitar a panela o mais possível. Não podendo, e se for para nos comerem, que tenham trabalho, que comam cru e mastiguem. Muito. E se puderem engasgar-se no final, tanto melhor.

Seguramente umas duas ou três pessoas poderão dizer que sou uma grande cabra na vida actual, mas gosto de pensar que é a inveja que as move nessas suas delirantes e totalmente infundadas cogitações. Não sou mais cabra do que o próximo, não gosto é que façam de mim parvinha. De mim, ou de outrém, e que esteja a ver. Eu, quando embirro com alguma coisa, é verdade que não largo até me fartar. Andava aqui com uma embirração de estimação, mas a coisa era só na base do pessoal e vá, mesmo na base da mariquice. Agora, quando a coisa passa para o plano profissional e eu assisto a coisas que despertam o Robin Hood em mim, saiam de baixo. Que é muito feio andar a fazer queixinhas de quem não está presente para se defender. Tal como é feio tentar capitalizar simpatias com lagrimazinhas de crocodilo. Há pessoas que têm memória curta, e não percebem que as coisas que semeamos, mais cedo ou mais tarde havemos de colhemo-las, mesmo que soltemos ratinhos na seara do vizinho para estragar a espiga. Há que aceitar críticas com naturalidade, e pensar que, se no-las fazem, é porque se calhar as merecemos... não sei, digo eu.

Por isso, jovem criatura calculista, sim tu, com o enormous umbigo, voz estridente, e saco lacrimal sensível, é melhor andares fina, que eu já te topei há muito tempo. E, ou fazes as coisas bem feitas, de modo que eu não veja, ou, se continuas com a merda das bocas sobre outras pessoas que não estão presentes, ainda me chateio e ainda te mostro a razão para a minha pedra tumular rezar um dia ‘à mãe de todas as cabras: os colegas difamados sentirão a tua falta’.
(hum...relendo o meu texto, parece que também estou a fazer queixinhas de alguém que não está presente. Bolas! Isto estraga a minha argumentação toda.... Mas não faz, mal, admitamos que eu posso fazê-lo porque o meu motivo é puro. Não pega, pois não? Então admitamos que eu o posso fazer porque o blogue é meu. That should solve it!)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Carta Aberta ao nosso Primeiro

Sexy Platina,
Perdoa-me o desabafo, mas estou lixada contigo. Peço desculpa pela falta de originalidade, que decerto te dizem isto amiúde, mas há que dizer as coisas como elas são.
A questão é que acho mal teres convidado a maralha toda da NATO para vir cá ver as vistas (e aumentar as receitas do Elefante Branco, que nem devem ser taxadas, com toda a certeza). Mas isso é de somenos. O que me lixa de verdade é que só os funcionários públicos que trabalham em Lisboa é que têm tolerância na sexta feira. Ora eu acho que Carnaxide é muito perto de Lisboa, e mesmo não sendo funcionária pública, acho que isto é tudo muito injusto. Acho mal, até porque eu ando a dormir cinco horas por noite e tenho uma dissertação sobre Platão para entregar e tenho de vir trabalhar, e vá, ando cansada. Por isso dava-me jeito que o concelho de Oeiras também fosse considerado de risco para poder ficar em casa a estudar. Não sei se é oportuno inventares qualquer coisa assim à pressão, também me dizem que tens jeito para isso, mas tens o meu voto (e de Sasha Margarida. Nero Augusto não, mas só porque ainda não atingiu a maioridade), nas próximas eleições se me fizeres esse grande favor. Ouço dizer que até andas precisado...
Obrigados!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mimos no degredo

Olho pela janela, aqui do Alcatraz Carnaxidense, e que vejo?



Ó júbilo! Ó profundo extâse!



Um senhor com um assador de castanhas.

