quarta-feira, 17 de março de 2010

Adeus Girassol


O meu afilhado Girassol partiu dia 15 de Março.

É incrível como um gatinho que eu nunca vi, e em que nunca toquei, me consegue marcar assim.
Este post é para o Girassol, e para os muitos gatos e cães que diariamente morrem anónimos nos canis, que felizmente os recolhem após serem abandonados e maltratados, ou nas bermas das estradas.

Este post é também para quem queira de alguma forma contribuir para aumentar o conforto dos animais recolhidos nas diversas instituições quando não se lhes pode dar uma casa. Façam-no! E, mesmo sabendo que é pouco, mesmo sabendo que não se consegue chegar a todos, chegar a algum já é muito bom. Se não se pode adoptar, apadrinhe-se. Nem chega a um almoço por mês. É um pequeno gesto, mas as associações agradecem.
Eu também tenho a agradecer à União Zoófila por me ter informado pessoalmente da morte do Girassol. E à Sofia, uma das voluntárias, por de forma desinteressada e espontânea, me ter contactado porque lidava de perto com o Girassol e me podia dar notícias. Esta foto, por exemplo, foi a Sofia que me enviou. Também se ofereceu para me receber na UZ, quando fosse visitar o Girassol, visita essa que adiei... e que já não poderei fazer. Fica-me essa mágoa. Lembrete para não voltar a adiar demais.
E tenho de me penitenciar por ter sido injusta há uns tempos atrás. Não está esquecido. Mas ainda não vai ser hoje.


Hoje é só para lembrar o 'meu' menino Girassol.

terça-feira, 16 de março de 2010

Preso por dar moeda, preso por não dar nota

Desço a avenida com o solinho a fazer-me companhia. Entretida com os meus botões, só vejo o homem quando já quase passei por ele. Assusto-me quando ele me interpela 'Dê-me um euro, é para comer'. Olho para os olhos encovados, para o cabelo e barba desgrenhados que não escondem a idade e as privações, e não tenho coragem para seguir em frente. Páro. Mentalmente revejo o conteúdo da minha lancheira e concluo que não tenho bolachas nem bolos ou fruta que lhe possa dar. E faço uma tontice. Tiro a carteira à frente dele. Remexo nas moedas e dou-lhe um euro. Mas ele, mais alto, consegue ver duas notas de cinco. Pede-me uma. Chantageia-me descaradamente 'Dê-me os cinco euros...é para comer. Um euro nem para uma sandes dá. Não me compra um prato de comida? Ainda não comi nada hoje'. Hesito. Acabo por dizer 'não pode ser, tenha paciência'. Passo ali todos os dias, não quero criar precedentes. Não posso alimentar todos os pobres de Lisboa.
Mas sinto-me mal na mesma...
Fuck.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Galo strikes again

Depois de um dia cão, daqueles bem irritantes, em que tudo o que pode correr mal corre ainda pior do que o previsto, chego a casa e constato que o meu fiel Mégane, que ficou de férias ontem, tem um papel no parabrisas. 'Oh joy!' pensei eu, mais um panfleto para a festa da espuma numa qualquer discoteca decadente da zona. Mas não...não era. Era mesmo um bilhete que rezava 'Boa noite, dei um toque no seu carro. Favor contactar-me no 96...'. É claro que, com cerca de 25 carros na zona, tinha de ser o meu. Mas tudo bem. Fui ter com o moço, que é meu vizinho, e ele muito atrapalhado lá me explicou que foi a namorada, que tirou a carta há uma semana, bla bla... Identifiquei-me com a moça, coitada. Eu, com duas semanas de carta, raspei a traseira toda num muro, e o mégane, que tive já com mais de cinco anos de carta, tem vários riscos de 'excesso de confiança'. Acontece, pronto. E, como para mim um carro não é extensão nenhuma de feminilidade ou seja lá o que for que se possa comparar à tara que têm certos homens com os carros (os que passam o fim de semana a aspirá-los e a afagá-los com a camurça, e de certeza só não dormem com eles porque o buraco do depósito deve ser corrosivo), não estou por aí além preocupada com a chapa amolgada.
Até porque tenho o porta bagagens em pior estado. Aliás, neste momento não uso o porta bagagens. Ficou-me nas mãos no parque de estacionamento do Modelo no mês passado. Ao que parece, partiram-se os pernes (seja lá o que isso for. Mas são dois, aparentemente, e estão ambos partidos. A partir, parta-se em grande!).Isso sim é um acontecimento radical: estar 15 minutos a segurar um porta bagagens preso por uma unha à espera do cavalheiro salvador que, montado no seu branco corcel, me tirasse daquela situação. Antes de este chegar ainda passaram vários cavalheiros. Mas vinham a pé. Deve ter sido por isso que nenhum achou pertinente perguntar se eu queria ajuda, apesar de terem olhado com algum interesse antes de carregarem os seus carros, cujos porta bagagens tinham os pernes inteiros, e se aguentavam lá em cima sozinhos, contrariamente ao meu. Devo ser muito gira a segurar um porta bagagens, é a conclusão a que chego.