Importaram um senhor lá da Capital!!! Veio lá de longe, da civilização, para alegrar a malta e ajudar a não esquecer que é dia de S. Martinho. Provavelmente vende uma dúzia de castanhas a 5€ e metade delas estão bichadas, mas bom, não se paga por ver o senhor no parque de estacionamento. A coisa vale pelo efeito decorativo e a vaga sensação de voltar a pertencer ao mundo real, lá onde acontecem coisas, e onde há a Mango, a Bertrand, a L'Occitane (só para ver e experimentar os testers, que aquilo é caríssimo! Tá crise, não tarda volto ao creme nívea com uma grande pinta) ... AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, suspiro de profundo desespero consumista. Há meses que só gasto dinheiro no passe da Vimeca! (E na veterinária, claro. Ela é que deve ter montanhas de produtos da L'Occitane à minha conta :))
Epá!!! Ouço dizer que também tem água pé na cestinha que está lá no chão. Não fosse eu meia pitosga e podia confirmar a informação daqui. Assim sendo, acho que vou lá investigar...sempre é menos um bocadinho que estou a embrutecer em frente ao pc.

domingo, 7 de novembro de 2010

Convalescença


A princesa já voltou para casa. Vem com um funil horroroso, e com meio kg de quistos a menos. A veterinária tirou fotos para eu ver a enormidade da coisa. Enormidade mesmo: o mais pequeno tinha 6 cm. Só umas dez vezes maior do que o ovário a que estava agarrado.
Para grandes males, grandes remédios: histerectomia total. Foi-se tudo. E, coincidência ou não, Nádia já voltou a usar o caixotinho.
Tem um quarto só para ela, que precisa de muito sossego para recuperar depressa.
O rom-rom betoneira e o apetite devorador levam-me a crer que em poucas semanas a teremos em forma. Para depois lhe tratarmos da dermatite...que entretanto 'apareceu' quando lhe raparam a barriga... Mais banhos em perspectivas. Só boas notícias, portanto.
Mas é bom tê-la de volta, sã e salva. A ver agora o que dizem as análises do laboratório. Fingers crossed!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Hoje não há boletim desportivo...

...porque tenho Nádia na mesa de operações, neste preciso momento. Aguardo serenamente o veredicto sobre o tumor, a que órgão está agarrado e se é maligno ou não. Isto tudo enquanto vou preparando os 400 euros que a coisa me irá custar, e enquanto vou dizendo 'so long, até uma próxima' aos sofás novos.
Perdoarão a minha falta de entusiasmo global com a bola, nesta altura...
Darei notícias, assim que as tenha.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Assim de repente...


...eu também me ria muito se viesse para casa com cinco milhões de indemnização.


Por acaso até gostava de saber quanto vai pagar de IRS o tio Jesualdo Ferreira

Só por curiosidade.

Se calhar atentavamos nestes pequenos pormenores de qualidade antes de me pedir a mim que pague mais para sustentar a canalha toda.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

WTF???

Leio, pasmadinha de todo, uma notícia no Le Figaro que dá conta de uma tentativa de atentado terrorista em que os soldados de Maomé eram...dois cães.
A coisa, que se passou no Iraque, e foi mantida em segredo pelo exército norte americano, reza assim: os pobres animais, recheados de explosivos, deviam explodir em pleno voo. Só que morreram de hemorragias (por não terem sido em condições) e não chegaram a ser embarcados, gorando assim os objectivos dos terroristas.
Nem quero pensar na barbárie que antecedeu essa misericordiosa morte. Não quero mesmo. E contudo, não me sai a imagem dos dois cachorros a serem torturados desta maneira.

Não me vou alongar sobre o que penso de talibans e demais putrefacção humana deste planeta. Que se expludam todos, de preferência longe de quem não é maluquinho da cabeça. Vão lá ter com as virgens, que estão todas de perna traçada no Céu dos parvinhos, à espera de tão iluminados seres.
Não cair uma ogiva nuclear em cima desses #%"##"£@@£@ todos...