Anyways...duas considerações a reter disto tudo:
a) Constato com feliz agrado que ainda existem pessoas cívicas e responsáveis, que deixam o contacto quando batem num carro e se prontificam a suportar a reparação. Menos mal.
b) Tenho o Mégane todo estropiado. Aceitam-se donativos para aquisição do Mazda.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Blog interessante para os amantes de animais


Tomei a liberdade de nomear este feneco (ou raposa-do-deserto) embaixador do blogue mais giro que encontrei nos últimos tempos e não resisto a partilhar o link:


Aqui podemos assistir ao nascimento de belugas, ver crias de urso polar a fazerem tropelias, admirar o aspecto das crias de animais bizarros (como o pangolim) e derreter com os bébés animais em geral. Eu cá sou fã!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Nunca entendi muito bem esta coisa de comemorar os ‘dias de...'. O Dia da Mulher então passa-me completamente ao lado. Tão ao lado que já por duas vezes hoje respondi aos ‘parabéns!’ de colegas com um inocente ‘Obrigada, mas não é hoje, é só amanhã’, pensando que teriam feito confusão com a data do meu aniversário (sem no entanto compreender muito bem como, dado que apregoei a coisa com uma semana de antecedência, e com várias insistências diárias).

O facto de eu também passar a vida a andar de metro mas nunca estar à hora certa ou na estação certa onde estão a dar uma flor às mulheres que vão passando também não ajuda a que eu não me lembre que há um dia da Mulher, e que por acaso é hoje. Na verdade, varreu-se-me de todo. Pronto.

Não tenho nada contra o dia em si, ou as Mulheres e as suas conquistas em geral, mas irrita-me que toda e qualquer mulher seja celebrada. Há grandes cabras por aí. Eu gosto de cabras, mas só das que fazem bééée-béeee enquanto saltitam no pasto. E, não sei... eu cá quando homenageio alguém, gosto de saber que essa pessoa fez alguma coisa de valor. Ter mamocas não constitui um grande feito para mim e, portanto, sou muito pouco permeável a essa mariquice do dia da Mulher. Se fosse feriado ainda via alguma vantagem na celebração. Agora receber um ‘parabéns pelo dia da Mulher’ do senhor que vem entregar as compras do Jumbo online ao escritório não contribui lá muito para a minha felicidade. Mas posso ser eu que sou esquisita...

Eu gostava mesmo era que houvesse um dia Nacional do Atrasado Mental. Isso sim, seria celebrar uma excepção (embora a excepção seja cada vez mais a regra neste país) e um esforço reconhecido. Não é qualquer pessoa que pode ser um Atrasado Mental. São necessárias extraordinárias valias para conseguir reduzir uma massa encefálica à partida normal ao tamanho de uma avelã seca, e conjugar uma inteligência equiparável à de uma ameba num dia mau com os modos sociais de um javali do monte. É preciso ser-se muito bom para perder toda e qualquer noção de civismo, cortesia e interacção social. É dura a vida do Atrasado Mental.
Portanto, eu acho que nesse dia, sim! Devíamos todos dar azo à nossa vontade de recompensar o esforço do Atrasado Mental e torná-lo inesquecível para todo o feliz homenageado que se nos atravessasse no caminho. Se nesse dia o uso da força excessiva para infligir ofensa corporal grave e intencional não fosse penalizada, garantidamente eu seria a primeira de marreta na mão, à coca de um Atrasado Mental que ainda estivesse de pé. Ou que, já deitado, ainda mexesse, que bater em mortos não tem graça nenhuma porque a circulação sanguínea pára, o sangue já não jorra e a vítima já não estrebucha sequer. Um desperdício de energia, portanto.

Esse seria um dia interessante de celebrar, e que traria diversão às massas. A mim, especialmente, que convivo com vários diariamente e encontro novos todos os dias. Agora o dia da Mulher...pfffffff, big deal!

Apesar de tudo, a todas as Mulheres que (ainda) passam por aqui (e que assim se destacam pelo seu apurado bom gosto) desejo um dia em grande!
Banda Sonora: You make me feel like a Natural Woman - Aretha Franklin

segunda-feira, 1 de março de 2010

1...2...3...




...foi a conta que o Leão fez!


Eu sei que não se faz... mas não resisto...
E como o blogue até é meu...
Jesualdo, vai buscar!!!!


Banda Sonora: Time to say goodbye
(se não podes vencer, leva um dos inimigos ao buraco contigo...)

(ironia? não, não, não há nenhuma :))